Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo a Just Another Girl, pela recomendação linda que ela me deixou.
Boa leitura, divas! ♥



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- Por que você não quer vir? – Kim parecia desapontada. – É Ação de Graças, e não vou te deixar sozinha.

- Vai, sim. Não fui convidada, e estou cansada.

Mas Kim também não tinha certeza disso. As últimas 24 horas tinham sido de esgotar, Marie parecia exausta e desanimada. Kim chegara mesmo a ligar para o Dr. Jones do telefone da cozinha, onde Marie não escutaria. Lhe explicou o que tinha acontecido, e o conselho dele foi deixar Marie em paz. Deixar que andasse no seu ritmo e fizesse o que tinha vontade. Graças ao conselho dele, Kim resolveu não forçar a barra.

- Tudo bem, mas tem certeza de que não vai se sentir sozinha?

- Não, acho que vou ficar dormindo. – Sorriu cansadamente pra amiga e abafou um bocejo. – Não acho que eu vá sentir muita falta do Dia de Ação de Graças, esse ano.

As duas mulheres trocaram um sorriso, e Marie já estava dormindo quando Kim saiu.

                                                      ***

Kimberly andou pelas ruas estreitas de Sausalito e virou num pequeno beco que dava para o mar, e chegou. Uma pequena cerca de estacas brancas, uma imensa moita coberta de margaridas, e uma casinha logo atrás. Era a jóia que Marie havia descrito, e Kimberly ficou apaixonada à primeira vista. Os braços dela estavam cheios de pacotes, e lutou pra alcançar a campainha. Um momento mais tarde, Marie abriu a porta. Usava jeans e sapatilhas vermelhas, e uma blusa branca soltinha. Tinha o cabelo preso num coque frouxo, e um sorriso meigo para a amiga nos olhos.

- Feliz Natal! Que bom que pôde vir. – Estendeu os braços pra Kim, e as duas se abraçaram. – Deixei a sua casa só a duas semanas, e já estou com saudades.

- Não fique, isso aqui é maravilhoso. – Kim entrou com ela e olhou ao seu redor.

Marie trabalhara duro, pintando a cozinha, limpando o chão. No canto havia uma minúscula árvore de Natal com bolas prateadas e luzes que piscavam.

- E aí, gostou mesmo? – Marie parecia uma garotinha, sorrindo. Pela primeira vez em muito tempo parecia feliz e em paz. Em apenas algumas semanas havia descoberto algo de si mesma.

Não havia muitos móveis na alegre salinha da frente, mas o que havia era confortável e convidativo. Havia plantas por toda a parte, e garrafas velhas cheias de flores. Alguns dos seus quadros prediletos estavam pendurados nas paredes. Ela própria fizera as cortinas de uma fazenda de rendão engomado que descobrira num malão. Parecia viver ali à anos. Kim olhou ao seu redor, e se acomodou numa cadeira.

- Estou apaixonada pela casa, Marie, posso ficar?

- Pelo menos por um ano, mas acho que vai encontrar coisas esquisitas. A água quente vem e vai, o forno leva uma semana pra aquecer, as janelas emperram, a chaminé deixa entrar fumaça... – Sorriu. – Mas eu a adoro. Não é igual a uma casinha de bonecas?

- Isso mesmo, e gosto dela muito mais do que da minha, que não tem nenhum charme.

- A sua tem muito mais classe, mas essa serve. – Ninguém teria acreditado que um mês antes ela vivia em esplendor. Parecia perfeitamente feliz de estar onde estava. – Café? – Perguntou, e Kim fez que sim. Marie desapareceu, depois voltou com duas canecas fumegantes.

- Então, o que tem de novo?

- Estou pintando de novo. – Parecia feliz e orgulhosa.

- É, eu vi. O que vai fazer com eles?

- Vender, talvez. Já vendi dois ou três, e eu pude comprar os móveis, os pratos e a roupa de cama. – Três quadros e os brincos de jade com diamantes. Mas não explicou isso pra Kim. Não havia mais nada que quisesse, exceto o seu filho. O resto não tinha mais importância, nenhuma.

- Onde está vendendo os quadros? – Kim olhou pra ela com um propósito em mente, mas Marie notou qual era.

- Não é da sua conta. – Abriu um sorriso e tomou um gole do chá.

- Por que não deixa que ele venda os seus quadros? Você não precisa vê-lo. – Kim tinha visto Justin na semana anterior, e ele estava muito abatido. Teve vontade de lhe dar o endereço de Marie, mas sabia que não podia. Marie tinha que achar o seu próprio caminho de volta pra ele, se é que ia achar. Kim estava começando a ter as suas dúvidas, Marie parecia mais feliz sozinha. – Por que não telefona para o Justin com relação ao seu trabalho?

