Sunnyday escrita por Evelyn_Moraes


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito esquecido no meu email, achei este princípio de história que comecei a escrever e acabei abandonado. Resolvi postá-lo de uma vez. Espero que gostem.



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Acordei com o barulho de um pequeno pássaro na minha janela. Isso não era muito comum, toda a fauna ao redor da casa não se atrevia a se aproximar, afinal nós éramos seus predadores naturais. Olhei a mesinha de cabeceira ao lado, meu celular estava lá, ainda à espera de uma mensagem de Jake assim como eu. Decidi ligar pra casa dele assim que tomasse banho, ele tinha que me dar alguma explicação sobre aquela demora.

Quando ia saindo do banho ouvi o telefone da minha casa tocar. Foi meu pai quem atendeu.

–-Alô! Oi Jacob, a Nessie esteve te esperando. -- Não precisava comentar papai. --Tudo bem, eu aviso a ela. -- ele sabia que eu ouvira tudo e não seria preciso. Mas será que Jake estava dizendo que não viria mais? Essas horas eu queria ter o dom do meu pai e não esse meu dom inútil, que só denuncia os meus sentimentos.

–-Até mais então. Tchau. -- "Até mais"? Ele viria então. Estava ainda mais ansiosa com a chegada dele. Além da saudade que eu estava do meu amigo, eu queria sair logo pra caçar.

Meus pais só me deixavam caçar nos fins de semana, eles queriam que eu me acostumasse a sede que eu sentia, que mesmo sendo mais branda que a do resto da minha família poderia me causar problemas no meu convívio com humanos no futuro. Durante a semana me alimentava só com comida humana. Mas aquela abstinência toda só me deixava ainda mais sedenta. Não via a hora em que esse meu crescimento acelerado freasse um pouco e eu pudesse ir a escola como os outros. Eu tenho muita curiosidade sobre os humanos. Tudo que eu conheço é através dos filmes que assisti, ou dos livros que já li. Claro que eu já falei com outros humanos antes. Algumas vezes a mamãe ou a tia Alice me levam a cidade pra fazer compras ou assistir algum filme novo no cinema. E nessas ocasiões eu pude falar com outras pessoas, mas eu nunca pude passar muito tempo perto deles.

Demorei mais que o comum essa manhã escolhendo minha roupa, mas acabei colocando as mesmas roupas largas de sempre, Jake iria achar estranho se estivesse muito arrumada afinal. Meu pai pigarreou com esse meu pensamento. Mas era difícil não pensar nele e na conversa que eu tive com a mamãe. Quando desci pra tomar café, pra aplacar um pouco a minha sede, Meu pai me avisou que o Jake já havia pegado a balsa e chegaria em algumas horas. Fiz meu desjejum e assisti a um filme do Harry Potter enquanto esperava.

Ia subindo novamente as escadas quando escutei o barulho da moto dele ao longe. Corri pra pequena varanda de trás da casa, por onde ele chegaria. Meu coração mal podia se conter dentro do peito, e isso não podia ser um bom sinal. Mas quando eu pude vê-lo, ainda longe na estrada, percebi que ele não estava só, ele trazia uma mulher consigo. Eu senti uma pontada estranha no peito, uma aflição. Eu não podia imaginar quem seria só pude ver naquele momento que a pele dela tinha o mesmo tom dourado da dele. Usei aqueles poucos segundos pra me preparar, pois seria difícil ser eu mesma perto dele depois da confusão que ficou a minha cabeça após a conversa com a mamãe.

–-Ei Jake! Pensei que não viesse mais. -- Falei tentando disfarçar a minha ansiedade em saber quem era a mulher com ele.

–-Nessie! -- Ele veio correndo na minha direção ainda tirando o capacete da cabeça, me abraçou apertado. – Como você cresceu! -- ele falou me soltando um pouco do seu abraço, e eu pude ver ainda na moto, pra minha surpresa, Leah com o capacete na mão. Eu não a via fazia mais de quatro anos, desde que ela decidira ir pra Universidade da Pennsylvania, na Filadélfia, do outro lado do país. Segundo Jake ela estava apenas fugindo do pensamento comum dos lobos, e da magoa que ainda guardava do Sam. Na minha opinião ela tinha direito de seguir com a vida dela, fazer faculdade, eu mesma pensava sobre isso, apesar da nossa condição de seres "sobrenaturais" devíamos tentar ter essas experiências humanas, era o que sempre dizia o meu pai.

