Between Earth And Wings escrita por ari_maknae
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo está um tico maiorzinho. É um pouco mais parado em alguns momentos e com vários momentos muuuuito legais *--*
Espero que gosteeeem!
Essa vai para os meus leitores queridos, lindos e maravilhosos que me deixaram aquelas reviews perfeitas *O*
“- Não sabia que você podia cozinhar”
Ela estava debruçada sobre o balcão da cozinha e usava um roupão sobre o que seria o pijama e hora ou outra pegava um dos brownies e colocava um pouco de sorvete em cima para comer. Parecia extremamente feliz com isso.
“- Eu peguei uma receita na internet”
“-Hm...”
Yuri deu a volta no balcão, vindo até mim, que estava apoiado na mesa da cozinha. Ela trouxe consigo um dos brownies com sorvete e estendeu para mim, perto da minha boca. Olhei para ela, sem entender muito bem.
“-Prova?”
Abri a boca mecanicamente e mantive os olhos focados nela. O cabelo dela estava meio bagunçado, mas dava para perceber claramente as ondas pelo cabelo negro que caíam em camadas pelos ombros. Os olhos eram verdes e muito aprisionadores. Parecia me perder neles. O gosto da comida realmente era muito bom. Acho que posso entender porque alguém gostaria dela a ponto de sonambular a respeito.
“- Não tem que ir trabalhar?”
“-Hoje não. O que quer fazer...?”
Puxei a cadeira e me sentei nela, olhando para Yuri um pouco mais a distância.
“-Por que confia em mim tão cegamente? Estou dentro da sua casa, morando com você e você nem ao menos se pergunta meu nome ou o motivo para eu estar aqui? Todas as revelações da minha origem que lhe fiz outro dia, não te incomodam?”
Ela se espreguiçou com o sol entrando pela janela e iluminando o apartamento.
“- Eu confio em você. Não me pergunte por que. Você me dá medo as vezes, mas me sinto protegida com você aqui”
Ela pegou o celular e mexeu em algo na tela por alguns segundos. Seu rosto se iluminou em um lindo sorriso. Subitamente, assim como é de costume com ela, Yuri quase começou a saltitar pela casa de alegria.
“-Vamos sair!”
A morena segurou minha mão e me puxou até o quarto dela, abrindo o armário um tanto quanto grande e tirando de lá uma camisa social preta com um bordado de dragão nas costas.
“-Era do Min. Se vamos sair deve estar no mínimo vestido, né?” – ela sorriu novamente- “Agora vá saindo daqui que eu tenho que me trocar”
Peguei a camiseta e fui até a sala, tirando o sobretudo e colocando a camisa preta. Ela tinha as mangas curtas e realçava bastante o ante-braço. Era esse o tipo de roupa que homens usavam agora? Que tipo de roupa eu usava?
Fui até um espelho gigante colocado ao lado de uma das janelas e no qual eu poderia ver todo meu corpo. Meu rosto estava normal.Normal? Fazia tanto tempo que não me via em algum lugar. Era estranho me ver assim agora. Apoiei-me na borda da janela. Um flash passou pela minha cabeça. Não consegui distinguir muita coisa. Senti-me perdendo o chão lentamente e meus olhos fecharem. De repente abriram novamente e eu estava deitado num gramado de um parque. Tudo era meio nebuloso e desfocado, como se tudo não tivesse uma cor nítida. Ouvi Yuri me chamar. Chamar meu nome. Como ela sabia meu nome? E então tudo ficou confuso novamente e o sorriso dela foi desaparecendo. Estava no mesmo beco que a conheci. Mas algo estava diferente. Onde ela estava? Ouvi um grito. Um barulho alto. Virei-me e corri em direção a isso. Ela estava deitada no chão, olhando na minha direção e havia muito sangue, muito sangue. Senti minha cabeça latejar novamente enquanto caía no chão segurando minha cabeça e via uma lágrima escorrer pelos olhos dela até nada mais restar dela se não um corpo sem vida.
