Supernova Explosion escrita por lallie


Capítulo 7
La Push




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A semana passou rápida e o sábado chegou, atarefado. Fiz meu dever de casa atrasado – devido às partidas incansáveis de vídeo game com Charlie todas as noites. Ele estava determinado em me derrotar e eu tentava não usar minhas habilidades não humanas com tanta freqüência. Mas eu era competitiva demais pra deixá-lo ganhar.

Charlie disse que me tiraria do mundo virtual no sábado e me levaria a uma aventura ao ar livre: pescar. Por sorte Billy disse que estava cansado demais para sair. Por que esperar pacientemente por um peixe quando você pode nadar até ele e buscá-lo? De qualquer forma, Billy nos convidou para almoçar em sua casa e Charlie aceitou.

Vesti uma skinny jeans preta, uma blusa de lã cinza justa ao meu corpo e que terminava logo abaixo do meu quadril e botas de cano alto sem salto na mesma cor da blusa. Fiz uma maquiagem leve e uma trança jogada de lado por sobre meu ombro, deixando algumas mechas do meu cabelo ondulado soltas, dando um ar despojado. Por fim, peguei minha bolsa e desci.

“Uau! Nós vamos só a La Push, você sabia?”

“Eu sei, vovô. É só meu jeito muito arrumado de ser”

“Garota, você é definitivamente o oposto de sua mãe” Charlie riu e nós seguimos a La Push no meu carro. Ele parou em frente a uma pequena casa vermelha e Jacob apareceu na porta assim que saímos do carro. Charlie passou o braço protetoramente em volta de minha cintura e me guiou até a porta.

“Cuidado com o olhar, Jacob”

“Er... Claro” Jacob ficou sem graça, mas apertou a mão de Charlie, que entrou em seguida.

“Hey Jacob”

“Oi, Nessie” Ele hesitou por um momento, mas então me deu um abraço de urso. “Vem, entra”.

Eu sorri, vermelha, e o segui. Billy não estava na sala, mas eu o ouvia conversando com Charlie em algum lugar.

“Meu pai está na cozinha, eu posso te servir alguma coisa?”

“Não, estou bem. Vou dizer oi a Billy”

“Por aqui” Jacob me guiou até a cozinha, onde Billy e Charlie bebiam cerveja e conversavam. Billy estava terminando o almoço.

“Precisam de ajuda?”

“Tudo bem, Renesmee. O almoço é por minha conta hoje. Está com fome?”

“Sim” Eu sorri.

“Bom, vai demorar um pouquinho. Jacob acordou tarde demais e atrasou as compras”

“Minha culpa” Jacob sorriu.

“Tudo bem, sem pressa”

“Vem, eu vou te levar pra conhecer as coisas por aqui” Jacob colocou sua mão grande na base de minhas costas, recebendo um olhar feio de Charlie, e me guiou para fora da casa.

“Se você me tocar mais uma vez perto de Charlie ele pode ter um AVC ou algo do tipo” Eu ri e Jacob me acompanhou.

“Vou tentar me comportar”.

“Ok, então, o que vocês fazem por aqui?”

“Ah, você não seria corajosa o suficiente”

“Metade vampira, lembra?”

“Hm, verdade. Vem, vou te levar pra praia” Jacob entrelaçou nossos dedos e sua pele quente queimava em minha mão gelada pelo clima frio. Nós ficamos andando perto do mar, discutindo quem de nós era mais forte. Foi uma decepção ele conseguir atirar pedras no mar muito mais longe do que eu. Mas isso me lembrou de algumas perguntinhas que eu tinha que fazer a ele.

“Hey Jake, eu estava caçando outro dia e me deparei com um lobo gigante no território da sua tribo. É bom você avisar as pessoas para terem cuidado”

“Lobo? Aonde?” A voz dele ficou cautelosa, como a de tia Alice.

“Culpada” Eu sorri sem graça. Por que todo mundo me fazia essa pergunta? “Eu saí do território Cullen por alguns segundos. Não tinha ninguém ali e eu nunca entendi esse tratado ridículo, afinal, porque vampiros teriam tratados com simples humanos?”

Minha armadilha estava armada. Vampiros NÃO teriam tratados com simples humanos. Jacob me daria as respostas.

“O lobo te atacou?”

