Arthur e Luigi estavam muito assustados, acabaram de enfrentar um monstro que nunca viram na vida e depois ainda descobrem que a pedra encontrada no quarto deles é mágica.

      Pegaram um ônibus e voltaram para a casa. Tentaram evitar todos os olhares estranhos das pessoas que estavam no ônibus, afinal, eles não poderiam reclamar, pois é estranho dois garotos que deveriam estar na escola entrar em um ônibus completamente feridos e com marcas de sangue e queimaduras no corpo. Voltaram silenciosamente para a casa, mas havia algumas coisas que preocupavam Luigi, a primeira era o que fazer com aquela pedra, a segunda, de onde viera aquele monstro e se havia mais deles e a terceira, o que iriam dizer para a mãe deles quando chegassem em casa.

     O ônibus parou em uma plataforma para pegarem mais passageiros e Luigi e Arthur desceram, já que moravam em uma fazenda que não era dentro da cidade, tiveram que terminar o trajeto a pé, e o motorista não trabalhava  naquele horário. No caminho eles foram conversando.

     -Obrigado. -Disse Arthur de repente.

     -Obrigado pelo o quê? - Perguntou Luigi.

      -Por ter me salvado daquele monstro, seja lá o que for... você poderia ter morrido atacando ele. -Explicou Arthur meio envergonhado e um por nervoso.

     -Não se preocupe com isso, não foi nada, o importante agora é cuidar da pedra. Você está com ela, não está?

      Arthur mostrou a pedra, que parecia inofensiva, mas minutos antes, Luigi matara um monstro com ela. Chegaram na estrada de terra, que deveria ter uns dois quilômetros de distância da fazenda.

     -Você acha que é esta pedra é de Suzan? -Perguntou Arthur

     -Não, afinal, ela não teria como conseguir algo desse jeito, mas como isso apareceu no nosso quarto ainda é um verdadeiro mistério. -Respondeu Luigi.

    A caminhada foi quase de duas horas por causa da condição de Arthur e Luigi, mas chegaram sem nenhum problema. Na entrada de casa Luigi perguntou:

    -O que vamos falar para a nossa mãe?

    -Deixa isso comigo. -Respondeu Arthur, mas essa resposta não tranquilizou muito Luigi.

    A porta estava destrancada, eles entraram e foram procura a mãe deles, que estava fazendo uma torta de morango na cozinha e ao vê-los deixou a colher que estava em sua mão cair no chão.

     -O que aconteceu com os dois?! -Gritou ela indo na direção dos de Arthur e Luigi. -Por que não estão na escola?!

     Luigi olhou para Arthur esperando que ele respondesse a pergunta da mãe.

     -É que no caminho... agente encontrou... encontrou... -Arthur não sabia o que dizer. - encontrou um grupo de garotos  e eles eram... delinquentes juvenis e nos atacaram para pegar nosso dinheiro, fomos espancados e perdemos o horário da escola. 

     Ao terminar de explicar, Arthur estava suando, não sabia se tinha dado certo nem se a mãe deles acreditou no que dissera.

    -Coitado de vocês! - Disse ela abraçado-lhes, deu certo o plano de Arthur. -Chamaram a polícia?

     -Não precisa mãe, eles não nos roubaram, só nos atacaram, e outra, não conseguimos ver seus rostos, estavam encapuzados. -Mentiu Luigi

     -Não não, vou avisar isso à polícia e enquanto isso, vão descansar. -Disse a mãe deles saindo da cozinha.

      Arthur e Luigi se olharam e suspiraram , aliviados. Depois, Arthur foi deitar no quarto e Luigi foi para a sala musical, uma pequena sala de sua casa na qual é guardado vários instrumentos musicais.

      Luigi entrou na sala e fechou a porta, pegou um baixo elétrico que ganhou quando era pequeno, sentou no banquinho da bateria e começou a tocar sua música preferida, Living On A Prayer, de Bon Jovi. Depois de um tempo, deixou o baixo no chão e ficou sentado no banco da bateria por alguns instantes, mas algo o fizera passar mal, e ele desmaiou.

