A Outra Metade. escrita por contosdgabriela


Capítulo 8
Capítulo 6 (Festa)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/151766/chapter/8

- Bom Dia Amor – Marcos sorriu para mim e veio me dar um beijo, eu estava completamente atordoada e com uma dor de cabeça horrível, não sabia se era manhã, tarde ou noite, ele me abraçou e me deu um beijo na testa, eu fiquei ali encostada nele, olhando para a janela, pensando se o Jason ainda estava chateado, espera: QUE SE DANE SE ELE ESTÁ CHATEDO.

- Amor, eu amo você. – Acho que estava falando aquilo mais para mim do que para ele.

- Também amo você, não sabe o quanto fiquei preocupado, o deu em você, porque não veio direto para casa, sua vó disse que vocês conversaram e você saiu chateada, pode me contar agora? – Ele parecia estar guardando aquilo para si mesmo, já havia formulado as perguntas fazia tempo, só estava esperando eu acordar.

- Eu estou com dor de cabeça. – Era uma verdade mas usei como desculpa para não ter que responder.

- Vou buscar um comprimido para você.

Ele saiu do quarto e eu deitei novamente, fechei os olhos e quis sumir, duas coisas passavam pela minha cabeça: Jason e se ele estava chateado, DROGA. Disse a mim mesma que não pensaria mais nele, eu amei o Marcos, amo e vou amar, o Jason é só um panaca, idiota, retardado, galinha, bobo que me faz rir.

- Prontinho, aqui está. – Tomei o comprimido e dentei encostada nele enquanto ele colocava os braços em volta de mim, não queria sair dali por nada, percebi que apesar de tudo os braços do Marcos ainda eram os melhores do mundo, eu não precisava estar em lugar nenhum, gostei disso, dormi nos braços dele e sonhei, sonhei que estava só eu e ele numa linda casa, ele estava sentado olhando para a tv e eu chegava e dava um beijo nele, ele me girava no ar e me colocava no chão, eu subia para o segundo andar e entrava no nosso quarto e ele colocava os braços em volta de mim e me beijava ele dançava comigo e me rodava, de repente não era mais ele, era outro, do cabelo escuro e queixo quadrado, ele segurava forte os meus braços e falava claramente: - Você é minha agora, não pode fugir.

 Acordei assustada, Marcos ainda estava ali, eu o abracei e ele dormia, levantei e fui olhar me olhar no espelho enquanto ele dormir, nada havia mudado, eu ainda era a mesma, o que estava diferente então? O que aconteceu com a minha certeza?  Olhei no relógio que marcava 3 da tarde, eu dormi muito estava com fome, mas não quis descer, voltei a deitar do lado do Marcos e por mais uma hora fiquei ali olhando para o rosto dele, fiz carinho no rosto e nos cabelos, contornei os braços dele com meus dedos, ele era tão lindo, tão meu. Quando estava passando os dedos pelos lábios dele ele acordou. Ele sorriu. E não importou mais, eu era dele, e só dele. Marcos foi embora as 5, foi se arrumar para a festa na casa do primo, eu não estava tão animada quanto queria mais ainda assim iria, eu não tinha vestido em tão sai para tentar encontrar um, fui a minha loja preferida a Glub, entrei e fui direto na seção de vestidos, entre vários escolhi um preto justo na cintura e solto a partir do quadril, ele era tomara que caia e era um pouco curto mais com uma meia calça iria ficar bom, com o vestido pronto resolvi ir para casa me arrumar, tomei um banho demorado para ficar tranquila, coloquei  uma meia calça rendada e o vestido, prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto, quando olhei para o relógio já eram 8 horas, tinha meia hora para me maquiar até que o Marcos passe aqui, quando deu 8:30 eu estava pronta, desci e fui espera-lo na varanda quando o vi virando a esquina uma memoria recente invadiu minha mente, o carro dele parando na frente da minha casa, o Jason me puxando pelo braço e mandando eu entrar no carro por um segundo eu desejei que fosse ele mas era o Marcos que dirigia e uma espécie de frustação se abateu sobre mim, droga. Fui andando até o carro e ele abriu a porta do passageiro para mim.

