Otherside escrita por addie


Capítulo 10
Capitulo 9. Fantasmas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Você não lembra Isabella? - ele deu ênfase ao seu nome, aproximou-se dois passos dela, e sua respiração parou por alguns segundos - Ou eu deveria chama-la de Lucky? - seu coração falhou nas batidas e ela recuou atordoada, encarando-o ainda sem fala.

Capitulo 9. Fantasmas

– Eu não sei do que você esta falando... - sua voz falhou e ela recuou mais dois passos.

– Sério? - ele indagou ainda mais irritado - Sabe, eu realmente subestimei você... Quer dizer... Estava tudo bem ali na minha cara. Primeiro, Lucky só "apareceu" - estendeu as mãos fazendo aspas, era como se desabafasse, ligava os pontos em voz alta - Na cidade, depois que você chegou. Isso definitivamente me deixou intrigado.

– Edward, você esta drogado - ela parecia temerosa - Está tarde... Você deveria ir para casa.

– Eu não vou a lugar nenhum! - ele gritou ainda mais irritado. - Depois a história no clube, se dizendo ser "Alexandra", eu sabia que não podia ser mera coincidência que uma prostituta no centro de New Haven, soubesse tanto sobre de uma herdeira de um império, e entre Alexandra e Lucky, estava você. E eu simplesmente não conseguia entender.

– Edward - ela respirava com dificuldade.

– Você! - ele apontou o dedo em seu rosto e ela recuou ainda mais caindo no sofa - Você me fez de idiota esse tempo todo... E por último, Lucky entra no bar e você sai. - ele finalmente absorveu todas as informações - E sua atuação teria sido perfeita, se você não tivesse deixado cair na minha casa, a exata quantia que eu perdi para Lucky na boate.
– Edward, por favor... Eu nunca quis enganar ninguém - ela finalmente explodiu - Você que era insistente, não me deixava em paz, eu implorei para que você se afastasse. Você e seus desejos que não podem ser negados, o poderoso Edward Cullen não pode ouvir um "não". - seu rosto estava vermelho, seus pulmões faltaram ar enquanto ela gritava.

– Sabe uma coisa que nunca estive errado? - ele indagou furioso, suas veias saltavam na testa, ele se aproximou mais dois passos e ela se encolheu no sofá - Você é uma bela de uma puta, Srta. Swan. Isso, nem toda essa sua classe, nem todas as máscaras podem esconder. E como toda puta, você vai me dar o que eu quero. - ela se arrepiou em horror, quando ele puxou seus pés e a fez deslizar ate o chão, ele caiu por cima dela e ela se debateu por baixo dele, gritando com toda a força que pode.

– Edward! - ela implorava em meio a soluços, enquanto tentava o empurrar com toda força que lhe restava, ele espalmou suas coxas e um arrepio percorreu o corpo de ambos, seus olhos marejavam enquanto ela encarava os olhos vermelhos dele, a boca dele tomou a dela, e enquanto eles travavam aquela dança selvagem, ela percebeu seu corpo amolecer debaixo dele.

– Não se preocupe, baby - ele passou o dedo por entre seus lábios, enquanto abria as pernas dela usando a forca das suas. - Eu vou fazer você gritar, porém é de prazer.

Ela apertou os olhos, deixando as lágrimas lhe lavarem o rosto. Seu corpo estremeceu sentindo o hálito quente e de vodka em seu pescoço. Abriu os olhos, mirando a escuridão, escutando o alarme e o forte barulho que se fazia lá fora. Sentiu as mãos firmes em sua cintura, seus corpos levemente se encostaram e ela soluçou novamente - de emoção, de horror e de vergonha. Nada mais teria volta. Nada seria como antes. Seu segredo havia sido descoberto e era hora de encarar o mundo!

