# Victoria Sherman

Bobby era legal, vivia sozinho numa casa em um ferro velho.

O vento agitava do lado de fora da casa, fazendo-me sentir calafrios leves mas agoniastes, que cessaram quando eu comecei a focar em algo.

Já fazia três horas que Dean e Sam haviam partido, e eu me encontrava entediada sentada no sofá passando a lista de canais, procurando algo não banal, mas desisti, pois não houve sucesso.

Decidi concentrar-me em outra coisa qualquer, mas num movimento distraído, reparei em um desenho no teto, uma estrela de cinco pontas dentro de um circulo. Aquilo chamou minha atenção de alguma forma, então decidi perguntar a Bobby.

–Bobby? – o chamei gentilmente.

–Sim? – ele me respondeu, saindo da cozinha e indo para a sala, onde eu estava.

–O que é aquilo? – perguntei, apontando para o desenho.

–Ah, aquilo é uma armadilha do Diabo, quando um demônio entra na area do circulo, ou seja, onde você está sentada, ele só sai se o circulo for rompido.

–Como se identifica um Demônio? – perguntei, curiosa.

–Pelos olhos, se eles estiverem pretos por completo, e também a outras maneiras.

Ouviu-se um barulho, então percebemos que era a porta se abrindo num movimento rápido, olhamos, e vimos Dean e Sam, levantei-me rapidamente, e perguntei, entusiasmada:

–Acharam algo? – mas meu entusiasmo passou assim que encontrei com os olhos a expressão frustrada de Sam.

–Não só enxofre. Nenhuma novidade. – ele disse indiferente, fitando o chão.

–Mas temos algo para você. – Dean disse-me – senta ai!

Sentei-me e ele se sentou ao meu lado, e tirou alguns documentos do bolso da jaqueta de couro e os colocou em minha mão. Eram distintivo do FBI, CIA, segurança nacional, segurança dos animais entre outros, fora passaportes e cartões de créditos, não me incomodei com os nomes, exceto um.

–Rabiosa? – perguntei explodindo numa gargalhada. – esse não é o nome da música da Shakira?

–Sim – Dean respondeu indiferente – Rabiosa... Biela tica. – Dean disse num espanhol improvisado.

Todos na sala riram também.

♦♦♦

–Come Victoria, está uma delicia – Dean disse, de boca cheia.

–Estou sem fome obrigada.

Então alguém bateu três vezes firmemente na porta e Bobby foi atender enquanto eu brincava com os talheres que estavam na minha frente, porém, o convidado entrou na cozinha, onde nós estávamos e eu pude olhá-lo, mas algo nele chamou minha atenção, os olhos dele, estavam preto por completo, me dando um calafrio por toda a espinha.

Não podia dizer “Olha um demônio!” ele estava próximo demais do Bobby, e se nós reagíssemos a ele, ele poderia matar Bobby e eu nunca me perdoaria por isso.

–Hey Sam, amor. – disse levantando-me e dando-lhe um beijo na bochecha, e sussurando para que só ele escutasse a letra “D”. – Seja educado e leve o convidado para se sentar.  

Ele entendeu, pois piscou pra mim.

E o imbecil do demônio caiu, Bobby também foi rápido e percebeu, deixando-o sozinho no sofá, num movimento rápido demais para alguém da idade dele.

–O que você quer? – Sam perguntou em um tom que eu nunca havia o vistoele usar, tão sério que fazia todo seu lado doce e gentil sumir que você se perguntava: “é o mesmo Sam que eu conheci?”.

–Não entendo? – ele disse, erguendo as sobrancelhas, se fazendo de dissimulado.

–Não venha dar uma de desentendido pro meu lado – Dean disse – diga logo o que quer.

–Dean, Dean, Dean – ele disse pausadamente – quero a garota, você diz como se não soubesse disto, dê-me a garota, e eu vou embora.

Dean deu uma risada sarcástica, e disse cheio de ironia:

–Pode pegá-la. Toque nela e nós acabamos com você.

Um intuito correu pelo meu corpo, uma vontade incontrolada, um poder, não sei explicar mas aconteceu, eu senti que podia matar aquele monstro que estava na minha frente, e eu era forte o suficiente para isso, andei em direção a ele, de canto do olho via os olhares curiosos em cima de mim, até do próprio demônio olhava assustado para mim, depois ele sorriu, maliciosamente.

– Então é você, a filha de Miguel, sabe filha de Miguel, foi eu quem coloquei fogo na sua casa, seu pai gritou feito uma menininha e sua irmã como uma vadia.

 Desgraçado quilo me atacou, ele poderia ter dito qualquer coisa sobre mim ou o que queria fazer comigo, eu não me abalaria tanto, então eu fui para cima dele, toquei sua cabeça e uma luz branca saiu de seus olhos e de sua boca, só me lembro disso, e tudo começou a ficar escuro e meu corpo cansado, a dor na minha cabeça era agoniante, tombei para trás senti s mãos de alguém me segurando e apaguei.