A Garota da Casa ao Lado escrita por changeantD-avis


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :). Eu estou com o ombro machucado e imobilizado mas mesmo assim vou postar porque não aguentava mais esperar para escrever.
Primeiro eu queria agradecer a Anila pela recomendação! Muito obrigado mesmo e desculpa não ter agradecido no capítulo anterior, eu me esqueci.
E também queria dizer que UAU. Quando comecei essa fic jurava que com esse número de capítulos eu teria no máximo uns 50 reviews e já estou quase nos 120! Isso é muito legal, e eu estou muito feliz. Então aproveitem esse capítulo gigante haha.
Eu também quero postar o máximo agora em Janeiro, porque em Fevereiro eu começo a fazer faculdade e não sei como vai ficar as coisas... Alguma dica pra uma novata e sociavelmente excluída pro primeiro dia de faculdade? hahahaha
Enfim, eu sei que ninguém quer saber da minha vida entediante, então vamos ao que interessa; aproveitem.
ps: desculpa se tiver algum erro de português.



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QUINN’S FLASHBACK

Ai. Ai. Ai. Minha cabeça doía muito. Me remexi na cama me arrependendo logo depois. Senti uma tontura um enjôo muito forte. Abri os olhos rapidamente e corri para o banheiro. Nunca mais beber tanto, era algo que eu não esqueceria da próxima vez. Tateei a pia para escovar os dentes pois o gosto ruim de vômito estava na minha boca, foi quando flashes começaram surgir na minha mente. Primeiro olhei em volta e reparei que aquele não era meu quarto do alojamento, e que aquela não era minha escova de dente. Fiz um bochecho e sai do banheiro, meu olhar foi direto para a cama, aonde uma Susan parecia imersa em sonhos. Senti um vento frio e foi quando percebi que estava completamente nua. Bosta, bosta, bosta. Algo me dizia que eu iria me arrepender de ter dormindo com a garota. A tontura voltou e eu me sentei na cama, envolvendo meu corpo com o lençol, mas senti uma mão me impedindo. A garota se sentou do ao meu lado, com um sorriso de lado e com os cabelos bagunçados. Ela parecia bem para alguém que tinha bebido como se fosse o fim do mundo.

– Estômago fraco Fabray? – ela disse enquanto seus dedos traçavam um caminho desde o começo das minhas costas até chegar à minha nuca, fazendo eu me arrepiar completamente. Suspirei forte e me arrependi de novo quando a pontada na minha cabeça voltou, franzi a testa e não disse nada, apenas permaneci olhando minhas mãos enquanto Susan fazia carinho na minha nuca. Aquilo era bom, eu não podia negar.

Percebendo que eu não falaria nada ela continuou:

– Quinn? O que foi?

– Na... Nada. É só que, eu não sei se isso foi certo. Quer dizer, eu não... eu não, eu nunca tinha feito isso com uma garota e a única vez que fiz com um garoto foi a pior experiência da minha vida... Eu, Eu... Essa meio que é minha “primeira vez”. E ainda parece que essas coisas sempre tem que acontecer quando eu estou bêbada. Eu me sinto meio usada.

– Ei, calma ai loira. Eu não estou te pedindo em casamento, relaxa. – ela sorriu e começou a depositar leves beijos em meu pescoço – olha, você é linda, eu sou bi e digamos que eu só te fiz um favorzinho, te ajudando a descobrir se gosta de garotas mesmo. – a olhei erguendo as sobrancelhas e ela apenas deu de ombros, me abraçando por trás e colocando suas pernas em volta do meu corpo.

– Então você ta dizendo que realmente você só estava me usando? – falei em tom de brincadeira, relaxando um pouco.

Ela sorriu, se afastando e virando meu corpo de frente para ela.

– Olha. Acho que a gente foi muito rápido. Eu...

– Jura? – a interrompi, sorrindo ironicamente.

Ela revirou os olhos e disse:

– Posso terminar? – Ela não esperou a resposta – Eu sou assim, o que eu posso fazer? Sou uma vadia e nunca escondi isso de ninguém – soltou um sorriso presunçoso, eu não pude deixar de lembrar de Santana, ela era igualzinha. – Mas, que tal isso? – ela estendeu a mão para me cumprimentar – Meu nome é Susan. Estudo com você aqui mas parece que você nunca tinha me notado. Eu faço faculdade porque meus pais querem que eu seja uma pessoa séria e rica. Mas eu vou ser uma grande atriz e cantora, provavelmente nos palcos da Broadway. Amigas? – ela sorriu e eu apertei sua mão.

