Em Busca da Musa Perdida escrita por lpersonal


Capítulo 3
Recebo um presente


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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Então, basicamente, eu agora sabia quem era meu pai. Mas deixa eu explicar direito como aconteceu.

Flashback on

Eu cheguei à enfermaria para ver como o garoto estava, e vi sua irmã sentada ao lado dele e chorando.
- Ei, por que você está chorando? Tá tudo bem?
- É o meu irmão, ele tá machucado!
- Ah, não se preocupe, ele só torceu o tornozelo! Olha só... Ai meus deuses! – exclamei quando vi que o menino estava ficando verde. – Qual é o seu nome, querida? – perguntei para a garotinha que não devia ter mias de 10 anos.
- Sophia – ela respondeu, fungando.
- Ok Sophia, eu preciso que você faça uma coisa pra ajudar o seu irmão, certo? Quero que você vá até onde ficam os chalés e procure por um filho de Apolo – ela me olhou confusa. – Eles vão saber o que é, e depois você também vai, mas agora você tem que ir.
Ela saiu correndo e eu me virei para conferir o garoto. E ele não parecia melhor em nada.
Comecei a ficar nervosa e andar de um lado para o outro, esperando que alguém que pudesse ajudar chegasse, mas nada, nenhuma alma viva entrou por aquela porta.
- Ok, acho que posso fazer alguma coisa.
Olhei para a perna dele tentando ver o ferimento, mas não havia nada ali, nem sequer estava vermelho. Achei um cantil de néctar em uma mesinha de cabeceira ali perto e derramei uma gota ou duas na boca dele. Seu rosto começou a voltar à cor normal, o que me fez respirar aliviada por um instante, mas sua perna agora estava com uma aparência terrível. Pelo menos agora eu podia ver o lugar exato que o espinho se encontrava. E então eu comecei a cantar. Aí você se pergunta "o menino estava quase morrendo e você começou a cantar?!" Não dá pra explicar realmente, foi meio surreal. Quer dizer, não era uma música que eu me lembrava de ter ouvido em algum lugar, mas eu sabia exatamente o que fazer.
O ferimento se abriu, expeliu um líquido esverdeado, e se fechou e novo. Simples assim. E então eu estava exausta. Não como se eu tivesse corrido muitos quilômetros, mas como se a minha força vital tivesse sido gasta.
O garoto recobrou a consciência e me olhou espantado.
- Você está bem agora. Só descanse um pouco. Eu mesma preciso descansar agora. Vou achar alguém que possa ficar de olho em você – falei e saí da enfermaria, sem nem mesmo achar esquisito o fato de o lugar não ter ninguém além de nós dois. Quando olhei pra fora encontrei um grupo considerável de campistas parados ali, como se esperassem que eu gritasse "é uma menina!".
- Michael! Por que ninguém veio quando eu chamei? Aquele garoto poderia ter morrido ali dentro! – eu falei indignada.
- Mas ele não morreu, não é? Você o salvou! Quíron tinha razão! Seja bem vinda ao chalé de Apolo, Katherine Anderson – olhei pra cima e ainda pude ver uma pequena lira dourada que pairava acima da minha cabeça.

Flashback off

Meus pertences foram levados ao chalé 7, e quando eu cheguei lá, cercada pelos meus irmãos, parei e fiquei olhando a construção. Acho que nunca tinha parado pra admirar nenhuma delas.
Parecia ser feito de ouro sólido, e brilhava tanto durante o dia que chega a machucar os olhos. As paredes eram talhadas com milhares de notas musicais, com a clave de sol em destaque. Era realmente muito bonita.
- Espera – falei, me virando para Michael – ainda não entendi a parte que você não mandou ajuda quando eu precisava.
- Bom, Quíron estava por perto quando a Sophia chegou pra nos avisar, e ele disse pra não termos pressa, porque você daria conta. Ele sentiu que você era uma de nós, e estava certo.
- Mas e se ele não estivesse? – ele riu.
- Com o tempo você aprende que o Quíron só fala alguma coisa quando tem certeza. Ele tem observado você, sabe – e com essa frase de efeito, foi embora.

