Alugando Hermione Granger escrita por da_ni_ribeiro, thysss


Capítulo 37
Capitulo Dezoito


Notas iniciais do capítulo

Hey Meninas, desculpem o atraso... divirtam-se com o novo capitulo! =D
Espero que gostem!! *--*



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O primeiro sábado de janeiro finalmente havia chego, e uma tempestade de neve castigava os ingleses. O inverno tinha alcançado o seu ápice naquele dia, não havia um lugar em que o branco da neve não predominasse. Hermione espreguiçou-se, puxando o cobertor mais para cima, e sentiu dificuldade em cobrir-se. Toy deveria estar dormindo no pé da cama, já havia virado mais do que costume o pequeno cachorro subir, no meio da madrugada para se aconchegar perto dos donos.

                Como de costume, Draco já havia levantado fazia algum tempo, parecia precisar resolver alguns problemas de última hora. Hermione espreguiçou-se antes de levantar, alguns dias atrás havia completado o segundo mês de gestação. Não havia sentido nenhuma mudança brusca, só seu humor que continuava a oscilar, constantemente. Olhou para o relógio de cabeceira, ainda era cedo, mas tinha muito o que fazer, o grande dia de Draco, finalmente havia chego.

- Bom dia, Herms – disse Draco entrando no quarto.

- Bom dia. Como se sente? – perguntou ela levantando-se, e indo ao encontro dele. – Preocupado? Ansioso?

- Um pouco preocupado. – admitiu o loiro, a contra gosto. – Acho essas cerimônias totalmente dispensáveis. Preciso comentar uma coisa com você, que eu acabei esquecendo...

                Hermione entrou no banheiro, e Draco a seguiu. Como era possível manter as mãos longe da castanha, quando a via se despir a sua frente? Ele suspirou, aquela mulher o deixaria louco, qualquer dia desses.

- Então, Draco... o que você esqueceu de comentar comigo? – perguntou a castanha quase gritando para poder ser escutada, enquanto se ensaboava. – Espero que eu não queira lhe esganar – disse rindo.

- Não é nada demais, Herms – garantiu ele, surpreendendo-a ao entrar no box. Draco a viu abrir a boca para protestar e sorriu. – Não se preocupe... Prometo não fazer nada, apesar de querer, e muito.

                Uma risada gostosa invadiu o banheiro, pelo pouco que Hermione conhecia Draco, ele era um sedutor nato. A probabilidade de ele manter as mãos longe dela eram realmente pequenas.

- Eu acredito em você – respondeu a castanha enquanto enxaguava os cabelos. – Então, Draco, o que você se esqueceu de me contar?

- Talvez você até saiba, mas me sinto na obrigação de lhe informar – ele a puxou pela cintura, com um dos braços. – Quando você casou comigo, você recebeu um título.

                Por um momento, Hermione ficou apenas encarando Draco, esperando uma resposta, apesar de já sabê-la. Talvez, escutar da boca do loiro ajudasse com que ela aceitasse melhor tudo isso que vinha acontecendo de maneira tão rápida.

- Titulo?

- Sim. Não sei até onde você estudou sobre a monarquia, mas o que acontece é o seguinte: Todo filho, assim que nasce, recebe um título. Eu sou o 2º na sucessão do Ducado de Richmond, pois, apesar do meu pai ter renunciado o Parlamento, ele não deixou de ser o atual duque. Assim que eu nasci, recebi o titulo de Marquês – ele sabia que a castanha sabia da resposta, mas parecia querer escutar da boca dele. Talvez precisasse daquela confirmação. – No momento em que se casou comigo, você automaticamente, virou a nova Marquesa de Bristol.

- Isso é totalmente fora da realidade – murmurou ela, fechando o chuveiro.

- Herms – ele ergueu o rosto dela. – Você já sabia disso, não?

- Eu sabia... – confessou. – mas isso ainda soa totalmente fora da realidade, Draco.

