[...]

Hoje a caverna estava uma festa. Depois do jogo, Jeb nos declarou uma folga no dia seguinte. O campo seria preparado depois de amanha, portanto poderíamos descansar.

Fui até o riacho jogar uma água no rosto quando senti mãos enlaçando minha cintura firmemente. Ian.

Olhei para trás e um sorriso brincava em seus lábios. Repeti o gesto.

–Agora posso tê-la só para mim ou ainda vou ter que dividir com alguém?

Ri.

–Não, agora estou livre.

–Ótimo! – Dizendo isto ele me trouxe mais para si e envolvi minhas mãos em seu pescoço. Ian aproximou seus lábios lentamente dos meus e nos beijamos apaixonadamente. O beijo se aprofundava, mas não estávamos com pressa. Seu cheiro confundia meus sentidos, a rocha derretida movimentando-se lenta e intensamente.

Ambos estavam com nenhuma vontade de separar nossos rostos quando uma voizinha familiar nos interrompeu.

–Ian, Jared pediu para levar a... Hã...Opa. Já estou indo!

–Deixa pra lá, Jamie. – Ian disse mal humorado após murmurar alguma coisa como ‘’ Aparecer sempre no momento errado’’. Eu sei que ele referia-se a Jamie, que de costume aparecia nos momentos mais inoportunos.

–O que foi? – Perguntei.

–Jared pediu para que Ian levasse a bola de volta ao depósito.

–E por que ele não leva? – Novamente o mau humor presente...

–Hã... – Jamie coçou a cabeça, sem saber ao certo a resposta.

–Não tem problema – Interrompi – Nós levaremos para lá.

–Ok. Boa noite, Peg; boa noite, Ian.

–Boa noite, garoto – Respondeu ele.

–Vamos. Temos que pegar a bola. – Levante-me.

Ian bufou.

–Por que esse mau humor, hein? – Perguntei já sabendo a resposta.

–O garoto é muito inconveniente...

Ri.

–Se é com isso que está preocupado... Fique tranqüilo. Temos muito tempo. – Disse sorrindo.

Logo um sorriso também brotou de seus lábios e Ian passou o braço em torno de mim.

Encostei minha cabeça em seu ombro enquanto andávamos.

–Eu te amo, Ian – Disse.

–Eu também te amo, minha linda. Minha vida se resume a você agora.

Fiquei emocionada com essas palavras. Eu amo Ian mais do que tudo, e não me imaginaria sem ele. Seria como tirar o ar que eu respiro, tornando impossível sobreviver. Ele agora é minha vida. Minha alma.

Andamos juntos até levarmos a bola de volta ao depósito e depois nos encaminhamos para nosso quarto.

Chegamos e Ian se jogou na cama.

–Com sono? – Perguntei.

–Não, só cansado mesmo. Senta aqui. – Ele deu um tapinha no colchão e sentei-me ao seu lado.

–Então, o que quer fazer?

– Hum... – Lembrei-me da conversa com Melanie de manhã – Mel me disse alguma coisa de um tal plano que vão fazer nas cavernas. E mencionou teu nome.

–Ah. Não é nada de mais. Jeb tinha me chamado junto com Jared e Brandt por causa de uma ‘’ ideia’’ que Nate havia tido. Nada está planejado, é apenas um...Esquema.

– O que vocês estão planejando.

–Bom, Nate teve a ideia de juntar as maiores células rebeldes, no caso nós e eles. E achamos que aqui caberão todos. Não é um plano ruim, apenas acho que ficaria com um pouco de falta de espaço.

–Ah... Má ideia não é. – Concordei – Seria... Interessante juntar todos. Mas... Mudanças...Chamaria muita atenção. Imagine só!

–Peg, esqueça isso, amor. É apenas uma ideia. Estávamos conversando sobre o assunto outro dia, e não tem absolutamente nada decidido até agora. Não sabemos nem se há alguma possibilidade de isso acontecer. Não se preocupe, ta ok?

–Certo. Mas me prometa contar tudo que for decidido. Promete?

–Prometo.

E selamos nosso acordo com um profundo beijo.

