Os Filhos da Aurora. escrita por Dan Rodrigues


Capítulo 5
Os poderes dos filhos da aurora.


Notas iniciais do capítulo

OI! ^^...
Gente, desculpa mas aqui vai um capítulo bem grossinho e gordinho pra v6... Mas eu prometo que não vão se arrepender de ler, pq tem muitas surpresas. E peço sinceramente, que se gostarem por favooor, quero que recomendem. ^^. Obrigado, bjoks do Rô, e boa leitura.



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Os três saíram dali, passaram pelas pontes até chegar ao pedaço de terra, onde se encontravam os outros Astranos, Temosnozes assumiu sua forma original, e flutuou alto, para que todos a observassem. Então, ela começou a falar, e Ricoh conhecia aquela voz. Talvez fosse um de seus poderes, por que com aquela voz, ela conseguiria que qualquer monstro fizesse o que ela mandasse. Todos olharam atentos, parecendo querer flutuar ao seu encontro.

Hoje, crianças! – Disse ela com voz alta para que todos a escutassem. – É um grande dia para Aurors. Por que os filhos da aurora, que estavam na Terra voltaram. Por que hoje, crianças. Vocês estão prontos para defender este mundo. Hoje, é o dia em que seus poderes serão revelados. Tenho absoluta certeza que todos vocês conseguiram voltar para Aurors através do colar. Isto prova que vocês por natureza, já tem em seus corações o poder do raciocínio, e da lógica. Tenho certeza de que todos vocês compreendem por que estão aqui, e acreditam que vieram daqui, por que todos tiveram a mesma sensação de paz, quando chegaram aqui pela primeira vez. Sabem por que foram chamados, não sabem? Quem me responde? – Ela mirou a multidão de jovens e crianças, esperando uma resposta.

Sarah levantou o braço rapidamente.

- Por que este mundo está passando por dificuldades. E de algum modo, nós somos ainda mais poderosos, por que quando fomos mandados para a Terra isso nos afetou de modo positivo, e de algum modo aumentou nossos poderes. 

- Muito bem, Sarah, vejo que você tem uma lógica mental muito avançada. – Disse Temosnozes, com felicidade estampada no rosto. – Bom, mas continuando. Eu e Salgueiro pensamos que vocês precisariam de uma ajudinha nossa, para que os poderes voltem por que eles estão escondidos em sua forma humana. É bem simples. Vocês têm que entrar na Saltus – Disse ela apontando para a floresta de cores vibrantes, e plantas psicodélicas.

- Ham, Srta Temosnozes, você não quis dizer floresta? – Perguntou Sarah, meio confusa.

- Não, querida, aqui nós chamamos Saltus mesmo. Bem no meio da Saltus, está um santuário, o santuário da aurora. Se vocês conseguirem chegar até lá, com os perigos que a floresta abriga, é claro que lá vocês receberão o presente da aurora, e poderão voltar a sua forma original, a forma Astrana.

- Ham, uma pergunta, senhorita Temosnozes. – Disse uma garota loira, que parecia ter uns dezesseis anos e lindos olhos, que pareciam brilhar e danças com as mesmas cores da aurora. – Mas e os Casus? Sabe-se que eles vivem na floresta, não é mesmo? O que faremos se encontrarmos um deles?

- Bom, é para este tipo de perigo, que vocês terão que usar isto. – Ela apontou para a entrada do Primo Major, o castelo que ficava no meio de todos os outros, o único que permanecia parado, por que todos os outros se moviam.

De repente, sem aviso, e na maior velocidade, saltaram de dentro do Primo major, centenas de colares, parecidos com os que Ricoh e Sarah receberam de Temosnozes, na primeira vez que chegaram a Aurors. Os colares sobrevoaram sobre as cabeças de cada um dos Astranos, e Temosnozes disse:

- Peguem os colares, crianças, pois eles serão seus melhores companheiros. Agora, precisam se preparar. Eu sugiro que formem duplas, é mais seguro.

Todos pegaram os colares, mas eles não eram tão iguais aos outros. O pingente era meio esquisito, pensou Ricoh, por que não tinha desenho algum. “Acho que é só argila que ainda vai ser modelada”, pensou o garoto passando a mão pelo colar.

Ricoh pensou na pergunta da garota loira, sobre os tais Casus, e em como ela era bonita, e tinha os olhos vibrantes. Absolutamente visível, pensou o loiro. Talvez Ricoh poderia chamá-la para ser sua dupla. Sim, ela com certeza é de Aurors, e nunca foi até a Terra, e os olhos dela brilhando daquela forma talvez por que ela não se transforma em humana totalmente. 