Meus olhos se abriram aos poucos. A luz vinda da janela era muito forte. Eu estava parado a frente do espelho novamente. Olhei ao redor para ver se tudo estava certo. Chamei por Yuri. Nenhuma resposta. Chamei novamente. Nada. Corri pelo apartamento até o quarto dela e abri a porta sem pensar. Algo foi jogado em mim. Acho que era uma blusa.
“-Seu louco! Espere lá fora! Não tenho medo da sua espada!Eu luto kung-fu!Vaaai!!”
Fechei a porta rapidamente.Respirando novamente. Só então percebi que minha respiração ficara presa desde o momento em que não ouvi ela me responder. Voltei a sala, peguei a espada e coloquei-a estrategicamente em minha costas, colocando o sobretudo preto por cima, para escondê-la.
Algum tempo depois a porta do quarto se abriu e ela saiu de lá. Ela estava arrumada, mas diferente. Usava uma calça jeans e uma blusa sem mangas amarela que ficava muito bonita nela. Pegou um casaco jogado sobre o sofá e foi até a porta.
“-Vamos?”
Segui os passos dela como se fossem os únicos passos que eu já conhecera. Não comentei com ela sobre o que aconteceu anteriormente quando estava esperando por ela. Mas eu realmente ficara perturbado com isso. Aos poucos fui reconhecendo o caminho que ela fazia. Em pouco tempo chegamos à um grande pátio livre que agora estava ocupado por um parque de diversões. Será que essa era a intenção dela?
“-Se importa de irmos?”
“-Eu nunca fui em um”
Ela me olhou meio assustada, como se realmente não fosse algo comum o que eu dissera.
“- Então fico feliz de ser sua guia na sua primeira vez. Vamos começar pela roda gigante?”
Segui-a instintivamente, olhando para o número de pessoas que havia ali. Ia ser mais difícil ficar protegendo ela se ela continuasse andando nesse ritmo. Logo eu iria perdê-la de vista. Estiquei a mão e segurei a mão dela levemente. Ela me olhou questionando a ação e tudo que eu disse foi para ir mais devagar.
Ela entregou dois convites que não vi ela comprar em momento algum e entramos no brinquedo. Ele era muito grande e ficamos presos dentro numa espécie de cápsula com vidros em que podíamos ver tudo lá fora. Foi estranho quando ela começou a se movimentar, mas era agradável. Vi que ia ser um longo caminho, só eu e ela. Só ela e eu.
“- Me conte um segredo”
“-Não estou permitido a revelar nenhum detalhe não crucial para sua segurança”
“-Que chato...”- ela ficou pensativa por um tempo – “Se você era a morte, como está aqui agora e por que está comigo?”
“- Você é a minha missão. Eu devo te proteger a qualquer custo. Imagino que deva ser algum peça importante na batalha final”
Ela riu, colocando a mão na boca.
“-As pessoas seriamente acreditam nisso?”
Olhei para ela, incrédulo.
“-Por que você, de todas as pessoas, não acreditaria?”
“- Porque é impossível essa história”
“- E como explica minha arma, o modo como minha cicatriz se curou e as asas que lhe mostrei?”
“- Frutos da minha imaginação fértil”
Senti como se ela me desafiasse. Fazia muito tempo que não me sentia impelido a fazer algo por mero exibicionismo, mas isso realmente pedia por algo assim.
“- Então devo eu te provar que falo a verdade?”
“- Não tem como acreditar em algo assim”
Me aproximei mais dela no banco e sussurrei em seu ouvido.
“- Vou fazer você acreditar em mim, então. Em troca, me conta um segredo seu”
Abri a porta do brinquedo e parei na soleira, olhando para ela. O rosto dela passou de risonho para desesperado. Ela tentou se aproximar, mas parecia estática.
“-Pare. Não faça isso. Vai morrer!”
“- Importa? Você nem me conhece”
Fechei os olhos, deixando de ver o lugar e espaço onde estava. Senti o vento sobre meu cabelo e dei um leve impulso para trás. Eu podia prever o modo como desapareceria graciosamente voando com minha asas negras pelo dia claro até sair da vista.
No entanto, algo inusitado aconteceu. Eu ouvi-a gritar meu nome e depois ela se jogou atrás de mim do brinquedo.
Mas, eu nunca disse-lhe meu nome.
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