Dont Trust Me escrita por crowhime


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

As partes entre aspas + itálico são frases do anime (episódio 2). Boa leitura!



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“Tudo é tão sofrido. Só quero desaparecer sem que ninguém saiba!”

Foi nesse momento que pensei “ele é igual a mim”. Apenas uma mensagem no visor brilhante do celular que fez com que não me sentisse mais tão só.

Não, não tenho problemas com família; muito menos com colegas, já que ninguém é realmente próximo de mim para causar algum. Simplesmente... falta algo. Não sei com quem contar, pois não tenho com quem contar. Mantenho meus sentimentos para mim. Uma vida normal, uma aparência normal... Ainda sim, possuo meus segredos.

Ele, Nakura-san, foi o primeiro. Pude falar com o rapaz e, mesmo nunca tendo visto seu rosto, eu confiava nele, pois sempre me ouvia. Cheguei a imaginar que estivesse amando. Estranho, não é? Gostar de alguém que nunca viu o rosto ou ouviu a voz. Sei que, com o passar dos dias, ficava a olhar ansiosa para meu aparelho, somente esperando pelas conversas diárias.

Podia não ser amor, porém me acostumei com aquela presença virtual ao meu lado. Mesmo que no fundo nada mudasse e talvez só piorasse sua depressão. Ele amava outra mulher. Mas ela não a quis.

O sentimento egoísta de mantê-lo só para mim – até mesmo tentando jogá-lo contra a própria mãe – nasceu em mim.

Sou desprezível.

Embora Nakura-san não parecesse compartilhar da mesma opinião. Ele quem ofereceu para desaparecermos juntos. Se o fez, é por nutrir no mínimo uma simpatia, não é mesmo?

Foi o que pensei.

Afinal, tem um pouco de romance na morte. Não interessa o quão longe estivemos durante todo esse tempo em que não nos conhecíamos, agora éramos próximos o suficiente para morrermos juntos. Nos momentos finais, gostaria de estar com quem eu estimo assim a partida não seria tão solitária.

Pensando nisso, tive força. Sozinha, não teria tal determinação.

Mudar o cabelo, vestir a melhor roupa. Ser “perfeita” ao menos nos momentos finais, após toda uma vida de normalidades. Querer atrair atenção de uma pessoa... Não deve ser um pecado tão grande.

O que quer que fosse acontecer... seria o destino.

x

Aquilo era um pouco assustador. Mas, ao menos um pouco, o som da cidade distante e o vento frio batendo de encontro ao meu corpo fazia com que deixasse tudo de lado. E isso era o que eu mais queria, entretanto, a voz daquele homem não me permitia pensar direito, o raciocínio falhara.

Ele lia meus pensamentos com uma precisão emocionante. Não duvidava nada que me conhecesse mais do que eu mesma.

Assustador.

Concluí que me enganei todo aquele tempo. Vi apenas o que queria.

Eu... Eu realmente pensei que ele pudesse gostar de mim. Mas não. Ele só estava se divertindo. Cheguei a sentir as bochechas queimando. Burra, burra, burra! Como cogitei gostar dele...? Como pude amá-lo?

Amor, ódio, desprezo. Se perguntasse, talvez Nakura soubesse definir meus sentimentos melhor do que eu. Ele poderia ao menos me responder: eu devo morrer? Em minha cabeça, nada mais está certo.

As mãos eram quentes. O toque, frio. As palavras, cortantes.

Queria também poder atingi-lo.

Perdi a sustentação e deixei que a gravidade fizesse seu trabalho.

Morrer não podia ser tão desagradável assim. Que a vida então se esvaísse assim.

x

“O mundo não é tão cruel quanto você imagina.”


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Notas finais do capítulo

Sim, uma Kamichika Rio x Orihara Izaya (Rizaya)
(Quem não lembra, é a mocinha dos primeiros episódios.)
Eu gosto mais de IzaKida. Mas não ia desperdiçar a ideia -q
Se alguém leu... Reviews?~