Vela escrita por daghda
No escuro
Uma mulher grita
Um homem se excita
Um vento se pre –
Cipita
No escuro
Um aroma exala
Um temor abala
Corações desar –
Ranjados
No escuro
Uma imagem dança
Uma espera cansa
Pernas que se des –
Membraram
No escuro
Alguém se ensaboa
Alguém me abençoa
E algo se desen –
Cadeia
No escuro
Alguém se arrepende
A vela se acende
Ascende a depra –
vação
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Um banho, o escuro da noite, a luz da pequena lua crescente apenas visível pelas frestas da janela. As velas todas em seus devidos lugares, mas não as acendi. O escuro por companheiro, foi minha opção excêntrica para sentir a perda dele, meu amado, que se foi depois da briga. Sem dúvida a pior de todas as que tivemos desde o início. Ele se foi. A hora passou e foi lenta em seu ofício. Não quis me deixar pra trás, me carregou com ela e esfriou a água na banheira. Os aromas dos sais de banho que eu havia lançado à água para o banho, preparado antes que ele chegasse, para tomarmos juntos, me sufocavam. Em outra situação me inebriaria, mas agora eu já não mais o suportava, mas inequivocamente não tinha forças para qualquer reação, e por isso me deixei ali, carregada pela hora que seguia lenta seu rumo e me carregava junto dela. Permaneci deitada na banheira, na água fria, as lágimas se cansaram de meus olhos e me abandonaram, eram uma companhia, não boa, mas uma. Mas me deixaram ali sozinha, com a pele enrugada, tremendo já de frio, mas não me importava. Nada poderia me aquecer. Em um momento de não sei que forças que me impulsionou, gritei seu nome. “Josh”. Não passou de um sussurro, mas exigiu de mim toda a força que se faria necessária para bradar algo no meio de uma multidão e se fazer audível.
Um barulho à porta. Eu não a havia trancado depois que ele partira. Não era possível que algum vizinho a tivesse escutado, e nenhum deles se preocuparia a ponto de entrar em seu apartamento sem ser convidado, apenas pra saber se eu estava bem.
Outro barulho, a maçaneta se movimentou. A porta do banheiro, apenas cerrada, se abriu lentamente. E ele entrou, como se fosse uma visão, um delírio de febre. Josh apenas diz. “Melinne, te ouvi me chamar.” E já se despindo, entra ainda com partes da vestimenta no corpo, o arrepio causado pela temperatura baixa da água lhe percorre o peito nu, mas ele enfrenta a água e se deita, praticamente me cobrindo com o corpo, e me toma nos braços.
Ele voltou, e nunca mais brigarei com ele. Eu prometo.
Nunca mais.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O importante nessa fic é o poema, somente não quis disperdiçar esse conto, então o acoplei ao poema.
Espero que curtam e aguardo seu comentário, contudo, obrigado por ler.
Abração
Daghda