The Miracle Of Love escrita por Mandah_kaulitz


Capítulo 1
Capítulo único - Sacred


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura liebes :*



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Estar numa festa cheia de gente e sentir-se só...
Sair com os amigos para se divertir, mas ter a sensação de que falta
alguma coisa para tudo ficar bem...
O que será isso? Chatice, carência, autopiedade, solidão?
Ou será a falta que nos faz uma pessoa, ainda desconhecida,
perdida na multidão?



Não é sem frequência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho de jovens que vem namorar sobre a pequenina ponte de balaustrada branca que há no parque. Ela é uma menina de uns quatorze anos, o corpo elástico metido nuns blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos soltos que está sempre a balançar por todos os lados com o vento; ele, um garoto de, no máximo, dezesseis, esguio, com os cabelos um pouco bagunçados e um ar de quem descobriu a fórmula da vida. Uma coisa eu tenho certeza: eles são lindos, e ficam montados, um em frente ao outro, no corrimão da colunata, os joelhos a se tocarem, os rostos a se buscarem a todo momento para pequenos segredos, pequenos carinhos, pequenos beijos. São, na sua extrema juventude, a coisa mais antiga que há no parque, incluindo velhas árvores que por ali espaçam sua verde sombra.
 Os mimos e as brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm uma tal ancestralidade que nunca se há de saber de quantos milênios vem.

 Eu os observo por alguns minutos apenas para não perturbar-lhes os jogos de mão e misteriosos brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa à sua volta. Às vezes, para descansar da posição, encaixam-se os pescoços e repousam os rostos um sobre o ombro do outro, e eu vejo então os olhos da menina percorrerem vagarosamente as coisas em torno deles, enquanto os olhos do rapaz mantêm-se fixos, como a procurar coisas.
Depois voltam à posição inicial e se olham nos olhos, e ela afasta com a mão os cabelos que estavam a insistentemente a testa do namorado, para vê-lo melhor e sente-se que eles se amam e dão suspiros de cortar o coração.
De repente o menino parte para uma brutalidade qualquer, lhe torce o pulso até ela dizer a ele o que ele quer ouvir, e ela o agarra pelos cabelos, e termina tudo, quando não tem ninguém passando, num longo e sedutor beijo.

- O que será – me pergunto em vão – dessas duas crianças que tão cedo começam a praticar os ritos do amor? Continuarão se amando, ou de repente, na sua linda juventude, procurarão o contato de outras bocas, de outras mãos, de outros ombros? Quem sabe se amanhã quando eu chegar à janela, não verei um rapazinho moreno em lugar do louro ou uma menina com os cabelos presos no lugar dessa com os cabelos soltos?
E se continuarem se amando – me perguntei novamente em vão – será que um dia se casarão e serão felizes? Quando satisfeita sua jovem sexualidade, se olharem nos olhos, será que correrão para um para o outro e se darão um grande e ternurento abraço? Ou será que se desviarão o olhar, para pensar cada um consigo mesmo que ele não era exatamente aquilo que ela pensava e ela era menos bonita ou inteligente do que ele tinha imaginado?
É um tal milagre encontrar, nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser verdadeiramente amado...
 Esqueço o casalzinho no parque para me perder por um momento na observação triste, mas fria, desse estranho baile de desencontros, em que frequentemente aquela que devia ser daquele acaba por bailar com outro porque o esperado nunca chega; e este no entanto, passou por ela sem que ela soubesse, suas mãos sem querer se tocaram, eles se olharam nos olhos por um instante e não se reconheceram.

Esqueço de tudo e saio de perto da janela para ir atrás de Joanne, minha melhor amiga. O amor me deixava com pensamentos confusos. A cada casal que eu olhava, eu me sentia quebrado. Eu desejava tanto alguém, procurava por alguém e nunca encontrava.


I hate my life,
i can’t sit still for one more single day.
I’ve been here waiting for something to live and die for…

Há alguns meses eu tinha feito uma canção, que a propósito, se chamava “In Your Shadow i Can shine”. Meu irmão me dizia que eu não devia me sentir tão mal como descrevo na canção, mas sei que no fundo ele sabe que eu tenho razões sim para me sentir assim. Essa canção foi o que faltava para verem que realmente não estou me sentindo bem. Há muito tempo!
 Mas tinha um alguém que conseguia sempre fazer a minha escuridão brilhar. E era ela... Joanne. Em tão pouco tempo havíamos nos tornado tão próximos, tão amigos que era como se eu a conhecesse desde sempre! Nós nos conhecíamos muito bem, eu sabia de todas as manias dela e ela das minhas. Compartilhávamos todos os segredos e com o passar do tempo, tornou-se impossível viver sem ela. Sem ela e sem Tom, poderiam considerar-me morto. Não teria razões para viver sem eles aqui comigo.

- Joanne?! – Chamei por ela e nada de receber uma resposta. Eu havia descido para o andar de baixo pra procura-la e nem sequer vi sua sombra. Resolvi ir novamente até o andar de cima e entrei no meu quarto.
 Ao entrar eu dei de cara com ela sorrindo para mim.
- Me desculpe Bill, é que eu estava secando meus cabelos no banheiro e não te ouvi chamar. Só ouvi agora pouco – ela falou.
E foi então que de repente, algo surgiu em minha mente.
“Deus do céu, é ela!” – Pensei ao olhá-la nos olhos como se nunca a tivesse visto antes. Como eu não pude perceber antes?
Como ela chegou até aqui, não vi. Como ela me encontrou, não sei. Mas é ela, eu sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa e quando ela me abraça, eu me crucifico nos braços dela, sentindo-me protegido. Ela me levanta do chão quando ninguém mais pode, quando eu não tenho a mínima força para levantar. E eu sei que mataria friamente quem lhe fizesse danos.

