Pov. Narrador

       - É claro. Bem, eu senti a sua falta.

- Eu não senti a sua. – a mulher sentada na cadeira continuava a rodar e a conversar com Jared, assim como velhos amigos.

- Você é tão doce. Sabe, eu realmente sinto saudades da sua doçura.

- Obrigado. E quanto ao meu gato?

- Você quer seu gato?

- Não é óbvio??

- Tá bom então, já que você prefere as coisas do jeito mais rápido.

Jared se manteve calado e parado onde estava.

Olhou para o teto.

- Você sempre foi apressadinho. – a mulher soltou uma risada irônica.

- Tá bom. O que você quer, hein? O que você quer pra devolver o meu gato?

- Termina com a garota.

- Não!

- Então não tem gato de volta.

- Claro que tem gato de volta. – disse uma outra voz feminina, que adentrou o local.

Pov. Jared

       Virei-me e vi a dona da voz familiar.

Não me surpreendi. Já era de se esperar que ela arrumasse um jeito de me seguir, considerando o amor que sente pelo Marlyn.

Pov. Lilo

       - E aí, galera. – falei, entrando no prédio e parando ao lado de Jared. – Qual é, mané. – eu disse pra ele.

Jared riu.

Fitei a mulher que rodava na cadeira da portaria do prédio cinza e sem graça.

- É ela? – perguntei à Jared.

- Sim.

- Olá, N.

- Olá. – N. me disse, em tom despreocupado. – Quem é você?

- Lindsay. Uma amiga. – sorri.

- Como você descobriu o local? Me lembro de ter pedido ao Dr. Leto que ele viesse sozinho. – N. me perguntou.

- Eu descobri por acaso, sabe. Ele deve ter comentado comigo sem querer. Mas, bem, vamos direto ao ponto. Cadê o Banana?

- Banana? – disse N., confusa.

- Sim, Banana, o meu gato.

- É meu gato! – gritou Jared.

- Cala a boca, mano. Você não resolveu nada, então deixa que eu resolvo. – disse à Jared, que ficou calado.

É. Acho que eu tenho alguma moral.

- Então, o que você quer? – perguntei para N.

N. me fitou por um tempo, sem dizer nada.

- Ele está aqui no prédio. Bem, eu não contava com a presença de uma ajudante... e, como isso é contra as regras, eu...

- Regras de quem? – Jared a interrompeu.

- As minhas regras. – ela o fuzilou com o olhar. - Então, continuando. Eu acho que vou ter que mudar esse jogo. O que acham? O que acha de deixar a garota jogar, Jared? – ela perguntou.

Leto pareceu pensar por um segundo.

Depois, me dirigiu o olhar e perguntou:

- O que acha?

- Ah, o que seria de você sem mim? – respondi, sorrindo.

Ele riu.

- É.

- Tudo bem, então... você vai fazer a sua amiga terminar com o Jared.

- Por quê? E você conhece a minha melhor amiga? – fiz uma pausa. – Quem diabos é você?

- O nome dela é Náyra. Foi minha namorada no 3° ano do Ensino Médio. Ela me persegue e quer acabar com o meu namoro com a Taylor. Aí ela pegou o meu gato pra tentar acabar com isso. – Jared mesmo respondeu.

- Coitada. – deixei minha cabeça cair para esquerda e sorri, sarcástica.

E Náyra nem se abalou.

- Mas, enfim, eu ainda tenho o seu gato. – ela riu.

- Quando eu disser corra, você corre, ok? – sussurrei para Jared.

Ele assentiu, sem que Náyra percebesse, já que ela estava muito ocupada em rodar na cadeira.

Fui para atrás da mesa da portaria e logo vi uma caixinha roxa que estava servindo de apoio para os pés daquela maluca.

Banana colocou uma das patas para fora, pelo buraquinho em forma de losango da caixa.

Corri para pegar a caixa, fazendo os pés de Náyra caírem, o que a fez desequilibrar e cair da cadeira de porteiro.

- Corre! – gritei para Jared.

Nós dois corremos para o carro. Entramos e Jared deu a partida.

       Paramos num engarrafamento, não muito longe do número 55 de 59th Street.

Abri a caixinha roxa e então eu e Jared pudemos ver o animalzinho lindo sair de lá.

[N/A: CALMA GENTE, NÃO IGNORA ISSO AQUI, POR FAVOR U_U Ei seu que vocês estão doidos pra ver o reencontro do Banana com seu dono e com sua... sei lá. Enfim, é só pra vocês verem uma foto do Banana que eu achei e quero compartilhar u.u Então, aqui: http://1.bp.blogspot.com/_QrUzDl0EuAc/TFA1BtcIY2I/AAAAAAAAADs/Ddy9ZW6bjkU/s1600/MarvinTomscat.jpg Pode chorar galera, eu deixo u.u Beleza, não vou mais incomodar. Podem continuar a ler. –q]

- FOFOLETEEEEEEE! – gritei, tomando o gatinho nos braços.

- Ah, qual é! Me dá o gato! Ele é meu! – Jared protestou.

- Dirige aí vai, para de reclamar. – eu disse, enquanto apertava, abraçava e amassava Banana.

       - Você quer leite, gatinho? – perguntei ao Banana.

Nós tinhamos chegado a casa de Jared, e Taylor não estava mais lá, como ele disse que estaria. Mas eu não liguei muito para esse fato, porque estava ocupada tomando todos os cuidados para que Banana se sentisse bem e feliz novamente.