-Você esta mais que perfeita hoje, esta maravilhosa.

- Obrigada – Dei um sorriso para ele e entrei, durante o caminho conversamos sobre muitas coisas, eu disse a ele que começou a chover e que eu fiquei esperando a chuva passar, quando faltou energia eu me assustei e resolvi andar sem nem saber para onde estava indo, eu cai e me machuquei e depois disso o Jason me achou, poupei ele de detalhes como ficar agarrada com o Jason e tal. – Foi isso.

- Graças a Deus nada aconteceu, ainda bem que o Jason te encontrou.

- Falando nisso, ele vai?

- Acho que sim. – Ele sorriu para mim.

- Onde os pais do Maicon estão para ele dar esse tipo de festa?

- Na fazenda. HAHA ele ta muito ferrado quando descobrirem, mas vai valer a pena.

Quando chegamos tinham muitos carros parados na frente da casa do Maicon, que tinha dois andares e um baita muro alto em volta, da outra rua já dava para escutar a música e olhando de perto tinha um monte de luzes refletindo para cima fazendo um efeito incrível, Marcos pegou minha mão e me levou para dentro, lá as coisas estavam completamente loucos, gente dançando loucamente no meio da sala que estava com uma baita nuvem de gelo seco e sendo iluminada apenas por umas luzes brancas lindas que rodavam pela sala e voltavam para o meio, os corredores estavam apagados e no chão tinha varias luzes brilhantes azuis mostrando o caminho para várias partes, a cozinha estava completamente cheia de gente bebendo e comendo sei lá, no quarto de cima os corredores estavam com luzes em cima e em baixo, umas luzes fluorescentes que ficavam piscando, os quartos tinham casais de todos os tipos, encontramos o Maicon saindo do último com uma baita loira, ela estava sem o sutiã, mas não sei se foi porque esqueceu ou de estava sem ele de propósito.

- Fala Marcos! – Ele estava sóbrio, nem era tão tarde e já tinha gente bêbada naquele lugar. – Amor, encontro com você depois. – Ele disse para a loira, ela saiu e nos deixou conversando.

- Como você esta bonita Esther. – Ele me elogiou e me olhou de cima a baixo, Marcos não gostou.

- Obrigada, Marcos eu acho que foi procurar alguma conhecida, depois eu te encontro. – Nem esperei a resposta dele e sai, tentei chegar no fim do corredor inteira, nas partes escuras vários casais estavam se pegando forte e eu tinha que desviar para que não acabasse participando, quando finalmente cheguei na escada desci e fui para a varanda dos fundos onde as luzes estavam acessas e tinha vários lugares para sentar, resolvi ligar para a Marília, ela provavelmente estaria aqui, mas pensando bem não ia ouvir, do jeito que é estava dançando.

- Ta perdida?  - Quem perguntou foi o Douglas, um loiro bonito pra caramba da minha sala, ele namorava uma colega minha, isso ai “Namorava” no passado, ele terminou quando descobriu que ela o traia com um amigo e que toda vez que dizia estar na academia na verdade estava com o amigo dele, ele ficou puto de raiva e quase matou o cara, depois de muita conversa com ele desistiu de tentar se vingar e partiu para outra, ou outras no caso.

- Só um pouco deslocada para falar a verdade. – Sorri para ele.

- Vi seu namorado no segundo andar, se não esta bem deveria ficar com ele. – Ele estava com um copo de cerveja na mão. Devia estar meio bêbado.

- Na verdade ele esta lá com o primo dele e eu não quero participar da conversa, viu a Marília, ou a Juliana, ou qualquer amiga minha?

- Vi sim, a Suellen. – A Suellen era uma das minhas amigas mais bonitinhas, ela era magrinha e bem tímida, uma pessoa boa para conversar.

- Onde ela esta?

