A Volta de Rose Weasley escrita por Vitória M


Capítulo 19
Estresse


Notas iniciais do capítulo

LEIAM, SÉRIO.
/Caren: Então, eu não queria postar este capítulo, porque eu terminei, mas eu sou meio destrambelhada. Nunca lembro o que ficou decido que seria feito, então sempre preciso estar com Vitória para que ela me lembre a tolice da vez. Mas, devido a algumas mensagens que recebi de alguns de vocês, estou postando este para dizer que não faço ideia de como será no futuro.
Estou falando por mim, provavelmente Vitória continuará escrevendo, mas este é o último capítulo do qual faço parte. Só posso assumir compromisso nos fins de semanas e estou entrando hoje para dar adeus aos leitores aqui. Foi legal, foi divertido, mas tenho que ser objetiva dizendo que pra mim não dá mais escrever AVRW. Foi realmente incrível responder aos comentários e recomendações, e agradeço ao carinho que nos deram, foi realmente maravilhoso. Um grande beijo pra vocês, e que a história tenha muitos capítulos incríveis, como só Vitória sabe fazer.
P.S.: posso dizer que me apaixonei por vocês, todas e incondicionalmente.



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Caterine costumava dizer em nossas conversas, que palavras de homem após o sexo (ou o quase) não podiam ser levadas a sério. Ele fazia todo um jogo para que nos sentíssemos mal caso não fôssemos até o fim com ele, porque ele, até ali, estava sendo gentil e nos deixando decidir a hora a nosso tempo.

Nossa cabeça ficava confusa por ele não se importar que talvez estivéssemos pensando que ele não era bom o suficiente, então nos sentíamos culpada e nos entregávamos por completo.

E depois o amor acabava. Era assim que Cat dizia ser.

E foi por isso que ao ouvir Scorpius dizer aquilo, fiquei sem reação.

Todo o jogo era para que ele gostasse de mim. Ele estava dizendo que me amava após quase transarmos, então isso queria dizer que não era verdadeiro?

Eu devia simplesmente entrar no jogo dele, ou sair antes que eu afundasse? Porque era isso que eu estava sentindo: um vazio em meu peito.

Estava atormentada com a possibilidade dele estar sendo sincero e eu estar planejando pisar em seu coração, como se esmagasse um inseto qualquer. Ou o total oposto: ele não sentir nada; um coração de pedra que tentava me manipular.

O que fazer a partir dali? Eu podia ser comparada a um rato assustado e acuado. A uma jogadora que caíra na própria armadilha.

– Er... eu tenho que ir. - disse estabanada, sem conseguir o encarar nos olhos. Segundo meu plano, ele seria a vítima o tempo inteiro. Era ele quem sofreria por ter distorcido a minha visão do que era o amor; por ter desprezado tudo o que eu sentia por ele.

Então por que agora eu me sentia novamente a vítima?

Oh Scorpius, tudo seria tão simples se o seu passado não o condenasse...

Saí correndo dali, deixando ele com um olhar confuso e - senti um aperto no coração - extremamente magoado. Tropecei ao correr em direção a escada do dormitório feminino, e permaneci como estava por um momento, encarando a escada de granito fria sob meus dedos. Scorp não veio em meu socorro e depois quando fosse pensar sobre aquilo, entenderia. Ergui minha cabeça ao levantar e corri em direção ao quarto.

Lá, me joguei em minha cama, enterrando minha cabeça no travesseiro.

E agora?

– Rose? - ouvi um sussurro baixo vindo da cama ao lado. Caterine me encarava com um olhar estranho, como se estivesse preocupada mas não soubesse se devia falar comigo. Sem raciocinar, levantei-me rapidamente da cama, me jogando em seus braços. Ela pareceu extremamente surpresa, mas passou seus braços ao redor de mim, afagando delicadamente meu cabelo, como uma boa amiga faria.

Como dizem, uma mulher em prantos não precisa de uma solução para seu problema, apenas ser consolada é o suficiente. Por isso, aos poucos fui me acalmando, apesar de ter consciência que o carinho de Caterine em nada ajudava a desembaralhar meus pensamentos confusos.

– Desculpe ter sido uma vaca esses dias. - falei incerta, mas soube que tinha feito o certo quando ela me afastou para que pudesse olhá-la.

– É você quem importa agora, mas fico feliz que tenha me desculpado.

– Esse é o problema... - não continuei. Minha cabeça estava indo e voltando - mais ficando - para Scorpius.

O que eu havia feito? Simplesmente dissera que precisava ir! Qualquer pessoa, até mesmo eu, esperava uma reação melhor que aquela.