– Amigas.

Um silêncio permaneceu no quarto, ambas estavam nuas se olhando. Susan lhe lançava um olhar de luxúria, e Quinn se sentia um pouco constrangida com aquilo.

– Amigas com benefícios?

– É, pode dar certo – Quinn disse, jogando seu corpo sobre o da garota e voltando a beija- lá, mas agora ela estava sóbria, e tinha consciência do que estava fazendo. Mas o que ela podia perder? Talvez fosse até uma forma de esquecer Rachel. E aquela garota a fazia se sentir a vontade, em tão pouco tempo ela arrancou a vida inteira de Quinn, sendo que as pessoas nunca conseguiam que ela demonstrasse nenhum tipo de sentimento. Mas tal...

FIM QUINN’S FLASHBACK


Quinn deu um pulo do sofá quando Santana berrou seu nome, acenando com os braços, tentando chamar sua atenção.

– Terra chamando Quinn, tem alguém ai nesse cérebro oco e loiro?

– Desculpe, eu estava... me lembrando de algumas coisas.

– Quinn. Já faz seis dias que você não fala com a Rachel. Ela vai embora assim que esse ano acabar. Ou seja, amanhã de manhã ela estará em um avião, longe daqui. Você vai deixar isso acontecer?

Já era noite do dia 31 de Dezembro. O ano estava acabando e junto com isso Rachel iria viajar. Santana estava com um vestido vermelho colado e salto alto. Usava os cabelos longos soltos e ondulados. Quinn chegou à conclusão de que ela iria se encontrar com Brittany.

– E você quer que eu faça o que? Eu tentei de todas as formas falar com ela esses seis dias! Mas ela não me deixa chegar perto, vive se escondendo de mim, não responde minhas mensagens e nem minhas ligações! Você quer que eu escale a janela dela? – Quinn deu uma risada amargurada.

– Se for preciso! – Santana lançou seu olhar de bitch na direção da Quinn – Arrombe aquela porra de porta se for preciso Fabray! Você tem que dar um jeito dessa anã teimosa te escutar! E se você não fizer isso, pode ser o fim... pra sempre – ela murmurou. – Ela está prestes a conhecer o mundo das celebridades, e não esse mundinho fechado que as pessoas da Broadway ficam, e sim o mundo inteiro. O filme que ela vai protagonizar vai ser transmitido no mundo INTEIRO praticamente, você tem noção de que a partir do momento que ela entrar naquele avião, ela não é mais a Rachel Berry menina irritante com grandes sonhos e a voz maravilhosa e sim a Rachel Berry futuro rostinho das revistas de adolescente, futuro desejo de todos os caras e de milhares de garotas por ai? E eu não...

Quinn deixou uma lágrima cair, ela não queria perder Rachel.

– Oh, desculpe Quinn... Eu não queria, er, não queria... Você tem certeza que não tem problema de ficar sozinha hoje? Eu posso ligar pra Brit e...

– Não Santana. Você está certa. – Quinn levantou abraçando a amiga – O que seria da minha vida sem você hãn? Vai se divertir com sua garota. Quem me dera Rachel fosse fácil que nem a Brit.

Santana retornou a sua pose e falou:

– Ta chamando a brit brit de fácil? – ela ergueu a sobrancelha, sorrindo - Pois é Fabray, você não seria nada. E desde quando você se tornou tão sentimental? – ela disse, empurrando a garota que ainda lhe abraçava – Aquela anã te quebrou. Agora me deixa ir, tenho coisas mais importantes para fazer – ela disse piscando – e você também garota, me escuta.

Quinn apenas acenou com a cabeça, sorrindo, enquanto a latina saia pela porta.

–-x—

Quinn se remexia na cama, estava sem sono e seus pensamentos não saiam de uma garota morena, que estava ali no apartamento do lado. Provavelmente ela nem estivesse, e acho que era isso que confortava Quinn. Ela devia ter saído para comemorar, afinal, era ano novo e ela tinha que se despedir dos amigos. Se remexeu mais um pouco, avistou o relógio, 2:00 da manhã. Ótimo. Ela nunca conseguiria dormir, pois sempre que fechava os olhos as imagens de Rachel invadiam sua cabeça. Aqueles olhos, aquele sorriso... Quinn se levantou da cama como se tivesse tido um impulso e foi em direção ao quarto que ninguém tinha permissão de entrar, nem Santana. Ela destrancou a porta pegando o que queria e dando uma olhada em volta antes de sorrir tristemente e sair. Pegou uma carta que tinha escrito para Rachel á alguns dias atrás. Se a garota não lhe deixaria explicar pessoalmente, pelo menos iria ler aquilo. Colocou o que tinha pegado no quarto e colocou junto em um envelope. Ela colocaria por baixo da porta de Rachel.