°°°°

Acordei de manhãzinha, ainda com os olhos embaçados. Movi minha mão para o lado, e não encontrei Ian na cama. Esfreguei os olhos e olhei para onde ele deveria estar, mas em vez disso estava um pedaço de papel dobrado. Abri-o e comecei a ler.

‘’Peg, eu tive que sair hoje cedo.

Jared precisou que eu fosse junto com ele e Cal, a pedido de Jeb. Não sei que horas volto, mas provavelmente não será cedo.

Não se preocupe se eu chegar tarde demais. Amanhã te explico tudo.

Infelizmente não vou poder passar o dia com você. Na verdade, nem queria ir, preferia ficar com você, mas sabe como Jeb é: Minha casa, minhas regras.

Eu te amo, minha linda.

Tenha um bom dia.

Do seu amor, Ian.’’

Dobrei a folha com cuidado e guardei-a. Hoje eu não terei nada para fazer além de ajudar a terminar a outra metade do campo. Jeb dispensou-nos novamente de serviços mais pesados. Ele está muito bonzinho ultimamente... Aí deve ter coisa.

Arrumei-me e fui para a cozinha.

Estava vazia. Só estavam Sharon e Maggie, guardando a louça lavada.

Dei bom dia, e elas retribuíram.

Sharon e eu nos dávamos bem. Não éramos próximas nem nada, mas as desavenças finalmente acabaram. Já Maggie, prefere acreditar que eu ainda seja uma parasita traiçoeira, embora esteja menos arrogante.

Fiz meu prato com pouca comida; não estava com muita fome hoje.

Sente-me e peguei uma fatia de pão.

Era estranho não ter Ian tomando café comigo. Sempre fazíamos isso juntos, desde que ele começou a se aproximar de mim quando cheguei aqui.

Não queria que ele tivesse ido. Hoje, que poderíamos ficar a maior parte do tempo juntos...

Terminei de comer e me levantei.

Dei de cara com Andy e perguntei se ele sabia onde Melanie estava.

–Acabei de vê-la passando pela praça, Peg. Acho que foi para o quarto.

–Obrigada Andy.

Fui para o corredor dos quartos e bati em sua porta.

–Quem é? – Ela perguntou.

–Sou eu. – Sabia que Mel reconheceria meu tom de voz.

–Ah, pode entrar, Peg.

Abri a porta nova de seu quarto e entrei.

–O que foi, Peg?

–Nada, Mel. Só queria saber se você quer dar uma volta comigo. Jared também foi, não é?

–É. – Ela suspirou – Peraí. Você disse também? Por que? Ian foi junto?

–Foi. Ele disse que Jeb mandou os dois irem com Nate.

Ela deu de ombros.

–Isso está estranho.

–Ian me disse dos planos que estão fazendo. Ele me disse que era apenas uma ideia, que nada estava confirmado ainda.

–Mas sobre o que é isso? – Melanie perguntou.

– Nate quer unir as duas grandes células, e pensaram em ficar todos aqui.

–Mas isso não é perigoso?

–Foi o que eu achei. Na minha opinião isso atrairia a atenção. Mas Ian me garantiu que era apenas um projeto, por enquanto. Pedi para ficar à par de tudo, e se houver alguma novidade, te digo.

Ela assentiu, tensa.

–Me preocupo com tudo isso. Não é a primeira vez que Jared sai. Nem a segunda. Ultimamente, ele vai la duas vezes por semana, em média. Não acho bom que eles fiquem se arriscando saindo toda hora. Já conversamos sobre isso. Ele prometeu que iria se cuidar, mas mesmo assim, Peg.

–Fique calma, Mel. Nada e ruim vai acontecer.

–Assim espero. Vamos para a praça, assim podemos conversar nós e Sunny.

Fizemos o que ela disse e logo encontramos nossa mais nova amiga.

POV IAN

–Ian. – Ouvi inconsciente alguém me chamando baixo. Virei para o lado.

– Pô, O’Shea, acorda! – E me sacudindo também.

Murmurei alguma coisa que nem eu mesmo entendi e tirei a mão de cima de mim.

O dono da mão insistente bufou.

