“Ai que sono! Nossa, que dor de cabeça! Onde é que estou? Eu não me lembro de ter ido dormir ontem. Eu estava dirigindo e depois vi uma escuridão... o que houve depois disso? Droga, eu não me lembro. Espere ai... onde estão as minhas roupas?! Cadê as minhas roupas? Isso é coisa do Tom, certeza. Mas que lugar é esse e por que tem tantas penas no chão?”

Bill estava cada vez mais apavorado. Aliás, quem não estaria após perceber que estava totalmente sozinho e nu deitado no chão de um lugar desconhecido e estranho? Nunca tinha visto um lugar como aquele. Havia apenas uma enorme escada dourada e muita névoa, tanta que parecia que estava bem no meio de uma nuvem gigante, porém não fazia frio. Poderia ser um sonho. Se fosse, por que não se aventurar?

Começou a subir os degraus. Demorou muito para chegar ao topo. Quando chegou, ficou impressionado com o que vira. Era impossível não ficar de boca aberta com aquele portão. Era o maior portão que já vira em toda sua vida. Era maior do que a Torre Eiffel, muito maior. Era todo dourado como as escadas, tinhas detalhes de ouro e várias pombas esculpidas em sua borda. Nunca tivera tanta curiosidade em saber o que tinha atrás dele, mas estava trancado com um grande cadeado, proporcional ao tamanho do portão.

–Com licença, você é o Bill? Bill Kaulitz? 21 anos, Alemanha? – uma moça com um rosto angelical perguntou.

–Sim, sou eu.

–Muito prazer. Meu nome é Caroline. Bom, de acordo com o que está escrito na minha ficha, você era cantor de uma banda de rock – “Como assim ‘era cantor’? Eu ainda sou o vocalista da Tokio Hotel” pensou Bill – Alguns daqui que conhecem a sua banda me disseram que você ia gostar dessa roupa. Vá se vestir – ela o entregou uma camisa branca, cueca e uma calça preta meio rasgada nos joelhos. Ele ia perguntar sobre os sapatos, mas percebeu que ela estava descalça. Talvez naquele lugar eles não usem nada nos pés.

Bill ficou envergonhado por estar sem roupa alguma. Ficou até vermelho de tanta vergonha. Vestiu-se imediatamente. Quando estava colocando sua calça, não pode deixar de notar que Caroline tinha alguma coisa nas costas. Não sabia ao certo o que era, mas pareciam asas! Asas com penas tão branquinhas como aquelas que vira antes de toda aquela escadaria.

“Como ela sabia o meu nome e tudo isso sobre minha vida? Como ela conseguiu uma ficha sobre mim se eu nunca a vi? Hum... Portão dourado no meio de uma nuvem; uma pessoa descalça, com asas brancas e rosto angelical...”

–Ah, Bill. Fiquei sabendo que você usava maquiagem e gel no cabelo. Desculpa mas isso não vou poder te emprestar. Sabe como é que é. Não temos isso aqui no céu.

–CÉU?

–É, aqui é o céu. Pensou que fosse o que?

–Mas espere um minuto. Como eu vim parar aqui?

–Calma Bill, eu sei que você deve estar cheio de perguntas. Fique tranquilo, elas serão respondidas em breve.

O que será que estava acontecendo? Por que estaria no céu? Será que Bill havia...

–Ah, Bill. Eu queria lhe apresentar alguém. – um homem que também tinhas asas, cabelos castanhos, olhos escuros e pele morena apareceu de repente ao lado dela – Esse aqui é o Edward, seu ex-anjo da guarda.

–É um prazer imenso depois de 21 anos poder realmente te conhecer – disse o tal Edward sorridente.

Bill, mais confuso do que já estava, apenas disse um “igualmente” com um sorriso mais forçado que já fez. “Que gente maluca. Que lugar maluco. Que sonho maluco”. Para ele tudo estava enlouquecendo. Tudo. Ainda bem que era apenas mais um dos seus sonhos. Daqui a pouco estaria abrindo os olhos e rindo de tudo isso com seu irmão.

–Então Bill – continuou o homem – Eu entendo que você deve estar chateado e se sentindo péssimo, mas não é tão ruim quanto parece. Todos aqui já passamos por isso. É bom que esteja entendendo, pois a maioria das pessoas quando chegam aqui acham que estão sonhando e demoram para perceber que é realidade. Mas fazer o que? Ninguém vive para sempre...

–Como assim “ninguém vive para sempre”? Eu... eu morri?

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