- A última vez que a vi ela estava entrando em um quarto com uma outra amiga sei lá, a menina tava bêbada e ela foi ajudar. Acho que na terceira porta a direita, não sei bem.

- Valeu.

Decidi ir procurá-la, no mínimo a menina bêbada era a Marília, aquela ali é da pá virada, fui subindo as escadas quando trombei com a Marília.

- Estheeeeer!

- Ei Marília, disseram que a Suellen tava contigo.

- A ela ficou lá no quarto, foi pra pista, quer ir?

- Não por enquanto não, vou achar a Suellen.

Fui passando pelas pessoas até achar o terceiro quarto, a porta estava aberta e eu fui entrando, resolvi dar um susto nele e entrei sem fazer barulho, quando olhei pro quarto a Suellen estava em cima de um menino, mas ela não estava só beijando, ela estava sem o vestido, só de sutiã, a cena foi mais estranha do que ver a Juliana transando com o Jason, quem diria, a Suellen transando com alguém, ela sempre se guardou mais que eu, falava isso e aquilo e agora estava ali, rebolando em cima do pênis de um cara que ela provavelmente não conhecia, porque ninguém namorando transa aqui, ia sair do quarto quando algo me chamou atenção, um espelho que estava do lado deles, o espelho refletia o rosto do menino, eu não quis olhar, não quis acreditar, não podia ser, era o Jason, o filho da puta do Jason, que vontade enorme de mata-lo, outra amiga, daqui a pouco ia tentar com a Marília, era perseguição só pode, bati a porta só para que eles soubessem que tinham sido pegos, depois daquilo eu não sei o que me deu, só sei que peguei o primeiro copo de bebida que vi pela frente, aquilo me desceu rasgando, queimando, mas não liguei, peguei outro, e outro e outro, ate que não liguei mais para nada, quando vi já estava pulando no meio de um monte de gente no meio do gelo seco, rebolando como eu nunca achei possível que eu faria, estava tudo tão bonito, tão colorido, minha mente estava vazia e nada importava, eu não via o Marcos e ele devia estar louco atrás de mim, mas que se dane, naquela noite eu tive a certeza, a PUTA certeza que me importava com o FILHO DA PUTA do Jason, tive a certeza que a dor que eu senti quando o vi com a Suellen foi a mesma que eu sentiria se ele fosse o Marcos, droga, eu estou gostando daquele idiota, e quer saber? Não ligo mais.

Foi na quarta música que eu subi em cima de mesa, não sei o que me deu, não sei porque fiz aquilo eu já estava pra lá de doida, a bebida me descia feito água e eu devia ter tomado uns cinco tipos de bebidas diferentes, eu estava rebolando em cima da mesa e descendo em meio de um monte de caras que gritavam e assobiavam, eu jogava os cabelos de um lado para o outro e até mandei beijinho quando o Douglas passou de novo

Quando entro a próxima música senti alguém me puxando e me colocando no colo, só podia ser o Marcos, eu comecei a me debater nos braços dele mas ele nem pareceu reparar, eu gritava para ele me soltar mas não adiantava, desisti, desisti de tentar não me importar, de não ligar, de tudo. A VIDA É FODA. Ele me levou ate um quarto e trancou a porta, me pôs na cama e eu só ouvi gritos:

- VOCÊ TA DOIDA? O QUE FOI AGORA? QUER MATAR O MARCOS? JÁ PENSOU NO QUE ELE VAI FAZER QUANDO DESCOBRIR? – Era a voz do Jason e eu comecei a rir, tudo estava meio engraçado.

- PARA DE RIR SUA BEBADA. – Do jeito que a música estava alta ninguém ouviria a gente.

- FALA ALGUMA COISA PORRA!

- Você ta bonito com essa camisa preta. – Não sei por que disse aquilo, só sei que eu não queria brigar com ele. Ele respirou fundo e se sentou do meu lado.

– Porque fez aquilo em? O Marcos é tão gente boa, ele te ama Esther, não merece isso, você no mínimo nem pensou mais mesmo assim, você mesma disse que isso era ruim, o que deu em você?