- Bill, você está bem? – Ela me perguntou colocando as mãos macias em meu rosto com um ar de preocupada. Olhei dentro dos olhos dela novamente e percebi um certo brilho, um brilho diferente. Ela me olhava de uma maneira tão ternurenta e apaixonada. Meu Deus, como não pude perceber isso também? Eu estava cansado de procurar o meu verdadeiro amor e eu nunca o encontrava porque ele estava aqui. Ela estava aqui bem diante dos meus olhos e só agora, só agora eu tinha percebido que estávamos perdidamente apaixonados!

- Joanne, eu achei – falei emocionado – Finalmente a minha procura acabou!
- Do que você está falando? – Ela perguntou não entendendo nada
- Eu encontrei alguém para amar. Encontrei ela Joanne! Encontrei depois de muito tempo procurando!
E naquele momento ela arregalou os olhos e ficou extremamente pálida. Ela abaixou a cabeça por uns instantes e voltou a me olhar com os olhos brilhando de lágrimas que, pelo visto, estavam prestes a rolar, com um sorriso forçado no rosto.
- Sério? – Ela perguntou me vendo confirmar com a cabeça – Eu... Eu fico muito feliz por você Bill! E como ela é? Eu a conheço? – Ela perguntou. Os olhos dela estavam quase transbordando.
- Eu a conheço! Eu a conheço muito bem, mais do que a mim mesmo e ela também sabe tudo sobre mim.
 E então ela forçou um sorriso, mas instantes depois, lágrimas grossas começaram a escorrer por todo o seu rosto.
-Por que está chorando? – Perguntei me aproximando dela que escorregava pela parede, caindo sentada no chão.
- Bill, me diz que isso não é verdade Bill, me diz... – Ela falou me olhando com um olhar de súplica – Me desculpa, mas eu não posso estar feliz com essa notícia!
Eu me aproximei dela e a abracei fortemente.
- Se acalma! Você não vai querer nem mesmo saber quem é ela?
Ela me olhou com raiva e me empurrou.
- Não Bill, eu não vou querer! Meu deus do céu, eu... Eu... – ela gaguejava nervosamente ainda chorando. Eu queria ouvir da boca dela que me amava.
Ela parou por um instante me olhando angustiada.
– Eu amo você Bill! – Ela falou rapidamente – Eu amo você e você é um idiota que nunca percebeu isso! Eu não te falava porque tive medo de estragar nossa amizade. Mas eu não suportaria te ver com outra garota, dizendo que ela é sua alma gêmea e ver vocês felizes, se casando ou... tendo filhos. Eu não posso Bill, eu não te quero com outra!
 Eu estava imóvel, ainda olhando para ela emocionado. Ela sempre foi a minha alma gêmea.
Ela, talvez nervosa por me ver sem reação alguma, levantou-se do chão irritada pegando sua bolça na cama.
- Eu vou embora. Me desculpa Bill – ela estava prestes a cruzar a porta da saída de meu quarto quando eu a segurei e a prensei entre mim e a parede. Ela me olhou assustada ainda chorando e me abraçou. Eu alisei o cabelo macio dela.
- Joanne... Não precisa ficar assim. Sempre seremos só eu e você!
- Mas...
- Me desculpe, eu sei que demorei. Mas só hoje, olhando para um casalzinho qualquer pela minha janela e pensando em tudo que já me aconteceu nessa vida que eu pude perceber. Hoje eu tive a certeza absoluta de que é você – falei baixinho no ouvido dela. Podia sentir o coração dela saltar a toda velocidade dentro do peito. A respiração dela estava descompassada.
 Ela me olhou confusa e com algumas lágrimas ainda a escorrerem pelo rosto. Eu passei meus dedos leve e calmamente no rosto dela, limpando as lágrimas.
- Joanne sua boba – eu sorri – É você, sempre foi e sempre será. Eu te amo
Joanne arregalou os olhos e ficou mais pálida do que quando eu lhe havia revelado que havia encontrado alguém. Ela franziu a testa e começou a balançar a cabeça negativamente. Confesso que foi muito engraçado a expressão de espanto que surgiu na face dela.
- Não pode ser, não pode ser – Ela dizia baixinho para si mesma – Bill, para de brincar comigo.
Eu lhe dei meu melhor sorriso e retirei uma mecha de cabelo que caia insistentemente sobre o rosto dela.
- Eu amo você – falei novamente, aproximando meu rosto do dela calmamente. Ela parecia assustada e feliz ao mesmo tempo. Ela fechou os olhos dela devagar e eu os meus, encostando meus lábios calmamente nos dela. Ela abriu lentamente a boca juntamente comigo, enlaçando nossas línguas devagarinho. Nosso beijo era lento e doce. Aquele momento estava regado de amor. Do mais puro e verdadeiro amor. Eu então finalmente pude me sentir completo, queria que aquele momento durasse para sempre.
Separamos nossas bocas e abrimos os olhos lentamente. Pude ver um lindo sorriso se formar nos lábios de Joanne. Eu sorri para ela, com algumas lágrimas nos olhos.

 Eu queria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos, mirando muito além das estrelas.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu tenho mais duas fanfics e nelas o Bill se apaixona pela sua melhor amiga, como nessa One-shoot. Devem pensar que sou obcecada por isso ou algo assim mas não é. É natural, mera coincidência, ok? Obrigada a quem leu e a quem ainda vai ler. Espero reviews [:Küss und danke :*