Coalescência escrita por Lany


Capítulo 5
Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo amorecos! Aproveitem.
Boa Leitura!



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    O lápis deslizava sobre o papel com uma facilidade já tão conhecida por mim, formando e moldando um enorme lobo que aos poucos começava parecer cada vez mais com o Seth.

  Os alunos começaram a encher suas cadeiras poucos segundos depois que o primeiro toque do dia se fez ouvir. Acompanhei com minha visão periférica os pequenos grupos se formando e a conversa ressoar por mim. Estranhei e agradeci o louro arrogante não ter chegado ainda.

 Minha atenção voltou exclusivamente para a imagem a minha frente.  

-Oi! – Andrew sentou ao meu lado com um enorme sorriso.

 Retribuir o cumprimento com um sorriso desgostoso, lembrando do dia anterior.

-Você não ficou chateada... pelo o que eu falei, ficou? Se ficou me desculpe eu sou meio... idiota as vezes. 

-Você esta certo. –Fechei o caderno de desenhos esboçando um sorriso dessa vez verdadeiro. –Você foi um idiota.

Andrew fez uma careta em resposta ao meu comentário.

-Isso significa que estamos bem, certo? –Estendeu a mão, a peguei.

-Certo! –Balançamos as mãos como se acabássemos de fechar um negocio.

  Jasper parou em frente a mesa, encarando o seu lugar de costume ocupado por Andrew o mesmo ficou mais pálido com a presença do louro tão próximo a nós. Conferi se o escudo permanecia sobre minha energia. Intacto, da mesma forma que estava quando sair de casa.

 Andrew deslizou tomando o maior cuidado para não invadir o espaço de Jasper.

-Nos vemos no almoço?! –Ele não esperou uma resposta e saiu rapidamente.

 Voltei a abrir o caderno e continuei com meu desenho, ajudava á passar o tempo e tornar a presença de Jasper mais imperceptível.

 -Bom dia! É... Por favor... Com licença. –Uma mulher de fisionomia cansada tentava chamar a atenção da sala. –Por favor... Vocês ai... –Ela respirou fundo antes de pegar um dos enormes livros de literatura e choca-lo contra a mesa de madeira fazendo todos se calarem.

-Agora sim! –Ela murmurou. –O professor John esta resolvendo alguns problemas pessoais! Peço encarecidamente que vocês continuem em sala de aula. –Ela pareceu implorar a ultima parte, saiu fechando a porta atrás de si.

  Os alunos voltaram a conversar dessa vez em um tom mais alto e animado, entretanto uma voz melodiosa, grave e forte se fez ouvir ao meu lado:

-Pelo menos hoje você não precisara se preocupar com o mau humor do senhor Jonh! –Demorou alguns segundos até eu me dar conta que ele realmente estava falando comigo.

 Apoiei a lateral do rosto em uma das mãos o encarando com a sobrancelha erguida, o mesmo ato superior e irritante que ele havia feito ontem.

- Tudo bem! Eu mereço essa e aproveito a chance para desculpar-me pela minha falta de educação. –Um sorriso moldou estranhamente seu rosto. –Jasper Hale, é um imenso prazer conhece-la Mary Alice.

-É só Alice!

-Alice. –Repetiu simpaticamente, o que me assustou. –Então? O que a fez mudar para Forks?

-Eu moro com minha avó... e... bom... ela preferi... cidades pequenas. –Xinguei-me internamente por me atrapalhar com a historia que dissera já tantas vezes.

-Então vocês estão no lugar certo. –Segui ate o mais leve movimento que seus lábios faziam. Balancei a cabeça e voltei a encara-lo.

-Espera?! Por que seus olhos são tão estranhos, quer dizer eles... ontem estavam preto e hoje... –Deixei a frase incompleta, tendo a plena certeza que ele intendeu o que quis dizer.

-Posso dizer o mesmo em relação aos seus, eles não mudam de cor, não que eu tenha percebido, mas são estranhos.

 -Herança de família! –Respondi rapidamente, torcendo para que ele não tenha percebido meu nervosismo.

-Posso apostar que essa marca também é de família. –Suas mãos gélidas encostaram pouco acima do meu pulso onde as marcas que envolve meu corpo começavam.

 Recolhi o braço rapidamente puxando a manga do casaco para baixo cobrindo o ponto mais escuro.

-Para quem não queria falar, você pergunta de mais.

-Desculpe, é que você me deixa confuso. –Ignorei o comentário pondo um fim em nossa conversa.

  Jasper pegou suas coisas e seguiu até a porta semiaberta assim que o som estrondoso se fez ouvir. Coloquei a bolsa sobre o ombro e peguei meus livros, mais calma agora que ele não estava aqui.

-O Hale parecia mais receptível com você hoje. –Andrew disse me acompanhando até a saída.

-É! Ele estava.

 Andrew começou um dialogo que mais parecia um monologo já que eu estava completamente envolta de meus próprios pensamentos. As aulas foram passando e cada minuto me repreendia por estar pensando em Jasper.

  O céu estava nublado e algumas gotas de chuva começavam a cair quando cheguei ao estacionamento. Avistei os Cullen próximo a BMW vermelha e ao volvo prata, entretanto o que mais me chamou atenção era a figura morena, de camiseta branca e de short jeans surrado que estava com eles.