– Quer me contar? - perguntou me fazendo despertar e perceber que passara o último momento a encarando.

Respirei fundo olhando para a cama de Sophie. Ela dormia de barriga para cima, o cobertor até acima da cabeça, e seu peito subindo e descendo lentamente, de acordo com a respiração.

Preferia que Sophie não soubesse, ela daria mais um daqueles longos sermões em que eu sempre ficava com a cara no chão. É errado brincar com o coração dos outros, Rose, dizia ela, mesmo que me ajudasse com a maioria das ideias de como conquistá-lo. Aline era outra que vivia a jogar em minha cara que eu era má e estúpida o suficiente para querer fazer outra pessoa sofrer tanto ou mais do que eu havia sofrido.

Afinal, eu pretendia magoar ele, não mais uma criança. O tempo não curou minhas feridas, é verdade, mas a primeira namorada de Scorpius, aquela oficial - sim, porque eu o faria deixar claro para todas as ratas que viviam atrás dele que era comigo que ele estava -, aquela que ele apresentaria aos amigos como a dona de seu coração - assim esperava -, seria também aquela a ficar marcada eternamente em sua vida e sua alma.

Porque eu seria mesmo a dona de seu coração, a única para a qual seus pensamentos seriam direcionados, e isso aconteceria mesmo depois que ele descobrisse que nada passava de minha vingança.

Ainda assim, eu permaneceria com ele: como uma lembrança dolorida, mas eterna.

Então no murmúrio mais baixo em que conseguia me expressar a ponto de ser entendida, despejei para ela todas as minhas dúvidas. Todo o jeito carinhoso com que ele havia me tratado desde que eu voltara da França. Como ele me pedia em sussurros para que lhe dissesse coisas bonitas em francês e eu me deleitava lançando a ele todos o xingamentos que me vinham a mente; quando ele perguntava o que significavam, respondia que eram especiais porque ele não sabia o significado, ele então me respondia em mandarim, e eu sempre o questionava porque raios ele foi escolher uma língua tão difícil para aprender.

Contei a ela coisas sem necessidade, com, a maioria sem. Não sabia a que horas deixara Scorp na sala comunal sozinho, mas sei que o dia estava amanhecendo e eu chorava no colo de Caterine totalmente confusa quando decidi ir para os meus lençóis e dormir.

Só sei que pela primeira vez desde que chegara a Hogwarts e iniciara meu plano de vingança, meu coração estava aliviado. A angústia permanecia, mas de alguma forma, estava mais calma. E já decidira o que faria quando me encontrasse novamente com Scorpius Malfoy.




POV Scorpius




Fiquei alguns segundos olhando para onde Rose acabara de passar, completamente perplexo. Não apenas porque acabara de levar o primeiro fora da minha vida, mas... Caraca, que sentimento sufocante é esse? Por algum motivo, senti que, apesar de desconcertante, o fora de nenhuma outra garota faria me faria sentir como me senti ao ver Rose fugindo de mim.

Balançando a cabeça, decido a pensar sobre isso no conforto de minha cama, saí do meu estado de inércia e praticamente corri até o dormitório masculino, tentando deixar para trás as lembranças boas e ruins que há pouco tivera no Salão Comunal. Minha pressa era tanta que eu quase não percebi uma pessoa parada quase o lado da lareira, perto da escada para o dormitório masculino. Quase. Estava meio entorpecido pelo que acontecera, mas não cego.

Apesar de que ela estava tão dura e tão junta a parede, que mais parecia uma estátua fundida à parede fria da masmorra. Parei encarando-a com um semblante confuso.

– Weasley, o que faz aqui? - ela pareceu despertar e me encarou com os olhos castanhos bastante abertos. Olhou em volta parecendo nervosa, evitando de todo modo voltar a me encarar.

– Eu... hm... queria apenas falar com minha prima... Rose. Isso, queria falar com Rose! - confirmou, parecendo atrapalhada, seus olhos pequenos finalmente se fixando em mim. - Você sabe onde ela está? - por algum motivo, seu olhar inocente em nada me convenceu. Eu e toda a escola sabíamos de seu ódio por Rose - ela fizera questão de deixar isto claro quando a prima sumira.

– Provavelmente no dormitório feminino. A propósito, o que você fazia no dormitório masculino? - ela me olhou, com a boca escancarada, como se não tivesse pensado numa explicação para isso e eu estivesse sendo grosseiro por perguntar.

– Eu... eu não conheço esse ninho de cobras, Malfoy! Eu me perdi. - ela pareceu bem convincente dessa vez, e mesmo assim não acreditei em nenhuma palavra que saíra de sua boa.