–Ai! – Senti um soco nas minhas costas e sentei na cama. – Caramba, o que você quer, Howe? Me deixa dormir! – Disse friccionando as costas.

–Aleluia. Pensei que tinha morrido. – O chato do Jared disse com total ironia.

–Fala logo e para de encher a paciência.

–Precisamos ir à casa de Nate. Jeb disse que ele tem novidades sobre o projeto.

–Agora? – Disse pasmo.

–Ele vai nos levar. Cal esta aqui e disse que é urgente.

–Ah, que ótimo. – Murmurei.

–Para de preguiça e levanta já daí, O’Shea. Estamos atrasados graças ao seu sono de beleza.

–Graças à suas mãos de fada, isso sim!

–Chega de brincadeira e vai logo! Vou avisar Melanie e já volto.

Jared tinha um tom autoritário que eu detestava. Quem ele pensa que é para me dar ordens?! Cara folgado.

Em alguns minutos eu já estava pronto.

Peg dormia tranqüilamente, como um anjo. Ela era tão linda. Não só por fora, é claro, mas seus atos, seus gestos. Tão doce, tão meiga. E principalmente pura. Nunca ouvi uma nota só de malicia em sua voz, de acusação.

Fiquei com dó de acordá-la, então escrevi um bilhete dizendo que eu tive de sair, e que depois explicava tudo. Pedi-lhe para que não ficasse preocupada, já que eu tardaria a chegar.

Ouvia Jared bater o pé no chão impacientemente à minha espera, então rapidamente dobrei-o e deixei ao lado de Peg. Dei um beijo em sua testa e fui embora.

Andei rapidamente junto com Jared, que estava com a mesma expressão que eu: Vontade zero de ir.

–Não ta a fim de ir, não é? – Perguntei.

–Não. Odeio preocupar a Mel. Preferia ficar aqui com ela do que ir pra casa de Nate.

–Pois é. E justamente hoje que não haveria quase nenhum trabalho... – Reclamei.

Chegamos no carro e Jared ficou no banco do carona, me fazendo ir para trás.

Seguimos a maior parte do caminho em silencio. A ‘’casa’’ de Nate não era muito longe da caverna. Saia dos padrões do deserto, claro, mas não ia muito além disso.

Logo que chegamos lá, Cal nos levou até Nate e Fernanda, que estavam em uma espécie de escritório.

Ele nos saudou com um sorriso. Nos cumprimentamos e ele começou:

–Bom, lembram-se de quando eu disse que poderíamos ficar todos juntos?

Assentimos e ele prosseguiu.

–Acho a caverna o lugar mais apropriado, a única coisa que preocupa é a mudança. E a ideia é essa...

Ele continuou a falar, e dessa vez a ideia não era ruim. Nate disse que foi principalmente de Fernanda, ele só deu uns ajustes, juntamente com Cal.

Terminamos a reunião e deveríamos levar os detalhes a Jeb e Brandt, que ficaram na caverna.

Pegamos um dos carros de Nate emprestado e dirigimos de volta para casa.

Estava com saudades de Peg. Provavelmente quando eu chegasse, ela já estaria dormindo. Agora eram 10 horas. Até chegar lá demorará no mínimo 3h30min. Combinamos que Jared dirigia até o final da estrada e eu até chegarmos. Aproveitei o curto tempo para descansar um pouco.

POV PEG

Tentei esperar Ian chegar, mas o cansaço me consumiu, e logo estava perdida nos meus sonhos.

°°°

Quando acordei, me deparei com neve, safira e meia noite. Meu Ian olhava fixamente para mim, com um sorriso brincando em seus lábios.

–Bom dia. Dormiu bem? – Perguntou ele.

–Sim, mas teria dormido melhor se estivesse comigo.

Ele riu baixinho.

–Vá se vestir para irmos tomar café. Vou esperar la fora.

Levantei da cama e peguei um short bege curto e coloquei uma blusa preta com alguns desenhos.

Arrumei o quarto rapidamente e sai para comer.

Cheguei à cozinha e peguei um copo com leite e um pedaço de pão. Ian encheu um pouco mais o prato, acrescentando uma pêra e um pouco de ovos mexidos.