Jake finalmente me soltou e eu pude olhar pra ela com mais atenção, ela estava completamente diferente. Ela sempre foi muito bonita, mas agora estava mais velha, mais mulher. Tanto tempo sem se transformar a fez envelhecer um pouco. Seus traços eram agora mais femininos e suas curvas se destacavam sob as roupas, mesmo largas e sujas.

–-Leah! Tudo bem? Não tínhamos notícias suas a tanto tempo... -- Mas afinal o que ela fazia aqui? Não tenho nada contra ela, a não ser o fato dela ter vindo todo o caminho abraçada ao Jacob na garupa daquela moto. Deus! O que está acontecendo comigo?

–-Tudo bem Nessie? -- ela tentou ser simpática comigo. Não percebi nenhuma hostilidade na sua voz, e reparando bem ela parecia um pouco transtornada. -- É que voltei da Filadélfia ontem. -- Ela trazia uma mochila pequena, e eu imaginei que ela havia saído às pressas de casa.

–-Como vai Leah? -- Me assustei ao perceber o meu pai que já havia saído da nossa garagem e estava atrás de mim. -- É uma boa surpresa sua visita.

–-Jacob! -- ele cumprimentava a Jake também.

–-Edward! -- Jake respondeu ao comprimento e acenou com a cabeça. Nesse momento tio Emmet pôs a cabeça pra fora da janela no primeiro andar.

–-O cachorro chegou!

Tia Alice e tio Jasper desceram as escadas acompanhados da minha mãe, e apareceram na pequena varanda que ficou apertada com tanta gente. Antes que eu pudesse piscar, minha mãe e Jake trocavam um terno abraço.

–-Ei Bells! Você vai deixar o Edward com ciúmes assim. – Jake falou, enquanto meu pai apenas sorriu com a brincadeira. Assim que mamãe o soltou tia Alice se aproximou e, graciosamente, deu-lhe o beijo no rosto. Tio Jasper apertou-lhe a mão e tio Emmet finalmente desceu, e veio cumprimentá-lo também. Tia Rose apenas acenava da porta de entrada, mantendo certa distância, como sempre.

–-Parece que você não veio sozinho desta vez hein... -- tio Emmet falou enquanto apertava a mão dele, sempre tão inconveniente.

Como Jake pode ter conquistado a todo um clã de vampiros assim? Mesmo sendo um lobo fedido pra eles, era amado por todos. Até mesmo tio Jasper que é tão fechado ficava horas batendo papo com ele. Acho que o dom de tio Jasper ajudava a aproximá-los. Se ele influenciava, assim como era influenciado pela emoção das pessoas, só podia gostar de estar perto do Jake. Ele estava sempre tão alegre.

Leah ainda estava lá, parada próximo a moto. Ela tinha uma expressão de estranhamento no rosto. Parecia se perguntar a mesma coisa que eu.

–-Vamos! Entrem! -- Falou o papai indicando a porta pra os nossos convidados.

Todos foram adentrando a casa, enquanto eu fiquei paralisada, ainda surpresa com a visita de Leah.

Já na sala, todos iam se aconchegando nas poltronas. Eu fiquei em pé ao lado de Leah. Ficava imaginando quanto tempo ela ficaria, se havia alguma coisa entre eles. Minha cabeça começou a rodar em um turbilhão de dúvidas.

–-Então, a que devemos a sua visita Leah? -- Despertei das minhas suposições com a pergunta do meu pai, que era bem pertinente.

–-Bem...Ahrr, -- ela não consegui falar ainda meio constrangida.

–-É que Leah teve uma discussão com a mãe dela... -- Interrompeu Jake, em solidariedade.

–-É que na verdade..Ahrrr..., Sue e Charlie estão oficialmente juntos agora. -- ela falou de uma vez, sem muitos rodeios como ela sempre faz.

Todos ficamos calados por um minuto. Nós já sabíamos que eles estavam envolvidos, mas era difícil imaginar o sherife Swan namorando. Eu fiquei muito feliz, como todos os outros. Percebi que só meu pai tinha uma expressão diferente da nossa, ele não parecia surpreso, mas muito concentrado, talvez estivesse tentando ler a mente dos dois lobos.

–-E como isso pode ser tão ruim? -- mamãe perguntou meio ofendida. Leah não esboçou nenhuma reação, apesar da birra entre as duas.

