Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá, boa leitura (:



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- Bom dia, dormiu bem? – Olhou pra ela, deitada na cama.

- Perdeu o avião?

Não houve menção à semana anterior, ao fato de que ela havia literalmente fugido de Paris.

- Perdi. Não consegui arranjar táxi, houve um engarrafamento no trânsito, dez mil pequenos incidentes, e tive que esperar seis horas pelo vôo seguinte. Como está se sentindo?

- Bem. – Sentia-se podre, e desejava estar morta. Tudo o que queria era Justin, mas não desse jeito, não com o bebê de Mike.

- Quero que vá ao médico hoje. – Falou Mike. – Você mesma marca hora?

- Tanto faz. - Por que tão dócil? Não estava gostando do que via. Ela parecia abatida e pálida, nervosa e infeliz, e no entanto indiferente a tudo que ele dizia.

- Quero que vá hoje. – Repetiu.

- Ótimo, posso ir sozinha. – Os olhos dela cuspiam fogo.

- Vai hoje?

- Sim, e você? Aonde vai hoje, Atenas ou Roma? – Ela passou por ele, entrou no banheiro e fechou a porta.

Iam ser oito meses deliciosos, pensou Mike sombriamente. Quando o bebê chegasse um mês mais tarde do que Marie esperava, ele ia simplesmente lhe dizer que passou do prazo. Isso acontecia o tempo todo, bebês que nasciam três semanas atrasados. Pensou nisso durante toda a viagem de avião. Caminhou até o banheiro e falou firmemente pra porta fechada.

- Vou estar no escritório se precisar de mim, e não deixe de ir ao médico. Hoje. Entendeu?

- Sim. – Manteve a voz firme para que ele não soubesse que estava chorando. Não podia continuar desse jeito, não podia viver assim, era demais. Tinha que abandoná-lo, voltar para Justin, com ou sem essa criança. Mas teve uma idéia. Quando ouviu a porta da frente bater, saiu do banheiro e foi direto para o telefone.

- Marie? – Pareceu surpreso, ela raramente ligava.

- Oi, Dr. Jones. – A sua voz ficou trêmula de alívio, apenas de escutá-lo. Ele a ajudaria, sempre ajudara antes. – Estou com um problema, um problema muito grande. Posso ir ver você?

O médico pôde notar a urgência na voz dela.

- Quando quer vir, Marie? Hoje?

- Vai me odiar se eu disser que sim?

- Não vou te odiar, mas pode ser que você arranque o pouco cabelo que me resta. Não dá pra esperar?

- Não, vou ficar louca.

- Tudo bem, esteja aqui em uma hora.

Ela foi, e ele se ajeitou na enorme poltrona de couro vermelho.

- E então?

- Estou grávida.

- E como se sente?

- Péssima. É a hora errada... E tudo nisso está errado.

- Mike também pensa assim?

O que ele tinha a ver com isso? O que importava? Mas tinha que ser honesta.

- Não, ele está feliz. Mas há mil razões porque acho que está errado. E se o bebê morrer, e se uma coisa daquelas acontecer de novo?

- Se é esse o problema, você sabe que não precisa se preocupar. Não vai acontecer de novo. Mas acho que o que está me dizendo, Marie, é que não quer esse bebê, não importam os motivos. Ou existem motivos que não quer me contar?

- Eu... Sim. Eu... Não quero o filho de Mike.

O doutor ficou atônito.

- Algum motivo especial?

- Durante todo o verão, eu pensei em deixá-lo.

- E ele sabe? – Perguntou. Ela sacudiu a cabeça. – Isso complica as coisas. Mas o bebê é dele?

- O bebê é dele. – Hesitou, depois continuou. – Porque estou grávida de dois meses. Se fosse menos, não seria dele.

- Como sabe que está grávida de dois meses?

- Me disseram na França.

- Podiam estar errados, mas provavelmente não estão. Por que não quer o bebê? Por que é de Mike?