RACHEL’S POV

Eu estava sentada no braço do sofá, no meio de toda aquela bagunça. Se minha vontade de arrumar as coisas já não existia normalmente, imagine se iria aparecer hoje. A verdade é que eu deveria estar terminando de fazer minhas malas, mas eu só conseguia pensar na loira com um cheiro tão bom que morava ali do lado. Já se passava das duas da manhã e eu teria que acordar cedo. Mesmo assim eu não me importava porque sabia que por mais que eu tentasse, a última coisa que eu faria era dormir. Jesse e Sam me ligaram várias vezes mas eu disse que estaria ocupada, não queria comemorar o ano novo... Não com eles pelo menos. Eu ainda estou tentando entender como me tornei tão dependente de Quinn. Isso é ridículo. Essa garota só me fez sofrer e agora tudo que eu faço parece girar em torno dela. Me lembrei das palavras de Santana nesses dias, quando não consegui escapar da latina e fui pega no corredor:

Eu estava andando lentamente pelo corredor para chegar até meu apartamento, tinha saído com Jesse e Sam para ver se me distraia um pouco. Eles bem que tentaram me animar, mas o vazio que eu sentia permanecia lá. Olhei distraidamente dentro da minha bolsa em busca das chaves quando quase caio em cima de uma Latina nada satisfeita e... Brittany? Se agarrando em um canto próximo a porta de Quinn.

– Oh meu deus! Brittany – sorri

– Oi para você também Berry – Santana soltou um sorriso irônico me fazendo revirar os olhos.

– Tanto faz.

– Até quando vai continuar com essa teimosia?

– Como assim? – falei, confusa.

– Olha aqui Berry – ela disse, se afastando de brittany e se aproximando ameaçadoramente de mim, engoli seco – Você esqueceu de uma promessa que fez para mim nesse apartamento? Que não ia machucar Quinn? E agora tudo que ela faz é ficar trancada naquele maldito quarto que ela não me deixa entrar e chorar. Não come direito e nem dorme, e a única vez que consegui arrancar um sorriso dela foi quando levei um tombo no meio da sala. Mas isso não vem ao caso. Você precisa escutar ela. Converse com a Quinn antes de tirar conclusões precipitadas. Eu sei que o que ouviu pode ter parecido uma coisa, mas não é. Me entendeu? Aquela garota... Essa garota que ferrou com você é maluca, não é culpa da Quinn.

– É verdade Rach. Ela é tipo a irmã gêmea malvada da Quinn, eu me lembro dela. – brit pronunciou, confusa.

– Ela me machucou primeiro, não foi culpa minha! E mentiu para mim, ela...

– Não, ela não mentiu. Que droga Berry! Por um momento pare com essa teimosia e deixe ela pelo menos tentar se explicar! Que porra!

– Me deixa em paz Santana! – disse, saindo de lá sem olhar para trás e entrando frustrada no meu apartamento. Aquelas palavras não saíram mais da minha cabeça. E se Quinn não fosse culpada? Não. Provavelmente Santana era outra vadia que ajudava nesses planos. Sim, eu tinha me tornado paranóica por causa de Tracy.

Encostei o corpo na parede enquanto tomava café. O cheiro dela estava impregnado por todo apartamento, era insuportável, mas eu tinha que admitir, eu estava totalmente apaixonada por aquela garota. Mesmo ela sendo uma aproveitadora, assim como Tracy. Prendi a respiração ao lembrar da outra garota. Aquilo nunca passava, essa sensação horrível em relação a ela. Lágrimas começaram a cair, uma coisa muito normal esses dias, quando vi um envelope sendo enfiado por baixo da porta. Primeiro me assustei mas minha segunda reação foi destrancar a porta, mas parei assim que percebi que obviamente só podia ser a Quinn. Fiquei refletindo sobre o que fazer enquanto ainda segurava a maçaneta girada.

FIM RACHEL’S POV


QUINN’S POV

Me assustei ao ouvir o barulho da porta sendo destrancada, fiquei na mesma posição por alguns segundos, agachada e com as mãos no chão, esperando alguma coisa acontecer. Mas nada, a porta permanecia fechada, mas eu vi que a maçaneta tinha sido girada. Respirei fundo. Eu não sei se estou preparada para encarar ela. Não se for para ela não me escutar.