–-É que a Leah não estava sabendo que os dois estavam se vendo, e quando ela voltou elas acabaram se desentendendo. -- Jake parecia muito seguro nas suas palavras, mas eu o conhecia melhor que qualquer um, e sabia que havia alguma coisa estranha naquela história. Afinal, por que Leah ficaria tão ofendida com o relacionamento de Sue e Charlie? Meu avô é uma boa pessoa, era um grande amigo do pai dela e ajudou muito toda a família quando ele morreu. Havia mais alguma coisa que eles não estavam nos contando.

–-Ela tem razão Leah -- o meu pai falou finalmente -- O Charlie é uma boa pessoa, você sabe, e eles parecem se dar muito bem.

–-É que eu não estava esperando por isso. Eles estão vivendo juntos agora, só achei que ela deveria ter me falado a respeito. -- foi Leah que respondeu agora, olhando diretamente para minha mãe que não desviou o olhar por um segundo.

–-Acho que vocês devem estar cansados da viajem, não? -- falando pela primeira vez desde então, interrompeu tia Alice já prevendo a tensão que se formaria entre as duas.

–-Estamos bem, Leah ficará no chalé comigo, não se preocupem... – Jake falou, fazendo aquela aflição corroer ainda mais o meu peito. Definitivamente eu tinha de descobrir se havia alguma coisa entre eles.

Em alguns minutos estava tudo decidido, Leah dormiria no segundo quarto do chalé, que no momento abrigava uma tonelada de roupas, que Alice dizia já estar fora de moda. A mamãe e eu fomos com eles até o chalé pra ajudar a Leah a se instalar. Levamos mais toalhas, lençóis limpos, sabonetes e vários produtos femininos. Quando mamãe viu o estado do quarto ela achou que a minha arrumação não havia sido o suficiente e tratou de limpar melhor o closet. Resolvemos levar algumas das milhares de roupas conosco pra melhorar o cheiro Eu já estava colocando uma parte das coisas no jipe do tio Emmet quando Jake me surpreendeu.

–-Ei Ness -- Antes que eu pudesse responder, ele me puxou em um abraço quente -- Também tava com saudade baixinha -- O seu cheiro pareceu mexer ainda mais com meus sentimentos, que já estavam confusos o suficiente. E o contato com a sua pele me fez enrubescer. Me soltei do seu abraço e fiz um esforço pra me lembrar o que ele acabara de falar.

–-Você só viu minha mensagem agora? -- percebi que ele havia lido minha mensagem finalmente.

–-Sim, é que eu fui ligar pro Seth, nós saímos ontem sem avisar ninguém, todos devem ter ficado preocupados.

–-Ah... eu vou ligar pra o Charlie, ele deve estar preocupado também.

–-Ta bem! Vamos caçar então? Aposto que você está louca por isso... -- eu estava mesmo, mas não podia parecer tão desesperada pra estar com ele.

–- Vocês acabaram de chegar. Por que você não ajuda a Leah a se instalar. A gente pode fazer isso mais tarde.

– OK! - Ele deu uma olhada na Leah que se despedia da minha mãe na varanda da casa. – A gente se vê mais tarde então.

Ele me deu um sorriso caloroso, mas ainda sim eu pude perceber que havia algo de estranho nos olhos dele. Jake é sempre tão verdadeiro e espontâneo que é fácil saber quando tem algo o incomodando.

–- Jake! – ele me encarou por um momento e eu quase me esqueci o que ia falar. – Tem alguma coisa errada? Com você? Com a Leah?

–-Não..ann.. o que? -- ele perguntou com uma cara boba.

–-Vocês não falaram tudo que tinham pra falar lá na sala não é?

–-O que o seu pai te falou? -- ele me respondeu com outra pergunta.

–-Ele não falou nada, mas você acabou de confirmar minhas suspeitas. -- ele é maravilhoso, mas sua principal virtude não é a perspicácia.

Ele pegou minha mão e me puxou até o carro. No rosto ele carregava uma expressão que eu não conhecia, parecia uma mascara. Um outro Jacob.

–- Fala baixo! Não deixe a Leah perceber. -- ele disse abaixando o tom de voz e olhando na direção do chalé. Ela e mamãe pareciam estar discutindo, mas falavam baixo demais pra que eu pudesse ouvir.

–-Perceber o que? Eu não sei de nada...ainda. – eu falei debochando. Ele sorriu, mas ainda não era o meu Jacob.

–- Nem vai ficar sabendo. Esse não é um segredo meu Nessie -- ele falou num tom sério, que poucas vezes eu havia ouvido em sua voz. Essa conversa estava tomando um rumo muito tenso.