- Você já está pronto, Ricoh? – Disse Sarah, por trás do loiro.

- E eu vou com você? – Perguntou o garoto, imaginando que Sarah era muito chatinha e infantil. Mesmo assim ela poderia dar uma ótima dupla. Mas Ricoh queria fazer dupla com a outra garota, a dos olhos coloridos. Ele olhou com certo desprezo para Sarah. – Vamos, já está todo mundo indo para a floresta.

Eles caminharam até a orla da floresta, o coração batendo mais forte, e Sarah soando frio. Sarah tomou um susto daqueles, quando pássaros pretos muito estranhos voaram das árvores, deixando tudo ainda mais sinistro.

De início parecia tudo muito normal, eles caminharam muito tempo, e nada parecia estar diferente, a aurora brilhando inconfundivelmente, as plantas e as cores totalmente normais (para o mundo onde estavam), e muitas outras duplas também andavam perto deles. Ricoh observou as árvores, com uma vontadezinha de levá-las para plantar em casa, já que ele tinha um apreço particular sobre as plantas, e nada melhor do que uma que a Terra inteira nunca viu.

Ricoh olhou para os lados, e todos pareciam caminhar coma cabeça baixa, sem a um único traço de medo do perigo no rosto. “Mas espera, não devia ter mais gente?”, pensou o garoto. Ele cutucou Sarah.

- Sarah, não devia ter mais gente aqui? Eu tenho impressão de que quando entramos tinha uma multidão, e agora só tem umas vinte pessoas, o que é isso!? – Ricoh se fez parecer muito assustado.

- Acalme-se Ricoh, não acha que eles devem ter se separado do grupo, entrado nas fendas entre as árvores para procurar o santuário? Tsk, tsk, tsk, talvez eles achem que se encontrarem o santuário primeiro receberão algum tipo de prêmio. É claro, o único prêmio serão os poderes de volta.

Ricoh acabou acreditando no ótimo argumento de Sarah, e continuou a caminhar, com a cabeça erguida, como se estivesse atrás de algum tipo de perigo. Mas ele não percebeu que daquele modo não conseguiria ver como estava sua parceira, e ao entrar em uma fenda entre duas enormes árvores de cores vibrantes, e cipós que pareciam ter vida, acabou se perdendo de Sarah. Ele escutou uma voz aguda de alguma garota, ela estava pedindo ajuda, também parecia estar procurando alguém. Ricoh pensou em voltar e procurar Sarah, mas acabou entrando ainda mais fundo na galeria de terra. Parecia ser um túnel subterrâneo, cheio de raízes. Um dos problemas de Ricoh foi quando ele se deparou com um túnel duplo, e não sabia para que lado ir.

- OI, ONDE VOCÊ ESTÁ? – Berrou o loiro.

A fina voz respondeu. Parecia ser a voz da garota da pergunta, a garota com quem Ricoh queria fazer dupla.

- David, é você? David eu estou aqui, venha me encontrar!

- Não, não é o David, meu nome é Ricoh.

- Ricoh? Ah, Ricoh me ajude, eu estou muito machucada, e me perdi do meu companheiro. Meu nome é Isabelle.

- Tudo bem, Isabelle, eu vou te ajudar, mas eu preciso que me diga como chegar ai, eu estou muito confuso, tem um túnel duplo bem na minha frente, e eu não faço idéia de onde ir.

- Sim, acho que me lembro de um túnel duplo, sim, eu e David entramos no da esquerda. E também depois você vai ver um riachinho, você tem que segui-lo. Eu achei que o riacho seria uma pista de onde está o santuário, e acabei seguindo o curso. – A garota tinha que falar com um tom de voz elevado, e algumas partes Ricoh não a entendia. Parecia ser um pouco longe.

- Ah, acho que consigo chegar até ai, Isabelle. Mas vamos conversando, assim eu não me afasto muito de você, tudo bem? – Ricoh gostou de ter que falar com a garota.

- Tudo bem, mas anda logoo, meu pé tá doendo!

Ricoh entrou no túnel esquerdo, e caminhou o mais rápido que ponde, uns cinco minutos, até chegar a um lugar onde parecia estar a céu aberto, mas ele achou estranho, por que era noite, e ele sabia que em Aurors não havia noite, só o céu coberto pela aurora.

