A Outra Metade. escrita por contosdgabriela


Capítulo 6
Capítulo 4 - ("Esqueço" - Parte 2 )


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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- Alô.

- Oi Ther, menina, fiquei chocada, serio, acho que aquela foi a pior ideia que a gente já teve na vida. - A gente? Como assim? A ideia foi total dela, eu só concordei.

- Nem me lembre, eu acho, na verdade eu tenho certeza de que ele me viu lá, eu virei e ele tava olhando pra mim, foi muito estranho.

Eu deitei na cama e fiquei olhando pra janela, a noite estava bonita, com o céu estrelado e uma lua cheia linda, tinha uma brisa fresca entrando pela janela e eu pensei no que seria da minha vida daqui 3 semanas, quando finalmente eu voltaria para a escola, enquanto a Marília falava sobre a cena eu fiquei pensando em algo que o Jason disse, minha vida é muito parada, porque sinceramente eu só namoro e nem faço sexo com meu namorado. Fora isso eu saio aos sábados, vou à igreja no domingo - que seria hoje mais eu não fui porque estava cansada - e estudo, minha vida é uma merda, falta emoção, falta... Adrenalina. É isso.

-Marília já sentiu como se sua vida estivesse em um tedio profundo? - A peguei desprevenida.

- Não sei Ther, eu saio quase todo dia, você tem namorado e por isso a gente não te chama para fazer certas coisas.

- Hum, nunca pensei nisso eu namoro a dois anos e pouco e nunca parei para analisar a minha vida.

- Deu crise agora?

- Foi, HAHA, vou desligar, Beijinho.

- Beijinho, e se quiser pode ligar pra mim, a gente marca alguma coisa.

- Ta, tchau.

Tudo bem, a minha vida estava uma merda, eu queria o Marcos aqui, queria fazer algo diferente, algo que valesse a pena, algo com adrenalina, eu nem pensei só disquei o número do Marcos e pedi para ele vir para a minha casa, ele foi rápido e aceitou na hora disse que chegava em 20 minutos, passei um perfume e arrumei o cabelo, não fazia ideia do que estava prestes a fazer, mas dane-se, precisava de alguma loucura, coloquei uma música de fundo e esperei, 15 minutos depois ouço alguém subindo pela janela, o quarto estava escuro, mas deu para ver o Marcos chegando perto de mim, ele pôs a mão na minha cintura e me beijou suavemente e então... Espera, havia alguma coisa diferente, aquele beijo não era o certo, aquele era...

- JASON! VOCÊ TA LOUCO?

Ele não me deu tempo para pensar, me encostou na parede e me beijou, eu não sei o que passou pela minha cabeça, devia estar louca só sei que retribui o beijo, e o beijo foi esquentando e esquentando e eu que tanto pensei mal da Juliana estava fazendo exatamente a mesma coisa que ela, espera, eu estava fazendo exatamente a mesma coisa que ela com o mesmo cara que ela que era primo do meu ... NAMORADO, PORRA!

- SURTOU? ESQUECEU QUE EU NAMORO O SEU PRIMO? O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI?

- Você ligou e eu atendi, simples assim. - Ele encostou na parede e ficou me encarando com um sorriso inocente no rosto, como eu o odeio.

- Eu liguei pra Marcos, você não pode ir entrando no meu quarto desse jeito e ir me beijando e...

- Espera ai, você também me beijou, ou acha que uma pessoa consegue beijar sozinha, nada de hipocrisia, vamos lá, aposto que gostou. - Ele se aproximou colocou a mão na minha cintura e sussurrou no meu ouvido: - Não gostou priminha?

- NÃO! Agora sai daqui, vai logo! - Incrivelmente eu não queria que ele fosse, queria que ele ficasse, mas não para fazer esse tipo de coisa não pense mal, eu queria conversar com ele, não queria ficar sozinha.

- Tem certeza? - Ele seguiu para a janela e olhou para mim.

- Espera! - Ele já estava com uma perna para o lado de fora, quando me ouviu olhou surpreso.

