Cien Fleur escrita por Bolt


Capítulo 1
Prólogo de Luke


Notas iniciais do capítulo

Minha história inclui algumas referências diretas à Santa Catarina, especialmente à Joinville, que é onde moro ^_~ Algumas delas retiradas das aulas de História do Neotti XD Inclui também personagens e situações baseados em pessoas e situações reais.



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Fleur I
Prólogo de Luke

Era um pequeno, aliás, diminuto município chamado Greenville, cuja localização, ao norte da província de Saint-Catherine e próxima à famosíssima Ilha de Utopos a tornava referência absoluta da região. E era nela, uma pequenina, aliás, diminuta praça chamada Cien Fleur, que a despeito de suas dimensões, comportava um extraordinário contingente em certas ocasiões; era esse o principal ponto de encontro do centro da cidade e principal cenário da história a seguir.

Greenville era bonita, à primeira vista. Após as segunda, terceira, quarta e tantos outros numerais ordinais do gênero feminino vistas, pareceria a quaisquer olhos apenas um rio temporário a encher nos períodos chuvosos, que eram tão freqüentes quanto seria necessário para tornar perene qualquer rio que já tenha secado, quase constituindo no céu da cidade uma nova nascente. Metáforas e hipérboles à parte, Greenville era, em seu centro geográfico, cortada por um rio nomeado pelos pioneiros por Rio Catarata. Anteriormente, fora símbolo do orgulho da densa população da cidade, mas este mesmo povo pomposo, não sabendo o que o prefeito Enrico fazia com o esgoto da cidade, viu seu símbolo de orgulho tornar-se pouco a pouco símbolo de desgosto. Nojo até. Catarata já poderia ser chamado de tudo, menos de rio. Há quem diga que ainda existem peixes nadando ali, mas estas são histórias que nunca passaram de histórias.

Era deveras adiantada em relação às suas vizinhas, mas ainda muito aquém do chamado paraíso de Saint-Catherine: a Ilha de Utopos, onde todos, de todas as províncias, até mesmo de megalópoles como Sir Pasargadus, ao nordeste de Saint-Catherine sentiam-se atraídos pelas praias paradisíacas, alto desenvolvimento tecnológico e aparente segurança; quase como se morar na "Ilha da Utopia" fosse passar férias sem fim, na união do necessário nos grandes centros ao necessário para passar as férias. Infelizmente, nem todos que para lá iam em busca de felicidade tinham seus desejos atendidos. Claro, Utopos é essencialmente uma utopia para quem tem baixo poder aquisitivo.

A diminuta Greenville, com ou sem a proximidade de uma certa Ilha da Utopia, um símbolo de orgulho, índices pluviométricos que necessitem de absurdas hipérboles era um bom lugar e satisfazia as exigências de grande parte de seus munícipes. Obviamente, graças a esses, a cidade era o que era; graças à cidade e a seu ar de perpétua inércia, sua população era o que era; e, graças a Cien Fleur e seus freqüentadores, esta história é composta por tão magnifico e único elenco.

* * *

Não muito alto, tampouco forte. Talvez nem belo, mas certamente assim o achava ele, devido ao tempo que gastava em autocontemplação. Praticava tênis, cursava o segundo grau e estudava para entrar no curso superior de Geologia de uma universidade prestigiada na região, mas na realidade não era nenhum exemplo de pessoa estudiosa. Diferentemente de como era em Cien Fleur, não se dava com todo o alunado, como era de se esperar. Tinha seus companheiros de sala, de quem gostava muito, e só. Nunca ligara pra quantidade de amigos que fizera na Academia Énergie de Ensino Médio, apesar de sua vontade de estar sempre conhecendo e aprendendo com pessoas novas. Sentia-se bem em seu próprio meio, composto pelos seres cujas personalidades eram um pouco mais compatíveis com as suas, e, claro, por grande parte daqueles que via quase que diariamente em Cien Fleur. Tinha o hábito que poucos cultivavam, que era o de corresponder-se por cartas com seus amigos distantes. Também costumava visitá-los quando podia, gostava e tratava bem a todos.

Um perpétuo aprendiz que vira cerca de dezoito invernos passarem-lhe diante dos olhos tão rápidos quanto dezoito páginas de um livro qualquer. Ou menos. E isto o preocupava em demasia; mas deixemos sua psique para um outro capítulo.

Eis aqui, caro leitor, o prólogo de Luke.


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