Emily Van Dame - os Grilhões de Prometeu escrita por emilydefarias


Capítulo 13
O Dragão e o Homem Cavalo


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, estou sem tempo e também estou me esforçando para fazer capítulos grandes e descentes... Ai está:



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Não posso dizer que aquela foi uma viajem fácil, muito menos uma boa noite de sono (provavelmente foi a minha pior, pois perdi a conta de quantas vezes acordei durante a noite).

Ainda não havia amanhecido quando uma mão ossuda apertou meu braço e me sacudiu. Acordei instantaneamente e não pude evitar de saltar quando vi quem me acordara. Admito que esperava que a noite passada fosse apenas um pesadelo muito  criativo.

- Ira? – minha voz soou rouca e cansada. – Já chegamos?

- Não sou a molenga da Ira criança! Só porque agora estou com o olho não quer dizer que eu seja ela.

- Do que me chamou Tempestade? Molenga é... – Ira estava no volante e sem o olho.O carro estava em ponto morto.

- Tá, tá... Não importa. Já chegamos? – eu estava começando a ficar irritada, as velhas gagás não notaram que eu já estava de saco cheio dessas brigas idiotas?

- Não tem necessidade de se exaltar criança, e já chegamos. – falou Tempestade.

- Pode, por favor, descer do carro e honrar nosso acordo? – resmungou Vespa – Eu estou com o dente e quero morder o meu dracma!

- Ok.

Abri a porta do carro, e desci. Não prestei atenção alguma em onde estávamos. Tirei mala por mala do carro, fechei a porta, dei a volta no carro e fui até a janela do motorista.

Peguei a bolsinha de coro (com a qual eu dormi abraçada, para caso uma das delas tentar rouba-la, aquela era minha única segurança de chegar viva no acampamento) e catei três dracmas, por fim coloquei um por um nas mãos das três velhas.

Assim que me dei conta, o táxi de fumaça já estava longe.Virei-me e vi a coisa mais medonha que existe, coisa que por incrível que pareça, superava as velhas taxistas.

Ali tiinham um pinheiro gigante plantado no topo da colina mais próxima. Uma pele de carneiro de ouro brilhava pendurada na árvore. Mas nada disso me assustara. O que me assustara foi um dragão. Isso, um dragão de no mínimo cinco metros. Ele ainda não tinha me notado, mas não me pergunte como.

Aquela lagartixa gigante estava quase por cochilar.

Então eu fiz a coisa mais idiota que poderia, dei um passo para trás e como eu tinha sorte, acabei tropeçando nas minhas malas e caindo de barriga para cima. Me xinguei por dentro.

O dragão levantou sua grande cabeça escamosa para ver quem que havia feito aquele barulho. Eu estava próxima o bastante para ouvir sua respiração pesada, então ele poderia muito bem ouvir a minha.

Um som gutural saiu de sua garganta, eu não mexera um musculo se quer (por dentro eu ainda rezava para acordar logo).

Levantei apenas a cabeça (que doía muito) para ver minhas chances de fugir. Infelizmente não eram boas. O dragão não estava amarrado nem nada.

Droga.

Ele viu que levantei a cabeça e passou da posição despreocupada para a posição “aproxime-se e arranco sua alma do corpo ou pior”.

Não sei de onde tirei coragem e me levantei. Meus joelhos tremiam e estávamos a menos de dez metros um do outro, e se aquela coisa cuspisse fogo (no andar da carruagem, eu já não duvidava de nada) eu viraria torrada de Emily.

Ele esticou o pescoço na minha direção, abriu a boca e soltou uma mistura de rosnado de cão, sibilar de cobra e rugido de leão que fez os pelos dos meus braços arrepiarem.

Uma corneta soou e imediatamente um estardalhaço de sons metálicos veio do leste, de trás da colina. Minhas chances de correr e continuar viva que era de nenhuma se tornara muito menor.

O dragão ainda tentava me matar com os olhos.