– Rach... Rachel? – sussurrei.

Nada. Silêncio. Eu podia ouvir a respiração dela muito perto da porta.

Sentei no chão, esgotada.

– Por favor Rachel, abra a porta. Nós precisamos conversar – nem sei de onde tirei forças para dizer isso.

Alguns segundos se passaram e ela não disse nada ainda.

– Rachel, eu não vou sair daqui enquanto você não abrir essa porta.

Ela finalmente se pronunciou:

– Nós não temos o que conversar.

– Se você não tem nada para me dizer, ótimo, mas eu tenho.

– Eu não quero te escutar! – ela disse, alterada, e eu senti pela falha em sua voz que a baixinha estava chorando.

– Rachel... abre a porta. – tentei permanecer calma.

– Não que...

Não deixei terminar, levantei e forcei a porta para trás, empurrando com uma força que eu nem sabia que tinha. Me deparei com ela de olhos arregalados e assustada, enquanto eu invadia seu apartamento sem pedir permissão. Olhei para ela, as olheiras em baixo dos olhos denunciavam que assim como eu, ela estava sofrendo. Senti uma pontada de esperança ao perceber que tudo não tinha sido em vão, eu conquistei ela, e não iria perder essa confiança por causa de um desentendimento. Segurei um sorriso ao ver que ela vestia apenas uma de minhas camisetas velhas e eu sabia que esse não era seu pijama normal, ao menos se eu dormisse lá e ela acabava colocando minhas roupas.

– Não... Não se aproxime mais Quinn – ela disse, entre lágrimas.

Segurei seus pulsos e forcei seu corpo em um abraço. Ela pareceu relutante e se afastou, tentando se soltar dos meus braços, dando tapas em mim e chorando mais ainda. Continuei a segurando firme, sem deixar ela se afastar muito. Não é como se ela estivesse me machucando com aqueles tapas. Eu sabia exatamente o que estava acontecendo.

– Rachel – ela não parava de me bater.

– Rachel...

Ela parou por uma fração de segundos, parecendo cansada, e olhou para o chão.

– Rachel! – falei com mais firmeza. E logo depois senti seus braços envolvendo minha cintura com força. Ela se agarrou a mim e afundou seu rosto na minha barriga, as lágrimas não paravam de cair e senti minha camiseta molhada.

– Shiu amor, vai ficar tudo bem. Calma – abracei-a com força, tentando passar confiança e afagando seus cabelos. Beijei sua testa repousando meus lábios lá e ficamos em silêncio por algum tempo enquanto ela se acalmava. Sua respiração foi voltando ao normal e eu tentei me afastar para encarar ela nos olhos, mas ela me segurou com mais força.

– Rach... – tentei ser o mais gentil possível – Você promete que não vai ficar chateada com o que eu vou falar?

Ela permaneceu sem mexer um músculo e eu suspirei, continuando:

– Você... Você procurou ajuda depois de, sabe, do que aconteceu com você e a... Uh... Tracy ?– falei bem baixo esse nome para não chateá-la de novo mas ela escutou e estremeceu sobre meu corpo. – Ajuda de um profissional?

Ela se afastou apenas um pouco para poder me olhar nos olhos e franziu o rosto:

– Eu... Eu não preciso de ajuda de ninguém Quinn. Eu estou bem, e já superei isso. – ela falou extremamente fria.

Olhando aqueles olhos cheios de dor eu pude ver tudo o que eu comecei e que Tracy fez o “favor” de terminar. Quando alguém que nem Rachel, que sofreu muito na escola, com todos sempre a julgando, tratando mal e fazendo questão de rir da cara dela, consegue permanecer forte o tempo todo, que foi exatamente o caso dela, quer dizer, todos sabiam que ela ficava chateada, mas nada parecia abalar ela de verdade. Ela se amava e nada do que diziam poderia mudar os sonhos dela. O que eu quero dizer é que quando isso acontece, a pessoa se torna mais vulnerável, e uma hora ela explode. A morena aguentou isso tudo sozinha sem fraquejar nenhum momento, e logo depois ela sofreu mais um trauma enorme na vida dela quando Tracy apareceu. Ela foi humilhada e sua carreira ameaçada. Ela explodiu. Aquela garota confiante não existia mais, e eu senti isso quando a olhei de verdade nos olhos. Ela tentava me enganar, mas eu sabia que aquilo era uma máscara.