- Não seja boba, Kim, o que isso provaria? Ele provavelmente ficaria muito bravo se eu ligasse pra ele pra lhe pedir que cuidasse do meu trabalho.

- Duvido. – Mas quem sabe estava certa? Ele nunca mais perguntou a Kim por ela. Nenhum dos dois falava em Marie. – E quanto a Mike, teve notícias dele?

- Liguei pra ele uma vez depois que falei com o meu advogado, e ele entendeu. Não tem o que discutir, na verdade.

- Acha que vai se casar com aquela moça?

Marie soltou um suspiro e depois ergueu os olhos com um sorriso.

- Pode ser, ela está morando com ele na casa.

- Como sabe que ele está vivendo com a tal garota?

- Margaret me contou quando liguei um dia desses pra ver como ela estava. Parece que ela vai se demitir no mês que vem, o que é muito bom. Ele não precisa de mais nada que lembre de mim, por lá. É melhor começarmos de novo.

- É o que você está fazendo? – Perguntou Kim, e Marie concordou com outro sorriso.

- Estou. A casa e o meu trabalho me mantém ocupada. Quero terminar o quarto do bebê, mês que vem.

Kimberly sorriu pra ela e as duas se acomodaram para uma conversa gostosa. Passava das cinco horas quando Marie finalmente se levantou e acendeu todas as luzes.

- Nossa, estávamos sentadas aqui no escuro.

- E está na hora de eu ir pra casa. Vai fazer alguma coisa no Natal?

- Não, acho que vou gostar de passar um Natal sossegado... Aqui.

- Vou para as montanhas esquiar um pouco, quer vir?

Marie riu e apontou pra barriga agora desenvolvida. Finalmente estava com quase cinco meses.

- Acho que não vou esquiar muito esse ano.

- Eu sei, mas você podia só vir junto.

- E congelar? Não, prefiro ficar por aqui.

- Tudo bem, mas vou deixar o meu telefone com você. Pode ligar pra mim se precisar, sabe disso.

- Sei, sei. – Pegou os presentes que comprara pra Kim, e lhe entregou. – Feliz Natal, espero que seja um lindo ano.

Kim olhou sorridente para a barriga da amiga e assentiu.

- Vai ser.

                                                       ***

O Natal veio e se foi sem nada do esplendor e cerimônia dos anos passados. Não havia perfume francês em frascos de cristal, nem brincos de brilhantes. Havia quatro presentes de Kim, abertos à meia-noite da primeira véspera de Natal que jamais passara sozinha. Teve medo disso, a princípio, medo de como seria ficar sozinha, medo de não agüentar a solidão, mas não foi solitário, só um pouco triste.  Pegou-se sentindo falta de Mike, porque o Natal sempre fora com ele... As comemorações, o barulho, o presunto ou o peru, Margaret na cozinha, e montanhas de caixas de presentes. Era a atividade que lhe fazia falta, mais do que as riquezas; eram os rostos que lhe traziam saudades, tarde da noite. Tomou chocolate quente e ficou sentada junto à árvore, e lhe ocorreu ligar pra Justin. Estaria sozinho, também? Imaginava que estivesse em Carmel. Na distância, podia ouvir os cantores de canções natalinas que passavam, e se pegou cantarolando Noite Feliz enquanto se despia. Estava menos cansada do que nos últimos meses, agora, na verdade sentindo-se melhor do que se sentia à muito tempo. A vida agora era bem mais simples, a sua única preocupação era financeira, mas até isso estava sob controle. Tinha descoberto uma pequena galeria em Bridgewater que vendia o seu trabalho – por apenas algumas centenas de dólares cada – mas era dinheiro suficiente para pagar o aluguel e comprar o que mais precisasse. Ainda lhe sobrava algum dinheiro da venda do brinco de jade com diamantes, e tinha um cofre individual no banco cheio de jóias que podia vender durante os meses seguintes. Teria que vender mais quando chegasse a hora de ter o bebê, e Mike teria que lhe dar alguma coisa, quando fossem aos tribunais. Sorriu consigo mesma enquanto se enfiava na cama.

- Feliz Natal, bebê. – Acariciou a barriga e ficou deitada de costas, e logo adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o Natal já passou a séculos, mas finge que aqui não, ok? u.u KKKKKKKKKK
Desculpa pelo capítulo pequeno, mas é que teve que ser assim, porque no próximo, que vai ser o último, tudo vai ser esclarecido.
ISSO MESMO, O ÚLTIMO DDDDDDD: Passou tão rápido, mas enfim, aproveitem esse.
O que acham que vai acontecer no próximo capítulo? Tô louquinha pra saber o grau de ansiedade de vocês, muahahahaha!
Até a próxima, babiessss. ♥



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