- Estou falando isso para que você não se assuste hoje, na cerimônia de nomeação. Certamente irão lhe apresentar como Marquesa de Bristol – Draco beijou o topo da cabeça da esposa. – Vou deixar que você termine o seu banho em paz.

Hermione viu o marido sair do box e secar-se ali dentro do banheiro mesmo. A cerimônia de nomeação iria ocorrer no meio da tarde, com toda a pompa que um evento como esse exigia. Não era sempre que um novo lord assumia uma cadeira no Parlamento Inglês. Fechou o chuveiro e deixou a água escorrer pelo seu corpo, algumas coisas eram difíceis de assimilar, até mesmo de aceitar. Pegou a toalha e começou a se secar lentamente, com ternura passou as mãos pela barriga ainda lisa. Não via a hora de poder exibi-la com orgulho.

Entrou no closet, ainda enrolada na toalha, e escolheu uma roupa quente. Apesar do sistema de aquecimento interno da casa, ainda sim, sentia um pouco de frio. Pegou uma calça de moletom preta, uma blusa de gola role e uma pantufa.

- Trouxe o café para tomarmos aqui no quarto – disse ele entrando com uma bandeja. – Me perdoe por não ter tomado café da manhã com você nem um dia da semana. Não achei que fosse ser tão corrido.

- Não tem porque se desculpar, nós sabíamos que iria ser assim – Hermione enrolou melhor a toalha no cabelo molhado. – Coloque aqui na mesa.

- Vamos tomar café da manhã na cama. – Draco colocou a enorme bandeja em cima dos lençóis brancos.

- Draco... os lençóis são brancos – resmungou ela, sentando-se ao lado do esposo.

- Se manchar, eu compro outro – disse simples, arrancando um suspiro da castanha.

                Hermione não gostou do comentário, mas não ia arranjar briga com Draco, sabia que hoje era um dia importante para o marido, e certamente, ele estaria preocupado, apreensivo e principalmente nervoso.

                Enquanto comiam, Draco conversava sobre amenidades com a castanha, tentava deixá-la o mais tranquila possível. Sabia quão preocupada ela andava, e através dos empregados, descobrira que, enquanto estava fora, ela mal comia. Ficava a maior parte do tempo dentro da biblioteca, com um livro de direito na mão esticada no divã.

- Recebemos um monte de revistas essa semana – comentou Draco. – Você viu algumas?

- Acho que vi todas. Elas especulam, Draco – disse Hermione antes de dar uma generosa mordida uma torrada doce. – Mais um mês ou dois, o que hoje é boato se tornara história verídica.

- Sei disso, mas como eu te disse uma vez: Ninguém tem nada haver com a nossa vida, Herms. Os únicos responsáveis por essa criança, somos nós.

- Quando você pretende contar para os seus pais?

- No momento em que você contar para os seus pais – disse Draco com um sorriso canalha no rosto. – Seria interessante oferecermos um jantar aqui em casa, para contar a novidade.

- Draco, você está louco? – Hermione encarou o marido com os olhos arregalados. – Apesar de tudo, eu não quero que meus pais passem por uma situação constrangedora. 

- Sim, você tem razão. De qualquer maneira, precisamos ir contar aos seus pais e aos meus pais – disse tomando o resto do conteúdo que havia em sua xícara. – Além do mais, devemos fazer uma declaração pública sobre a sua gravidez.

- Isso é realmente necessário? – Hermione afastou-se da bandeja, estava satisfeita. – Draco, precisamos preservar essa criança.

- Nessas horas, eu me lembro da Lady Di. Estou vendo ela em você, mas infelizmente, não temos como protegê-lo. Desde o nascimento, essa criança vai ser vigiada, Herms. Você e eu sabemos disso.

                Sem ânimo, Hermione levantou-se, e foi até o closet separar o conjunto que havia comprado para a nomeação de Draco. Colocou-o pendurado na maçaneta da porta que separava o quarto do closet. Era um conjunto composto por um vestido e um casaco creme. O chapéu simples iria complementar o visual com elegância, mas de maneira discreta.