Estava em um lugar completamente branco, do chão ao teto, e algumas colunas gregas sustentavam o lugar. Me virei e vi um homem ali parado, e ele sorria pra mim.
- Pai? – perguntei, e a pergunta ecoou na sala, enquanto ele sorria mais largamente.
- Você fez um bom trabalho hoje. Me deixou orgulhoso.
- Hã... obrigada.
- Mas eu também fico preocupado, consigo sentir um grande perigo pela frente, querida. Infelizmente não posso falar o que é, isso estragaria a surpresa. Além de eu não poder interferir diretamente, claro.
- Tudo bem, não sei se queria saber, de qualquer jeito. Eu poderia ficar apavorada e nunca mais sair de debaixo do cobertor.
- É, talvez. Mas eu tenho algo que pode ajudar você.
Ele fez um movimento com a mão e uma aljava dourada repleta de flechas vermelhas com pontas de bronze celestial e um arco também dourado apareceram em cima de uma cadeira.
- Soube que você é boa de verdade. Mas estas belezinhas aqui são mágicas. Você sempre vai acertar o seu alvo, e a aljava nunca ficará vazia.
- Uau, obrigada! Eu...
- Bom, eu realmente tenho que ir agora, está quase na minha hora. Aproveite seu presente – ele piscou pra mim e sumiu. E então eu abri os olhos e ainda me encontrava no meu beliche. E encostados nele, meu arco e minhas flechas novinhos em folha.

- Estou falando sério, elas nunca erram! Quer ver? – me virei e chamei alguém que eu sabia que poderia comprovar isso. – Percy! – ele chegou até mim e eu entreguei o arco na mão dele. – Acerte essa flecha naquele alvo ali.
- Eu não acho que seja uma boa idéia... – disse ele.
- É, eu concordo com ele. Todo o mundo sabe que ele poderia acertar o próprio pé agora – replicou Michael.
- Ei! – protestou Percy.
- Desculpe cara, só estou querendo fazer ela entender.
- Tudo bem.
- Só acreditem em mim, ok? Percy, se concentre em acertar no alvo, só isso. Michael, pode se afastar se quiser, só por segurança. – então nós demos um passo para trás, e Percy atirou a flecha, que acertou exatamente o centro do alvo.
- Impressionante! Onde você as conseguiu?
- Meu pai me deu, ontem à noite, em um sonho. Ele disse que eu precisaria daqui pra frente, e que um grande perigo se aproximava.
- Ei, Anderson – ouvi alguém me chamar, então me virei e vi um garoto do chalé de Ares, que eu não sabia o nome. – Ouvi dizer que você ganhou um presente. É bom de verdade?
- Acho que as notícias se espalham rápido por aqui, não é?
- Mais rápido que fogo grego, pode apostar – ele respondeu.
- Desculpa, mas eu não sei o seu nome.
- John. John Clark. Então, o que você tem aí?
E então começamos a falar sobre arcos, flechas, e todo tipo de armas, que eram a especialidade dele, eu nem me dei conta de que Michael e Percy tinham saído de perto.
- Então Kate, John Clark, hein? – perguntou Ellie, com um sorriso sugestivo no rosto. – Você está indo muito bem pra quem acabou de chegar. Uau, eu vi vocês dois conversando mais cedo. E o papo devia estar mesmo interessante, ele quase não saía de perto de você!
- Estava tão chato que o Michael e o Percy saíram de perto...
- O quê? Saíram de perto nada, Yew saiu arrastando o Jackson como se ele fosse uma criança birrenta! Nossa, um filho de Ares! Já notou como eles são musculosos?
- Você tá viajando, Ellie, na boa.
- Viajando, eu? Querida, minha mãe é a deusa do amor, e eu sei quando tem algo mais acontecendo... – e aí eu deixei ela falar, sei que ela não ia parar se eu pedisse mesmo.
E comecei a pensar em cosias que realmente eram importantes: o fato de o meu pai ter aparecido em um sonho e ter me deixado um presente. Por que ele achou que eu precisaria? Que tipo de perigo me aguardava? E será que o Clark realmente tinha me olhado “diferente”, como a Ellie disse?


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Notas finais do capítulo

Nunca imaginei que ficaria tão óbvio quem era o pai da Kate haoaihaoiaha