“Hey Billy”

“Renesmee”

“Jacob está?”

“Ele está dormindo”

“Ah, tudo bem, então”

“Eu digo a ele que você ligou”

“Ok, obrigada. Tchau”

“Tchau”

Droga! Jacob estava dormindo, o que significa que ele ficou de patrulha a noite toda e não acordaria tão cedo. Eu não queria passar o sábado em casa. Definitivamente não. Todo mundo estava ocupado, então eu desisti de sair após ligar para toda minha agenda e fui lavar meu Audi. Eu estava nesse estado horrível, cheia de sabão e molhada, quando uma figura surgiu de trás do carro.

“Belo carro”

“Obrigada” Eu sorri, sem jeito, tentando arrumar o cabelo.

“Devon Walker”

“Renesmee Swan”

Ele morava no final da rua, eu sempre babava naquele monumento de homem.

“O que uma garota como você faz sozinha num dia desses?”

“Ta todo mundo ocupado” Dei de ombros, corando de leve.

“Bom, você me deixou numa situação difícil aqui. Agora eu não posso te deixar sozinha” Ele sorriu de um jeito que me derreteu. “Vou ter que te convidar para sair comigo”

“Tentador. Você vai me divertir mais que esse carro aqui?” Eu sorri.

“Eu posso tentar. Te pego daqui a duas horas?”

“Ok”

Ele sorriu e se foi, voltando em direção à sua casa. Tirei o sabão do carro rapidamente e corri para dentro. Me arrumei impecavelmente: um vestido e meia pata de salto altíssimo. Eu, Renesmee Cullen, estava saindo com um médico residente recém formado. Enquanto eu avisava Charlie – que estava na casa de Sue, como em todo final de semana - que sairia, ouvi sua buzina do lado de fora. Me despedi rapidamente, saindo pela porta antes de me olhar num espelho. Devon me esperava apoiado em seu carro.

“Wow, você está ainda mais linda”

“Obrigada” Sorri, abaixando o olhar. Devon abriu a porta pra mim e nós partimos em direção à Port Angeles. A conversa fluiu bem durante a viagem, Devon perguntava tudo sobre mim. Nós paramos em frente a um restaurante e ele entregou as chaves para o manobrista.

“Tenho uma reserva em nome de Walker” Ele sorriu cordial, e aquele sorriso era encantador. Devon era alguns centímetros mais baixo que Jacob, músculos discretamente definidos, cabelo castanho claro, quase loiro e olhos verde mel. Nos sentamos numa mesa e logo fomos atendidos.

“Sabe, você não parece tão nova quando conversando. A maioria das garotas da sua idade são meio fúteis”

“Já me disseram que pareço ser mais velha do que realmente sou” Ri internamente da ironia daquela verdade que acabara de soltar.

“Eu não diria ‘velha’. Você parece um anjinho”

Sorri e corei pela milésima vez na noite.

“Obrigada. Então, me conte como é Princeton”

“É ótima, você adoraria se estudasse lá. Já sabe o que quer estudar?”

“Engenharia Aeronáutica. Quão nerd eu sou?”

“Nerd, não. Você está mais para pacote completo: bonita e inteligente. E ok, eu prometo parar com as minhas cantadas bregas”

“Não, tudo bem” O incrível era que eu gostava delas.

“Voce quer sobremesa?”

“Hm...” Eu fazia essa cara pensativa de criança. “Mousse de chocolate”

Ele riu e chamou o garçom, pedindo dois.

Depois do jantar nós voltamos em direção à Forks. Devon me fez rir o tempo todo, ele era realmente muito doce. Quando seu carro parou em frente à casa de Charlie eu desejei que não tivesse acabado tão rápido.

“Obrigado pela noite, Renesmee. Você é realmente adorável” Seu polegar acariciava minha bochecha.

“Foi ótimo, Devon. Obrigada por salvar meu sábado” Eu sorri. “E me chame de Nessie”

“Ok, Nessie. Te vejo por aí” Seus lábios tocaram minha bochecha e meu coração disparou.

“Boa noite” Saí do carro com um sorriso gigante. Entrei e me encostei na porta, fechando os olhos e dando meu surto em particular até que o som de alguém limpando a garganta me fez pular de susto.

“Jake!” Minhas mãos repousaram onde meu coração pulsava. “O que você está fazendo aqui?”

“Então agora qualquer cara pode te chamar com o apelido que eu te dei?” Seus braços estavam cruzados e seus olhos me encaravam seriamente.

“O que?” Ele estava realmente reivindicando direitos sob um apelido?

“O apelido é meu, Jake” Meus braços cruzaram-se igualmente os dele. “E você ainda não me disse o que está fazendo aqui”

“Billy me disse que você ligou. Então eu vim ver o que você queria, mas você não estava”

“Telefones existem, sabe?”

“É, eu não deveria ter vindo mesmo. Estragar seu encontro com o idoso aí”

“Idoso?”

“Esse cara tem o que, trinta?”

“Vinte e três, ele é mais novo que você”

“Eu tenho dezessete”

“Ah é? E você nasceu quando mesmo?”

“Não interessa. Ele não serve pra você”

“Ah, e quem serve, Jacob?”

“Eu”

Eu engasguei, fiquei vermelha, tossi. Ok, por que essa situação constrangedora? Por que ele tinha que falar aquilo?

“É melhor eu ir embora” Ele percebeu que eu não conseguia ao menos falar. Apenas acenei afirmativamente, sem olhá-lo nos olhos.

“Não se preocupe, ele é um humano. Eu já te disse, Jacob. Eu vou ficar sozinha”

“É. Ótimo saber” Ele resmungou e saiu. Passei o resto da noite com aquela conversa na cabeça, e acabei por sonhar com Jacob. Estávamos em La Push, andando em direção a sua garagem, então ele me beijava. Perturbador foi o quão bom aquele beijo era. E quando acordei, já não sabia de mais nada. O que Jacob era pra mim, afinal?