- Miau. – disse Banana, em resposta.

- Eu acho que ele quer sim! – cantarolei, indo em direção a cozinha.

- Ele não toma leite, ele toma água mesmo. – disse Jared.

- Por que?

- Nem todos os gatos gostam de leite.

- Você já deu leite pra ele?

- Não.

- Então eu vou dar pra ver se ele gosta. – disse, pequei uma caixa de leite na geladeira e derramei o líquido na tigela cinza com “Marlyn” escrito em alto relevo. Peguei uma caneta em minha bolsa e escrevi “Banana” ao lado. Em seguida, voltei para a sala com o leite do meu gato.

- Aqui, bebêzinho. – eu disse, colocando a tigela em frente ao Banana.

Ele me olhou rapidinho e começou a beber.

- Viu, eu disse. – falei para Jared, que deu de ombros.

Pov. Jared

       Já era quase madrugada e Lilo ainda estava mimando o meu gato, no chão da sala da minha casa.

Resolvi falar com ela.

- Ei, Lilo...

- O que? – ela disse, sem me olhar. Estava muito ocupada brincando com as orelhas de Marlyn.

- Eu acho melhor você ir embora. Sabe, está tarde... e eu acho que não quero passar a noite sozinho com você no mesmo apartamento. Porque, você sabe... sua fama não ajuda muito.

Lilo gargalhou.

- Ok, eu vou. – ela levantou, pegou a bolsa e foi indo para a porta. Deu uma olhada para Banana antes de sair, e então parou, largou a bolsa no chão e sentou no sofá. – Ele está sofrendo, você não vê?

- Quem, o Marlyn? Sofrendo por que? – pergunte, confuso.

- Ele não quer que eu vá embora, né fofolete? – Banana miou em resposta. – Viu, ele não quer. – ela me encarou. – Então, me dá o Banana que eu vou.

- Eu não vou te dar o meu gato!

- Ué, deixa ele decidir isso, então. Eu tenho certeza que ele vai me escolher!

Hesitei por um minuto, mas em seguida sentei no sofá ao lado de Lilo. Chamei Marlyn, que logo veio para perto de nós e parou em nossa frente.

- Fofolete...

- Marlyn, - interrompi. – a decisão é sua. Você quer ficar comigo... ou com ela?

- Ei, - protestou Lindsay. – eu não sou só “ela”, ok? Eu sou a mulher que o seu gato ama.

Não pude deixar de ri, mas ignorei o que Lilo disse e continuei.

Pov. Lilo

- Bom, então, Marlyn...

- É Fofolete.

- Que seja! Então, “Fofolete”, eu acho que você deve permanecer com o seu dono, até porque fui eu que te adotei.

- Eu acho que você deve ir comigo porque sou eu quem você ama. – eu disse.

- Eu te dei casa, cama, novelo de lã e ração.

- Eu te dei seu primeiro gole de vodka.

- Você deu bebida pro meu gato??? – Jared me encarou como se eu fosse um ET de sutiã.

- Ele gostou, ok. – disse, sem cerimônia.

- Se ele ficar com você, em pouco tempo ele vai virar um gato doido e bêbado!

- Ei, relaxa tá. Deixa ele escolher.

- Então, Marlyn?

- Então, Fofolete?

Encaramos Banana sem piscar por alguns segundos. Até que ele simplesmente se virou e voltou para o seu novelo de lã, que estava no canto da sala.

Nos entreolhamos e corremos para o canto em que Banana estava.

Continuamos a encará-lo, até que Jared disse:

- Então, vamos acabar com isso. Ele vai colocar primeiro a pata esquerda em cima do novelo se quiser ficar comigo, e a direita se quiser ir com você, ok?

- Tudo bem, concordei.

Fofolete cansou de nos encarar e voltou a brincar com o seu novelo.

Então, colocou a pata direita em cima do bolinho vermelho de lã.

- Eu disse pra você! – olhei para Jared com superioridade. – Agora eu vou. E o Banana vai comigo! – gritei.

Pov. Jared

        Lilo começou a fazer uma dancinha na minha sala quando viu que ela levaria o meu gato.

- Mas o traga de volta se ele sentir a minha falta. – pedi.

- Tudo bem. Tchau! – ela gritou, pegou Banana no colo e foi embora.

        Resolvi ligar para Taylor, para saber porque ela já havia ido embora

Quando cheguei com Lilo e Banana.

Ela atendeu no terceiro toque.

- Alô?

- Ei, sou eu. Então, você foi embora.

- Ah, eu fui. Eu queria dormir e tal. Mas e aí, conseguiu resgatar o Banana?

- Ah, sim. A Lilo foi lá. Ela me ajudou e agora ela foi embora e o levou com ela.

- A Lilo? – ela fez uma pausa. – Ah, é claro. Ela não perderia isso por nada. Mas como o levou?

- Bom, foi escolha dele. O Marlyn resolveu trocar de novo. – ri.

- Nossa. – Taylor gargalhou.

- É. E, então, já que eu não tenho mais um gato, essa casa está muito vazia...

- E...?

- E você podia vir aqui, sabe, pra preencher esse vazio.

Ela fez uma pausa, e então riu.

- Estou indo. Abra a porta.

- Tudo bem.

- A camisa também. – ela disse, e então desligou.