Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 25
O Fim do Ciclo


Notas iniciais do capítulo

até lá embaixo



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Alguns meses depois...

Oxford - Inglaterra

O sol havia acabado de nascer, todos naquela casa estavam dormindo. Era uma casa estranha, estranhamente grande, toda branca por dentro e por fora, mas numa espécie de terraço havia uma hidromassagem e pufes roxos. Havia sete quartos naquela casa, seis eram habitados, mas alguns estavam vazios naquele dia.

Um garoto de cabelos castanhos e meio encaracolados se levantou meio confuso, não sabia onde estava. Levou uns segundos para reparar que estava nu, no quarto de paredes roxas e de duas camas de sua namorada. Vestiu uma calça de moletom que achou no chão e rumou para cozinha.

Lá estava estranhamente arrumado, todas as louças guardadas, tudo limpo também. O garoto tirou do armário um liquidificador e da geladeira, as frutas e o leite. Jogou tudo dentro do liquidificador e o ligou.

Mas esqueceu de colocar a tampa. Resultado, a cozinha inteira ficou suja de vitamina e pedaços de fruta. Ele assustado, tentou começar a limpar.

No andar de cima, no mesmo quarto de onde o moreno saiu, uma ruiva acordou com um barulho que vinha do andar de baixo. Vestiu a primeira coisa que viu (a camisa do menino) e desceu para ver o que acontecia.

- Puta merda, Christopher, vamos viajar em menos de 7 horas e você faz uma cagada dessas? Só você mesmo, eu devia te matar por isso. - disse a ruiva, ao ver a cozinha toda suja de vitamina.

- Poxa, moreco. Você bem que podia me dar uma ajudinha aqui. - Christopher pediu.

- Se vira, trouxão. Fez a merda sozinho, limpe sozinho. - a ruiva saiu dali, deixando o namorado sozinho, e resmungando por ter sujado a cozinha.

Também no segundo andar, num quarto todo rosa, estava um casal, um casal que também havia acordado com o barulho que Christopher fazia, e com os gritos de sua namorada no andar de baixo.

- Devemos descer? - a menina perguntou.

- Não, eles vivem brigando - o menino disse.

Eles se beijaram e logo estavam se tornando um só.

Não muito longe, apenas algumas portas, um casal estava conversando, ao contrario do outro casal, eles estavam cansados.

- E se eles não gostarem de mim? - a morena perguntou.

- Eles vão te amar, principalmente meu pai, finalmente ele vai tirar da cabeça que eu sou gay.

Os dois riram, a menina aproveitou para se aconchegar mais em seu namorado.

Todos ali iam viajar. Madeline e Christopher iriam pra os EUA, para conhecer os pais de seu namorado. Thomas e Katherine iam para a Austrália, conhecer a mãe de Thomas. E Charllote e Josephe iam para a França, não só para conhecer os pais de Joe, mas também porque a menina ao tinha mais para onde ir.

Mas os pais das meninas que moravam na Inglaterra não iriam se sentir solitários enquanto suas filhas estavam em outro país. Madeline e Katherine visitaram seus pais uma semana antes, com seus respectivos namorados.

Os pais de Kate adoraram Thomas, ele parecia ser bem mais atencioso que o John, e parecia genuinamente amar a menina deles.

Max é claro, amava Christopher. Achava que ele foi a melhor coisa que surgiu no mundo.

- Ah, que bom que chegaram - disse Max, assim que o casal chegou na semana que se antecedeu - Christopher, estou contentíssimo de te ver e você também, Madeline querida - cumprimentou o casal, enquanto tentava desprender o braço do nó da gravata. - Agora vamos que já estamos atrasados.

- Atrasados para...? - sua filha perguntou.

- Uma daquelas festas estúpidas - bufou, e conseguiu tirar o braço da gravata.

- Outra, pai? - Madeline resmungou - podia ter avisado antes, ai eu só vinha amanhã.

- Eu sei - o ruivo sorriu travesso - Por isso não avisei.

- Max - Christopher começou, quando viu o olho direito de Maddie tremer - Vá terminar de se arrumar que eu convenço a Madeline.