– Não faça isso - ela pediu enquanto usava o resto da sua força numa tentativa de afasta-lo. Edward apertou os olhos, negando com a cabeça, os soluços de Bella lhe rasgavam o coração e alma. Engoliu a saliva. Sua cabeça latejou pela vodka e sua visão estremeceu de um lado ao outro, sabia que a carreira de cocaína, misturado com a bebida não era uma boa ideia, mas ele não conseguiu evitar diante de tanta raiva

Bella subiu os olhos até os dele, fixos nos seus, completamente nos seus. Edward negou com a cabeça novamente, torcendo os lábios em desgosto e mordeu seus próprios lábios, descendo as mãos até a cintura de Bella novamente e, em um tranco forte, a aproximou de si, colando seus corpos, lhe arrancando a blusa de uma vez só, fazendo com que os botões voassem pelo chão da sala. Ela o encarou com a respiração ofegante, seus cabelos caiam nos olhos e os deles seguiam o mesmo rumo.

Bella não ouvia e nem sentia mais nada além daquela sensação enorme de que algo havia se perdido e a voz trêmula e abafada do homem a sua frente. Ele mergulhou a mão em seus cabelos, se encontrando com sua nuca; o joelho foi para o meio das pernas de Bella e os lábios se aproximaram.

Ela soltou outro grito de dor antes de, com tanta fúria, unir seus lábios aos de Edward, que com a mesma intensidade penetrava sua língua naqueles doces lábios como se não houvesse o amanhã. A dança ritmada durou vários minutos, Bella podia sentir o gosto de sangue em sua boca. Seu próprio? O de Edward? Não sabia ao certo.

Se beijavam como dois animais prestes a batalhar, com a vida valendo o prêmio final. Ele a pegou pelos cabelos, sem a machucar, lhe devorando o pescoço com mordidas e beijos molhados, lhe provocando com a língua. Bella jogava a cabeça para trás, lhe percorrendo com a unha do pescoço e as costas nuas e fortes. Ele cheirava a homem, ele cheirava a masculinidade, e ela teve medo de suas emoções e sentimentos. Estava enlouquecendo.

Sentiu as mãos lhe abrirem o fecho sutiã as mesmas se abrirem, pegando e massageando seus seios com rapidez e maestria; ele sabia o que estava fazendo. Oh, ele sabia! Bella mordeu os próprios lábios, contendo o gemido do fundo de seu interior. Os movimentos eram tão ágeis e selvagens que ela duvidava que sua mente pudesse raciocinar de forma civilizada. Mas ela não era civilizada. Deixou escapar mais um par de lágrimas, sentindo a pressão do joelho de Edward em sua femilinidade. Ele sentia seu interior em uma roleta russa; seu corpo inteiro protestava por algo que ele não sabia ao certo o que era.

Bella gemia, soluçava e deixava-se banhar por lágrimas sofridas que ele enxugava com beijos que lhe atingiam os lábios, pescoço e seios. Suas mãos a percorriam de cima a baixo e, um puxão, ergueu sua saia e, com a outra mão, lhe arrancou a calcinha, a jogando no primeiro canto que viu; a subiu mais, a deixando com as costas grudadas no chão.

– Olhe para mim! - Ele lhe gritava com os olhos vermelhos e faiscantes enquanto a acariciava em seu ponto mais intimo. Voltou a lhe devorar os lábios, sentindo seu gosto doce, sentindo seu corpo inteiro estremecer.

– Você não é uma pessoa ruim, você está bêbado e drogado - Bella voltou a fechar os olhos, empurrando-o, sem força o suficiente para impedir o que estava para acontecer. Seu corpo a traia, seu desejo a traia, suas emoções pareciam criar vida própria. – Edward. – lhe choramingou, entrando em desespero - Você vai se arrepender disso pelo resto da sua vida.

– Você e Alice e a mania de pensaram de que de alguma forma eu posso ser salvo! - Suas palavras foram suaves, como se refletisse de alguma forma. Ele soluçou alto também, colando seus lábios em um beijo sofrido. Bella o apertou contra o corpo. Sua testa escorria, a casa abafada se tornava ainda mais quente, seus corpos pegavam fogo, podia sentir. - Eu não sou uma boa pessoa Isabella!