Vi a cabeça de um homem muito alto que corria de forma estranha subindo a colina. Ele era um sujeito de meia idade, cabelo ralo minimamente salpicado de fios brancos com uma barba desgrenhada. Ou ele era muito alto ou tinha pernas muito compridas. Rezei para que fosse um domador de dragões ou algo do gênero, se não estaríamos ambos ferrados.

O mesmo som gutural saiu novamente da garganta do mostro.

É claro que eu estivera num pesadelo maluco. O cara era meio cavalo! Não de feições cavalares e tal, mas da cintura para baixo era um enorme corcel branco e musculoso.

Meus joelhos tremeram pela ultima vez e cederam me deixando ajoelhada na relva. Era muita informação. Parecia que ou meu cérebro explodiria como uma pipoca ou viraria geleia nos próximos 15 segundos.

O que acontecera com o mundo? Eu tinha entrado em um livro de mitologia grega (coisa que eu tinha de sobra, sempre fui apaixonada pela Grécia Antiga) e não notara? Fechei os olhos bem apertados e pedi em voz alta:

- Anda Emily, tá esperando o que para acordar? – minha voz saiu suplicante. Abri os olhos.

- É só uma meio-sangue! – gritou uma garota loira que alcançara o centauro, ela tinha olhos cinzentos, usava uma armadura grega com exceção do elmo, devia ser pouca coisa mais velha que eu e parecia que acordara às pressas. – Alarme falso, campistas!

- Não necessariamente Annabeth, pode ser uma armadilha. – disse um garoto mais velho que a tal de Annabeth, ele era alto, magro e tinha cabelo castanho encaracolado. Sua voz soou precavida, mas algo na expressão dele me fez pensar que me pregaram uma peça e eu caíra perfeitamente.

- Claro Travis, aquelas malas devem ser miniaturas de bombas nucleares e a garota vai nos matar com galhos de árvore. – debochou outro garoto, extremamente parecido com o que se chamava Travis, a não ser por ter o cabelo mais comprido.

- O que te traz aqui, criança? – perguntou o homem cavalo.

Notei que várias crianças e adolescentes de armaduras haviam subido a colina nesse meio tempo me olhavam apreensivos, a piada do garoto que era a cara de Travis não os tranquilizara.

Me pus de pé e tirei a terra e as folhas da minha roupa.

- Não se preocupem, não sou muito boa com gravetos. – falei para os campistas, o modo como me olhavam estava me deixando desconcertada; respirei fundo e virei-me para o centauro – Minha avó disse que este acampamento era o único lugar seguro para mim.

- Viu Travis, é só mais uma campista. – Annabeth se virou para o garoto ao dizer isso.

- Tudo bem, estão todos dispensados. – disse o centauro – Vocês ainda possuem mais uma hora livre até o café da manhã.

Todos foram dando meia volta e descendo a colina, exceto o centauro, a loira e um garoto de cabelos pretos que mantinha certa distancia para que eu descrevesse algo além disso.

Annabeth se virou e viu que o garoto me olhava, lançou mais um olhar estranho para mim e desceu a colina numa marcha revoltada.

- Simpática ela... – murmurei, mas o centauro ouviu.

- Annabeth tem uma personalidade forte. – ele trotou para mais perto do dragão. – Tudo bem Peleus, é uma nova campista. – e coçou o queixo ao se virar para mim. – Por ventura, a senhorita não conhece sua mãe ou seu pai?

A pergunta me soou estranha, e por incrível que pareça, meu cérebro não havia virado geleia.

- Meu pai morreu não faz muito tempo, e bem... Não sei se minha ér... Mãe ainda está tipo, viva.

- Hum... – “Hum”? Então esta fora a resposta genial que aquele homem cavalo tinha para me dar? – Todos nós temos muito à descobrir. Gostaria de ficar alojada no Acampamento Meio-Sangue?

- É, eu acho que sim... É o único lugar seguro mesmo?

- Para crianças como você, é sim. O único. – respondeu o centauro.

Parecia que nós e mais nós foram feitos com minha linha de raciocínio, mas tudo era mesmo real.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Sugestões para acontecimentos? Críticas? Mandem Reviews ;D

Ps.: Vou tentar postar o próximo o mais rápido possível.



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