- Isabelle, você passou por um lugar a céu aberto que parece estar de noite?

- Sim, mas eu me assustei, por que em Aurors a noite é uma simples lenda.

- Muito estranho, mesmo. – Mas o garoto ao falar avistou o riachinho, o que Isabelle seguiu até chegar onde estava.

- Já estou vendo o riacho, Isabelle.

- Sim, sim, você tem que segui-lo.

Ricoh correu pela margem do lago, até ficar sem fôlego. Descansou um pouco com as mãos nos joelhos, e logo continuou a correr sempre na mesma direção, e seguindo o curso do rio.

- Isabelle! Você ainda está ai?

Ela não respondeu, e por um momento Ricoh se apavorou achou que algum monstro talvez tivesse a capturado. Ou talvez ela estivesse inconsciente, por que perdera sangue demais. Mas em um lindo momento, pelo menos para o garoto, por que ela chamou seu nome, e ela não estava longe dali. Ela se encontrava aos seus pés, deitadas em uma folhagem verde-vívida, que Ricoh sentiu, quando se abaixou para pegar Isabelle nos braços, ser muito aconchegante.

- Pela a Aurora, você é lindo, garoto! – Soltou a menina, já quase dormindo, e Ricoh pensou que só dormindo mesmo, para dizer isso tão abertamente para ele. Bom, que ele era um garoto muito bonito, isso é verdade, mas as garotas não diziam isso assim, dessa forma.

- Ah, o que você disse? – Perguntou, tentando se fazer de desentendido.

- Hã, nada, nada! – A garota percebeu o que acabara de falar, e tentou manter uma postura séria e destemida, mas não adiantou nada, por que seu pé estava cortado, um corte feio, muito feio.

- Ai, meu pé! No caminho eu pisei sem querer em uma Vitória de foices. Ah eu devia prestar mais atenção nas coisas!

- Vitória de foices?

- Ah você nunca ouviu falar das vitórias de foices? É uma planta nojentinha, que vive no leito dos rios. Alguns rios têm muito disso, então é melhor você não sair entrando em qualquer rio, ai! Meu pé, poxa!

Ricoh teve uma idéia. Sem dizer nada, ele abaixou-se, e puxou um pedaço bem grande das folhagens onde a garota estava deitada. Ele envolveu cuidadosamente o pé da garota nas folhas, e puxou da sua própria roupa um pequeno pedaço de pano, que serviu para amarrar as folhas. Isabelle pôs a mão na cabeça de Ricoh enquanto ele estava abaixado, e se apoiou nele, por que não agüentava mais botar muita força no pé cortado. Ela aproveitou o momento para fazer um gostoso cafuné nos cabelos loiros do garoto, como agradecimento.

- É claro! – Disse ela tirando a mão da cabeça dele rapidamente, enquanto ele levantava-se. – Como eu não pensei nisso. O Arbusto Colchonete. Ele é bem aconchegante, vai confortar meu pé até a gente encontrar socorro.

- Está bom?

- Maravilhoso obrigado! Mas agora nós precisamos ir. Não sei como, mas eu tenho quase certeza de que este rio vai dar no santuário da aurora.

- Então vamos logo!

Isabelle se apoiou em Ricoh, que acabou gostando um pouco da situação. Eles caminharam, bem devagar, por causa do corte de Isabelle, que a atrapalhou muito. Ricoh olhava interessado para o céu. Não entendia como naquele lugar poderia existir a noite.

- Deve ser apenas uma ilusão dos Casus. Eles inventam esse tipo de coisa, aih, para poder nos confundir.

- Mas afinal quem são esses casus? O que eles querem, e por que eles são perigosos?

- Eu já vi um. Eles são nojentos, repugnantes. Eles quem nos fazer mal, por que a raça deles foi rebaixada, por causa da nossa.

- Mas... como assim rebaixada?

- Bom no seu mundo não deve existir isso, por que a única raça que raciocina lá, é a raça humana. Aqui, nós temos a raça Marina, os Casus, os Astranos, e algumas outras raças menores. Nossa raça, por ser mais perfeita que as outras, recebeu os privilégios, como os poderes os quais nós estamos buscando agora.

- Mas por que isso?

- Por que se todas fossem tão poderosas quanto a nossa, não acha que as lutas seriam piores?

- Mas a nossa raça, por ter mais poder do que as outras podem acabar exterminando elas!