– Me desculpa Rachel – deixei cair uma lágrima – Isso... Isso tudo é culpa minha.

– O que você está dizendo?

– Que... Que eu fui uma das pessoas que te fez perder aquele brilho no olhar, eu ajudei você a perder a confiança. Mas Rachel, você é especial. Eu... Eu não quero que você nunca pense que tudo aquilo que você escutou na época da escola era verdade! Era um bando de adolescentes ignorantes! E eu era uma delas. Me desculpa!

– Porque você está se desculpando de novo por isso Quinn?

– A Tracy terminou o que eu comecei Rachel.

– Como assim, explica direito Quinn. Não estou entendendo nada – ela permanecia fria.

– Rachel. Eu não estou participando de nenhum plano com Tracy. Você está me entendendo? – olhei com confiança para ela, tentando passar toda a verdade nas minhas palavras. Ela apenas acenou afirmativamente. – Ótimo. E o que eu estou tentando dizer é que você já era muito frágil antes da Tracy aparecer, graças aos problemas que te causei na época da escola, e quando aconteceu aquilo com ela, você não aguentou mais ser forte. E Rachel, isso me dói tanto, porque eu vejo tanta dor nos seus olhos. Eu só quero poder te proteger de todos, daquela vadia e de qualquer um que tentar se aproximar. Eu... Eu

Parei quando vi um sorrisinho fraco aparecendo em seu rosto. Me senti um pouco mais aliviada e ela encostou seus lábios nos meus, repousando eles lá.

Ela se afastou depois de alguns segundos, agora ela sorria um pouco mais.

Olhei para ela confusa:

– você não está brava comigo?

Ela não respondeu, pegou minha mão e me guiou até o sofá, me sentei e ela repousou seu corpo no meu colo logo depois, apertei sua cintura possessivamente.

Passei meus dedos pelo seu rosto e ela fechou os olhos, colocando a mão por cima da minha. Ela se separou e ficou me olhando.

– O que foi tampinha?

– Não me chama assim Quinn – ela me deu um tapa e depois riu. – Eu acho que não te disse ainda o quanto você é importante para mim. – Ela mexia no zíper do meu casaco, meio nervosa – Desculpa ter sido tão grossa. E de ter ficado afastada todos esses dias que eu deveria ter passado grudada em você, eu estraguei nosso ano novo. Hoje cedo eu vou ir embora e...

Tampei sua boca, a tirei do meu colo e levantei, puxando ela pra fora dali.

– O que você ta fazendo Quinn? – ela disse, rindo.

– Vem, vamos aproveitar nossas últimas horas juntas, ta nevando lá fora! Olha os flocos de neve, é lindo.

Sai correndo e descendo pelas escadas e ouvi as risadas dela atrás de mim, tentando me alcançar. Cheguei lá em baixo muito antes que ela e parei no meio da rua, o chão estava coberto de neve, e a temperatura era congelante. Fechei os olhos sentindo a neve cair e me assustei quando um corpo se jogou nas minhas costas. Caímos as duas na neve. Soltei um grunhido quando senti meu corpo afundando naquela neve gelada, não era nem um pouco agradável, por mais que parecesse fofinha e branquinha, a neve era apenas... molhada. Ela deixava sua roupa toda molhada. Rachel ainda ria da minha cara de desgosto e meus olhos brilharam quando olhei o colar de estrela que eu tinha dado para ela em seu pescoço ainda.

– Você não tirou o colar – sorri, segurando o pingente.

– Claro que não, eu nunca vou tirar – ela me dava vários selinhos.

– Jura? Promete que toda vez que você quiser que eu esteja ao seu lado, você vai segurar esse colar com toda a força possível e vai ser como se eu estivesse com você?

Ela acenou afirmativamente com aquele sorriso que eu amava. Se levantou de cima de mim e me ajudou a levantar.

Percebi que ela se distraiu com as coisas em volta dela e fui me afastando bem devagar, fiz uma bola de neve e chamei seu nome. Ela olhou, me procurando, e quando ela finalmente me viu eu joguei a bola na barriga dela. Ela me olhou de boca aberta, incrédula. Pegou um bolo de neve e veio correndo atrás de mim.

– Você me paga Fabray!

Ficamos ali brincando por um tempo que nem crianças, jogando bolas de neve uma na outra e rindo.

Já estava quase amanhecendo quando resolvemos voltar para dentro, ela precisava dormir um pouco.

