Blaze correu para a casa de Ronnie. Mas ela não tirava o pensamento de Scott. Ela ria sozinha, sem acreditar que finalmente aconteceu o que tanto esperava. E ela também nem acreditada que estava mesmo apaixonada por ele.
Ronnie a esperava muito nervosa. Quase não percebeu que a amiga estava meio... Estranha. Assim que ela chegou, ela foi logo contando o que se passara entre ela e Ashley.
-Blaze! Ela vai me deixar louca, escreve o que eu to te... Blaze?BLAZE!
Ronnie sacudiu a amiga como se ela estivesse dormindo. De fato estava sonhando, mas acordada. Ela reviveu inúmeras vezes seu beijo com Scott e não via a hora de vê-lo de novo. E é porque isso tinha acabado de acontecer.
-Ai! O que é Ronnie, eu hein? Eu to te escutando! – Blaze finalmente despertou e voltou para a realidade. Mas Ronnie já havia desconfiado de tudo.
-Sonhando acordada, é? Posso saber por quê?
-Ah, tem certeza que você não sabe? – Blaze disse com um tom desafiador, e olhou para o teto.
-NÃO ACREDITO! – Ronnie deu um pulo.
-É isso aí, aconteceu hoje.
-Que horas, me conta!
-Bem, estava rolando uns 10 segundos antes de você me ligar.
Ronnie arregalou os olhos como se fossem saltar das órbitas.
-MEU DEUS, AMIGA! – E desatou a rir – ME DESCULPA!
-Que é isso, Ronnie. Você precisa, eu venho. – E ela deu um abraço na amiga.
-Mas me diz! Como foi? Ele beija bem? – Ronnie deu uma piscadela.
Blaze deu um suspiro longo e profundo que respondeu a pergunta dela.
-Ai, amiga. Ele é... Ele é... Indescritível.
-Você não respondeu a minha pergunta!
-Aaaaaah, é quase retórica, você não acha? É lógico que ele beija bem. Foi perfeito.
-E você está...
-Apaixonada? Creio que sim. – Ela respondeu olhando para o céu estrelado pelo vidro da janela.

-E aí, quais são as novas? – Will falou cumprimentando o amigo.
Scott sentou-se na frente dele na mesa, suspirou fundo e falou de uma vez:
-Beijei a Blaze.
Will estava bebendo um copo de cerveja quando ele disse aquilo. Por reflexo, ele tentou respirar fundo para processar o que acabara de ouvir. Então ele engasgou. E passou um intervalo de tempo consideravelmente grande tossindo e chamando a atenção de todos no bar. Scott começou a ficar constrangido e até com medo da reação dele. Quando finalmente Will pareceu seguro para falar, disse com um sorriso:
-Meus parabéns, cara. Já estava mais do que na hora né não?
Scott pareceu que tinha tirado um peso enorme das costas. Mais aliviado, ele falou:
-Também não é assim, né. Tá certo que nós estávamos bem próximos e que ela mexia comigo, mas eu precisei ter muita certeza para fazer aquilo.
Will lançou um olhar de desdém e chamou o garçom para pedir mais outra cerveja.
-E as coisas com a Ronnie, como estão?
-Bem. Mas ontem aconteceu uma coisa que me deixou confuso.
-O que foi?
-A Ashley veio procurar ela, dizendo que queria mudar... Você não acha que ela pode estar mesmo sendo sincera?
Scott olhou para o chão e depois para o amigo dizendo:
-Eu não sei. Mas por via das dúvidas... Acho melhor não dar esse gostinho para ela.
-Mas iria ser uma tremenda injustiça se isso foi mesmo verdade. Eu confesso que estou meio dividido.
Scott assentiu e logo depois sua cerveja chegou. Ele deu um gole enquanto Will falava sobre Ronnie. Mas antes mesmo de ele engolir, cuspiu tudo, formando um jorro e molhando Will inteiro, que ficou perplexo. Scott não se desculpou, porque simplesmente não conseguia falar. O amigo fazia várias perguntas, mas ele pareceu não escutar nenhuma delas. Em vez disso, indicou com a mão algo por trás de Will, e este se virou para saber o que causara tanto susto. Ao se virar, ele entendeu o motivo da reação de Scott. De costas para o balcão, estava alguém. Alguém que causou estrago na vida de muitas pessoas. Ele estava lá, mas não os viu. A mesma cara de mau caráter de sempre e que Will, Scott, Blaze e Ronnie tanto odiavam. Era Marcus.
Scott quis se levantar e ir atrás dele. Mas Will o deteve.
-Você não vai fazer isso. É isso que ele quer, que você perca a cabeça e vá lá discutir com ele. – Ele tentava contê-lo, até que Scott se acalmou.
Marcus não demorou muito tempo. Os dois amigos o viram atirar algumas notas no balcão, acender um cigarro e sair do bar, com seu ar repugnante. Scott, mais calmo, se sentou novamente.
-Você não tem idéia do ódio que eu sinto dele. Cada vez que eu o vejo dá vontade de socar a cara dele até...
-Chega, Scott, chega! – Will disse, batendo na mesa. – Você tem que aprender a se controlar mais! Gente como ele tem que ser pego com um esquema enorme.
-Tá, tenho que aprender a me controlar mais mesmo.
-Acho bom, viu? Não quero ver você metido em problemas. – Will bebeu mais um gole da cerveja – Mas uma coisa não me sai da cabeça: Como um vagabundo desses que já aprontou todas não está preso?
-Ele estava sim! Deve ter fugido, só pode...
-E o que ele veio fazer aqui? Justamente aqui?
Scott ficou mais lívido do que algodão e arregalou os olhos para o amigo, que entendeu na mesma hora.
-WILL! NÓS SOMOS DOIS OTÁRIOS! O QUE A GENTE ESTÁ FAZENDO AQUI? AS MENINAS ESTÃO CORRENDO PERIGO!
Will levantou-se de um pulo da mesa, enquanto deixava algumas notas em cima. Scott deu um salto e já estava na porta de saída. Correndo, os dois foram ambos para seus carros enquanto ligavam para Ronnie e Blaze. Estas, principalmente Blaze, não acreditava que aquilo ainda não tinha acabado. Aconteceu o que ela temia: Marcus tinha fugido e voltou para atormentá-la ainda mais.