     Quando acordou, tomou o maior susto de sua vida, estava flutuando acima das nuvens, sem nada o segurando. Ele viu Boston de lá de cima, pequenos prédios e pequenos pontos coloridos em movimentos, os carros, viu o mar em movimento e quase teve um infarto quando viu um avião enorme passar a metros de distância de onde estava. Teve vontade de descer, mas não conseguia sair do lugar, gritou por socorro, mas ninguém ouviu. Estava a ponto de querer se matar quando um homem apareceu em sua frente, alto, devia ter uns três metros, usava uma roupa à moda grega antiga, tinha um capacete de metal com asas, cabelos loiros, olhos verdes e um belo sorriso. Segurava um cajado de ouro na mão, que tinha duas cobras enroladas e duas asas no topo, mas o que entregava quem esse homem era, eram as suas sandálias, que possuía duas pequenas asas de anjo. Ele era Hermes, o deus grego  mensageiro.

    -Olá filho. -Disse ele com um sorriso no rosto.

     Luigi não disse nada, ficou pasmo olhando para ele.

     -Seu pais adotivos não ensiram que é falta de educação não responder uma pessoa? -Perguntou Hermes.

      -Filho? -Perguntou Luigi, ainda pensando na primeira fala de Hermes.

      -Quem diria não é? Filho de um deus grego, não é todo dia que se recebe uma notícia assim, não é?

       -M-mas, você é Hermes, você não existe, é só um mito.

       -Acredite, eu sou bem real e sou seu verdadeiro pai.

       -Não pode ser, não pode ser... -Disse Luigi para si mesmo, estava com medo também, pois já era a segunda vez no mesmo dia que ele era levantado para o céu. -O que quer comigo então.

       -Eu sei que não é a melhor hora para falar isso, eu queria curtir essa coisa de reencontro de pai e filho mas não vai dar. -Explicou Hermes. - Se souber bem sobre mitologia grega, sabe que sou um deus olimpiano, e que o Olimpo é a casa dos doze principais deuses gregos, eu, Zeus, Poseidon, Hades, Atena, etc, e muito deles tem filhos, como você, Hércules, Arthur...

      -Epa, espera aí! -Interrompeu Luigi. -Arthur é filho de um deus grego também?!

      -Sim. -Afirmou Hermes

      -De qual?

      -Não se sabe ainda, Zeus sentiu que vocês eram semideuses, você é meu filho, mas Arthur, seu pai ou sua mãe não se revelaram ainda.

     -Mas... ainda não acredito em você e nem nesses deuses gregos com suas histórias mitológicas.

     -Então explica a Fúria que te atacou hoje mais cedo.

     - A o quê?!

     -A Fúria, um monstro grego que vive no submundo e deve ter escapado quando as Quatro Pedras do Olimpo foram roubadas.

    -As Quatro Pedras do Olimpo?

     -Sim, isso que vim falar com você, o Olimpo e seu mundo só é mantido vivo por causa das Quatro Pedras do Olimpo, que representam os quatro elementos, terra, água, fogo e ar, elas devem ficar no Olimpo, mas algum deus destruiu a sala onde elas ficavam e então elas se espalharam pelo mundo. Sem elas, será o fim dos mundos, e vim pedir para você filho,e Arthur, recuperar elas antes do prazo do fim do mundo.

     -Por que não vão vocês deuses, hein?

     -Zeus proibiu todos os deuses de irem para a Terra, como um castigo, sabe, para fazer quem destruiu a sala confessar.

     -Mas por que eu?!

     -Por que você e Arthur são os únicos semideuses que possuem algo de especial, filho, vocês possuem uma aura de poder muito grande, sinto que consiguirão achar as pedras, fora que já possuem a do fogo.

    -Quem mandou? Pois nenhum deus pode sair do Olimpo, então como ela veio parar comigo?

    -Não se sabe.

   -Espera, mas se não pode sair do Olimpo, com está aqui? -Pergunto Luigi tenso.

  -Não saí, estou somente na sua mente.

  -Então... aonde devo procurar as pedras?

  -Ao acordar, vá para o seu quarto, a resposta estará na sua cama. Agora tenho que ir, Zeus marcou uma reunião no Olimpo e não posso perder, meu pai vai ficar furioso.

  -Como assim na minha cama?! Espera!

  Tarde demais, Luigi acordou com a cabeça repousada em um prato da bateria. Ele se levantou rapidamente e correu para seu quarto.