Tudo o que Bella pode fazer foi agarrar o tapete com as mãos acima de sua cabeça, fechou os olhos com força e gritou, ela sabia o que viria a seguir, desejou morrer ali mesmo, do que se entregar ao desejo que sentia por Edward. E antes que pudesse perceber o corpo pesado de Edward saiu de cima do seu, ouviu o barulho de vidro quebrando e deparou-se com o pesadelo que viria a seguir.

Jacob socava Edward incessantemente, eles rolavam quebrando tudo ao seu redor, ela nem notou o grito fino que atravessou sua garganta e a forma que se encolhia ao lado do sofá, suas mãos tremiam e suavam, seu corpo tremia. Ela negava com a cabeça, pedindo para que parassem. Jacob prendeu o corpo de Edward embaixo do seu, e socava seu rosto sem parar, nunca viu o ódio nos olhos dele daquela maneira. Ela notou quando Edward desmaiou, mas Jacob não parava de bate-lo.

– Jacob! - Ela soltou um grito alto e ele continuou desferindo murros em Edward, mantendo o corpo dele imóvel abaixo o seu. Não conseguia raciocinar, sua mente entrava em curto circuito com seu coração, que agora parecia não bater mais. - JACOB! Você vai matá-lo! - ela segurou o braço dele, e ele finalmente parou, se dando conta do que estava acontecendo.

Ele se desvencilhou do corpo de Edward, como se de alguma forma tivesse repulsa, observando Bella, que se encontrava praticamente nua e com marcas vermelhas por todo seu corpo. Ela notou que ele a encarava, e se encolheu puxando a blusa rasgada numa tentativa falha de se cobrir. Ela se aproximou do corpo de Edward, e checou seu pulso tocando-lhe o pescoço.

– Ele está vivo! - Bella não agüentou e fechou os olhos; foi como se um raio de alívio a tivesse atingido de forma certeira. Não sabia bem o por que, afinal ele quase a violentou, no entanto, ainda assim, algo dentro dela se importava. - Chame uma ambulância.

– Nos deveríamos deixa-lo morrer. - Jake afastou-se pegando o celular em um olhar de censura a Bella.

– RESPIRE! – ela sussurrava, ao segurar suas mãos – OLHE PARA MIM... RESPIRE. RESPIRE! – ela puxou o seu rosto machucado, tentando abrir os olhos dele.

***

Alice atravessou os corredores do Hospital em desespero, a única coisa que sabia era que Edward se encontrava em uma situação delicada. Suas mãos tremiam e suavam, seu corpo tremia todo, sabia que um desses dias isso ia acontecer. Ele sempre estava metido em brigas, confusões, rachas, drogas. Já estava acostumada aos telefonemas no meio da noite, que a tiravam da cama.

Por muitas vezes o tirou da delegacia, preso por posse de drogas, por dirigir embriagado, por outras vezes, teve que socorre-lo no hospital. Muitas vezes ele desmaiava por consumir drogas, por outras, se encontrava todo machucado por se meter em brigas.

Ela ouviu sua voz ser chamada ao fundo, e foi quando encontrou Bella parada a sua frente. Ela chacoalhou a cabeça, encarando-a.

– Você ta bem? - Isabella indagava. Alice a observou atentamente, seus lábios estavam cortados, seu pescoço estava avermelhado, e no topo da sua cabeça havia um pequeno corte, porém encontrava-se tão atordoada que ignorou tais fatos e se jogou nos braços dela entre soluços. Bella devolveu o abraço, e Jacob observou a cena incomodado, sabia que Alice não tinha culpa das atitudes de Edward, porém, não podia evitar os calafrios.

– Me desculpe... - Alice afastou-se enxugando as lágrimas, ainda atordoada, ela virou-se em direção ao balcão de informações, ela precisava saber como Edward estava. Sua voz tremia, enquanto tentava saber o que havia acontecido? - Eu preciso saber como Edward está.

– Ele está bem! - antes que ela pudesse falar qualquer coisa, Bella respondeu. - Eu quero dizer, não exatamente bem... Mas ele vai ficar.

– Como? - ela indagou confusa - Como você sabe disso? Eu pensei que ele tinha sofrido uma overdose. Eles disseram que ele estava em estado grave.