“Não, ele só ameaçou. Isso é importante?”

“Como era esse lobo?”

“Grande e cinza.”

“Me diga exatamente o que aconteceu” Ele estava sério demais, quase com raiva, eu diria.

“Ok, eu pulei o rio, passando para o território Quileute porque eu estava com sede e queria o sangue daquele lobo. Então eu cheguei perto e ele ameaçou me atacar. O cheiro dela era... repulsivo. E ele fez com que eu sentisse algo que eu nunca senti antes: medo. Então eu recuei e passei para o meu lado do território de novo e ele ficou lá, como se esperando que eu voltasse.”

“Fique longe de lá, Nessie. É perigoso”

“Ok, eu to cansada de me falarem isso. Eu quero saber o porque, e você sabe” Apertei meu indicador no peito dele.

“Eu não posso falar, Nessie”

“Por que?”

“Seu pai me mataria”

“Meu pai não está aqui. Ele não precisa saber”

“Ele vai saber”

“Você não é humano”

“O que?”

“Corta essa, Jacob. Você não é, certo?”

“Certo” Ele abaixou o olhar e suspirou. “E você chegou a essa conclusão...?”

“Sua temperatura, sua freqüência cardíaca, o seu cheiro. Especialmente seu cheiro. O seu sangue é repulsivo para mim. Nenhum humano tem um sangue assim. Ao mesmo tempo seu cheiro... é tão bom. Ele me lembra algo, eu tenho essa sensação, só não sei o que” Eu suspirei e ele se aproximou, tocando minha bochecha.

“O que mais?”

“Você não parece muito mais velho que eu. O que você tem, dezenove ou vinte anos de idade? Como alguém com essa idade poderia ser o melhor amigo da minha mãe desde antes de eu nascer? Como um humano saberia do nosso segredo e não se afastaria com repulsa ou medo? Você não é humano”

“Dezessete”

“O que?”

“Eu tenho dezessete anos” O seu longo dedo passeou por minha bochecha, deixando um rastro quente que durava milésimos de segundo, mas que ainda assim era tão bom. “Eu parei de envelhecer aos dezessete”

“Mas você ainda é vivo” Eu acrescentei. “E você não é metade vampiro como eu, porque você cheira diferente”

“Não, eu não sou”

“Então o que você é?”

“Se lembra daquele lobo que você encontrou no nosso território?”

“Era você?” Eu dei um passo pra trás, começando a ficar ofendida por ele ter me ameaçado atacar. Ele riu.

“Não, Nessie. Eu nunca machucaria você” Ele entrelaçou nossos dedos. “Era só o Paul. Ele é muito rígido com o tratado. E ele não reconheceu seu cheiro de imediato, faz tanto tempo que você foi embora. Mas quando ele viu quem você era, ele não atacou” Jacob parou e suspirou, fechando os olhos. “Eu também posso me transformar em lobo. Alguns sortudos da tribo com o gene podem. Nós protegemos nossa tribo, por isso vocês não podem caçar nas nossas terras”.

Eu fiquei em silêncio, digerindo o que ele acabara de dizer.

“Por que vocês...”

“Nós protegemos nossa tribo dos vampiros, Nessie. Somos inimigos naturais, mas você tem que entender que você não é assim pra mim. Nós temos um tratado com os Cullen porque vocês não matam humanos. E no passado nos juntamos contra os sanguessugas que tentaram machucar sua mãe. Tínhamos uma relação amigável, mas então vocês foram embora e não tivemos mais notícias.” Ele começou a tremer levemente, e eu sabia que não era de frio.

“Wow, isso é... um choque” Juntei minhas sobrancelhas. “Se você não tentar me matar, então acho que podemos ser amigos” Eu sorri e seus músculos relaxaram.

“Eu nunca tentaria te machucar, Renesmee” Ele tocou minha bochecha de novo e por melhor que aquilo fosse, já estava ficando estranho.

“Então, será que você corre mais rápido que eu?”

“Eu corro mais rápido do que um vampiro completo, você vai ser moleza”

“Se eu não estivesse usando botas, nós resolveríamos isso agora. Se você pudesse ver além da poeira, é claro”

“O desafio está proposto. Venha de tênis da próxima vez” Ele estreitou os olhou fingindo uma ameaça e nós rimos.

