Beginning Of a Happy Ending escrita por HayleyW


Capítulo 8
Capítulo 8 - Alice




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Abri meus olhos lentamente, me acostumando para abri-los. Bocejei e vi que estava deitada em uma rede e com um casaco de lã sobre mim. Levantei-me com delicadeza da rede, toquei meus pés sobre o piso frio e observei o tinha ao meu redor. Haviam várias outras redes com pessoas dentro e em frente uma casa simples. Dei-me conta que estava na varanda dessa casa. Atrás da minha rede vazia havia uma tigela com algo dentro e um pano um pouco úmido. De repente, vi um rapaz de cabelo quase loiro, levemente espetado, olhos na claridade cor de mel brilhante, em luz baixa castanhos claros, em ambientes escuros, castanhos escuros. Quando os olhos ficam umedecidos, se tornam castanhos esverdeados. Olhar corajoso, ao mesmo tempo inocente, um olhar que traz esperança de seguir em frente lembrando-se de coisas passadas. Lábios suavemente carnudos, meio avermelhados, dentes salientes, jeito de sorrir meigo e carente. Nariz fino, nada de mais. Estatura bem alta para a idade. Pele jovem, de um bronzeado claro. Maças do rosto quase sempre claras, comuns. Rosto fino, bem definido, sem muitas espinhas, nenhuma talvez.

       Ele ficou me encarando com um sorriso decorando seus lábios e as maças do rosto coradas. Fiquei confusa. Que ar estranho esse... Ele resolveu abrir a boca:

       -Oi... –Suas bochechas coraram ainda mais.

       -Oi. –Respondi naturalmente.

       -Ah. Você acordou. Está melhor? –Ele parecia com um ar de... Preocupado.

       -Como assim? O que aconteceu? –Perguntei confusa.

       -Você foi atacada por um destruidor dos sonhos. –Ele percebeu que eu comecei a ficar assustada em e acalmou. –Fique tranqüila, eu fiquei cuidando de você logo após o que aconteceu ontem.

       -O que é um destruidor dos sonhos? –Fiz essa pergunta, não entendi nada.

       -Eles vêm do Jackie Marall. Acredita-se que ele os usa para descobrir o sonho de cada um e arruiná-los.

       -Hum... Como se chama?

       -Gabriel

       -Prazer, sou Alice.

       -O prazer é todo meu. –Ele abriu um sorriso, eu não pude deixar de retribuir. Ficamos somente conversando e após meus amigos e meu tio acordaram. Só uma única garota continuou deitada, passaram-se alguns minutos e a vi espreguiçando e pulando da rede. Percebi que o Breno estava a observando, logo fiquei com muito ciúme. Perguntei ao Gabriel, curiosa:

       -Quem é aquela garota que acabou de levantar?

       -Ela é filha de uma amiga do meu pai. A Sabrina.

       -Ela tem quantos anos de idade?

       -Dezessete.

       -A mesma idade que eu e você.

       -Sim. Ela é muito chata. Vive falando ‘’fato’’. –Eu ri e perguntei:

       -Fato? Como assim?

       -Por exemplo, você diz que alguém é feio. Ela responde esse ‘’fato’’. –Voltei a rir, ele riu comigo e continuei:

       -Então... Vamos nos unir ao povo?

       -Claro. –Ele sorriu. Ele pegou na minha mão, não sei por quê. Mas, o toque do Gabriel me causava uma sensação um tanto reconfortável. Minha mão estava um pouco fria e o toque suave, macio e quente dele fez minha mão ficar um forno. A reação do Breno não foi muito agradável. O Breno me puxou forte pelo braço, me arrastando para longe. Resmunguei.

       -Você está namorando o Gabriel? –Ele me encarou quando perguntou.

       -Não, mas, eu o achei um garoto simpático... Por quê?

       -Eu saiba que você gosta dele.

       -Eu não! Quem disse?

       -É o que parece.

       -E por que você quer saber? –Fui um pouco grossa e decidi me desculpar. –Desculpe. É que eu não estou entendendo.

       -Desculpada. Nem queira saber... Deixe quieto o assunto. –Ele me estendeu a mão, para que eu fosse embora do arbusto onde nós estávamos com ele. Para que não se repetisse aquilo de ontem novamente.

       Fui procurar o Gabriel. Meus olhos se moveram rapidamente, tentando procurá-lo. O achei conversando com o meu tio. Com muita cautela, com um pingo de curiosidade, devagarzinho me escondi em uma árvore e ouvi a conversa dos dois. Somente pude ouvir isso:

       -Ela gosta de que tipos de flores? –O Gabriel perguntou.

       -Azaléia, margarida, tulipa, rosa e girassol.

       -De perfume, ela gosta?

       -Adora perfume. Ainda mais homem que usa perfume.

       -Obrigado. –O vi saindo, pensei para mim mesma que tudo ia dar errado. Um lado de mim diz que o meu esconderijo falhará e o Gabriel descobrirá, o outro diz que vai tudo dar certo e é pra mim me acalmar.