- O que você tem, Herms? – perguntou o loiro ainda sentado na cama. – Não fique assim, por favor.

- Fico preocupada por essa criança, Draco! Não acho certo... ela não terá uma vida tranquila, você sabe.

- Sim, eu sei... mas eu prometo. – ele se levantou e foi até ela. Com carinho segurou o rosto de Hermione em suas mãos. – Eu prometo que protegerei nosso filho com a minha própria vida, se for necessário. Ele terá a infância mais tranquila que eu puder dar.

- Você me promete? – perguntou a castanha com os olhos brilhantes.

- Sim, eu te prometo. Agora tente não pensar nisso, Herms.

- Tentarei – disse ela com um sorriso forçado. – Eu vou até o cabeleireiro, fazer as unhas e arrumar o cabelo. Em 3 horas eu estou em casa.

- Sem problemas, aproveitarei o tempo para terminar umas coisas que eu deixei pendente.

Draco entrou no escritório e passou a chave. Precisaria de toda a concentração possível para não surtar. Dali algumas horas, estaria assumindo o cargo que fora de seu pai, e um dia fora de seu avô. Aquela cadeira era sua por direito, nada e nem ninguém poderia tirá-la dele. Sentou-se atrás de sua mesa, precisava acertar os últimos detalhes.

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Hermione conferiu o penteado simples, mas elegante, uma última vez na frente do grande espelho do salão. A maquilagem simples realçava os olhos castanhos. Colocou o pequeno chapéu sobre a cabeça e se olhou no espelho.

- Você está linda – disse Draco surgindo atrás de Hermione.

- Faz algum tempo que eu o comprei, mas não tinha tido oportunidade de usar – disse ela passando as mãos no grosso casaco que a protegeria do frio. – Espero que a meia-calça não deixe que eu sinta muito frio.

- Fique tranquila, iremos direto para a câmara. Não terá muito tempo de passar frio – disse ele a abraçando. – Tenho certeza que será eleita, mais uma vez, como a mulher mais bem vestida.

- A Duquesa vai estar lá?

- Sim – a resposta de Draco veio sem rodeios.

                Os olhos de Hermione se perderam por um longo instante. Catherine sempre seria uma sombra na relação frágil dos dois. A qualquer momento, seu relacionamento com Draco poderia acabar caso ela decidisse, por algum motivo, largar William para ficar com Draco. Aquilo lhe fez mal só de pensar, voltou seus olhos uma última vez para o espelho e ali estava Draco, ao seu lado, como minutos atrás. Por quanto tempo o teria ao seu lado? Por quanto tempo ele ficaria interessado nela?

                Sem trocar uma única palavra com Draco, Hermione pegou sua diminuta bolsa, que só servia para completar a roupa. Deu uma última olhada para o marido e saiu do quarto. Não queria chorar na frente dele, não queria se mostrar ciumenta ou possessiva. No final de tudo, haviam casado pela criança. Um Malfoy jamais tinha um filho bastardo, fosse ele homem ou mulher.

                Draco viu Hermione sair do quarto com os olhos tristes. Catherine era algo que Hermione jamais iria aceitar, não importava o tempo que se passasse. O loiro bufou. Aquela maldita duquesa sempre seria uma mancha negra em sua vida. Havia colocado sua relação com Hermione em perigo por uma aventura idiota de uma única noite. Sentiu-se burro de diversas maneiras, uma pior do que a outra. Agora, o sentimento de culpa só havia piorado depois de descobrir quão apaixonado estava pela castanha.

                Desceu as escadas sem pressa, ainda teria um bom tempo até a cerimônia começar. Ao sair pela porta lateral da mansão, Draco pôde ver Hermione sentada no banco do passageiro do carro, parecia perdida em seus próprios pensamentos.

