Dias cinzentos o faziam lembrar-se de seu pai. Sua mãe sempre fora, em seu ponto de vista, as cores... Um dia ensolarado de verão, um fim de tarde arroxeado de primavera. Tudo o que tinha cores era Mary Riddle e, o completo oposto, a ausência daquela harmonia, era Thomas.

Não que aquilo fosse ruim, muito pelo contrário. Os tons de cinzas que invadiam o céu nos dias nublados eram interessantes, formando desenhos e mais desenhos nas nuvens, criando uma tela bonita e simples que nem todo mundo conseguia apreciar. Assim era Thomas Riddle. O tipo de pessoa que nem todos conseguiam apreciar por não entender a profundidade e a complexidade de sua personalidade... A ausência de cores dele não era uma coisa terrível e entediante como alguns achavam, mas uma fachada que escondia o seu verdadeiro eu, como um lago com águas turvas que escondem a sua real profundidade.

Dias cinzentos eram assim, nem todos conseguiam apreciá-los... Mas os que o faziam, conseguiam ficar horas a fio, apenas observando o céu nublado, apreciando a sua beleza única e incompreendida.