A puxei para bem perto e disse:

– Feliz ano novo – e depois lhe beijei.

– Feliz ano novo Q.

FIM QUINN’S POV

–- x --


RACHEL POV’S

Acordei assustada, eu não tinha dormido praticamente nada e essa droga de despertador não parava de tocar. Olhei para o lado e vi o corpo de Quinn agarrado a mim. Fui me soltando devagar para não acordar ela, ainda precisava terminar de arrumar minhas coisas e sair correndo dali para o aeroporto, Jesse e Sam estariam me esperando lá. Finalmente consegui me sentar na cama e já ia levantar quando fui jogada na cama com força. Levei um susto e soltei um gritinho. Coloquei a mão no coração e olhei para aquele emaranhado de cabelos loiros. Ela me olhava, se divertindo.

– Você estava pensando em me abandonar aqui na cama Berry? – ela me olhou, ameaçadoramente.

– Eu preciso terminar de arrumar minhas coisas Q e eu não queria te acordar... Deixa eu levantar. – tentei me soltar de seus braços, sem sucesso, já que ela me agarrou mais forte ainda.

– Não vai sair daqui – Ela encostou a cabeça no meu peito e ficou imóvel.

– Q... Preciso levantar. – tentei parecer séria, sem sucesso.

– Não, você vai me abandonar. – ela fez um bico lindo, respirando forte no meu pescoço, como se quisesse sugar alguma coisa ali. - eu tive que lhe dar um beijo.

Passei a mão em seus cabelos e ficamos assim por um tempo.

– Amor, eu preciso levantar, é sério. Se eu me atrasar Sam vai me matar!

Ela me largou, bufando. – Ta bom garota, vai arrumar suas coisas – ela virou pro outro lado, puxando o cobertor até a cabeça.

– Oh meu deus, ela ta bravinha. – sorri, tentando tirar o cobertor de sua cara – Deixa ver essa menininha emburrada – fiz voz de criança, tirando sarro dela. – Deixa eu ver seu rosto fabray.

Ela abaixou o cobertor lentamente e oh...

– Quinn, você ta chorando? - ela ficou quieta – olha pra mim. – Ela me olhou e eu beijei uma das lágrimas que escorriam.

– Eu não quero te perder... – ela disse baixinho – Santana falou umas coisas, e... eu to com medo.

Ergui as sobrancelhas. Santana. Eu queria matar aquela latina insuportável e intrometida.

– O que ela disse? – falei, guspindo as palavras.

– Você vai ser uma atriz famosa agora Rach. Tipo aquelas atrizes que os adolescentes idolatram. – ela brincava com suas mãos – E se você conhecer alguém mais interessante do que eu?

Puxei seu rosto para cima:

– Quinn. Eu te amo. Não vou te deixar por nada nesse mundo. Você consegue enxergar através de mim, e percebe umas coisas que nem eu mesmo vejo. Eu nunca vou te deixar, eu juro. – Ela sorriu – Agora levanta, vamos se trocar pra você ir comigo até o aeroporto. – Ela acenou com a cabeça.

–-x--

Chegamos ao aeroporto de mãos dadas, mas soltei logo depois de sair do carro e avistar alguns paparazzis em volta. Quinn seguiu atrás de mim me ajudando com uma das malas. Uma repórter se aproximou com um gravador e disse:

– Senhorita Berry, você está feliz com esse próximo passo na sua carreira? A única coisa que se comenta por aí é o seu nome. Todos estão esperando seu sucesso.

– Obrigada – sorri para a garota – Com certeza estou muito animada e feliz. Mal posso esperar para começar e prometo dar o meu melhor para que supere as expectativas.

Ela pareceu perceber a presença de Quinn e enfiou o gravador na cara dela:

– E você, qual sua relação com Rachel?

Ela me olhou, nervosa. Sem saber o que responder.

– Eu... ér.

– Ela é uma grande amiga. Nos conhecemos desde a época da escola – pisquei para Quinn e ela sorriu um pouco triste. – Com licença, nós precisamos entrar, meu vôo é daqui a pouco.

A mulher agradeceu e foi se afastando enquanto alguns curiosos tiravam fotos.

Entrei e logo avistei Sam e Jesse impacientes. Jesse me agarrou no ar.

– Vou sentir sua falta garota.

– Sem sentimentalismo Jesse, por favor. – Sam comentou – Oi loira, vejo que já fizeram as pazes.

