A Garota da Casa ao Lado escrita por changeantD-avis


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpa?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153319/chapter/2

Rachel's POV:

Meu deus, eu não consigo mexer um músculo do corpo, eu mal estou respirando. Pode- se dizer que é impossível deixar Rachel Berry sem reação. Mas isso estava acontecendo agora. Quer dizer, meu dia estava muito normal, levantei as oito como sempre, e fui fazer minha corrida diária enquanto ouvia músicas dos grandes sucessos da Broadway, minha inspiração. E agora a pouco eu estava observando minhas correspondências, e senti um olhar em cima de mim.

Levantei os olhos, e lá estava a pessoa responsável pela minha perda de sentidos, Quinn Fabray... Quinn Fabray estava me encarando. Com a sobrancelha erguida. Isso é assustador. Quer dizer, claro que a aparência dela não é nem um pouco assustadora, pelo contrário, ela está mais linda do que nunca, seu cabelo continua curto e repicado, seus olhos continuam com aquele tom meio esverdeado, que varia de acordo com os acontecimentos, eu já tinha reparado, e o seu corpo parece impecavelmente desenhado. Como pode ter saído um bebê desse corpo tão bonito? Se eu tivesse ficado grávida naquela época, provavelmente estaria subindo os palcos da Broadway rolando, ou me rastejando e...

Meu deus, ela esta sorrindo na minha direção, agora ela esta com a expressão igualzinha que ela usava pra me atacar na escola (fisicamente e verbalmente, caso tenham esquecido), sinto um arrepio no corpo e dou um passo pra trás instintivamente.

Ela parece entender, porque levanta os braços pro ar como se quisesse me garantir que não esta armada ou nesse caso, segurando uma raspadinha pra me atacar. Depois disso ela diz, tranquilamente:

- Nossa Rachel, eu esperava uma reação ruim da sua parte, mas não achei que você fosse ficar com uma cara de quem esta prestes a ser atacada, ou algo do tipo. É muito bom te ver, berry. - E soltou mais um sorrisinho.

Espera! Quinn estava brincando comigo? Ela estava tentando ser LEGAL? Por quê? E... ela acabou de me chamar de rachel? Sem apelidos maldosos? Sem risadinhas sarcásticas?

- Qu... Quiiii... Quinn!- Belo jeito de mostrar que ela não te intimida mais rachel, muito inteligente da sua parte.

- Eu já estava achando que você tinha esquecido de mim berry! - ela disse, soltando um suspiro aliviado, e foi quando eu percebi que ela estava segurando a respiração.

- Como se fosse possível esquecer o inferno que passei na escola - disse, sem a intenção de jogar na cara dela ou algo do tipo, simplesmente saiu, eu nunca consigo controlar minha boca, e todos já estão cansados de saber disso.

Ela pareceu se sentir triste, culpada talvez? Não, Quinn nunca sentia pena ou remorso de nada e ninguém. Seu sorriso sumiu do rosto e ela murmurou, desviando seu olhar de mim:

- Desculpa por isso.

- Quinn, desculpa, eu não quis dizer aquilo! Foi sem querer, eu não queria te deixar constrangida ou fazer você achar que agora virei uma daquelas divas que tratam todos com desprezo e...

- Rachel?

- precisam ficar chamando atenção, não foi nada disso! Aquelas raspadinhas eram realmente geladas, e estragavam meus suéteres. O meu favorito, um que meus pais tinham me dado de Natal foi parar no lixo, e eu fiquei muito triste por ter que inventar uma desculpa pra eles sobre ter sido roubada e só terem levado minha roupa, e suas palavras realmente me magoavam, mas me fizeram ser mais forte do que nunca, e aquele tapa doeu bastante, mas foi uma experiência que todos deveriam ter e...

- RACHEL!

Ergui as sobrancelhas assustada e fiz um bico, não entendendo a reação de quinn

- Porra rachel! Achei que você tinha parado com essa mania de falar 1000 palavras por segundo!

Agora sim ela parecia a Quinn que eu conheço. Só achei estranho como o modo de falar dela havia mudado. Quinn costumava ser grossa, mas as palavras que ela usava nunca chegavam perto de palavrões!

- Desculpa.

Ficamos um tempo em silêncio, nos observando. Caramba, aquilo era muito pra mim. Em um minuto eu estava pronta para terminar de fazer qualquer coisa em casa, e ir trabalhar, e agora meu passado, a pior parte dele, estava na minha frente.

Ela soltou um suspiro, fazendo eu me focar nela novamente.

- Para de falar isso.

- O que? – Fiz uma careta, não entendendo.

- Para de me pedir desculpa Rachel! Eu que deveria estar fazendo isso.

- Porque Quinn?

- Porque eu fiz da sua vida um inferno! Eu fiz você ser odiada pela escola inteira, e te falei coisas horríveis, eu até te dei um tapa na cara! Você deveria estar me batendo agora, ou entrar no seu apartamento e fechar a porta na minha cara, algo do tipo. – Ela uniu as sobrancelhas, parecendo confusa.

- Eu não vou fazer isso.

- POR QUE? Se fosse eu no seu lugar, seria exatamente isso que eu faria.

- Mas eu não sou você Quinn. Eu te entendo. É claro que você me fez muito mal, mas isso não interferiu na minha carreira, eu estou conseguindo conquistar tudo que eu sempre sonhei. O que adiantaria eu te ignorar? Ainda mais agora, você está morando aqui? – Apontei minha cabeça para a porta, aonde ela estranhamente ainda segurava a maçaneta.