- Não precisa ir, não pense mal, não quero fazer nada contigo eu amo o Marcos, é so que eu preciso conversar com alguém, minha vida esta uma verdadeira droga. - Me senti aliviada o que era estranho, ele voltou e sentou em uma cadeira que dava para a TV.

- Tem pipoca?  - Ele sorriu

Passamos pelo quarto da minha mãe em silêncio, a porta estava trancada, papai devia estar em casa, meu pai viaja muito por conta do trabalho então quando ele vem tenta passar o máximo de tenpo com minha mãe, apesar de tudo eles se amam muito e espero ser um dia tão feliz quanto eles, descemos e fomos fazer pipoca, a gente acabou fazendo mais que isso, fizemos brigadeiro e o Jason parecia uma criança lambendo a colher, fritamos batata frita e ele acabou me queimando e tivemos que rir baixinho para os meus pais não acordarem, ele fazia piada com a sua própria falta de habilidade para cozinhar e toda hora me cutucava com um garfo estranho que tinha ali, ele ficou brincado com o formato do garfo enquanto eu limpava a bagunça, subimos com a comida e uma garrafa de refrigerante, e ele riu quando eu expliquei que não bebia coca zero porque disseram que fazia mal.

-   Que bobeira, porque ta rindo?

-   Nooooossa, como você leva sua vida ao extremo, a vamos lá, qual foi a coisa mais perigosa que já fez? Comeu sem lavar as mãos? HAHA. – Ele ria que nem uma criança.

 Entramos no quarto, trancamos a porta e sentamos nos pufes.

-   O que vamos fazer? – Eu perguntei

-   Não sei , o que quer fazer?

-   Nada de filme de terror eu tenho medo.

-   HAHAHAHAHAHA, não acredito, a miss perfeitinha tem medinho de filme né.

-   Idiota, HAHA

-  Que tal jogarmos verdade ou desafio?

-  Jason – Falei seria, não queria nenhum tipo de gracinha.

-   Calma, é sem sacanagem, simples eu te pergunto, se você não responder eu tenho que fazer um desafio, qualquer coisa, vamos lá, vai ser divertido, e você pode aprender o que é adrenalina, prometo que pego leve. – Ele riu todo inocente.

-  Tudo bem, pode começar.

Enquanto ele pensava em uma pergunta reparei que estava me divertindo muito naquela noite, e que, eu nunca fazia esse tipo de besteira com o Marcos, tipo ficar jogando verdade e desafio enquanto comia brigadeiro, reparei que minha relação com Marcos era o que se considera perfeita, a gente conversava, saia e se beijava, nossos papos geralmente eram sobre o nosso dia e apesar deu ama-lo muito sempre senti falta de um pouco de idiotice no nosso relacionamento.

-  Você queria que o Marcos viesse para transar com você? – Ele me pegou totalmente, não sabia o que responder porque nem eu mesma sabia porque havia chamado o Marcos.

-   Não sei, acho que eu esperava isso, queria fazer algo diferente, estou tão cansada da minha rotina.

-   Acho que isso é um sim, tudo bem sua vez. – Ele levou com naturalidade, acho que estava tudo bem.

-  Qual foi a maior loucura que você já fez? – Não fazia a mínima ideia do ele ia responder.

-  Foi quando apostei uma menina, eu sei é idiotice mas ela valia a pena, o nome era Izabella e parecia um anjo, eu a apostei em um raxa com um moleque estúpido, além de perder, o carro capotou e tive que sumir da cidade por um bom tempo, afinal, o carro não era meu e ficou completamente destruído.

-   Que vida animadora, gostaria de fazer algumas loucuras assim. – Aquilo soou como um lamento, ele percebeu.

-  E por que não comete mais loucura? – Ele deu O sorriso malicioso.

-  Medo, simplesmente medo.

-  Minha vez... Você sabe, se não responder tem que aceitar um desafio e tem que responder a verdade, eu sei quando esta mentindo, run’ – Ele fez uma cara de serio e eu ri.

-  Tudo bem, direi apenas a verdade.

