“Humanos tem asas.” Castiel disse.

Dean olhou pra ele com olhos curiosos. “Então humanos são como anjos?”

“Não. Claro que não. Humanos só tem uma asa. Eles não podem voar.”

“Por que uma asa só? O que aconteceu com a outra asa?” Castiel não conseguia dizer se Dean estava curioso ou irritado com essa conversa.

Mas era o jeito de Dean fazer perguntas, apesar de tudo. Ele as faz com uma ponta de raiva no seu tom de voz porque, na concepção dele, fazer perguntas é um tipo de fraqueza.

“A outra asa vai pra outra pessoa.” Castiel responde mesmo assim. “Eu consigo ver a sua asa, você tem ela no lado direito das suas costas. A sua alma-gêmea tem uma asa igual a sua, só que no lado esquerdo.”

“Alma-gêmea?” Dean riu em escárnio, jogando o livro que ele estava nas mãos em cima do lençol vermelho e cruzando as pernas em cima da cama, mas tendo cuidado ao encostar na cabeceira. Era estranho saber que ele poderia esmagar sua asa invisível. “Isso é besteira, Cas.”

Ele se perguntou se o motivo da dor que ele sente no ombro direito uma vez ou outra é o peso das penas invisíveis.

Ele não acredita que haja nenhuma alma gêmea pra ele. E, se existe, ele nunca vai encontra-la. E se encontrar, nunca vai poder ficar ao lado dela, de qualquer forma.

A porta do quarto abriu e Sam entrou rapidamente no aposento, agarrando o livro que Dean acabou de jogar na cama. “Tem que devolver pra biblioteca.” Ele informa e então sai do quarto tão rápido quanto ele entrou, batendo a porta atrás de si.

Cas tinha essa expressão apreensiva no rosto, o cenho mais franzido do que o usual, observando Sam entrar e sair como um trovão de dentro do quarto e Dean se perguntou se ele estava prestando atenção na asa de Sam.

“O Sam tem uma asa também?” Dean perguntou como se não quisesse saber.

“Ele tem. E eu nunca tinha percebido antes... Mas ela combina com a sua.” Castiel respondeu sem olhar pra Dean. Então ele inclinou a cabeça como se tivesse ouvido algo e, no Segundo seguinte, Castiel não estava mais no quarto com Dean.

“Almas-gêmeas.” Dean sussurrou pra si mesmo. A palavra parecia menos estúpida agora.