Isabella se encolheu envergonhada, pensava que ela sabia do que tinha acontecido, não queria ser a pessoa a dar a noticia ruim.

– Eles não te contaram... - suas mãos suaram - Eu estava com ele... - gaguejou envergonhada. - Quando aconteceu... - não tinha ideia de como diria o que acabara de acontecer a Alice.

– Espera! - Alice passou a mão na testa confusa - Vocês estavam se drogando juntos? - ela parecia assustada.

– O que? - Bella chocou-se balançando a cabeça. - Não... Não estávamos fazendo nada disso...

– Edward tentou violentar a Bella! - Jacob se intrometeu na conversa, Alice se quer tinha notado a presença dele ate o momento. - Felizmente, eu cheguei a tempo... E meio que quebrei ele ao meio. - ele parecia desconfortável ao dizer isso.

Uma interrogação surgiu na testa de Alice.

– Jake! - Bella censurou-o envergonhada.

– O que? Você vai protegê-lo agora? Nada contra você Alice. Mas seu irmão é um filha da puta.

– JAKE! - ela gritou, dessa vez, a censura da sua voz foi evidente.

– O que? Você está com raiva de mim agora? Honestamente Bella, posso saber o que está passando pela sua mente agora? Porque não faz sentido para mim que você esta defendendo este cara. Eu sei o que eu vi, você estava gritando, em meio a soluços e lágrimas, enquanto ele tentava... - ele parou com repulsa - O que ele fez? Não tem perdão, ele merece passar o resto da vida na cadeia...

– Isso é verdade? - Alice indagou abalada, e recuou dois passos.

Bella afirmou envergonhada, e ao tentar se aproximar Alice recuou novamente.

– Me desculpe! - ela deixou uma lágrima escorrer.

– Não é sua culpa! - Bella rebateu.

– Eu fui a pessoa que deixei ele chegar a esse ponto... - seus olhos marejavam, quando ela percebeu o porque do rosto de Bella se encontrar daquela forma, mas ela não teve coragem de olhar em seus olhos.

– Alice. Ele estava drogado e bêbado. Foi um erro estúpido.

– Como pode defendê-lo? Não tem desculpas no mundo, que possa me fazer acreditar que o que Edward fez foi apenas um erro. Jacob está certo Bella, estupro é crime, e meu irmão, bem, esta na hora de aprender as consequências dos erros dele.

– Alice...

– Me desculpe. Não posso encará-la agora, não depois de tudo que meu irmão fez com você.


***

4 dias depois.


Bella respirou profundamente, estava nervosa, depois de toda confusão que tinha acontecido, havia se encontrado com Alice duas vezes no elevador, elas mal se encararam, Alice estava envergonhada. Por mais que ela não compreendesse o porque, Bella se sentia péssima com toda a situação.

Seus olhos encararam a porta do quarto, ela havia dado dinheiro a uma das enfermeiras para que pudesse entrar no quarto de Edward, a história de que ele havia levado uma surra havia se espalhado pelo campus, e era o maior comentário. Felizmente, era tudo que eles sabiam, Bella não prestou queixa, razão pela qual Alice e Jacob se enfureceram.

Ela adentrou o quarto silenciosamente, enquanto assistia Edward dormir, fechou a porta atras de si e encarou as feições da pessoa que parecia um anjo. Ele respirava profundamente, enquanto o apito anunciava que seu coração ainda batia. Seu rosto estava todo cortado, seu olho severamente inchado.

Ela respirou aliviada, ele estava bem, alguns estragos, mas ele iria ficar bem. Ela aproximou-se tocando o rosto dele, ela não sabia o porque dela não saber se conter, essa eletricidade quando ela o tocava, essa sensação de que nunca estavam perto o suficiente.

Seus olhos fecharam e seus pensamentos vagaram para quando ele a beijou, tomando-a com violência, quão doentio era o fato que ela se sentira excitada por isso. Era a primeira vez... Desde Alec.

***

2 meses antes, Hanover.