Depois do interrogatório, a conversa ficou leve e eu constatei de novo o quão fácil era conversar com Jacob. As coisas entre nós fluíam de maneira natural. Ele achou justo me contar tudo sobre a alcateia - já que ele sabia tudo sobre a minha família também - e prometeu que me levaria para conhecê-los assim que fosse possível. Talvez essa tarde, mas ele disse que alguns estariam em patrulha, então eu os conheceria aos poucos.

Ficamos na praia por mais um tempo e voltamos para almoçar. Charlie e Billy começavam a comer.

“Achamos que vocês demorariam” Billy se desculpou e Charlie nos olhou desconfiado.

“Como se alguém pudesse controlar a fome dessa garota” Jacob provocou e eu respondi.

“Não era o meu estômago roncando há cinco minutos”.

Sentamo-nos na mesa da pequena cozinha e nos servimos. Aquela era a melhor macarronada que eu já havia comido. Quando terminamos, Jacob e eu lavamos a louça e depois ele me levou para conhecer a garagem dele. Me joguei num pequeno sofá no canto e ele se sentou ao meu lado. Nossos braços estavam encostados e a temperatura dele que passava pela lã de minha blusa me fez chegar mais perto.

“Então é aqui que a mágica acontece?”

“Tudo construído do zero” Ele apontou para seu carro e para algo no canto, coberto por uma lona cinza.

“O que é?” Me levantei e fui até lá usando minha velocidade vampira. Ele não disse nada e nem reagiu de forma estranha, então aquilo não parecia incomodá-lo. Era bom saber que eu podia ser eu mesma perto de alguém aqui. Puxei a lona e duas motos empoeiradas estavam lá.

“Você fez isso?” Passei a mão por elas, admirada.

“Uma delas é da sua mãe. Nós fizemos juntos”

“Em que mundo minha mãe entende de mecânica?”

“Em nenhum” Ele riu. “Ela foi o apoio moral e financeiro”

“Nós podemos sair com elas qualquer dia?”

“Você pilota?” Ele tinha um ar de deboche.

“Sou uma Cullen, Jacob. Qualquer coisa que se mova rápido é diversão para mim”

“Duvido que seu pai te deixou aprender”

“Ele não teve escolha. Eu posso ser muito irritante com meu talento”

Levei minha mão até sua bochecha e mostrei-o parte das cinco horas de tortura ao meu pai, onde eu dizia e colocava na mente dele ao mesmo tempo incansável e ininterruptamente as palavras “Deixe-me pilotar, papai”. Jacob riu da cena e tocou minha mão, entrelaçando nossos dedos ali.

“Eu tinha me esquecido desse seu talento”

“Considere-o uma arma” Ameacei e ri. “Quando vamos sair para pilotá-las?”

“Quando Charlie estiver bem longe, de preferência”

“O Chefe Swan é muito rigoroso, huh?”

Antes mesmo de Jacob responder, ouvimos um uivo longo em algum lugar muito perto.

“Fique aqui, eu já volto” Ele tirou sua mão da minha e desapareceu pela porta da garagem. Voltei ao sofá e desabei ali, esperando por ele. Passaram-se dez, quinze, vinte minutos e nada de Jacob. Quarenta minutos e eu me levantei para ir embora, irritada. Saí da garagem e vi um lobo na borda da floresta.

“Jake?”

O lobo cor de areia balançou a cabeça negativamente, abrindo a boca no que parecia um sorriso.

“Sou Renesmee, muito prazer” Sorri, me sentindo idiota por conversar com um lobo, então me lembrei de que Jacob podia me ouvir através da mente dele.

“Jacob, eu vou deixar meu número com seu pai, caso queira se desculpar por me deixar quarenta minutos te esperando. Me ligue se você se sentir disposto depois que terminar de brincar com a chapeuzinho vermelho”

O lobo na minha frente latiu uma espécie de risada e eu sorri para ele.

“Desculpe por te usar como secretária eletrônica. Foi realmente um prazer, te vejo por aí” Pisquei para o lobo, e ele me piscou de volta.

Segui em direção à casa e fiquei assistindo TV enquanto Charlie e Billy discutiam sobre futebol e jogavam alguma coisa com cartas. Charlie e eu voltamos para casa antes do pôr do sol, sem sinal de Jacob.


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