- Podemos partir, senhor? – perguntou o motorista ao vê-lo se aproximar do carro.

- Sim. Direto para o parlamento.

- Sim, senhor.

                Ao sentar-se ao lado da castanha, viu que os olhos dela se mantiveram presos ao lado de fora. Provavelmente não queria falar com ele.

- Nós já conversamos tanto sobre isso, Herms – comentou Draco desabotoando o terno. – Você, melhor do ninguém, deveria saber que não há mais nada entre eu e ela.

- Eu nunca poderei ter essa certeza, Draco.

                As mudanças de humor só pioravam com o passar do tempo. Há algumas horas ela estava tão bem, agora se mostrava triste. O olhar perdido. Draco sentiu-se um traste, mais uma vez. Colocou a mão sobre a dela, que não repeliu o contato.

- Eu preciso de você. Principalmente hoje – admitiu ele.

                Hermione apenas o encarou e acenou com a cabeça. Por mais chateada que estivesse, assim que saísse do carro, não haveria mais nenhum problema, mas nenhuma tristeza. Com muito custo, havia aprendido a ocultar seus problemas daquelas pessoas que só tinham um objetivo: fazê-la se sentir cada vez mais inferior.

- Não se preocupe, Draco. Eu vou estar bem, até lá. Prometo a você.

- Isso não é verdade – retrucou Draco. – Você até pode mentir para os outros, Hermione... Mas para mim, acho difícil.

- Não ache que você conhece tudo sobre mim, Draco – advertiu a castanha. – Eu não quero que isso se torne uma discussão. Vamos parar por aqui.

                Mais alguns minutos se passaram em total silêncio. Naqueles momentos, a tensão entre os dois chegava a ser palpável. Quando o carro parou em frente as escadarias do parlamento, alguns paparazzi juntaram ao redor do carro. Os flashes chegavam a cegar Draco e Hermione, mesmo os seguranças do parlamento não conseguiam segurar aquele montante de pessoas.

                Cercado por um cinturão de seguranças, Draco foi até a porta do lado de Hermione e abriu-a. A morena saiu com um sorriso tímido no rosto. Acenou simpática para os fotógrafos, enquanto os jornalistas tentavam tirar qualquer tipo de declaração do casal. Várias foram as negativas de Draco quando alguma perguntava chegava até ele. Aquela regra fora a primeira que Hermione aprendera: Nunca dar qualquer tipo de declaração sem o apoio de um assessor.

                Um alívio absurdo tomou conta da castanha quando, finalmente, entraram no parlamento. Já havia ido àquele prédio algumas vezes, mas nem por isso deixava de ficar sem fôlego ao observar as pinturas de valor inestimável penduradas na parede.

                Algumas pessoas se reuniam a espera do começo da cerimônia. De longe, Hermione pôde ver Annelise, conversando animadamente com... Kate. Respirou fundo. Teriam que compartilhar da mesma roda social. Muniu-se de um sorriso simples, e deixou que Draco a guiasse.

- Não temos opção – sussurrou Draco para Hermione.

- Não se preocupe comigo, eu sabia que teria que lidar com isso – disse ela esboçando um sorriso, que para Draco saiu totalmente falso.

- Boa tarde – disse o loiro sorrindo para os presentes.

- Boa tarde – cumprimentou Hermione logo em seguida.

- Boa tarde, Draco – Annelise abraçou o irmão gentilmente, repetindo o gesto com a cunhada. – Estávamos todos a sua espera.

- Onde está o príncipe? – perguntou Draco para a irmã, tentando ignorar a presença de Catherine.  – Achei que fosse vir.

- Ele saiu para resolver um detalhe e já volta – a resposta veio de Catherine. A voz dela soou como uma desconhecida. Pela primeira vez, Draco limitou-se a encarar.

- Vou procurá-lo – disse voltando-se para Hermione. – Querida, vou procurar o príncipe.

- Não se preocupe, ficarei com a sua irmã.