Quinn apenas sorriu. Percebi que ela estava meio triste. Ela passou a mão pelas minhas costas, disfarçadamente arranhando por baixo da minha blusa. Gemi e lancei um olhar reprovador. Ela tirou seu casaco gigante achando que eu estava com frio e colocou por cima dos meus ombros, a olhei, arregalando os olhos. Ela estava com um shorts jeans curtíssimo e rasgado, e uma camiseta regata vermelha e bem larga. Para completar usava um salto alto. Aquilo parecia estar me provocando, e eu sabia que essa era exatamente sua intenção,eu queria agarrar ela ali no meio de todo mundo.

– Você só fala isso porque você vai viajar com ela Samantha. Isso é injusto. Vou ter que importunar Quinn a partir de agora. – Jesse piscou para mim.

– Primeiro, fique longe da minha namorada. E segundo, eu também vou sentir sua falta Jesse – sorri e o abracei.

– Vamos? Já está quase na hora e precisamos assinar uns papéis – Sam me puxou.

– Calma, eu... Uh... Quinn! O que é isso na sua camiseta? Acho que esta rasgada.

Ela me olhou, com as sobrancelhas franzidas, procurando. – cadê rach? Aonde?

– Aqui atrás, vem comigo no banheiro, vou te ajudar.

Sai arrastando ela pro banheiro com uma Samantha berrando meu nome.

Entramos e havia algumas pessoas apressadas lá, sorri e empurrei Quinn para um dos reservados, sem me importar com os olhares. Ela parecia confusa e eu não dei tempo dela questionar. A beijei com muito desejo, e minhas mãos foram direto para suas coxas.

Depois de um tempo me separei, ofegante, e eu tinha certeza que meus olhos estavam mais negros do que o normal, por puro desejo.

– Eu... eu queria muito entender porque você está vestindo uma porra de um shorts desse tamanho sendo que faz uns 10 graus lá fora Fabray.

Ela sorriu, aquele sorrisinho pervertido.

– Gostou rach? – ela pegou minhas mãos e foi subindo por suas cochas, indo até sua cintura por baixo da camiseta e eu prendi a respiração.

Bufei, irritada.

– Isso vai ter volta sabia? – Ela riu e ficou séria quando ouviu o meu vôo sendo chamado, abaixou a cabeça e a expressão triste voltou. – Você ficou brava por eu ter falado que somos “apenas amigas” para aquela repórter?

Ela deu de ombros com aquele sorrisinho triste.

– Tudo bem amor. Eu sei que você não pode sair gritando por aí que está em um relacionamento com outra mulher.

– Desculpe - A beijei novamente, antes de arrumar sua roupa e a minha para sairmos dali. Ela me parou e ergueu aquele envelope de novo em minha direção.

– Você esqueceu de pegar isso.

Peguei em minhas mãos e já ia abrir, mas sua mão me parou.

– Só abra isso quando estiver no avião, por favor. Não te expliquei sobre minha relação com Tracy, e acho que você merece saber. Mas preferi escrever, quando não consigo me expressar, eu sempre escrevo... Então. – ela sorriu, constrangida.

Acenei e puxei ela para fora. Nos despedimos com um longo abraço e um eu te amo. Meu coração ficou apertado e segurei as lágrimas, mas quando já estava longe pude ver que algumas gotas escorreram pelo seu rosto e ela as limpou rapidamente e abaixou a cabeça. Suspirei. Maldita fabray, por que ela não apareceu antes na minha vida?

–- x --

Já estava acomodada ao lado de Sam e o avião estava se preparando para decolar, não aguentava mais e peguei a carta de Quinn. Sam me olhou curiosa mas eu lhe lancei um olhar de “nem se atreva a tentar ver” e ela só deu de ombros e se virou para a janela. Prendi a respiração e abri a carta:

