Shadow Kiss por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Essas pegadas do Dimitri...ui... rs



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Rose me deu um olhar levado. Depois ela me observou por um momento, com uma expressão bastante carinhosa.

“Eles não vão precisar de você aqui?”

“Não. A única coisa que eles estão fazendo é esperar pelos outros que estão a caminho e, além do mais, já tem gente mais do que suficiente para planejar um ataque. Sua mãe está liderando tudo.” Falei olhando para Janine que estava no meio do grupo, com uma caneta riscando o mapa e falando para eles. Rose tinha de quem herdar a presença marcante. A chegada de Janine definitivamente deu um novo ânimo aos guardiões, ela tinha um espírito de liderança natural.

Rose olhou para a mãe, com os olhos cheios de admiração. Apesar da relação conflituosa das duas, eu podia ver que elas realmente se amavam.

“Ok. Vamos”

Quando eu falei em dar uma volta, eu me referia a isso literalmente. Nós saímos pelo campus, passando calmamente pelos lugares onde tínhamos travado a batalha contra os Strigois. Os danos materiais eram poucos, mas os maiores danos eram vistos nos semblantes das pessoas. Todos eram tristes e desolados. A atmosfera era carregada de uma profunda dor.

Rose insistiu em ver Lissa, que estava ajudando a curar os feridos na clinica médica. Eu não deixei que ela fosse. Isso não me soava uma boa idéia, eu não sabia o quanto poderia afetá-la. Até onde eu sabia, se Lissa usasse o espírito, sofreria sempre alguma conseqüência pelo seu uso. Era aí que viria a chamada escuridão o espírito, que Rose puxava dela. E isso me apavorava. Eu me senti péssimo em ver um surto daqueles nela, na noite passada, e tinha medo que uma hora se tornasse irreversível.

Tentando mantê-la longe daquela atividade de Lissa eu a levei para um ponto distante da Academia, um local próximo onde a ‘sociedade secreta’ tinha se reunido ontem à noite. Quando estávamos no prédio dos guardiões, ela tinha começado a me falar que tinha uma teoria sobre a quebra das wards, mas tinham nos interrompido sucessivamente. Toda hora, uma pessoa ou outra me chamava para pedir a opinião sobre algo. Mas eu tinha ficado curioso. As teorias de Rose sempre faziam muito sentido.

“Você me disse que tinha uma teoria sobre as wards quebradas.”

“O grupo de Jesse estava fazendo a sua iniciação bem aqui, perto das wards. Você sabe como as estacas podem interferir nas wards, cancelando o seu efeito? Eu acho que foi a mesma coisa. O processo de iniciação usava todos os elementos e eu acho que ele anulou as wards do mesmo jeito.”

“No entanto, a magia é usada dentro do campus. As wards ficam nas beiradas para que os dois não entrem em conflito. Também acho que faz diferença a maneira como os elementos são utilizados. A mágica é vida e é por isso que ela destrói os Strigois e por eles não conseguirem passar por ela. A mágica nas estacas é usada como uma arma. Assim como a mágica em sessões de tortura. Quando ela é usada de forma negativa, eu acho que ela cancela a mágica boa.” Eu falei completando o raciocino dela. Realmente era mais do que uma teoria. Era a causa da quebra das wards. Eu fui até uma cerca quebrada, por onde os Strigois passaram, examinando os arames destroçados.

“Incrível.” Falei ainda impressionado. “Eu nunca pensei que isso fosse possível, mas faz todo sentido. O princípio é o mesmo que é para as estacas.” Eu olhei para Rose, sem poder deixar de sorrir. Ela era mesmo bem inteligente “Você pensou muito sobre isso?”

“Eu não sei. Eu meio que juntei isso na minha cabeça.”

Ela respirou fundo, novamente com a raiva ardendo em seus olhos “idiotas”, ela murmurou, claramente pensando alto.

Eu senti um vento frio e percebi que a temperatura tinha caído. Nós estávamos com poucos agasalhos e apesar de estarmos próximo a primavera, o inverno ainda não tinha acabado. Vi Rose tremer de frio e então, achei melhor voltarmos. E também, eu precisava reportar para Alberta aquela teoria da quebra das wards.

“Vamos voltar para dentro da Academia.”

Demos meia volta e caminhamos até que chegamos à um local melindroso. A cabana em que ficamos juntos. Nenhum de nós olhou para ela ou diminuiu a velocidade dos passos. Mas eu não podia evitar. Eu não podia mais lidar com Rose como se nada tivesse acontecido entre nós. Tinha acontecido algo forte sim e eu precisava conversar com ela sobre isso. Até porque a indiferença não era algo que estava fazendo parte dos meus planos para nós dois. Eu não podia abrir mão de Rose e eu estava disposto a enfrentar o que quer que fosse por ela. Durante as reuniões com os guardiões, meu pensamento se dissipou várias vezes, sempre voltando aquela cabana e ao que vivemos nela. Não era algo que eu conseguiria ignorar por muito tempo. Não era algo que eu conseguiria viver sem por muito tempo. Eu precisava de Rose e cogitei mentalmente várias possibilidades de ficarmos juntos, embora soubesse que, enquanto ela fosse menor de idade e estudante da Academia, teríamos que ser cuidadosos. Só faltava mesmo, era falar com ela. Respirei fundo.

“Rose, sobre o que aconteceu-“

“Eu sabia. Eu sabia que isso ia acontecer” ela me interrompeu, com um pouco de dor em sua voz. Eu realmente não sabia sobre o que ela estava falando. Será que ela não iria querer ficar comigo depois de tudo?

“O quê ia acontecer?”

“Isso. A parte na qual você me dá um enorme sermão sobre o quão errado foi o que fizemos, que nunca deveríamos ter feito isso e que isso nunca vai acontecer de novo.”

Eu não podia acreditar que Rose pensou mesmo que eu falaria isso. Eu não me arrependia, nem por um segundo, do que tinha feito e tudo que eu queria era que acontecesse de novo sim.

“Por que você acha isso?”

“Por que você é assim.” Seu tom era um pouco descontrolado, como se ela esperasse mesmo que eu não a quisesse mais “você sempre quer fazer a coisa certa. E quando você faz a coisa errada, você tem que consertar e fazer o certo. Eu sei que você vai dizer que o quê nós fizemos não deveria ter acontecido e como você queria-“

Eu obedeci a um impulso e fiz o que eu estava me segurando o dia inteiro. Em um único movimento eu passei meus braços pela cintura de Rose e a puxei para mim, lhe dando um beijo. Ah, como eu estive desejando aqueles lábios dela. Ela se entregou totalmente e, por aquele momento, parecia que não existia mais o mundo à nossa volta. Nem todo terror que tinha se passado e nem toda responsabilidade de resgatar os outros, que viria em breve.

Quando paramos de nos beijar, eu ainda continuei a abraçando, tentando prolongar a sensação do corpo dela contra o meu. Eu olhei profundamente em seus olhos.

“Eu não acho que o quê fizemos foi errado” falei suavemente “estou feliz por termos feito. Se eu pudesse voltar no tempo, faria de novo.”

Eu senti Rose amolecer em meus braços “verdade? O que fez você mudar de idéia?”

“Por que você é difícil de resistir”.


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