                Hermione notou Draco sair de seu campo de visão e Catherine sorriu desdenhosa. Parecia estar esperando um momento como aquele. Estavam só as três ali, ninguém mais.

- Aproveitando a vida na nobreza, Hermione? – perguntou Catherine sorrindo.

- Kate – suspirou Annelise. – É isso mesmo que você quer? Um escândalo?

- Só não se esqueça de uma coisa, Duquesa: Eu sei o seu segredo. – a voz de Hermione saiu baixa, mas firme. E por um momento, percebeu o quanto Draco havia mudado sua personalidade. Ali estava ela, ameaçando alguém. Ameaçando não, chantageando alguém. – Não me provoque, Catherine.

- Não vamos brigar, por favor – disse Annelise apreensiva. – Hoje é um dia importante para Draco. – Annelise olhou para Hermione.  – Hermione...

- Eu sei, Anne – disse a morena, sabia que não podia se exaltar. Havia muito o que perder, não queria nem imaginar o que poderia acontecer com o bebê. – Pelo seu bem, Catherine, não volte a cruzar o meu caminho. Se possível, não se dirija a mim. Tenho dó do seu marido... Não sabe a mulher que dorme ao seu lado.

                Antes que escutasse qualquer coisa vinda de Catherine, Hermione saiu a procura de um banheiro. Sentia-se nauseada, um pouco zonza. Com um pouco de sorte, a castanha logo encontrou um banheiro feminino, totalmente vazio. Entrou na primeira baia, e vomitou todo o almoço que havia comido. Com os braços tremendo, deu descarga e deixou-se cair no chão. Logo iria começar a nomeação, e seria um vexame se ela não estivesse ao lado do marido. Respirou fundo várias vezes, aquilo costumava ajudar em momentos assim. Ao sair da baia encontrou Annelise encostada na bancada das pias. Sua expressão era pura preocupação.

                Não houve uma única palavra. Annelise, aos poucos, ia se transformando em uma espécie de irmã. Não precisam conversar para compreender uma a outra. De alguma maneira, a loira que agora segurava o seu cabelo, sabia o que ela estava passando. Annelise e Gina eram suas irmãs de alma, algo que jamais achou que um dia encontraria.

- Você está melhor? – perguntou Annelise enquanto Hermione molhava a nuca.

- Sim, bastante  – pegou uma toalha de papel e começou a secar os lugares úmidos. – Foi só um enjoo.

- Isso é normal, não?

- Bastante. Até o terceiro mês – sussurrou Hermione com medo que alguém escutasse.

- Acho melhor corrermos, a nomeação deve estar para começar. Draco precisa de você ao lado dele – disse a loira com um sorriso cálido. – Ele deve estar preocupado com o seu sumiço.

- Você não contou a ele? – indagou Hermione dando uma última ajeitada no pesado casaco que usava.

- Não. Ele não poderia fazer nada. Agora respire fundo, você ainda precisa encarar meus pais.

- Acho que não vou sair desse banheiro – disse Hermione sorrindo.

                Hermione saiu primeiro, seguida de Annelise. Ao entrarem no grande salão pôde ver Draco, bem mais a frente. Parecia preocupado, ao seu lado, Lucius tentava manter uma conversa com o filho, mas aparentemente sem sucesso. Com passos firmes, a castanha seguiu até a fileira onde estava o seu marido. Os olhares se voltaram para ela, analisando-a, medindo-a... Qualquer deslize seria crucificada, sem piedade.

                Os olhos de Draco encontraram os seus. O alívio tomou conta da feição do loiro e um sorriso tomou os olhos grises. Era impossível não retribuir o sorriso. Como ele ainda não havia percebido o quanto ela o amava? Como era possível? Annelise havia mudado o rumo no meio do caminho e ido sentar ao lado de seu futuro noivo, um pouco mais a frente deles.

