Diário de Uma Dor escrita por nafrancine


Capítulo 3
Capítulo 3 - 27 de julho de 2011


Notas iniciais do capítulo

Ai ai ai pessoal... Esse dia foi uma coisa de louco pra Felippa! Já já vocês vão entender por quê.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153947/chapter/3

Prefiro não escrever a situação da minha vida nos últimos sete dias, vocês não achariam tão interessante. O que contarei hoje será mais dinâmico e um problema completamente absurdo.

Depois do dia 20 nada de útil aconteceu. Ele continuou com a cara de bunda, agiu de forma vazia e sem animação para comigo e eu só segurando a minha raiva para não explodir novamente e bater de verdade naquele rosto irônico. Dentro de casa a pressão para conseguir logo um novo emprego só sufocando-me. Será que as pessoas não percebem que estas coisas não são fáceis? E outra, tenho o seguro desemprego por alguns meses posso ficar de boa por algum tempo e pagar a faculdade sem nenhum problema. Alguém conhece vagas de estágio em Recursos Humanos por aí? Aceito qualquer uma com o valor do salário acima de 700,00 reais. Rsrs.

Hoje não fiz nada demais. Acordei meio dia, comi alguma coisa desnecessária para o meu organismo e liguei para o Lucas. Que novidade, o celular desligado. Desta vez não fui trouxa o bastante pra ligar na casa dele pedindo pra carregar o celular vou deixar por conta dele. Se vir, maravilha, se não vir foda-se. Eu dou carinho atenção tudo que ele “merece” e o que ganho em troca? Falta de reconhecimento. Vamos ver se fazendo nada ele vai melhorar. Medidas desesperadas pedem ações desesperadas.

Quem tem canais assinados sabe que é uma maravilha né? Depois de comer sentei no sofá e procurei algum filme legal para assistir. Estava passando Sherlock Holmes na HBO e com certeza eu assistiria. O ator que interpreta este detetive brilhante é muito lindo, vamos combinar né? O parceiro dele também, fala sério. Uma droga ter memória fraca acabou que esqueci seus nomes. Enfim, quem assistiu ao filme sabe do que estou falando. Este filme tem umas duas horas e alguns minutos de duração e quando comecei a assistir era quase duas horas, então imaginem a minha alegria ao perceber que eram mais de quatro horas da tarde e nenhum sinal da criatura sim? Pois bem, por ventura resolvi ligar para o Lucas e saber se o celular enfim estava ligado, bingo! Estava, aleluia. Ele atendeu todo carinhoso, quando começa falando assim eu já sei que ele já sabe que ele esta encrencado. Perguntei se estava tudo bem e se viria pra cá para sairmos. “Ah não encontrei o carregador do celular, só agora pouco. E já to indo pro ponto pegar o ônibus.” Isso significava que ele estaria aqui só depois das cinco horas e teríamos apenas três horas e meia para ficar juntos. “Ah, tudo bem Lucas. Estou aqui te esperando então.” Não ia estressar por causa dele, ainda mais porque tinha acabado de assistir ao Sherlock e estava sob o efeito do filme que é absurdamente contagiante.

A fim de descarregar todas as minhas energias negativas decido tomar um banho. O mesmo durou uns quarenta minutos relaxei pra valer. Uma dica para as pessoas que não costumam passar hidratante no corpo depois do banho: façam isso. O hidratante refresca o corpo, deixa a pele lisinha e sem contar que com o corpo descarregado da negatividade o hidratante absorve apenas a positividade tranqüilizando tudo em você. Eu simplesmente não chamo o banho de banho e sim de relaxante. Enfim, chega de dicas de saúde né? Rs.

Arrumada, cheirosa e bem disposta aguardei a chegada do senhor Lucas em minha residência. Deu tempo de tomar café e assistir o começo da Malhação quando ele chegou. Desci e o recebi com um selinho e uma pergunta “O que vamos fazer a essa hora?” Ele respondeu que não sabia e lá foi o cérebro pensar no que fazer. É gostoso às vezes você decidir o que fazer, mas virar hábito já é um porre. “Vamos ao shopping então, quero comer batata recheada.” Falo e ele concorda sem dar nenhuma opinião. Isso já foi assunto de nossas conversas. Por que ele nunca expõe sua opinião sua vontade? Ser reservado é uma coisa, mas acatar tudo sem falar nada já é fora do comum. Por mim tanto faz, sempre terei as coisas que eu desejar e ele nem terá a vontade de questionar ou recusar. Bom e ruim.

