Ele ergueu a cabeça, tirando os olhos do mapa a sua frente e observando o homem que estava parado a alguns metros dele.  Ele era um exemplar perfeito da raça pura... Alto, pele clara, olhos claros, cabelos loiros, poderoso e, também, perigoso.

“Acredito, mein Führer, que tenha pensado na proposta que lhe fiz.”

“Ja.” Ele murmurou, tamborilando os dedos sobre a mesa. “É loucura.”

“Loucura?” O loiro ergueu uma sobrancelha. “Nain, nain, mein Führer. É ambicioso, isso sim, mas não loucura... Pense, a Inglaterra não tem muito para se defender, é apenas uma ilha.”

“Diga-me: por que você não inicia a invasão da Inglaterra?”

O mais alto riu baixinho, aproximando-se. “E revelar a arma secreta da Alemanha logo no começo? Nain. Será bom para a sua reputação, mein Führer, que eu permaneça por detrás dos panos por algum tempo... Mostre a eles que o seu povo, unsere Herrenrasse, tem a capacidade de vencê-los por si próprios.”

Ele estreitou os olhos, vendo o outro sorrir de maneira misteriosa enquanto apoiava as mãos sobre a mesa e se inclinava em sua direção.

“Depois, nós nos mostramos.”

“So.” Ele concordou com a cabeça.

“Você está fazendo a coisa certa, mein Führer.” O sorriso do homem se alargou enquanto ele estendia a mão para apertar a do outro. “Für das höhere Wohl.”

Adolf apertou a mão do loiro, observando a maneira como ele continuava a sorrir. O outro acenou com cabeça, rapidamente, antes de dar-lhe as costas. “É ótimo ver que você está fazendo a coisa certa,” ele falou. “Gute Natch, mein Führer.”

E, assim que pronunciou tais palavras, desapareceu. O homem que continuava sentado atrás da mesa deixou-se relaxar na cadeira e suspirou. Aquele homem era estranho, muito estranho, mas o que ele podia fazer? Ele era poderoso e apoiava a sua causa... Sem contar que era um ótimo ariano. O Führer não podia perder um aliado de tamanha importância.

“Für das höhere Wohl,” ele murmurou. Seu amigo misterioso tinha razão: eles estavam fazendo tudo aquilo por um bem maior.