Capítulo 38

This love has taken its toll on me

Esse amor me abalou

She said goodbye too many times before

Ela disse adeus muitas vezes antes

Her heart is breaking in front of me

Seu coração está se partindo na minha frente

I have no choice, cause I won't say goodbye anymore

Não tenho escolha, porque não direi mais adeus

This love – Maroon 5

Emmett POV

Acordei mais tarde no dia anterior, quase meio-dia. Estava, talvez, tentando com que o tempo passasse mais devagar para que o julgamento, que seria amanhã, não chegasse logo.

Grande idiotice a minha. Não era melhor me livrar daquilo o quanto antes possível para  seguir com a vida?

A resposta para mim, pelo menos no momento, era “não”. Apesar de não me importar exatamente com isso, eu não queria ir pra prisão para não aborrecer meus pais ou me privar de ver meu filho; e não, eu não queria tocar minha vida do zero quando voltasse para Nova York.

Então a possibilidade de não voltar à Nova York me ocorreu... Mas “não” de novo. Eu não podia ficar longe da minha família e do meu filho ou filha que estava para nascer em menos de três meses.

Mas voltar para aquela cidade e ver que tudo tinha mudado me deixava tão pouco à vontade! Parecia que ali eu não tinha mais um lar – e, parando pra pensar, não tinha mesmo. A “nossa” casa sempre fora de Rosalie. Os papéis estavam todos no nome dela, e é claro que ela me colocaria para fora.

Com a minha antiga casa ocupada por Sam e Emily, amigos de Rose que eu tinha até ido ao casamento no ano passado, não havia lugar para me ajeitar.

A única coisa que eu ainda tinha em Nova York eram meus pais e meu emprego. Ponto final. Não conseguia acreditar que, depois de tantos anos, eu teria que pedir abrigo na casa de minha família até arrumar uma casa nova. Era patético.

Por que, Deus, por que Rosalie tinha que ser tão teimosa e tão insegura a ponto de não acreditar em mim? Era tão difícil aceitar que eu amava nossa família e ela mais do que tudo?

Nunca trocaria o que havíamos construído juntos por um caso extraconjugal. Nunca.

Não era a minha cara.

Bufei, revirando na cama. Não havia mais sono. Era hora de levantar e seguir em frente.

Depois de longos dez minutos lutando contra aquilo, finalmente levantei e fui ao banheiro fazer minha higiene pessoal. Quando voltei ao quarto, troquei de roupa e passei a checar meu celular de cinco em cinco minutos; afinal, uma mensagem poderia aparecer, certo? Não era impossível que Rosalie tivesse se arrependido e me mandasse um pedido de desculpas.

Tá, era impossível sim.

Sentei na poltrona que havia ao lado de minha cama e coloquei os cotovelos em cima dos joelhos para que minhas mãos repousassem no meu queixo.

Eu deveria ligar pra ela e tentar conversar de novo, dessa vez civilizadamente?

Ou deveria deixar pra depois?

Eu precisava de um conselho.

Edward POV

Era quase uma hora da tarde em Nova York. E isso queria dizer apenas uma coisa naquele momento: hora do almoço!

Com um sorriso estampado na cara – afinal minha cirurgia da manhã tinha corrido perfeitamente bem –, caminhei pelos corredores do hospital até o local de nossos armários.

Como eu esperava, Bella estava sentada ali e, pela linguagem corporal, parecia estar nervosa. Ela roía a unha do polegar direito – mania que tinha desde sempre quando se estressava – e balançava a perna inconscientemente.

Sentindo a presença de alguém ali, ela se virou. Quando notou que era eu, seus olhos se arregalaram.

Caramba, eu a tinha deixado nervosa mesmo com essa minha cirurgia. Talvez mais nervosa do que eu.

-Você vai ficar aí parado? – ela perguntou, aflita. – Vamos, Edward. Tudo correu bem?

Abri o sorriso e assenti.

-Perfeitamente! – ela correu e me abraçou. – Jesse vai ficar bem. O tumor foi removido. A cirurgia foi um sucesso.

-Graças a Deus! – ela sorriu e me deu um beijo de leve. – Agora vamos almoçar?

-Claro. – assenti outra vez. – Só vou pegar meu avental e então podemos ir.

Caminhei até meu armário e peguei o avental branco com os dizeres “Dr. Edward Cullen”. Dr. Cullen era meu pai, Carlisle. Eu era o “júnior”.

Aproveitando, chequei meu celular e notei três ligações perdidas. Todas de Emmett.

Suspirei.

-Que foi, Ed? – Bella se aproximou de mim.

-Com tanta coisa na cabeça, esqueci de conversar com Emmett esses dias todos. Ele deve estar se sentindo abandonado nessa situação ruim.

-Você estava preocupado com essa cirurgia. Era arriscada. – Bella me confortou. – Conte a ele. Ele vai entender, é cirurgião também.

-Ainda assim me sinto em falta com o Emmett. – cocei a cabeça. – Vou ligar pra ele.

Bella assentiu, me encorajando, e então, enquanto a ligação completava, caminhamos até a lanchonete do hospital para nosso almoço.

Só esperava que Emmett não estivesse muito chateado comigo.