O shopping não estava cheio. Pessoas chegavam depois do trabalho no intuito de descansar a cabeça e encontrar algo interessante. Como eu sei disso? Simples, roupas formais, rostos cansados e a esperança de esvaziar tudo e curtir o único momento do dia em que se pode ser humano de verdade. Já trabalhei e sei perfeitamente como funciona. Passeamos pelos corredores olhando as vitrines sem muito querer ver o que elas mostravam. Ele nunca falava nada a menos que eu falasse e segurava minha mão mais por obrigação do que por carinho. Odeio quando seus dedos ficam frouxos em minha mão, o que entendo disso é que ele não quer estar próximo de mim. Linguagem corporal diz mais do que as palavras, nunca se esqueçam disso. Mas tudo bem, ainda fiz questão de segurar fortemente sua mão e acariciá-la com o dedo. Por fim chegamos ao terceiro andar onde estavam os restaurantes, lanchonetes e bufês. Depois de tentar descobrir o que ele queria comer desisti. Fomos para a Batata Recheada. Escolhi o de quatro queijos e ele de carne seca. Esperamos alguns minutos e escolhemos um lugar bom para sentar e comer. Tudo aconteceu no mais incrível silêncio. A cada colher enfiada na boca ele olhava para outros lugares e eu fazia o mesmo. Teve um momento que ele começou a me olhar e eu não olhei de jeito nenhum pra ele. “Ta evitando olhar pra mim é?” Ele perguntou e eu não respondi. Mas como sou muito boba acabei olhando pra ele depois e os dois riram. A refeição enfim acabou e fomos embora. Não tinha mais nada de legal para se fazer no shopping e eu estava ficando cansada de tudo aquilo.

Em casa conversamos algumas coisas, insisti na tecla “Tem algo errado com você”, mas o rapaz é difícil. Eu faço psicologia e sei o que estou falando. Bom, era quase oito e meia da noite e decidimos encerrar nossa companhia naquele momento. Não me senti mal e nem fiquei com uma lasquinha de arrependimento na consciência. Retornei para o apartamento e segui direto para o computador. Depois de tudo ligado, MSN, facebook, email puxo assunto com alguns amigos no MSN. As conversas foram bem divertidas, assuntos tão bizarros, piadas, alguns esclarecimentos, coisas deste tipo. O que eu não esperava naquele momento era o Renato, um cara que não via há muito tempo, mas que às vezes converso no MSN falar comigo. A história dele é a seguinte, ano passado quando me mudei aqui para São Paulo ele foi a primeira pessoa que conheci e que fiquei. Foi apenas esta vez que ficamos os demais encontros foram as esbarradas que demos na faculdade, mas isso só no primeiro semestre depois nunca mais o vi. Este ano a única vez que falei com ele foi há uns três meses atrás, eu acho. E hoje, assim do nada, ele surge na tela do meu MSN perguntando como eu estava. A princípio era uma conversa típica. Como vai, as novidades, o que tem feito, esse tipo de coisa. Aí que eu levo um susto de verdade, ele fala que esta com saudades de mim e quer ficar comigo de novo. Eu como uma pessoa sensata disse que estava namorando sério e que não rolaria. Eu já sabia que o tipo de pessoa que Renato é fica resumido em: cafajeste! E não desistiria fácil. Relembrou o dia da nossa ficada, que ainda era muito recente em sua mente e que estava com vontade de me encontrar mais uma vez.  Disse que isso seria improvável de acontecer já que sou uma namorada fiel. Mas o cara insistiu vou contar a vocês. Tá louco. Bom, o pior de tudo é que eu também estou com uma vontade de vê-lo sabe? O Lucas fica ai boiando em seus problemas patéticos e deixando-me de lado. Talvez eu seja o problema e se afastar seja a melhor forma dele melhorar, ou não. O que me deixa brava ao pensar isso é que ele poderia conversar comigo, acertar as coisas, mas ele é orgulhoso demais. E eu quero um pouco de atenção, quero ser desejada de verdade. E pra ser bem sincera o Renato tem uma pegada agressiva. O tipo de atitude que a mulher sonha em ter ao lado e não é em qualquer esquina que você encontra um homem deste. As coisas que ele me disse... Ai ai. Estou resistindo ao máximo possível, não vou me render à tentação. Disse a ele que só ficaríamos de novo em duas situações, 1ª: solteira e 2ª: se o Lucas fizer por merecer. De verdade, se ele continuar me afastando desta forma logo logo eu estarei ao lado do Renatão recebendo toda a atenção e desejo que quero receber de um homem.

Resumindo a conversa, eu não aceitei sair com ele. Mas sei que ele não vai desistir tão fácil. Pra ele é fácil trair, nunca namorou sério. Até onde eu o conheço ele só fica e namorar esta fora de cogitação. Então tanto faz pra ele se vou me ferrar depois. Tem esse lado que tenho de analisar. Só porque não estou numa boa fase do meu relacionamento não quer dizer que tenho de apelar a outros caminhos para mudar as coisas. E o Lucas é totalmente fiel a mim, nisso não tenho nem do que reclamar. E eu jamais vou traí-lo, mas fica a vontade né, rs.

Ninguém é santo e disso todos nós sabemos, então por que não tirar proveito um pouquinho da situação? Posso não ficar com o Renato, mas posso provocá-lo. Atiçar um pouco aquele safado a ponto dele criar um desejo absurdo de querer ter só a mim custe o que custar por um curto tempo. Eu não me importo. Só de vê-lo ansioso por querer marcar um encontro, de fazer e falar coisas para me convencer, isso é o máximo. HAHA.

Dou por encerrado este dia. Boa noite, Diário. Vamos ver o que o amanhã reserva para mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Meninas, se imagem nessa situação! Ela fui muito forte, confesso! HSUAHSAUHSUAHSAUSHAUA.
Desculpem a demora, ela atrasa um pouco, rs.
Beijos.