- É, e não quero ficar amarrada a ele mais do que estou. Se eu tiver o bebê, não posso simplesmente me levantar e ir embora.

- Então, o que faria?

- Não posso voltar para o outro homem com o filho de Mike.

- Poderia.

- Não, doutor, não poderia.

- Não, mas não tem que ficar com Mike porque vai ter um filho dele. Poderia se separar assim mesmo.

- Como?

- Acharia um jeito, se é o que quer mesmo.

- Não é. Quero... Quero outra coisa. - E então ele entendeu. – Quero um aborto, é pra isso que estou aqui.

- Acha que poderia viver com isso? Depois, você sabe, não tem como voltar atrás. É quase sempre uma situação que cria remorso, culpa, arrependimento. Você vai sentir isso por muito tempo.

- No meu corpo?

- No seu coração... Na sua mente. E se o filho fosse do outro homem, ainda ia querer o aborto?

- Não posso me arriscar. Tenho que me livrar dele, para o caso de ser de Mike. E não tem motivos pra pensar que os médicos da França cometeram um erro.

- Às vezes acontece, eu mesmo já cometi erros.

- Tenho que fazer isso, o senhor fará por mim?

- Se é o que você quer, sim. Mas primeiro eu quero te examinar e ver se concordo. Pode ser que nem esteja grávida. – Mas estava. E ele concordou que provavelmente de dois meses, embora fosse difícil de dizer logo no começo da gravidez. Era melhor fazer logo a operação. Marie parecia tão resolvida! – Amanhã? – Perguntou ele. – Venha às sete da manhã e poderá ir pra casa às cinco. Vai contar ao Mike?

- Vou dizer que perdi o bebê.

- E então?

- Não sei, resolvo depois.

- E se resolver ficar com Mike e ter outro filho, mas depois desse descobrir que não pode mais ter? Irá se destruir com o sentimento de culpa?

- Não, não posso imaginar isso acontecendo, mas se acontecer, terei que viver com ele. E viverei.

- Tem certeza?

- Absoluta. – Ela se levantou, ele assentiu e anotou o endereço do hospital para o qual queria que ela fosse. – É perigoso? – Nem tinha pensado em perguntar isso, não estava mesmo se importando. Preferia morrer do que continuar grávida do filho de Mike.

O Dr. Jones sacudiu a cabeça e lhe deu um tapinha no braço.

- Não, não é.

                                                          ***

- Aonde vai a essa hora? – Mike levantou a cabeça e olhou pra ela, que estava saindo da cama, irritada consigo mesma por ter acordado-o.

- Para o meu estúdio, não consigo dormir.

- Devia ficar na cama. – Mas os olhos dele já estavam fechados.

- Vou passar muito tempo na cama hoje. – Pelo menos isso era verdade.

- Tudo bem.

Mas ele já estava dormindo de novo quando ela terminou de se vestir, e não a viu sair. Deixou-lhe um bilhete: ia sair e estaria de volta à tarde. Poderia ficar aborrecido, mas jamais saberia, e quando ela voltasse seria tarde demais. Enquanto esperava que o motor do carro esquentasse, se pegou pensando em Justin de novo. Então, sem motivo aparente, se lembrou da pergunta que o médico lhe fez: e se o bebê fosse de Justin? Mas não podia ser, como seria? Dois meses atrás ela fizera amor com Mike, mas também conhecera Justin no final de junho, também podia ser dele. Por que não podia ter certeza? Por que não podia estar grávida de apenas um mês, ao invés de dois?

- Merda! – Exclamou em voz alta, enquanto colocava o pé no acelerador e dava a marcha ré para o meio da rua. Mas e se fosse o filho dele? Ainda iria querer o aborto? Teve uma vontade súbita de conversar com ele, contar-lhe, perguntar-lhe o que achava, mas isso era uma loucura. Dirigiu diretamente para o endereço, a cabeça começando a rodar.