–-Como se você tivesse segredos Jake! -- brinquei tentando aliviar o tom desta conversa.

Mamãe e Leah terminaram a discussão, mas eu acho que ainda restou alguma hostilidade ali. Elas se despediram e minha mãe veio na direção do carro. Me despedi do Jake e acenei pra Leah, que agora nos olhava parada na porta do chalé.

–-Vamos Nessie! -- chamou minha mãe, já dentro do carro. Me perguntei se ela ouviu algo da nossa conversa. Jake abriu aporta do carro pra mim e ficou parado na minha frente por um momento. Talvez fosse tão difícil pra ele quanto pra mim dizer adeus depois de tanto tempo sem se ver, mesmo que fosse só por algumas horas. Pedi licença e entrei no carro, mas ele não parou de me olhar por um segundo. Baixei o vidro da janela e ele apoiou os cotovelos ali.

– Como você cresceu tanto em tão pouco tempo hein? – ele me olhava tão ternamente. Não havia mascaras, era o meu Jacob de novo. E ao mesmo tempo ele não era o mesmo, tinha alguma coisa diferente no jeito como ele me olhava. Talvez estivesse ali o tempo todo e eu que nunca percebi.

– Crescimento acelerado! Meio-vampira lembra? – eu disse apontando o indicador para mim mesma. Ele me deu aquele sorriso do qual eu sentia tanta falta. – Já faz mais de seis meses Jake.

– Eu sei. É que eu estive ocupado. Nós estamos abrindo uma filial em Port Angeles.

– Isso é ótimo! – minha mãe falou. Por um momento eu havia esquecido que ela estava ali. – E está dando tudo certo?

– Por enquanto ainda está meio complicado, mas nós vamos ficar bem.

– Você sabe que pode contar comigo não é?

– Relaxa Bells! Já disse que vai dar tudo certo.

Mamãe deu partida no carro e se despediu do Jake. A eminência da partida me deixou aflita e eu tive o impulso de tocá-lo. Com as pontas dos dedos eu toquei sua face, lhe enviando uma imagem em que nós dois almoçávamos juntos na mesa da minha casa. Eu não conseguiria ficar longe dele por muito tempo mesmo.

–- Isso é um encontro? -- ele me perguntou sorrindo e me fazendo corar. Foi então que me dei conta do meu erro. Na imagem estávamos apenas ele e eu. Esqueci de incluir Leah. O toquei novamente tentando me corrigir.

–-Tudo bem baixinha, quando sentir o cheiro da comida a gente aparece. -- Seus olhos brilhavam enquanto soltava essas palavras.

–- Até mais Jake -- minha mãe se despediu.

Seguimos o caminho até a casa em silencio. Aquilo já estava virando um hábito entre nós. Mas esse silêncio incômodo é preferível a ter que responder a mais perguntas sobre os meus sentimentos pelo Jake.

Quando chegamos estavam todos na sala, discutindo os reais motivos da visita de Leah. Meu pai dizia não ter ouvido, em suas mentes, nada diferente do que eles contaram. Mas ele não ia me enganar com essa, nem a nenhum dos vampiros ali. Queria ir direto pro meu quarto, não queria ficar pra vê-los chegar ao ponto de discutir um provável relacionamento entre os dois. Eu podia sentir os olhos do meu pai acompanhando cada passo que eu dava quando subia as escadas.

Deitada na minha cama observava fixamente o teto do quarto, todo enfeitado com adesivos luminosos. Olhei a minha volta e me vi num quarto de uma criança de oito anos. Cheio de bonecas, ursinhos e alguns outros brinquedos. Tudo aquilo não se parecia mais comigo. Me senti como se estivesse no quarto de outra pessoa. Foi então que percebi que era assim que as pessoas me vêem, inclusive o Jake.

Passei algum tempo assim. Relembrando de cada momento dos meus dias aqui, de como meu comportamento era sempre tão infantil. A discussão continuava lá embaixo quando escutei passos subindo as escadas. Podia afirmar que era minha mãe.

–-Tóc!Tóc! -- Ela bateu na porta, como se precisasse ser anunciada. Segundo o meu pai ela ainda não abandonou certos hábitos.

–-Nessie! Você pode me ajudar numa coisa?

–-Claro mãe. -- era melhor afastar esses meus pensamentos do meu pai.

Segui ela até a varanda da frente que dava pra estrada, sem perceber pra quê ela precisava de mim. Caminhamos caladas até uma grande pedra coberta de musgo que ficava na margem do Cranberry a alguns metros dalí. Ela se sentou ali e me olhou sorrindo.