O sogro concordou e rumou para o andar de cima, deixando o casal sozinho.

- Não quero ir, Christopher - bateu o pé.

- Por que não?

- Além de ser um porre, não quero encontrar o Raymond lá.

- Ah, então Levine vai estar lá? - a ruiva confirmou - Perfeito, que quero mesmo bater um papinho com ele.

- Christopher, não faça escândalo lá, por favor.

- Claro que não, moreco, só se ele tentar algo.

Madeline o abraçou, ela o amava tanto e sabia que era recíproco.

- Eu já disse que odeio quando me chama de moreco? - perguntou, assim que o soltou.

- Eu sei, por que acha que eu te chamo assim? - sorriu travesso, lembrando muito Max.

- Vai ser uma longa semana... - Madeline suspirou e foi se arrumar para a festa.

(...)

- Caraca, Madeline, essa festa ta muito irada - Christopher exclamou, depois de dançar uma musica  qualquer com alguém.

Madeline não queria admitir, mas a festa realmente estava legal. Para Max, a única coisa que prestava era a comida.

- Christopher, vou tomar um pouco de ar, ok - a menina disse e o namorado confirmou, enquanto fazia alguma piada para um grupo de cirurgiões.

A noite estava estrelada, e seria bem romântico se Christopher viesse ficar com ela ao invés de contar piadas para estranhos. Mas no fundo ela não ligava, sabia que o namorado não mudaria, sempre queria agradar aos outros.

- Olha quem está aqui fora - uma voz soou atrás da Madeline, a fazendo revirar os olhos.

- Levine, me deixe em paz - pediu em vão.

- Vi seu namorado fazendo os babacas das cirurgias rirem. Achei-o meio gay.

- Ele é mil vezes mais homem que você - disse, encarando os olhos de Ray.

- Blá blá blá, vamos voltar ao que interessa. Fazer você ficar mal, coração - Raymond sorriu. Seria lindo, se não fosse meio doentio. - Você matou sua mãe, lembra? O seu namoradinho sabe que você não é a boa menina q parece ser, que você é uma assassina?

Abriu a boca para retrucar, mas nenhum som saía, era frustrante ele sempre conseguir atingi-la, mesmo não se sentindo mais culpada. Era inevitável, era como acidentalmente queimar algo, você não quer, mas uma força maior te obriga, no caso do fogo é o oxigênio, na culpa de Madeline, Levine. Talvez a química conseguisse explicar porque ela sempre se sentia assim.

- Não, até porque ela não é - Christopher surpreendeu a Madeline e Ray aparecendo ali - Você deve ser Raymond Levine, certo?

- Correto, e você deve ser o menino que atura ela.

- Eu não aturo, eu a amo. E você deve ser mais desagradável do que aparenta.

- Eu tento - Ray riu, pensando que era engraçado - Mas ai, só um aviso, tome cuidado antes que ela resolva sair com você, e não a deixe dirigindo, ela costuma causar acidentes. Acidentes fatais...

- Vá embora daqui, nos deixe em pai - Christopher exclamou, já com raiva.

- Tudo bem, já estou indo - fez um sinal com as mãos, como se estivesse se rendendo - Mas não esqueça que eu avisei. Adeus, Maddie. - e deixou o casal sozinho.

Christopher não sabia o que dizer, a cara de Madeline estava péssima, ela parecia que iria chorar, mas estava se segurando ao máximo. Ela era forte, ele sabia, mas mesmo as pessoas mais fortes tem seus momentos de fraqueza, é o que os torna humanos, é o que mostra que se importam com algo.

Ele queria dizer que Levine era um idiota, e que ela não tinha culpa de nada, mas ele já havia dito isso, ela estava cansada de saber disso. Ela apenas não conseguia admitir isso às vezes. Todo mundo que se culpa de algo acha isso. Então de todas as coisas que poderia dizer, disse a mais improvável, a mais louca.

- Madeline, quer se casar comigo?

- É o que? - perguntou, espantada.