Ela sentiu o estalo na face, os dedos de Charlie marcaram seu rosto branco, e ela recuou abalada. Sua mãe entrou no meio dela e seu pai, ela não conseguia ouvir o que eles dois discutiam, sua mente voltava ao que acabará de acontecer há algumas horas. Viu quando sua mãe tomou seu rosto em suas mãos delicadas.

– Vai ficar tudo bem bebê... - ela se encolheu no colo da sua mãe, seus olhos vagavam de forma obscura, como se ela estivesse perdida.

– Foi minha culpa! - Bella sussurrou.

Charlie começara a gritar novamente, mas ela não entendia o que estava acontecendo, sabia que o efeito da droga ainda estava nela, seus olhos fechavam, ela podia sentir seu coração bater, sua visão estava embaçada, sua respiração entrecortada, respirava com dificuldade.

– Ele me deixou... Ele me deixou... Ele me deixou... - ela repetia a frase, não conseguia falar mais nada.

– Você deveria agradecer aos céus por isso. - gritou Charlie.

Ela se levantou irada, foi a primeira vez que a fúria a invadiu daquela forma, sabia que os efeitos eram ampliados quando tomava a droga, ela segurou um jarro de cristal, felizmente Charlie foi rápido o suficiente, e antes que ela pudesse arremessar o jarro, ele a segurou.

Ela se debatia tomada de um desespero jamais visto, sua testa suava, ela tremia, seus olhos avermelhados.

– Bella, meu amor, se acalme... - pedia sua mãe ao seu ouvido, ela a segurava por trás, enquanto Charlie a segurava com forca pelos punhos.

– Nunca... - sua voz falhou e as lágrimas tomaram seu rosto novamente - Fale dele assim novamente. Ele era melhor que você, de todas as maneiras humanamente possíveis.

– E ainda assim - Charlie soou debochado - Eu sou a pessoa que esta aqui agora, limpando a sujeira que você faz.

Bella silenciou, deixou seus braços caírem ao seu lado, sua respiração era pesada, ela podia ouvir as batidas de seu coração ainda descompassado.

– Não finja que está fazendo isso por mim. Você está fazendo isso por você. Não brinque de ser o melhor pai do mundo agora. Você está fazendo limpando a bagunça que eu fiz, apenas para se proteger.

Ele voltou a calar-se, andou o seu escritório de um lado para o outro lentamente, coçando o seu queixo, ela sabia o que ele esperava, e de repente o telefone tocou, ele voltou a encará-la mais uma vez antes de finalmente atendê-lo.


***

– Me desculpe. - a voz suave interrompeu os pensamentos de Bella, e ela finalmente se deu conta que deveria estar no quarto de Edward a muito mais tempo do que havia planejado. - Eu te conheço? - ela indagou.

Bella voltou seus olhos para a mulher que estava a poucos metros de distância e segurava um café. Ela aparentava ter pouco mais que quarenta anos, cabelos castanhos na altura do ombro, e um corpo escultural. Ela encarou Bella em silêncio examinando-a.

– Não. Eu entrei no quarto errado. - a voz de Bella soou confusa, ela se irritou consigo mesma, sabia que não deveria ficar tanto tempo.

– Parece que o conhece. - ela replicou, parecia convencida que Bella não estava ali por acaso, tampouco, havia errado de quarto. Não deu tempo se quer de responde-la, Alice adentrou o quarto e a encarou confusa.

– Bella? O que está fazendo aqui? - Alice indagou. Bella observou sua aparência, parecia desgastada, as olheiras ao redor dos olhos, sabia que estava sofrendo.

– Eu... - ela expirou o ar, fechou os olhos, embaraçada por ter sido pega no flagra. - Me desculpe. Deveria ter respeitado a sua privacidade... Mas, precisava saber se ele estava bem.

A mulher de cabelos castanhos a encarou, com uma interrogação em sua testa, era como se por algum momento ela se desse conta de quem ela era.