- Bom, e por que acha que somos os mais fortes? Por que nós sabemos lidar com o poder. Nós é que sabemos o que fazer com cada átomo do nosso corpo... olha! Olha lá, é a luz, a luz da aurora, o santuário, Ricoh!

- Então é aqui! Estava certa, Isabelle, o santuário! É aqui, vamos!

 Uma linda construção de mármore polido. Era grande e circular, e tinha quatro pilastras e um teto de mármore com uma abertura bem no meio, que deixava a linda luz da aurora entrar e iluminar todo o santuário. A coisa mais linda que Ricoh já vira.

- Então este, é o santuário. Parece magia!

- É magia, seu bobo.

Ricoh fez cara de lesado.

- Vai você primeiro. – Disse o garoto com pinta de cavalheiro.

Isabelle começou a caminhar em direção ao santuário. De vez em quando ela olhava para trás, e dava um belo sorriso a Ricoh. Que retribuía, com um sorriso atrapalhado. Quando ela entrou no santuário, não sentia mais dor. Seu pé não lhe incomodava mais, os laços qe amarravam o pé da garota, começaram a se desatar, e a voar ao redor dela. Ricoh viu a aurora a envolver. Sabia que aquela sensação era uma das melhores. De repente, Isabelle voltou a sua forma normal, a forma Astrana. Seu rosto, que estava na forma humana, foi acrescentado de pequeninas pedrinhas coloridas que dançavam como a aurora, mas só no contorno do rosto. Foi acrescentado também altura, e ela assumiu sua postura Astrana, postura normal.

E então os poderes. Isabelle de repente começou a flutuar no ar, bem no centro do santuário. E seu corpo foi envolvido por algum tipo de metal, um metal muito forte, em um formato parecido com uma armadura. A garota apertou o pingente do colar e puxou-o, fazendo ele se soltar e ele, cuja forma era indefinida, se transformou em uma pequenina lança na mão da garota. A lança começou a crescer, até atingir o seu tamanho original. Era prateada, e brilhava. Mesmo estando quase toda coberta pelo metal, Isabelle ainda parecia linda para Ricoh. Seu cabelo esvoaçava, e ficava mudando de cor tão rapidamente, que Ricoh não sabia distinguir as cores. Ela não parou de flutuar, ao invés disso, mudou de posição e voltou-se para Ricoh.

- É a sua vez. – Disse ela, com um tom de grande felicidade na voz.

- Você é Astrana, não é?

- Sim, eu sou.

- Mas os Astranos não têm os poderes, sem precisar vir aqui?

- Bom, eu... não... bom, eu sou uma das únicas que já não tem os poderes por natureza. Mas olha só meus poderes, melhores do que muitos dos outros.

- Então Ricoh entendeu um pouco dos poderes de Isabelle. Como ela continuava a flutuar, mesmo estando do lado de fora do santuário, então ele deduziu que ela poderia ser tele cinética.

- Vai, logo. – Ela apontou para o santuário, e Ricoh começou a caminhar em direção à construção. Já sentia os pés e as mãos formigando, e já sentia seu corpo mudando, a pele ficando mais rígida. Ele pôs os primeiro pé no mármore branco polido, e foi como se a aurora estivesse puxando o garoto. Logo ele começou a flutuar, seu cabelo assumiu um tom dourado, ele ficou reto, esperando que mais alguma coisa acontecesse. Seu rosto começou a mudar também. No contorno de todo o rosto do garoto, saíram pequenas escamas, que cintilavam e pareciam brilhar de acordo com a luz da aurora. “Não muito normal”, pensou o garoto, “mas um pouco intereçante”. Ele tocou o rosto, e sentiu as pequenas escamas. Eram um pouco grossas, ele tinha a sensação de estar tocando em pedras, e então se lembrou do colar. Quando o colar já estava em sua mão, começou a mutação, a transformação do pedaço de argila na arma do garoto. Cresceu, cresceu, cresceu, e então, transformou-se em um objeto que perecia uma clava. Então o loiro começou a sentir uma leve fumigação nas costas, e sua camisa rasgou-se revelando algo como penas brancas, brilhantes, que cresciam cintilando e dançando no ar.

Quando o garoto se aproximou de Isabelle, ela parecia estupefata. Levou as mãos à boca, em uma expressão de medo e estupefação.

- É você! O Angelus Fustibus.           


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Notas finais do capítulo

Não perca o próximo capítulo! A explicação para o que é o Angelus Fustibus.



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