- É, casa comigo - disse, já mais animado - Não estou dizendo para nos casarmos agora, mas um dia, eu não me vejo passando a vida com mais ninguém e eu sei que você sente o mesmo, além do mais moramos juntos e sabemos como somos. Vamos casar, topa?

- Sim - Madeline disse, meio sem pensar, mas também pensando que tudo o que Christopher dissera era verdade.

- Tipo, você aceita mesmo? - perguntou incrédulo, esperava um não da namorada.

- Aceito sim, é claro que eu aceito, mas vou querer um anel.

- É, certo. Ate lá podemos firmar com um pacto de saliva - estava prestes a cuspir na mão, mostrando toda a falta de capacidade de pensamento que só Christopher tinha.

- Tenho uma ideia melhor - Madeline disse, e o beijou.

- Vamos logo para a sua casa - os dois saíram dali rápido, deixando Max sozinho na festa.

Ia ser uma noite longa...

Agora Madeline exibia no dedo anelar direito uma pequena aliança com uma pedrinha verde. Ela estava bem feliz com aquela situação, mesmo sabendo que demoraria a se casar com Christopher. Eles estavam juntos e isso era o que importava.

- Sabe, eu sempre pensei que Joe me pediria em casamento primeiro - Charlie comentou com Madeline, as duas estavam sentadas no sofá esperando seus respectivos namorados.

- Com inveja né, vadia? Dois beijos pro seu recalque - as duas riram. O vadia não era mais um insulto, era uma forma de mostrar que Madeline gostava de Charllote.

- Menos, Madeline. Eu não tenho inveja de você, afinal você namora o Christopher. O Christopher.

- Nem tudo é perfeito. Você não pode ter beleza e inteligência ao mesmo tempo, tirando eu, é claro. Eu sou linda e inteligente - Madeline gabou-se.

- E modesta.

- Vocês podem até tentar - disse Kate, chegando a sala - Mas nunca serão tão maravilhosas quanto eu.

- Menos, Barbie - Madeline e Charlie disseram juntas.

- Sabe, eu gosto do fato de que viramos amigas - Kate disse.

- Eu odeio vocês duas. - Madeline falou.

- Também te amamos - Charlie disse.

- Vamos nos falar enquanto estivermos distantes? - Kate, perguntou.

- Claro - Charlie disse, ao mesmo tempo que Madeline disse:

- Não.

Kate ia retrucar, mas nesse momento, o barulho de algo caindo no chão assustou as meninas.

- Putain de l'enfer, Christopher, quel est votre problème? - Joe berrou, esquecendo que sabia o indioma inglês.

- É a sua mãe - Christopher retrucou.

- Christopher seu idiota, ele perguntou qual o seu problema - Madeline, sempre cheia de amor com o noivo perguntou.

- Eu sempre me esqueço que você fala francês. Enfim, eu não tenho problema nenhum, eu só dei um jeito mais rápido de trazer a mala dele para baixo.

As meninas enfim resolveram olhar para a mala, estava estourada e várias roupas estavam no chão.

- Christopher, arrume isso, já estamos atrasados. - Madeline foi rápida e pratica.

- Tudo eu, tudo eu... - reclamou, mas arrumou.

(...)

- Vou sentir falta de vocês - Thomas disse.

- Também vamos, aproveitem a Austrália. - os outros quatro disseram.

- Pode apostar que vamos - Kate respondeu.

Os outros começaram a entrar nos táxis pedidos, e Thomas ficou de apagar tudo.

- Te espero no táxi, amor - Kate disse

- Ok.

A loirinha foi esperar o namorado, e enquanto isso, Thomas terminava de ver se tudo estava em ordem.

Ele parou na soleira da porta e olhando para dentro da casa sorriu, os melhores momentos da vida dele foram ali, mas por um momento ele voltaria para sua outra casa.

Apagou a ultima luz, e fechou a porta. Eles sobreviveriam, os seis, afinal eram só alguns poucos meses fora. Logo todos estariam de volta.

FIM


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Notas finais do capítulo

Bem, acabou. Obrigada a todos que comentaram e recomendaram e se emocionaram e se divertiram com os seis. Dessa vez n tem até o próximo capitulo. Até uma outra história,



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