– Você é Bella? - indagou incrédula, de repente, seus braços a envolveram num abraço confortável de surpresa e ela soluçou, caindo num choro. Bella a envolveu num abraço quente de volta, não sabia bem o porque, mas a sensação, de ter uma estranha lhe abraçando daquela forma era boa, embora um pouco desconfortável, era como se estivesse em casa. Alice sibilou um "desculpa" para ela, porém, Bella não entendeu muito bem. A senhora se acalmou aos poucos, e afastou-se envergonhada limpando os olhos. - Me desculpe por isso. Eu sou Esme, a mãe de Alice e Edward. - ela estendeu a mão para que Bella a segurasse, e ela o fez.

– Um prazer conhecê-la. Alice já me falou de você algumas vezes. - ela sorriu verdadeiramente, estava feliz em conhecê-la, de alguma forma, ela transmitia uma energia boa para ela, assim como Alice.

– Eu quero me desculpar pelo que Edward fez com você. De alguma forma, eu sinto como se isso fosse minha responsabilidade, talvez se eu fosse mais presente, tivesse pulso firme... - ela não conseguiu terminar a frase, Alice tocou o ombro dela sensibilizada pela situação. Bella sentiu-se mal, sabia que aquilo não era culpa dela. - E também dizer que você tem minha gratidão, na verdade, tenho certeza que posso falar que tem a gratidão da minha família. Alice me contou da sua decisão de não prestar queixa.

– Nós todos cometemos erros.

– Posso afirmá-la, ele está muito arrependido do que fez. - Esme soou sincera, o que fez Bella voltar os olhos para ele. Antes que ela pudesse transformar seus pensamentos em uma indagação, Esme respondeu: - Ele está bem, seu amigo quebrou alguns ossos dele, mas nada que ele não merecesse. - ela afirmou como se o reprimisse - Ele acordou ontem, ainda grogue pela medicação, ele não se recorda de muita coisa...

– Eu lembrei a ele. - Alice afirmou. Ela ainda parecia guardar ressentimento do que Edward fez, de alguma forma, Bella sabia que isso ia mudar irrevogavelmente a forma com que ela o via, e talvez, até a relação deles.

***

Seus olhos voltaram a seu celular, olhou suas redes sociais algumas vezes, depois da conversa com Esme e Alice, parecia que as coisas tinham melhorado relativamente. Ambas ainda envergonhadas pelo acontecimento, mas pelo menos, ela não tinha que se esconder para visitar ou saber notícias de Edward.

Ela ouvia o bip que anunciava que o coração dele ainda batia, ele estava mais forte, sabia que tinha voltado a acordar na noite anterior pouco depois que ela saíra. Havia passado no hospital antes de ir para a faculdade apenas para checar se tudo estava bem, mas se ofereceu para ficar com ele enquanto Esme voltava a casa de Alice e tomava um banho, pois Alice tinha uma prova na faculdade.

Bella colocou os fones no ouvido com uma música, num tom baixinho, ela fechou os olhos e meneou a cabeça para trás, se deixando relaxar.

– Eu sinto muito! - ela ouviu a voz falha, e imediatamente tomou um susto. Puxou os fones de ouvido com rapidez, se levantando e ficando ao lado dele.

– Você está precisando de algo? - ela indagou preocupada.

– Eu realmente sinto muito! Eu sei que isso pode ser inútil para você agora! - ele tornou a dizer. Seus olhos fecharam, ele parecia sentir dor.

– Está tudo bem! - ela respondeu - Não se preocupe com isso agora!

– Porque está fazendo isso? Eu não mereço, principalmente depois de tudo isso...

– Você não é uma má pessoa, porque fez uma escolha ruim.

– Porque? - indagou novamente.

– Nós todos fazemos coisas ruins.

– Porque? - ele tornou a indagar.

– Eu fui você uma vez.

– Duvido muito...

– Você talvez não acredite, mas eu fui. Fiz uma escolha ruim e isso me mudou de uma forma irrevogável. Eu sei que isso mudou você de alguma forma. Eu vou ser a sua pessoa... Sabe? - a mão dela tremia, ela parecia hesitante, ele ainda estava grogue por conta do medicamento, muito provavelmente não se lembraria daquela conversa. - A pessoa que vai te fazer repensar cada vez que você pensar em se drogar novamente, e isso vai te assombrar para sempre.


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Notas finais do capítulo

Ate o proximo...



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