Shadow Kiss por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 12
Capítulo 12




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“Eu estou com a dor de cabeça mais fuderosa do mundo e ele não cala a boca! Deus, porque não passa?”

Sua voz saiu dolorosa e aquilo acionou uma tecla de alerta em mim. Imediatamente, levantei e fui até ela. Alberta fez o mesmo. Rose estava encolhida na cadeira, com seus dedos apertando fortemente a têmpora esquerda e a outra mão cobria os olhos. Seu rosto estava franzido de dor.

“Você não comeu nada hoje. Você estava com muita fome, hoje cedo.” Christian falou, também preocupado.

Ela abriu os olhos, piscando rapidamente, como se quisesse limpar a visão. Alberta chamou uma aeromoça “Você pode conseguir algo para ela comer? E também um analgésico?”

Eu me abaixei até ela “Onde é a dor?” perguntei, muito preocupado, pois ela havia passado uma semana em testes de luta. Eu imaginei que ela podia ter levado algum golpe mais forte e as conseqüências estavam surgindo agora.

“É só uma dor de cabeça... tenho certeza que vai passar” ela falou com a voz fraca, mas tentando parecer forte. O seu rosto contorcido dizia que não era apenas uma mera dor de cabeça, era algo sério. Ela olhou para mim e apontou para o centro da testa “É como se algo estivesse pressionando o meu crânio. E também dói atrás dos olhos. Eu sinto como... bem, como se tivesse algo nos meus olhos. Eu acho que fiquei vendo uma sombra ou algo assim. Então eu pisquei algumas vezes e sumiu.”

Definitivamente não era só uma dor de cabeça. Eu ainda estava cogitando a idéia dela ter sido acertada de forma muito forte durante a experiência de campo, quando Alberta falou ao meu lado.

“Ah, isso é um sintoma de enxaqueca – ter problemas com a visão. Isso se chama aura. As pessoas têm, antes de a dor aparecer.”

“Uma aura?” Rose perguntou encarando Adrian. Isso o fez sorrir presunçosamente.

“Não desse tipo. É só o mesmo nome. Como uma Corte e uma corte. Auras de enxaqueca são imagens e luzes que você ver quando a dor começa. Elas não tem nada a ver com as auras que eu vejo ao redor das pessoas, mas eu vou lhe dizer... a aura que eu estou vendo agora... a que está ao seu redor...wow”

“Está preta?”

“E muito. Eu consigo ver, mesmo depois dos drinks que tomei. Nunca vi nada assim.”

Claro, depois dos drinks que tomou... lá vinha Adrian novamente com aquela conversa de aura. O pior é que todas as vezes que ele supostamente analisou a minha, ele acertou o que eu estava sentindo. Olhei para Rose que ainda franzia o rosto. Ela parecia intrigada com aquilo que ele tinha falado sobre a sua aura.

A aeromoça trouxe um analgésico, uma barra de cereal e uma fruta para ela, que comeu tudo. Rose parecia faminta. Depois, ela se acomodou na poltrona, fechando os olhos. A viagem não duraria muito e logo estaríamos na Corte. Lissa foi sentar perto dela, também com a expressão preocupada.

Eu assumi que tinha sido apenas uma enxaqueca e voltei para a minha poltrona. Mesmo assim, permaneci atento a ela, ainda intrigado com aquela dor repentina.

“Rose? Você ainda está com dor?” Lissa perguntou suavemente.

“Sim, eu-oh, não, não faça isso, não desperdice comigo.”

“É fácil. Não me afeta.”

“Sim, mas quanto mais você usar... mais vai lhe machucar à longo prazo. Mesmo que seja fácil agora.”

“Eu me preocupo com isso depois. Vem aqui.”

Elas falavam baixo e eu me esforçava para escutá-las. Parecia que Lissa estava usando a magia em Rose.

“O quê – O quê aconteceu?”

“Nada. A enxaqueca está ficando mais forte”

“Mas eu... eu  tinha. Eu senti a magia. Ela funcionou.”

“Eu não sei, Liss. Está tudo bem. Você deixou de tomar os remédios há pouco tempo, sabe.”

