A Filha da Lua escrita por enya_mystic


Capítulo 1
Capítulo 1




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Todos esses anos eu venho perguntando-me por que ainda tenho que vagar por esta terra obscura. A cada ves que olho para trás sinto vontade de voltar lá e fazer tudo diferente para não mais sentir o que eu sinto hoje...

A manhã deve estar bela, há séculos que eu não sinto a luz do sol tocar a minha pele, que não ouço os pássaros cantarem ao amanhecer, que não sinto a alegri de viver. A noite fria me aquece e a minha carcaça apodrece, não tenho sede nem fome, não sinto cheiro de absolutamente nada. Quando a noite cai, as lembranças me consomem a cada instante que tento respirar. Por que tem que ser assim? Por quê?

Tudo começou quando eu tinha quatorze anos. Meu pai era o rei Bernardo VIII, ele governava um dos reinos mais populoso daquele lugar esquecido da Alemanha, nós éramos conhecidos por ter um grande índice de exportação de tecidos. Reis e rainhas, príncipes e princesas de todo o mundo visitavam-nos a cada começo e fim de ano para apreciar um tecido tão famoso chamado Seda.

Era primavera, o dia estava lindo, as flores em nosso jardim embelezavam o nosso castelo fantasmagórico. As criadas abrem a janela do quarto, a luz do dia me acorda e então eu me desperto com uma alegria imensa. Era meu aniversário, meu pai havia entrado em meu quarto, quando deixou um presente em minha cama:

-Bom dia Selene!

-Bom dia papai, o que trazes de bom para mim?

-Um vestido de ultima moda em Londres. É o que você vai usar na cerimônia de hoje, vamos receber... Bom, quando você  crescer um pouc mais conversamos sobre isso. Agora levante-se e vá se arrumar, quero vê-la bela diante daquelas pessoas importantes.

-Por que tenho que usar esses vestidos tão apertados? Sufocam-me. Não consigo respirar, esses espartilhos me encomodam!

-Basta Selene! Você já é uma moça e precisa se comportar como tal!

Enquanto as criadas apertavam aquele espartilho insuportável, olhei-me ao espelho e vi que eu estava diferente. Minhas feições femininas estavam radiante, diferente das outras garotas da minha idade. Meu olhos cinza estavam mais graúdos, meus cabelos longos e negros realçavam minha pele exageradamente branca; perguntei-me então: Por que sou tão diferente de meu pai? Não havia nenhum retrato de minha mãe. Senti um aperto no peito, tive curiosidade de saber como ela foi, pois ela morreu ao dar a luz. Niguém falava nada a respeito dela. nem mesmo o mei pai. Por que será?

Quase sem ar, desço as escadas com cuidado e sigo em direção a porta. Meu pai estava me aguardando impacientemente. Todas a cerimônias eram chatas, eu não gostava de ver pessoas morrendo na forca, pois muitas vezes eram inocentes. Quando chego à carroagem, para minha infelicidade, quem iria acompanhar-me eram aqueles monges estranhos. Sempre tive medo deles, principalmente quando eles conversavam entre si em Latim. Nunca gostei de ir à igreja, eu não conseguia suportar as mentiras nas quais contavam sobre o céu e o inferno. Era tudo por dinheiro, muito deles eram casados e à noite gostavam de dormir com as criadas do castelo e quando elas não queriam, eles as mandavam matar para a notícia não se espalhar e as pessoas não perderem a fé e deixarem de dar dinheiro à igreja.

Depois de cinco horas irritantes de cerimônia, a mesma injustiça de sempre. Não entendia por que o meu pai aceitava se ele mesmo não concordava, se ele é o Rei, para que temer a Igreja? Tantas e tantas perguntas e nenhuma resposta. Tantos e tantos problemas sem soluções... É inadmissível.

Naquele dia houve uma comemorção ao meu aniversário, todas asa pessoas importantes... que moravam naquele lugar ou que moravam em reinos próximos estavam lá. Tudo era festa, para mim, era o dia mais feliz da minha vida. O vestido no qual eu usava era de cor marfim, delicado, digno de uma princesa.

Enquanto os convidados chegavam ao grande baile, eu passeava em meu jardim admirando a luz do luar, era noite de lua cheia, o céu estava estrelado como nunca tinha visto antes. Então sentei-me a uma escada, quando senti alguém se aproximar:

-Nossa!

-Quem é você? -Digo eu curiosa.

-Desculpe-me Alteza. -Disse o rapaz fazendo um gesto de reverência.-É um grande prazer conhecê-la, meu nome é Bhremmem.

-Você é o príncipe da Cidade das Rosas?

-Sim, sou... Você é tão diferente... Seu olhar é bele como a luz do Luar. Você é linda! Desculpe-me, sei que não me conhece e... É que, realmente você se parece com sua mãe.

-O que você sabe sobre minha mãe? Como ela era? Qual era o nome dela?

Bhremmem calou-se ao ouvir minhas perguntas. Ele era alto, tinha os cabelos louros na altura dos ombros; era forte, corpo atlético. Tinha um sorriso lindo, um jeito meigo, seus olhos eram azuis turquesa. Ele era perfeito. Naquele minuto de silêncio, nos olhamos nos olhos, e senti uma sensação estranha. Meu coração pulsava forte, como jamais tinha pulsado.  Então meu pai aparece, enciumado pede para eu entrar e receber os convidados. Despeço-me então do belo rapaz e depois nos desencontramos... Que raiva do rei Bernardo.

Despois da festa, eu vi meu pai conversando com os monges:

-Quanto tempo? Até quando você vai querer esconder de todos?

-Eu só lhe peço mais um tempo-dizia o rei Bernardo com medo-só mais um tempo, ela... Eu não quero que ninguém saiba...

-Uma semana para esse "tempo" Magestade! E basta! Mais cedo ou mais tarde ela descobrirá, ela é uma mocinha esperta, curiosa. Ela é diferente, a beleza dela é diferente e...

Eu sem entender absolutamente nada, interrompo a conversa curiosamente?

-Papai, o que houve?

-Já chega por hoje. Não há nada de errado meu anjo. Vá dormir, o dia foi longo e você deve estar exausta.

-Tudo bem-digo eu irritada, pois queria saber do que se tratava a conversa.

-Boa noite filha.

-Boa noite papai! Com licença Senhores.

-Boa noite princesa Selene! Que Deus lhe projeta e que todos os anjos do céu a acompanhe e faça com que você tenha bons sonhos. Amém.

-Amém.  Digo indo em direção ao meu quarto.

-Já disse Magestade, ela é curiosa, logo descobrirá o seu segredo. O dia está próximo. Ela já fez quatorze anos.

-Vou ver o que faço... Ela é só uma menina. Minha filha! Ela é normal... Deixe-me pensar um pouco mais. Por favor!

-Uma semana Rei Bernardo, uma semana. Ordem de todo o Clero.


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