                O salão onde iria acontecer a nomeação era amplo e absurdamente antigo. Datava de 1700. As cadeiras de veludo vermelho remetia qualquer um à época da dos grandes reis, dos grandes bailes. Tudo era suntuoso. Aquele prédio parecia uma extensão do luxuoso Palácio de Buckingham, com suas pinturas e estatuas de valor inestimável.

- Onde você estava? – perguntou Draco em um sussurro.

- Eu fui ao banheiro – murmurou Hermione de volta, omitindo uma parte da informação. – Desculpe o atraso.

- Já lhe disseram que você é uma péssima mentirosa? – indagou o loiro. – Você está melhor?

- Estou totalmente bem, Draco. Conversamos em casa.

                Lucius deteve a atenção do filho mais uma vez. Parecia estar passando algumas instruções, enquanto Narcisa, ao seu lado, mas longe o suficiente de Hermione, conversava animadamente com uma mulher. Um pouco de tranquilidade era muito bem vinda, sabia que depois da nomeação iria ter que recebê-la em sua casa. Draco fizera questão de oferecer um jantar para os pais e a irmã.

                Com um gesto elegante, Draco se levantou para ir até onde aconteceria a nomeação. Depositou um beijo na testa da esposa, antes de seguir em frente. Com passos firmes seguiu em direção a parte mais alta do grande salão. Uma espécie de palanque, onde ficava uma cadeira, que seria ocupada pela rainha da Inglaterra em poucos instantes. Draco se posicionou ao lado da cadeira, e logo todos se levantaram para receber a atual soberana do Reino Unido.

                Com certa tristeza, Hermione notou quanto Lucius Malfoy estava abatido e magro. Desde a partida de polo, o homem havia definhado de maneira assombrosa. Os médicos não sabiam ao certo o que era, mas Hermione tinha a sensação que ele não viveria para ver o neto nascer. Sentia tanto pelo marido. Bem ou mal, era pai de Draco e avô do filho ou filha que estava esperando. Agora que a cerimônia havia começado, aproveitou para analisar Narcisa. Por um momento, sentiu dó daquela mulher. Já não parecia tão elegante ou tão superior as pessoas, a doença desconhecida do marido estava minando-a aos poucos. Qualquer um que olhasse melhor para Narcisa, iria notar o mesmo que Hermione. Se um dia Draco desse abertura, iria conversar com ele sobre seus pais, quem sabe pudesse entender melhor algumas coisas.

                Ao término do hino nacional britânico, a rainha fez um longo discurso parabenizando e alertando para a importância do cargo que Draco estava assumindo. Apesar de ser hereditário, não deixava de ser menos importante. O discurso durou o suficiente para que todos começassem a se mexer, inquietos e entediados na cadeira. De soslaio, viu que Annelise tentava conter uma risada, aparentemente, seu futuro noivo não queria ficar quieto e nem parar de falar besteiras.

                Draco se ajoelhou na frente da rainha, recebendo as bênçãos e conselhos que só ele deveria escutar. Hermione soube, instintivamente, que em breve Draco passaria por outra situação como aquela, mas seria para receber o título de duque. Balançou a cabeça no intuito de espantar aquelas pensamentos. Sorriu bobamente quando Draco enfim tomou posse do cargo que era seu por direito. A Rainha o parabenizou, e o Príncipe de Edimburgo, marido da monarca fez o mesmo. Os presentes se levantaram e aplaudiram o mais novo parlamentar.

                Naquele instante, a única pessoa que Draco queria abraçar era sua esposa. De relance, viu o casal real sair e aproveitou para ir até a castanha. No final, ela fora a maior responsável por aquela conquista. A passos largos foi até ela e a beijou carinhosamente na cabeça.

- Obrigado, Herms – disse ela no ouvido dela, sem se importar com os presentes.

- Você foi incrível – disse ela sorrindo. – Você merece. Você batalhou por tudo isso, Draco. Estou imensamente feliz.

- Tudo isso foi graças a você. Muito obrigado.


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