       Respirei fundo duas ou três vezes, me acalmei um pouco, enquanto olhava timidamente para os meus pés. Levantei a cabeça e olhei para o que tinha em minha frente, me assustei com quem deparei. O Gabriel. Ele disse, para eu quase ter um infarto do coração:

       -O que faz aí? –Minhas maças do rosto coraram... Minha garganta enozou e senti um frio na barriga. Respondi:

       -Ah... Só... –Arrumei uma desculpa. –Vendo o passarinho.

       -Que passarinho? –Ele me questionou. Arregalei meus olhos e resolvi falar discretamente:

       -O que estava lá em cima. –Apontei para um galho da árvore, tentando disfarçar.

       -Hum. Também gosto de pássaros.

       -É, eu também. –Respondi, disfarçando.

       -Vou lá com o resto das pessoas. Vamos?

       -Pode ser... –Fui caminhando ao lado dele até onde estavam os outros. Eu não entendi porque o Breno ficava me fitando com um ar de suspense sem parar.

       Arrumamos as nossas coisas. Aceitamos comida do pai do Gabriel, do Breno, da Cah e da Amanda. Sim, eles são irmãos, só agora descobrimos que o Gabriel é também. Vestimos-nos com uma roupa quente e nos preparamos para ir embora. Antes de deitarmos, acendemos uma fogueira e nos sentamos juntos, sobre troncos de árvores cortados ao meio. O Gabriel me chamou para conversar. O Artur me olhou com um sorriso malicioso no rosto, eu o fitei com um olhar indicando ‘’pode parar com isso’’.

       Dessa vez, o Gabri segurou minha mão com delicadeza, me guiou até um tronco com cautela, ele me escondeu o máximo possível no tronco e ao corpo dele também. Ele olhou no fundo dos meus olhos, os dele pareciam estar umedecidos por lágrimas. Ele ficou me encarando, perguntei:

       -Que foi, Gabri?

       -É que... –Ele disse suspirando e com insegurança.

       -Diz pra mim. –Era como se nós nos conhecêssemos a muito tempo atrás... Ao falar isso, passei a mão devagar sobre o cabelo dele, passando segurança para o Gabriel falar. Abri um sorriso em meus lábios, seu traço sério na boca deu lugar a um sorriso lindo e perfeito enfeitando os lábios dele.

       -Como eu posso provar que eu te amo mais que tudo? –Meu sorriso se desfez, dando lugar a tristeza. Olhei timidamente para o chão e senti algo quente e frio ao mesmo tempo, uma coisa fazendo cócegas sobre minhas bochechas e que deslizava sem controle. Só agora que me dei conta. Lágrimas salgadas estavam deslizando pela minha face... –Lágrimas? Por que, amor? –Dizendo isso, ele passou o dedo levemente sobre a minha bochecha, limpando minhas gotas de tristeza. Ele me abraçou forte e sussurrou em meu ouvido. –Me conta. Por que o choro?

       -Você sabe quando estamos quase desistindo de uma coisa e mesmo assim temos que continuar lutando por ela? Quando estamos rodeados de pessoas ao nosso redor, mas aquela pessoa não está do seu lado? É isso que eu sinto. –Falei, entre soluços.

       -Eu sei. De coração. E você me ama? –Abri um sorriso bobo, eu sei que o conheci hoje, mas eu tenho certeza que já sinto alguma coisa no peito por ele. Respondi:

       -Claro que sim, seu tonto... –Rimos juntos e ele entrelaçou os nossos dedos. Aquilo me proporcionou aconchego, companhia, afeto, amor e segurança.

       -Então. Vamos lá com o pessoal? –Ele me convidou. Assenti com a cabeça e fui. Estavam todos se preparando para deitar, eu e o Gabri também. Eu estava deitada de lado em meu saco de dormir, a esta hora a fogueira já estava em fogo baixo, de repente senti braços segurando minha cintura. Olhei para trás e vi o Gabriel deitado atrás de mim, me abraçando fortemente. Abri um sorriso verdadeiro para ele, ele retribuiu ao meu. Eu afastei a franja dele e dei um beijo com estalo na testa dele.

       Quando nossos olhos estavam ardendo, os dele também, decidimos fechar os olhos e dormir logo.

       -Boa noite, meu amor. –O Gabri disse, alevantando meu queixo e me beijando no cantinho da boca. Mordi levemente o lábio inferior dele e respondi:

       -Boa noite, sonhe com os anjos. Eu te amo muito.

       -Então, vou sonhar com você. Eu te amo muito mais. –Mas, claro que eu sei que o amo mais.

       No dia seguinte todos nós acordamos, nos despreguiçamos, nos alimentamos e fomos para a escola. A nossa equipe ficou em segundo lugar, se não fosse a equipe das patricinhas. Subi para o dormitório e me atirei na cama, geral percebeu que estou cansada.

       


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