– Sei... Bem, Rose provavelmente está dormindo. Quer que eu te mostre a saída ou tem medo de se perder novamente? - perguntei irônico.

– Não precisa, - seu olhar parecia, de repente, extremamente frio e calculista. - sei onde ela fica. - e virou-se bruscamente, descendo as escadas lentamente, e mais uma vez me vi encarando boquiaberto outra cabeleira ruiva me dando as costas, percebendo que deveria ficar de olhos abertos com essa Weasley.


(...)



Acordei sentindo algo gelado em meu braço esquerdo. Abri os olhos virando a cabeça para o lado e percebendo a brincadeira, provavelmente de Blake, da semana. Minha cama fora posta colada com a parede fria e úmida da masmorra, e o cobertor arrancado de cima de mim. Sentei na cama preparado para jogar todo tipo de azaração em meu amigo, mas me calei ao vê-lo de pé do outro lado do quarto, ainda com a roupa do pijama e uma torta que aparentava ser de maçã pendendo para um lado.


– Mas o que… - comecei percebendo todos os meus outros companheiros de quarto também acordados e iniciando um bater de palmas e gritaria.

– Parabéns pra você… - Blake puxou a cantoria, pausando um segundo depois para cair na gargalhada, pois não havia como continuar uma canção de aniversário não sendo meu aniversário. Senti um quentura desde a base de meu pescoço e não era preciso muito para saber que eu devia estar da cor de um tomate.

Era uma cena bem estranha ao se parar para pensar que era um bando de marmanjo batendo parabéns pra mim, a maioria apenas com a calça do pijama.

– Que palhaçada é essa? - saltei da cama tocando o chão e meu pé ficou molhado com alguma coisa gosmenta e que me fez escorregar e cair no chão com tudo. Fiquei por cima da perna esquerda e a dor se concentrou toda ali. - Que merda, Blake. - xinguei caminhando de quatro até me afastar da gosma o suficiente para poder me levantar.

Levantei apenas para dar de cara com os quatro rindo da minha cara. Preparei-me para falar, mas saiu um latido. Tentei de novo; outro latido. Praticamente gritei finalmente agarrando a varinha que coloquei no bolso interno da blusa - ao se dormir no mesmo quarto que Blake, aprende-se sempre a andar com a varinha o mais literalmente grudada a você, para que não houvesse chance dele a pegar.

Apontei diretamente para ele tentando ordenar que desfizesse a azaração, mas saíram apenas mais latidos. Eles se divertiram mais alguns segundos do fato de eu esta melecado daquela gosma estranha, que eu tinha até medo de saber o que era, e só pararam quando enfeiticei Joel, prendendo-o de ponta cabeça no teto.

– Seu otário, não esteja perto quando eu descer daqui… - começou, mas parou quando eu tentei respondê-lo e os latidos voltaram a preencher o quarto. - Ah vá, tudo bem, isso está valendo muito à pena. - e voltou a rir.

Apontei a varinha para os outros e Blake riu mais um pouco antes de dizer a Kenny para retirar a azaração.

Tossi algumas vezes antes de conseguir falar sem que minha voz falhasse.

– Que palhaçada é essa a essa hora da manhã?

– Ah claro, porque você nunca pregou uma peça! - ironizou Kenny e não evitei rir de lado com aquilo.

– De qualquer forma… - olhei os quatro, ignorando o pedido de Joel para descer.

– Irmãozinho, fiquei sabendo que você e Rose finalmente… - ele terminou a frase com um gesto das mãos.

A alma pareceu deixar meu corpo naquele momento.

– Quê? O quê? Como… - não conseguia terminar uma frase porque eu não conseguia sequer formulá-las! Lembrei vagamente de quando o ano letivo se iniciara e eu e Luke fizemos uma aposta. A aposta.

Se eu transasse com Rose Weasley até o feriado da Páscoa, ele faria um bolo de maçã para mim e bancaria qualquer presente que eu precisasse dar a uma garota, até o final do ano.

Senti um aperto no peito e foi por perceber duas coisas.

Primeiro: eu dissera à Rose na noite anterior que a amava, e ela fugiu de mim como o diabo foge da cruz. Segundo: Blake e mais quatro estavam sabendo, ou pelo menos pensando, que sabiam o que havia acontecido entre a gente.

Se eu não havia conseguido ir até o fim com Rose na noite anterior, pior seria se aquela informação saísse daquele quarto.

Precisava dar um jeito naqueles cinco, e o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

/Caren: Espero que não tenha sido muito ruim para o meu último. Um grande beijo, e não deixem de comentar falando o que acharam. s2'