-  Gostaria de me beijar agora? – Ele riu, FILHO DA PUTA, ele estava me provocando, sabia que não ia responder, babaca, sabia que ia dar nisso, mentir, é isso, não, ele saberia, não sei como, mas saberia, o negocio era ficar calada e torcer para que o desafio não seja algo como me pague um boquete. – Não vai responder né!

-  Não, não vou responder.

-  Ótimo, já sei até como vamos animar a sua vida, HAHA, o seu desafio é ir até o shopping e desligar a chave geral.

-  VOCÊ TA FICANDO MALUCO?

-  Shiii, esqueceu que seus pais estão no fim do corredor, e nem adianta, trato é trato, põem uma jaqueta e vamos.

Olhei para ele mas soube que perderia se começasse uma discussão, ele foi pulando a janela e eu fui atrás, a adrenalina corria por minhas veias, eu estava as 11 horas da noite indo desligar a chave geral do maior shopping da cidade – que a essa hora estaria lotado – e ainda por cima com um louco sádico que disputa raxas e esfaqueia pessoas, eu estava bem perdida, descemos pela árvore e fomos andando, enquanto eu estava nervosa pelo que faria o Jason estava assoviando uma canção qualquer, era engraçado na última nota do assovio ele batia um pé no outro no ar como naqueles filmes antigos, se ele não fosse um mané que me mete em confusão eu seria amiga dele. Andamos e andamos e quando chegamos perto do shopping lembrei que estava de pijama.

-  PUTA QUE PARIU, eu to de pijama.

-  HAHAHAHAHAHAHA – O Jason estava se matando de tanto rir, ele chegou a cair no chão.

-  Agora não da para voltar, vai entrar assim mesmo, considere parte do desafio, feche o casaco que ninguém vai perceber.

-  EU ODEIO VOCÊ!

-  Você não é a primeira. Olha, a chave geral deve ficar nos fundos então temos de dar a volta, vamos.

Demos a volta e paramos na frente da chave geral, estava trancada, o Jason tirou uma chave que eu não sei o nome do bolso, tentou, tentou, tentou até conseguir abrir o cadeado, abriu e mandou eu fazer as honras.

-   Onde aprendeu a abrir cadeados?

-  Duas semanas na detenção no reformatório, eu não aquentava ficar preso. – Ele sorriu e piscou. – Vai lá!

Eu puxei a chave geral e tudo parou, a música que vinha lá de dentro, as luzes, tudo, depois tudo foi muito rápido, Jason puxou minha mão e gritou corre, Fudeu, fomos pegos ele corria e me puxava junto, corremos e corremos e só paramos quando chegamos na esquina da minha casa, chegando lá caímos na gargalhada, eu nunca ri tanto.

-  Você tinha que ver a sua cara Esther, hilária.

-  E você gritando corre, serio, vai entrar para a história.

-  Verdade, HAHAHAHA.

Ele me ajudou a subir minha janela e depois de muita conversa já eram 2:30 da madrugada.

-  Esta tarde e eu estou com sono. – Eu disse.

-  Acho que devo ir embora então.

-  Ta muito tarde, fica ai, amanhã cedo você vai embora. – Não sei porque ofereci, mas era o mínimo, ou não né, ele me meteu em uma roubada, mas foi engraçado, só queria que ele não fosse embora, fiquei com medo dele tentar alguma coisa mas ele não era desse tipo, eu acho...

-  Já que insisti. Preciso de um travesseiro e coberta e eu durmo pelado só para avisar. – Ele deu o sorriso malicioso.

-  Babaca!

Dei o travesseiro e a coberta e ele se ajeitou no colchão que tinha embaixo da cama, quando fui apagar a luz reparei em uma coisa voando, as calças dele, ele realmente falou serio, eu me virei e ele estava nu.

-   Boa Noite Esther. – Se virou e dormiu.

-   Boa Noite. - Falei paralisada com a cena, e que cena.

Apaguei a luz e fui dormir, tentei pegar no sono logo, estava cansada, mas, uma parte do meu cérebro não desligava, tinha um homem no colchão, me virei e fiquei o olhando, ele era um babaca, mas apesar de tudo acabou virando meu amigo, idiota, fiquei olhando ele até pegar no sono.


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