Ela parecia pálida e abatida quando chegou. O Dr. Jones já estava esperando.

- Tem certeza? – Perguntou. Ela fez que sim, mas havia algo nos olhos dela de que não gostou. – Vamos conversar.

- Não, vamos apenas operar.

- Está certo.

Deu instruções à enfermeira e Marie foi conduzida a um pequeno quarto onde mandaram que vestisse um avental de hospital.

- Aonde vão me levar?

- Para o fim do corredor. Vai ficar por lá o dia todo.

De repente, pela primeira vez, teve medo. E se doesse? E se morresse? E se tivesse uma hemorragia ao voltar pra casa? Se... A enfermeira começou a explicar a técnica para Marie, e essa se sentiu ficar pálida.

- Entendeu?

- Sim. – Marie não pôde pensar em outra coisa pra dizer. Desesperadamente, ansiou por Justin.

- Está com medo? – A enfermeira tentou parecer meiga.

- Um pouco.

- Não tenha, não é nada.

Marie sentou-se no seu quartinho, esperando. Finalmente, conduziram-na pelo corredor até um quarto, onde a puseram na mesa apropriada, com os pés amarrados aos suportes. Era como as salas de parto em que dera à luz aos dois meninos. Uma sala de parto... Não de aborto. Sentiu-se ficar toda suada. Deixaram-na sozinha por quase meia hora, e ela ficou deitada ali, com os pés pra cima, lutando contra a vontade de chorar e lembrando-se que logo terminaria. Terminaria. Eles o arrancariam de dentro dela com aquela máquina. Sentiu as pernas começarem a tremer. Pareceu levar horas até o Dr. Jones entrar na sala.

- Marie, vamos te dar uma injeção pra deixá-la meio tonta, e um pouco mais à vontade.

- Não quero. – Tentou sentar-se ereta, e se debateu com as pernas no ar.

- A injeção? Mas será bem mais fácil pra você.

- Não quero. Não a injeção, o aborto. Não posso. E se o bebê for de Justin? – O pensamento a atormentara durante toda a última hora, ou seria apenas uma desculpa pra não abortar?

- Tem certeza, Marie? Ou é apenas medo?

- As duas coisas, tudo... Não sei. – Ficou com os olhos cheios de lágrimas.

- E se o bebê fosse apenas seu, e de mais ninguém? Se não houvesse homem algum envolvido, se pudesse ter o bebê apenas pra você, iria querê-lo? – Ela ergueu os olhos pra ele e assentiu, silenciosamente. Ele lhe desamarrou as pernas. – Então vá pra casa, e resolva as coisas. Você pode ter o bebê sozinha, se quiser. Ninguém poderá tirar ele de você, será todo seu.

Ela se pegou sorrindo diante da idéia.

                                                         ***

Mike estava no chuveiro quando ela chegou em casa, e subiu até o estúdio, entrando e trancando a porta. O que tinha feito? Tinha resolvido ficar com o bebê, e o que o médico disse era verdade. Podia ter o bebê sozinha, e torná-lo apenas seu. Podia, não é? Ou o bebê sempre seria de Mike? Subitamente, soube que jamais escaparia. O bebê era de Mike, não tinha ainda a coragem de tê-lo sozinha. E que importância tinha? Já tinha perdido Justin.


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Notas finais do capítulo

Oi, amores, como vocês estão? (:
E agora, o que será que a Marie vai fazer? Ansiosas? Haha, é pra ficar mesmo. Será mesmo que ela perdeu o Justin? Vamos ver............ Me deixem reviews.
Passei de ano!!!!!!!! Isso é ótima, eu tava com um medão.. Ensino médio que me aguarde ano que vem, lol.
Quero desejar um Feliz Natal pra todas vocês e suas famílias, já que não vamos nos ver até lá. Que todos os sonhos de vocês se realizem, sejam muito felizes.
Beijos e até a próxima! ♥