–-Seu pai já está ficando maluco. -- ela ria de uma piada que eu não entendi, ou coisa assim?

–-Por que?

–-Eu te coloquei meu escudo desde que Jake chegou. -- era um alivio saber que meu pai não ouvira meus pensamento sobre o Jake, ou a maioria deles. Mas por que ela faria isso? Ela viu meu silêncio e continuou.

–-Eu sei que você deve estar confusa com as coisas que eu te falei lá no chalé. Eu também não sei o que está acontecendo, mas eu já liguei pra o Carlisle e ele disse que chegaria antes do crepúsculo.

–- Você não precisava incomodar o vovô com isso mãe.

–- Isso é serio Ness. Eu tenho sentido novamente.

–- Sentido o que?

–- Eu fico revendo a todo instante a chegada do Jake e da Leah.

–- Eu não estava pensando nisso. – Eu menti.

–- Ness! Eu consigo sentir que você está mentindo! – ela esbravejou.

–- Eu... – eu não consegui falar mais nada. Ela segurou minha mão e olhou diretamente nos meus olhos, mas não havia raiva, ela parecia estar sofrendo comigo.

–- Eu sei que você está confusa. Mas você não precisa ficar com ciúmes meu amor!

Eu senti como se tivesse algo na minha garganta, que eu precisava botar pra fora. Ela de repente se aproximou e tocou minha face. Só então eu percebi que uma lágrima caiu dos meus olhos. Suas sobrancelhas se juntaram em sinal de estranhamento, talvez por isso não acontecer a muito tempo, mas a única coisa que eu podia pensar agora, era nas palavras dela. Ciúmes?

–- Eu não estou com ciúmes!

–- Você pode se abrir comigo meu bem! Eu não estou te julgando.

–- Eu... eu não sei o que falar. Eu nem sei o que eu estou sentindo. – as lágrimas eram agora um fluxo continuo que percorria o meu rosto.

–- Meu amor! – ela me puxou pra os seus braços – Não é fácil pra uma adolescente comum, imagine pra você. Você está descobrindo sentimentos novos, inclusive em relação a ele. Nós não... não sabemos o que esperar de você. -- ela fez uma pequena pausa... -- Nem por quanto tempo você vai estar conosco. Por isso não se culpe pelos seus sentimentos e nem deixe de vivê-los.

Foi estranhamente reconfortante escutar aquilo. Minha mãe sempre foi muito fechada em relação essa coisa de sentimentos assim como eu. Às vezes era difícil acreditar ela era a mesma garota que se entregara corajosamente ao seu amor por um vampiro, enfrentando perigos que nenhum humano pode imaginar, além de ter sustentado uma gestação de uma criatura desconhecida e supostamente perigosa (EU). Não pude falar nada, pois o nó na minha garganta continuava. Simplesmente toquei sua mão e lhe enviei imagens onde eu dizia que a amava.

Permaneci nos seus braços por mais alguns minutos, até que a agonia e as lagrimas fossem embora. Quando nos separamos, ela segurou meu pulso com uma mão, e com a outra ela puxou do bolso da sua calça uma pequena corrente com um pingente de madeira. Só o reconheci quando ela o esticou sobre o meu pulso. Era a pulseira que Jake havia lhe dado de presente a muito tempo atrás, quando ela ainda era humana.

–-Eu não posso aceitar mãe. Ele deu a você.

–-E ele vai adorar vê-la em você Nessie, acredite em mim.

Eu não pude recusar. Só me preocupei com o que ele acharia de eu usar o presente que ele dera a minha mãe. Mas eu não queria pensar mais nisso. Eu nem pude falar a ela sobre Scott, e como eu me sentia por ele. Eu queria poder resolver tudo e pedir que ele me deixasse em paz. Mas ele é importante demais pra mim pra que eu consiga tirá-lo assim da minha vida. Quanto ao Jake; que diferença faria estar ou não apaixonado por ele? Tudo que eu ia conseguir era me sentir tão miserável quanto aquelas garotas patéticas que se apaixonam pelo seu professor. Eu ouvi o conselho da minha mãe, mas o melhor a fazer é enterrar esse sentimento bem fundo no peito e tentar não pensar mais a respeito.

– Jake não é uma opção pra mim mãe. Ninguém é.

– Não Ness. Tudo é possível pra você. – ela olhou em volta por um segundo – É melhor nós irmos, seu pai deve estar furioso.


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