Rach. Eu sei que você não quer me escutar, e você nem imagina o quanto estou querendo me bater por isso. Por tudo que te causei, todos os problemas na escola, e por esses problemas de agora. Eu juro que não foi intencional. Sim, eu conheço a Tracy. Mas não é o que você imagina. Eu a conheci na faculdade. Ela fazia faculdade de direito junto comigo, mas eu a conhecia como Susan. Então acredite, eu estou tão confusa quanto você. Aquelas coisas que você ouviu no apartamento foi logo depois de Santana me mostrar uma foto dela e eu fiquei extremamente assustada quando percebi que era a mesma garota que eu... me envolvi na faculdade. Eu não me sinto confortável em falar sobre isso com você, por isso prefiro escrever. Ela foi a primeira garota que fiquei, e nós meio que tínhamos um relacionamento. Amizade com benefícios,sabe? Mas ela se tornou uma grande amiga, e eu contava tudo para ela, ela sabia toda minha vida e tudo sobre você. Por isso eu me sinto culpada, pelo fato de ter contado para ela cada detalhe da sua vida. Eu contei como me sentia em relação a você, e ela disse que me ajudaria a te esquecer... É claro que isso nunca aconteceu, e que toda vez que eu estava com ela, meus pensamentos permaneciam em você. Enfim, ela sempre me dizia que queria ser uma cantora/ atriz muito famosa, e que queria entrar na Broadway também.Ela me assustava um pouco porque parecia meio predadora ao falar sobre isso. Como se ela fosse passar por cima de todos que a impedissem sabe? E em um dia eu encontrei um bilhete em seu dormitório com apenas uma frase:” Desculpe loira, grande sonhos certo? A gente se esbarra por aí algum dia quem sabe.” E foi esse o final da minha “história” com ela. Eu fiquei chateada demais. Mais uma pessoa havia me abandonado, e eu meio que havia me apegado a ela. Mas eu superei e acabei deixando isso de lado, voltei a falar com a Sant e comecei a freqüentar essas festas e fazer novas amizades. Eu jamais imaginaria que ela tinha ido atrás de você Rach. Então me desculpa pelo que te causei, e por ter contado tudo sobre você para ela. Eu te amo e ninguém vai me fazer mudar de opinião. Eu nunca vou te decepcionar. Eu só queria que você soubesse que eu estou aqui, pra tudo... Se cuida, por favor baixinha.”

As lágrimas brotaram em meus olhos e sorri, triste. Percebi que havia marca de lágrimas no final da folha. Aquilo era horrível, eu não sei se aguentaria ficar longe dela.

Sam apenas pegou minha mão e ficou em silêncio. Puxei outra coisa que havia ali dentro, primeiro era minha aliança, sorri e coloquei desesperadamente no meu dedo, como eu senti falta dela, depois encontrei uma foto minha e dela, que provavelmente Santana tinha tirado, nós duas sorriamos bobamente e eu tentava me lembrar quando aconteceu isso. Atrás estava escrito:

“Nobody does it half as good as you

Baby you're the best

I wasn't looking

but somehow you found me

Why do you have to be so good?”

(Ninguém faz isso tão bem quanto você.

Meu amor você é a melhor

Eu não estava procurando,

mas, de alguma forma, você me encontrou.

Por que você tinha que ser tão boa?)


Me ajeitei na poltrona, segurando a mão da Sam quando senti que o avião já estava bem alto. Me agarrei á aquela carta e dormi assim, só percebendo agora que eu estava com o casaco de Quinn, e o cheiro dela era a única coisa que me restava.

–-x--

Eu e Sam já havíamos nos acomodado em um hotel maravilhoso de Los Angeles. Ambas já haviam descansado demais naquele avião, almoçamos e teríamos uma reunião para me explicarem melhor o projeto. Entrei no estúdio e me sentei em uma cadeira. Várias pessoas corriam de um lado para o outro, e eu ainda nem sabia quem era meu chefe. Fiquei ali, batucando minhas pernas enquanto aguardava alguém chegar, Samantha estava conversando com uns caras e eu não quis atrapalhar, mas minha curiosidade estava me matando.

Continuei distraída. Mas congelei quando senti uma respiração em meu pescoço e aquele cheiro familiar. Quase cai da cadeira. Todas aquelas sensações e sentimentos voltando com toda intensidade possível. Quinn tinha razão, eu não havia superado.


– Oi amor. Senti sua falta – Me senti enojada ao virar e dar de cara com Tracy.

– O que... O que você faz aqui? – Samantha já se aproximava defensoramente.

– Não te contaram? Meu filme vai ser um sucesso, e eu queria a melhor como atriz principal. – ela piscou, passando uma mão em minha nuca. Engoli em seco.

– Seu filme? - olhei em direção a Sam em busca de respostas, mas ela parecia tão confusa quanto eu.



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Notas finais do capítulo

E o drama continua. Agora sim as coisas vão ficar... dramáticas. Próximo capítulo. Tracy/ Susan causando hahaah
bj bj, até o próximo
mereço reviews? ;)
Alguém ai tem tumblr? Me sigam que eu sigo de volta: http://changeantd-avis.tumblr.com/



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