Sabe o que eu mais odeio em janeiro? O calor. O que é bem irônico para alguém que mora em um "país tropical", dane-se, daqui a um mês vai começar tudo de novo, bem, olhando por um lado, esse ano não vai ser igual aos outros, afinal é o último, apesar de tudo eu gosto da escola, gosto de pensar, e diferente da maioria das meninas irritantes e sem nada no cérebro que existem lá, eu realmente acho importante o estudo, mas, nesse momento a escola não é a minha maior preocupação,o Marcos vai me levar para jantar hoje e disse que tinha uma surpresa para mim, eu não faço a mínima ideia do que possa ser, mas ele disse que era importante para ele, então, acho que estou ansiosa.  

 Da minha janela eu ouço uma busina, olho por ela e ele está lá, parado em seu carro velho parecendo um príncipe - Meu Príncipe - as vezes eu me pergunto como ele me namora, - e olha que ele me namora já faz dois anos -  afinal, alto, loiro, com aqueles olhos azuis incríveis e um corpo de modelo, ele poderia ter qualquer uma, nessas horas eu lembro dele dizendo no meu ouvindo: - Eu estou com você, porque você é diferente de todas, e o que você tem que elas não tem é o meu coração! É nessas horas que eu percebo que estou exatamente com quem deveria estar.

Deço rápido as escadas, apesar do meu salto ser alto eu consigo me equilibrar, essa noite eu estava com o vestido que ele havia elogiado, rosa claro com alguns babados na ponta e rendado nas mangas, ele diz que esse vestido me deixa meiga, e bem, eu não posso discordar. Eu também gosto de como ele fica em mim, mais justo na cintura e solto nas coxas, é, eu realmente gosto desse vestido.

Abro a porta, e ele esta lá, encostado na coluna da varanda, e como sempre ele diz as mesmas palavras:

-Como você está linda moça!

-É para você. - Eu respondo e corro para abraçá-lo, senti falta dele, esses dias ele teve que ir buscar um parente em uma outra cidade, disse que era importante e que esse parente era como se fosse um irmão mais velho para ele, eu fico imaginando, já que Marcos tem 17 anos, acho que o tal parente deve ter uns 20, 21, não sei ... Meu pensamento é interrompido por um beijo, o beijo DELE, aquele beijo que só ele sabia dar, ele segurou minha cintura com uma das mãos e com a outra puxou minha nuca, senti o hálito dele e devo dizer, não há ninguém que beije como ele - não que eu tenha beijado muitos garotos, na verdade ele é o primeiro e pretendo que seja o último - na verdade o beijo dele era o melhor que existia.

-Você está realmente adorável - Disse ele.

- Obrigada - Foi a única coisa que eu pensei no momento.

Ele pegou minha mão e me levou para o carro, abriu a porta para mim e seguiu para o banco do motorista, estava tocando "Say" do One Republic, nossa banda preferida, ele entrou no carro sorriu para mim e seguiu até o restaurante - que estava mais para uma lanchonete temática, parecida com aqueles bares antigos, podem achar que não, mas eu amei o lugar - quando coloquei a mão na maçaneta para sair do carro ele segurou no meu braço e me fez olhar para ele.

- Senti sua falta, falta do seu rosto, do seu cheiro, desses seus olhos negros, falta da sua pele, de conversar com você! A merda da internet não funcionava e por isso foi complicado mater contato.

-Também senti sua falta - Murmurei.

- Bem, deve estar se perguntando qual é a surpresa, lembra do parente que eu fui buscar? Então, trouxe você para conhecê-lo, você vai amar ele, tenho certeza, mas antes de entrarmos quero dizer que Eu Amo Você, e que você fica linda nesse vestido.

- Também amo você, muito.

Saímos do carro e ele pegou minha mão, seguimos para dentro do restaurante/lanchonete temática e o meu sorriso era tão grande que ele pôs as mãos envolta da minha cintura e me deu outro beijo. Devo dizer, se eu soubesse que tudo mudaria quando aquela porta fosse aberta eu jamais teria saído de casa, ou teria? Estou tentando me decidir.