“Sim, mas eu curei Eddie outro dia, e Adrian” a voz de Lissa saía decepcionada.

“Aqueles eram arranhões. Esta é uma super enxaqueca. Talvez você tenha que ficar mais forte.”

Ao que parecia, Lissa não tinha conseguido curar a dor de Rose. Alberta trocou de lugar com o Peter, o guardião que estava ao meu lado. Ela se sentou, me entregando o jornal que estava lendo antes da crise de Rose.

“Eu acho muito estranha esta dor. Principalmente por que a Princesa não conseguiu curar. Eu vi o que Vasilisa fez com Victor Dashkov. Ela regenerou a sua juventude. Como não consegue curar uma simples enxaqueca?” Alberta falou sussurrando, me impedindo de ouvir o resto da conversa que se desenvolvia atrás de mim. Sua expressão era séria e centrada. Eu, que já tinha ficado mais sossegado, achando que não era nada demais, voltei a me preocupar.

“Eu temo que seja algo mais grave. Talvez ela tenha recebido um golpe mais duro em sua prática de campo e isso seja um sintoma que algo não ficou bem” eu falei mantendo o mesmo tom baixo dela.

“Provavelmente. Vamos ver como isso se desenvolve”

Eu olhei o jornal que ela tinha me entregue e comecei a ler as notícias. O silêncio veio de lá de trás e eu imaginei que eles tinham, finalmente, deixado Rose descansar.

Quando o avião pousou, eu fui para fora e me posicionei em guarda. Era um costume meu, talvez de todos os guardiões, uma vez que os demais também estavam em alerta. Nós sabíamos que não teriam ameaças ali, mas não podíamos evitar em assumir tal postura.

O tempo estava terrível, uma forte chuva de granizo começou a cair, assim que pousamos. Tinha sido uma sorte, essa chuva não ter caído dez minutos antes, enquanto ainda estávamos voando. Rose saiu do avião com uma aparência ótima, nem de longe demonstrando as feições de sofrimento que ela tinha mais cedo. Nós fomos recepcionados por um grupo de cinco guardiões enviados por Hans. Eu conhecia todos eles. Na verdade, eu conhecia todos os guardiões da Corte.

O meu antigo protegido, Ivan Zeklos, pertencia a realeza e freqüentava muito a Corte. Inevitavelmente, eu vinha com ele e sempre aproveitava para manter ou estabelecer amizades. Mas também, muitos me conheciam a por minha fama e me tratavam com bastante respeito.

Nós seguimos para um belo prédio onde a ficavam os visitantes. Cada um de nós recebeu um quarto, inclusive eu, Alberta e os outros guardiões que vieram conosco. Eu estranhei um pouco, pois era acostumado a ficar em dormitórios, mas não mencionei nada. Isso deixava claro que estávamos aqui para um fim específico.

“Eu vou ter meu próprio quarto? Como poderei proteger Lissa assim?” Eddie falou, soando bem preocupado. Eu tive que sorrir daquilo. A Corte era um local extremamente seguro. Era protegida por poderosas wards e um bom exército de guardiões, que se revezavam em sentinela. Não haveriam ataques de Strigois por aqui. Nem tão pouco, lutas simuladas por guardiões, como estava sendo feito lá na Academia, como eu disse, tínhamos outra missão aqui.

“Não será necessário que você a guarde vinte e quatro horas por dia. Nenhum guardião faz isso aqui na Corte.” Falei, mantendo o tom divertido, mas, logo depois, acrescentei olhando para ele e Rose seriamente “Mas não se esqueçam que a experiência de campo continua aqui, só que de outra forma. Faremos relatórios sobre a atuação de vocês dois.”

Alberta tinha ido falar com alguns guardiões e depois retornou até nós “Vão descansar um pouco e nós nos encontraremos para o jantar em quatro horas. Lissa, a rainha quer falar com você em uma hora.”

“Claro” falou Lissa “Eu e Rose estaremos prontas.”

Alberta negou com a cabeça “Rose não vai. A rainha pediu especificamente para falar com você sozinha.”

Lissa olhou para Rose pesarosa. Cada um de nós seguiu para o seu próprio quarto, em silêncio.


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