–Então, Peg, por que não da mais aquelas suas aulas? Todos gostávamos tanto... – Sugeriu Trudy enquanto bebia um pouco do meu café.

–Bom, se vocês quiserem posso continuar.

–Seria muito legal, Peg. – Doc afirmou – Suas histórias sempre me fascinavam, e seria interessante se continuasse a dar aulas.

–Certo. Sobre o que querem que eu fale? – A cozinha estava cheia e barulhenta, mas quando disse isso, a conversa cessou e vários olhares curiosos se dirigiram a mim.

–Hum... Bom, você disse muito pouco sobre a Terra... Poderia dizer mais. – Jamie propôs.

–Certo. Bem, a Terra foi invadida aos poucos, como vocês sabem. As almas se camuflavam para levar depois os outros aos buscadores. Os curandeiros inseriam as almas nos corpos com um corte, embora parecesse pequeno por causa dos remédios, estendiam-se praticamente por todo o pescoço.

Continuei minha aula e muitos prestavam atenção. Apesar de ter negado veemente a proposta de Jeb no passado para dar aulas junto com Sharon, era uma coisa que eu gostava de fazer. Hoje houve muitas perguntas, e felizmente pude responder todas elas.

Depois que acabei minha aula, perguntei a Ian como tudo tinha ocorrido.

–Jeb me deu ordens para contar apenas na reunião que ele fará hoje à noite. Vai ter que esperar um pouquinho, amor. – Ele sorriu.

–Fazer o que, né...

Ele riu da minha decepção.

Enquanto Ian ia falar com Jeb, fui lavar as roupas.

Quando cheguei no riacho com as roupas, deparei-me com Cal tentando tirar uma mancha da blusa que estava vestido.

–Oi Cal. Quer ajuda?

–Oi Peg. Hã... Acho que não precisa. Já estou tirando a mancha.

Hum... Não estava tirando não...

–Me de sua blusa. Tenho sabão aqui, e se você passar agora, sua pele vai arder.

Ele tirou a blusa e me deu.

Logo a mancha já tinha saído e entreguei sua blusa, que estava molhada.

–Obrigado Peg. Só você pra me ajudar numa coisa dessas.

Dei um sorriso e ele retribuiu-o.

–Bom, eu tenho de ir. Nos vemos mais tarde.

–Ok. Até mais.

–Até.

Ele se despediu e continuei o meu trabalho.

Terminei de lavar as roupas e deixei-as secando ali.

Encontrei com Ian na praça central e ele me avisou que às 9 horas da noite haveria uma reunião. Jeb iria comunicar o fim que os planos para a caverna teriam.

Fui no quarto ver que horas eram e o relógio marcava 8h30min. Eu e Ian precisávamos tomar um banho e ainda nos arrumar. Estava em cima da hora.

Peguei as roupas e fui com ele para a sala de banhos.

Eu ainda não tinha me acostumado exatamente com a escuridão da sala. Às vezes esbarrava numa pedra ou coisa parecida.

Ouvi Ian entrar na água e entrei logo em seguida, aproveitando para lavar minha roupa que estava suada.

Afundei minha cabeça inteira e fiquei até não ter mais fôlego.

A água quente tinha um efeito relaxante. Peguei o sabão e passei-o rápida e levemente pelo corpo.

–Peg, você pegou o sabão? – Ian perguntou se aproximando de onde eu estava.

Procurei as mãos dele e coloquei o sabão.

Ele agradeceu e eu saí da água para me enxugar.

Vesti a roupa e passei a toalha ruidosamente pelo cabelo.

Em pouco tempo Ian também saiu e quando ele acabou de se vestir, fomos para o quarto.

Tínhamos mais cinco minutos e me apressei ao pentear o cabelo.

Após terminarmos, partimos em direção à sala de jogos.

Estava cheia, e Jeb já ia começar a falar. Ele estava la na frente, com Jared, Cal, Fernanda e Nate. Quando viu Ian, chamou-o para ficar com eles.