Fiquei pensando, o que deu em mim? Eu comecei a recuperar um pouco da consciência.

- E outra coisa, só você mesma para ficar bêbada com Ice. – Ele começou a dar gargalhadas, riu tanto que achei que ele fosse morrer. Eu já provei outras antes, a primeira não era Ice, devia ser vodca pura, sei lá. Acho que eu preferi acreditar que estava bêbada, pelo menos assim eu tinha uma desculpa para fazer o que estava fazendo. Ele colocou os braços ao redor da minha cintura e me deu um beijo na testa.

- Sabe de uma coisa? Até que foi bom você fazer aquilo, assim eu podia ficar aqui com você.

- Achei que estivesse se divertindo com a Suellen. – Ele me soltou e olhou no fundo dos meus olhos, me arrependi assim que disse mais já tinha ido, não dava para voltar atrás agora.

- Foi tu a mina que bateu a porta?

- Acho que foi. - Ele continuou me olhando e encostou na parede ficou me analisando.

- Já notou que isso não é certo com o Marcos né?

- Não me importo mais.

Ele chegou perto de mim e pegou nas minhas mãos.

- Eu não presto, você sabe disso.

- Não me importo.

- Eu vou te comer, te magoar e depois vou embora.

Era uma verdade.

- Acho que assim é melhor, dessa forma eu não preciso deixar o Marcos ir, afinal você não quer ficar.

- Tem certeza?

- Não.

- Seu namorado esta no andar de baixo e você quer que eu te beije não é mesmo?

Eu olhei para os olhos dele e agarrei seu cabelo, ele puxou minha cintura e me beijou, me beijou como nunca, ele se agarrou em mim e meu corpo se encaixou no dele, ele me deitou na cama e puxou minha coxa, passou as mãos nos meus seios e beijou meu pescoço, eu mordia os lábios dele, o pressionava contra mim, ele respondia a cada estímulo meu, como se lesse meu pensamentos, ele foi descendo meu vestido, e quando vi só estava de sutiã e calcinha, ele tirou a própria camisa e eu o ajudei a tirar as calças, ele voltou a me beijar e fez tudo com tanta delicadeza que eu soube que não importava mais nada, se o mundo acabasse eu não ligaria, ele voltou a beijar meu pescoço e desceu, beijou minha barriga e foi descendo e descendo e descendo até ouvir o meu suspiro, ele passava as mãos lá com uma incerteza incrível como se esperasse que eu mandasse ele parar, quando ele estava prestes a tirar a cueca ouvimos uma voz:

- Estheeer! Onde você está? – Ele bateu na porta e eu gelei, Jason parou na hora o que estava fazendo e olhou para mim, pediu para eu ficar quieta e colocou as calças e a blusa, me passou meu vestido e me mandou ajeitar o cabelo.

- Esther você esta ai? – Ele bateu de novo na porta.

- Diz que esta! – Jason sussurrou para mim.

- Ta louco?

- Diz que esta, diz que passou mal e veio se deitar, eu vou entrar no guarda-roupa.

- Estou sim, passei mal e vim para cá, só um minuto, vou abrir.

Jason entrou no guarda-roupa e eu fui abrir a porta, Marcos estava com uma cara de preocupado e me abraçou.

- Meu amor, me disseram que você estava bêbada, o que ouve Esther?

- Nada, eu só exagerei, só isso.

- Esther o que esta acontecendo? Eu prometi a mim mesmo que daria espaço para você porque você estava estranha e eu imaginei que fosse problema de mulher, mas já passou dos limites, o que esta havendo.

- Nada Marcos, eu só... Não sei, estava triste esses dias, sei lá, acho que senti sua falta. – Não era uma mentira, mesmo assim não era uma verdade.

- Prometa para mim que se houver qualquer coisa você vai me contar.

- Prometo.

Ele me deu um beijo e me abraçou.

- Esther... Porque os sapatos do Jason estão ali?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Outra Metade." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.