- Sim, me mudei hoje.

- Ah. – Soltei meu melhor sorriso, tentando tranquiliza – la, e mostrar que tudo estava bem.

Silêncio, Quinn parecia estar em outro mundo,eu sempre notei, como ela parecia quieta quando não estava sendo observada. Não que eu ficasse prestando atenção nela... nada disso.

- Então... A gente se esbarra por ai Quinn – Virei, já abrindo a porta do meu apartamento.

- Espera Rachel! – Ela segurou no meu braço, o que me causou um certo formigamento, um incomodo. Eu não estava acostumada com o toque dela, ela parecia ter alergia a mim, por isso sempre manteve uma distância consideravelmente grande, e eu respeitava, ou talvez eu tivesse medo demais dela naquela época. – Você quer, uh, sei lá, jantar comigo hoje?

Percebendo minha expressão ela me interrompeu antes mesmo de eu tentar falar:

- Claro que você não quer. Você me odeia, e eu devo estar te incomodando, mas eu realmente sinto muito – Ela olhou no fundo dos meus olhos, e eu pude ver a verdade ali. É claro que não iria deixar as coisas tão fáceis assim pra ela, eu poderia até não ter tratado ela mal, pois eu jamais faria o que ela fez comigo com ninguém, mas também não viraria a melhor amiga dela de uma hora para outra. Eu não era nenhuma freira, pronta pra perdoar seus pecados.

- Não é isso Quinn, eu acredito nas suas desculpas, mas eu não consigo confiar em você assim tão rápido.

- Tudo bem, eu te entendo – ela soltou meu braço, abaixando a cabeça e fazendo uma expressão triste.

- Quinn, eu estou na Broadway.

- Eu sei disso, porque você está me contando?

- Porque normalmente quando você está participando de um musical, e você é a atriz principal, o seu público espera por você TODAS AS NOITES.

- Sim Rachel, eu sei disso – ela continuava confusa e tentava disfarçar lançando um sorriso tímido.

- Quinn! Eu não posso sair com você porque eu vou me apresentar hoje, por isso que eu não aceitei.

Ela finalmente pareceu entender e seu sorriso se tornou uma risada.

- Por que você ta rindo?

- Nada – ela falava, ainda gargalhando – Você ainda ta apresentando Spring Awakening?

Fiquei um pouco chocada pelo fato dela saber qual musical eu estava participando mas respondi:

- Sim... Como você sabe? Você não parecia ser uma garota que gostava de musicais na escola, na verdade eu me lembro de você reclamando do meu gosto musical várias vezes.

- Uh, eu devo ter visto em alguma revista qualquer de fofocas por aí – ela desviou o olhar de novo – e, ei, eu não me lembro de falar mal do seu gosto musical, isso era a Santana! Talvez eu falasse um pouquinho mal de suas roupas – ela mordeu o lábio, como se quisesse se obrigar a calar a boca – Mas isso não parece ser um problema mais – Falou isso enquanto erguia uma sobrancelha.

- Você me assusta um pouco quando faz essa cara. Sabe, me lembra dos velhos tempos.

- Que cara? – Ela ergueu ainda a sobrancelha

- Quinn! Exatamente essa cara, a sobrancelha erguida me dá arrepios – Tentei imitar sua expressão, mas saiu mais como uma careta.

Ela percebeu minha tentativa inútil de imita – la e começou a rir.

- Desculpa, acho que eu meio que faço sem perceber – deu uma pausa enquanto me olhava de cima a baixo – a gente se vê a noite – e virou, indo em direção ao elevador.

Fiquei um tempo parada, processando o que ela tinha falado. Espera, eu já não tinha explicado que não poderia jantar com ela hoje?

Corri atrás dela e disse:

- Quinn, eu já não falei que não posso jantar com você?

Ela estava me olhando de um jeito engraçado, e eu a olhava com um ponto de interrogação estampado na minha cara.

- Vejo que você continua baixinha.

- OH! Fabray, é assim mesmo que você pretende conquistar minha confiança? – fiz minha melhor atuação, fingindo estar magoada.

- Por quê? Tá funcionando?

Eu tinha me esquecido o quanto os olhos de Quinn eram hipnotizantes, ela me olhava com uma intensidade, como se tudo que importasse naquele momento, fosse eu, ali na frente dela. Acho que eu posso entender o porque do Finn ter voltado para ela tantas vezes, sua aparência é impecável.

- Eu falei isso porque eu vou assistir Spring awakening, e DEPOIS nós vamos jantar.

- Você vai PAGAR para me ver cantando?

- Eu vou pagar para ver a melhor cantora da nossa geração no palco.

- Uh, talvez você tenha ganhado pontos comigo por isso.

- Sério? – ela sorriu, divertida

- TALVEZ.

- Eu acho que isso foi um sim.

Comecei a me afastar, e antes de virar de volta para o meu apartamento, disse:

- A gente se esbarra por ai, loira

- Pode ter certeza que sim, anã.

E com isso, Quinn entrou no elevador, deixando uma Rachel incrédula e sorridente parada ali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu misturei fatos da vida da Lea com a rachel, porque eu estava escrevendo enquanto ouvia a trilha sonora de spring awakening HAHA e então achei bem conveniente, ainda mais porque novos personagens vão aparecer .