O grupo das reuniões já estava completo e Jeb começou:

–Bom, estamos todos aqui reunidos, espremido nessa sala minúscula, para que nós possamos dar a noticia de uma grande evolução. A caverna passará por grandes mudanças. Graças a ideia de Nate, nós iremos juntar as duas maiores células em um só lugar. A nossa caverna será a casa de todos eles agora. Esse será um grande passo para nós. Uma salva de palmas para todos aqueles que participaram das reuniões e ajudaram a tomar a melhor decisão para todos. – Jeb apontou para aqueles que estavam junto com ele na frente e todos aplaudiram.

A caverna encheu-se de murmúrios felizes e surpresos de todos. Jeb dispensou todos e as pessoas saiam sem pressa da sala.

Esperei por Ian, que tentava passar pela multidão.

–Isso é legal, né Peg!– Jamie disse animado – Já pensou todo mundo junto? Seria muito legal você não acha, Peg?

Ri do seu entusiasmo.

–Pois é, Jamie. Agora vão ficar todos juntos.

–É! Vou ver o que a Mel achou. Tchau Peg! – Ele me deu um beijo na bochecha.

–Tchau Jamie!

Esperei Ian passar e saímos de mãos dadas.

–Então, o que acha? – Perguntou com um sorriso, me contando de como as mudanças ocorreriam.

–Os caminhões poderiam ser usados sem problema. Não sei como não pensamos numa coisa tão obvia! Ainda decidiremos quando isso ocorrerá. Provavelmente ainda demorará um pouco. O que achou?

–Sem duvidas é melhor que o projeto anterior.

–Eu achei que demoraria muito mais para a decisão ser tomada, mas Nate adiantou as coisas. – Ele riu.

Dei um sorriso.

–Vocês estão progredindo muito. Unir células... É um grande passo.

–Por que diz isso? Nós estamos progredindo. Você é uma de nós, Peg.

Suspirei.

–Olha, nada o que aconteceu foi culpa sua. Sei que você não queria que a Terra fosse tomada. Pare de querer tomar a dor do mundo e comemore a nossa vitória.

Fiquei em silencio, dando apenas um sorriso fraco.

–Você sabia que é a minha alma preferida?

–E você sabia que é meu humano preferido?

Ele riu baixo.

–Verdade? – Perguntou. Agora estávamos no corredor dos quartos.

–Sim. E tenho como provar. – Enrosquei seus cabelos em minha mão e lhe dei um beijo. Era para ser rápido, mas acho que ele não quis isso. Ian me segurou pelos ombros e me guiou até a parede, me fazendo ficar encostada. Ri contra seus lábios.

–Ian, para! Alguém pode estar chegando!

–E daí? – Ele disse beijando faminto perto da minha orelha.

–E daí que eu morreria de vergonha se alguém nos visse. Para!

Ele se afastou um pouquinho e fez um muxoxo.

–Não. – Ri.

–Me da um beijo que eu paro.

Rolei os olhos. Ian era tão infantil às vezes. Era engraçado.

Fiz o que pediu e ele sorriu.

–Por que estamos indo para o quarto? – Ele perguntou.

–Preciso trocar de blusa. Eu já usei esta ontem, e está suja. Tinha esquecido de por para lavar.

Entrei no quarto e Ian esperou do lado de fora. Coloquei uma blusa básica preta.

Depois que saí, fui ajudar a fazer pão.

–Tenho que regar o campo agora – Ian disse e me deu um beijo.

–Está bem. – Concordei e vi ele sair.

Terminei de amassar a massa e coloquei-a no forno.

–Sunny, pode olhar a massa pra mim? Preciso ver se as roupas já secaram.

–Claro – Ela respondeu com um sorriso. Retribui agradecida e fui para o riacho.

Estava tudo seco. Tirei-as do chão e levei para o quarto.

A maioria das blusas era de Ian. Guardei-as na gaveta e arrumei as minhas em um pequeno baú.

Sempre as deixava num canto do chão secando, embora não gostasse muito. Preferia deixá-las no quarto, mas molhava tudo.

Sai do nosso quarto e fechei a porta.

– Olá – Uma voz sussurrou no meu ouvido.

Continua...