-Seth? –Não passou de um simples sussurro, no entanto incoerentemente ele parecia ter me escutado, virou e no mesmo instante abriu o seu famoso sorriso.

   Com os cabelos úmidos por conta das poucas gotas que começavam a cair, Seth atravessou o estacionamento com passos largos.

-Oi gata! –Disse com os braços em volta de meu corpo, retribuir o abraço sem me importa com o volume que provavelmente ele estaria sentindo nas minhas costas.

-É oficial! Você esta me seguindo!

-Pra ser sincero –Ele suspirou teatralmente. –Fiquei com saudades. –A maioria dos alunos encaravam Seth como se ele fosse um membro de uma gangue ou algo parecido.

-Não sabia que você conhecia os Cullens? –Perguntei assim que vi os olhos deles sobre nós.

-Eles são velhos amigos!

-Amigos? –Ergui as sobrancelhas em duvida. O “clubinho” Cullen parecia ser bem exclusivo.

 Seth confirmou com a cabeça e finalizou dando de ombros. Ele não parecia querer a falar sobre os cullen então mudei dei de assunto:

-Quer... uma carona? –Gesticulei para o porshe amarelo canário que estava a poucos passos a nossa frente, com um grupo de garotos “babando” sobre o meu bebê.

-Só por curiosidade, Você anda roubando o que?

-Como?

-Esse carro?

-Foi um presente, da Liz. –Disse entrando no automóvel, Seth se acomodou no banco de passageiro.

-Se ela quiser me adotar eu estou disponível. –Apertei as mãos sobre o volante ouvindo o ruído do motor junto com a gargalhada de Seth.

 .*.*.*.

-Eu posso te deixar na reserva se você quiser! –Insistir com o carro estacionado em frente a minha casa.

-Não precisa.

-Se você não quiser que eu vá pode levar o carro e amanhar mais cedo você vem d...

-Não é isso! –Ele me cortou. -Se você for ou eu levar o carro eu vou me meter em confusão. –Me lembrei da noite passada quando Seth havia dito que os lobos podem ler os pensamentos uns dos outros.

-Ontem... foi muito difícil? Você sabe...

-Não muito! Eu estou vivo não estou –Cobri a boca com a mão pensando no que eles poderiam ter feito com Seth. -É brincadeira! –Avisou ele assim que entendeu minha expressão, bate em seu ombro, embora tenha certeza que doeu mais em mim do que nele. –Mas é bom saber que você se preocupa comigo.

  Seth aproximou-se de mim, o calor de seu corpo era tão intenso que parecia penetrar em minha pele, meu nervosismo fazia o vento chicotear o vidro do carro e o mesmo parecia cada vez menor.

-Você... você quer entrar? –Perguntei desvencilhando-me do rosto de Seth que já estava a poucos centímetros do meu.

-Você é rápida! Essa é a segundo vez que nos encontramos e você já está me convidando para entrar. –Arregalei os olhos percebendo o duplo sentido na frase.

-Seth! –Praticamente gritei saindo do carro. Batemos as portas do veiculo em sincronia.

-Você sabe que só estava brincando. –Sussurrou da forma mais brincalhona e amigável possível. -Tenha uma boa noite. –Apenas agora, observando a camada alaranjada que tomava conta do céu, percebi quanto tempo fiquei fora de casa. Liz deveria esta surtando de preocupação.

-Boa noite. –Murmurei ao som dos passos de Seth correndo pela floresta.

 Adentrei a casa esperando encontrar vovó andando de um lado para o outro, estranho, não havia ninguém.

-Liz? –Chamei preocupada assim que tive certeza que ela não estava ali.

-Vovó? –Voltei a chamar encaminhando-me para a cozinha.

    Peguei o bilhete sustentado pelo um ímã na geladeira:

  Depois de nossa ultima cessão (falhada) de meditação precisava urgentemente entrar em sincronia com meu corpo e minha mente, gostaria que tivesse vindo mas você demorou.

Ps: Achei o livro ele esta sobre a sua cama.

 Subi as escadas lentamente contado cada um dos degraus, entrei em meu quarto jogando o casaco e a bolsa em um canto qualquer, como Liz disse no bilhete o enorme livro estava sobre a cama o tirei de lá deixando-o na mesinha de cabeceira.

 Arranquei a imagem do lobo que havia desenhado no caderno, fiquei em pé na cama e com uma pequena tachinha a coloquei na parede junto com varias outras imagens que tinha desenhado, algumas bizarras como: a minha imagem de costas com as asas e os braços abertos ou os pés machucados e sujos do sonho que eu venho tendo frequentemente, outros desenhos me tranquilizavam e me passavam alegria como Liz e eu caminhando por uma trilha ou... o louro de olhos estranhos que eu desenhei no primeiro dia que o vi.


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Notas finais do capítulo

N/A: Mais um capítulo escrito com muito carinho! *-*
Infelizmente esse cap não foi betado já que a TaTa chegou ao limite de mesagens recebida no nyah!
No entanto espero que estejam gostando.
Bjoksss e até o proximo domingo.