The Heir escrita por H Lounie


Capítulo 9
Uma ameaça verdadeira




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– Que bom que resolveu se juntar a nós senhorita Black – Dorian Cromwell estava sorrindo como o lunático que era, pronto para entrar na floresta proibida – Espero que caçar Billywigs desperte seu animo.

Helena havia se atrasado no jantar de propósito, querendo protelar seu encontro com Dorian e suas esquisitices.

– Billywig? Vamos caçar gira-giras? – James perguntou incrédulo, Dorian apenas o ignorou.

O professor Cromwell vestia algo que o fazia parecer muito com o professor de artes e músicas trouxas, Avery Higgs. Um Casaco longo verde Leprechaun, calças cor de ouro e sapatos pretos e brilhosos. Os cabelos estavam cobertos com um chapéu de cor púrpura. A visão fez Helena ter vontade de rir.

Preferia estar com Tommy no comunal, aproveitando o resto da noite. O garoto havia rido como nunca quando ela contou sobre o incidente com Peter na escada, mas adversidades à parte, estava ali com Dorian e os garotos, pronta para uma adorável e animada noite de caça a gira- giras.

– Então, vamos nos dividir em três grupos assim que o professor Avery... Ah, olha só, ele chegou. Aqui Higgs! Cheguei até a pensar que você tinha desistido.

Seria mesmo possível? Avery Higgs não se contentava apenas em ser cobaia de Solomon Crawl e agora seria de Dorian Cromwell também? Como sempre, o velho Ginger Hairse parecia com um leprechaun. Usava um chapéu verde com um trevo de quatro folhas, um casaco verde brilhante, calças pretas e sapatos marrons de camurça. Se não fosse por sua altura, Helena afirmaria com certeza que ele era um duende irlandês. Higgs e Cromwell pareciam ter comprado suas roupas na mesma loja.

– Ouça Dorian, madame Foltz mandou pegar leve com seus adoráveis pupilos da grifinória, ao contrário do amado diretor da sonserina que nem ao menos se importa com a senhorita Black aqui – Ginger Hair sorriu, seus olhos brilhando em expectativa por trás das grossas lentes – A menos é claro, que isso conte pontos para a taça das casas.

Helena suspirou. Claro que TJ Gomwood não se importava com nada além do próprio nariz. Notou que Avery a olhava com certo ressentimento, talvez pelo episódio com Lawliet no clube de duelo, ocorrido há tanto tempo, tanto que ninguém lembrava mais, dado ao fato de que Lawliet deixou o grupo de Solomon, mas mesmo assim Avery parecia guardar magoa.

– Certo – Dorian pareceu ignorar Avery assim como havia feito com James – Eu e o senhor Potter aqui, vamos para a direita. Avery e Shacklebolt para a esquerda e vocês dois – Apontou para Teddy e Helena – Sigam em frente, sim?

– Como? Sozinho? E se nos perdermos? – Helena olhou assustada para o professor que pareceu ponderar a questão pela primeira vez.

– Bem, disparem faíscas vermelhas com a varinha. Periculum. É bem simples – Sorriu – Agora peguem uma gaiola e boa caçada. Peguem quantos puderem, vamos precisar deles nas próximas aulas.

O professor acenou, mostrando uma cicatriz feita por uma garra afiada em seu braço. Depois, cada grupo seguiu para seu respectivo lado.

– Lumus – Proferiu Teddy, sendo seguido por Helena – Isso é ridículo, como vamos reconhecê-los? Ainda mais no escuro. Dorian é um lunático maldito, pensei que essa floresta fosse proibida para alunos.

Eles certamente haviam tido uma ou duas aulas teóricas sobre os gira-giras, e pelo pouco que sabia, Helena já imaginava que não seria fácil capturá-los.

– O que sabe sobre eles? – Helena perguntou, segurando a parte das trás da jaqueta de Teddy, olhando desesperadamente para os lados, como se algo fosse saltar da mata e os atacar. O que era bem possível.

– Só que servem de ingrediente para o Delícias Gasosas.

– Muito útil, senhor Lupin – Helena Zombou - Vamos ver, é nativo da Austrália, segundo Dorian.

– Então estão fazendo o que aqui?

– Teddy, não interrompa meu raciocínio.

– Okay, me desculpe – Ele riu.

– Mede cerca de um centímetro, e é azul-safira berrante, isso vai facilitar na hora de reconhecê-los.

– Sim, mas ele é rápido, não? Digo, sua velocidade é tão grande que ele raramente é percebido pelos trouxas e às vezes nem pelos bruxos, isso é claro, até receberem sua picada.

– Olha só, você sabe alguma coisa – Ela sorriu, agarrando-se mais a sua jaqueta – E as asas do gira-gira saem do alto da cabeça e rodam a grande velocidade quando ele voa. Na extremidade oposta do corpo há um ferrão longo e fino – Cutucou o braço de Teddy, como se fosse uma picada – E quem é picado por um gira-gira sente tonteira seguida de levitação e...

– E há gerações, - Teddy a interrompeu - jovens bruxas e bruxos australianos têm tentado apanhar gira-giras para provocá-los e serem picados por eles, produzindo assim efeitos colaterais, mesmo que o excesso de picadas possa fazer a vítima flutuar no ar descontrolada durante dias seguidos. E nos casos em que há uma forte reação alérgica, essa flutuação pode se tornar permanente e blá blá blá.

– Admito, estou impressionada Teddy – Falou Helena, irônica.

– As garotas sempre me dizem isso. Fazer o que, é como um dom – Gabou-se ele, passando as mãos pelos cabelos levemente avermelhados.

– Imagino – Helena entrou na brincadeira – Mas voltando ao assunto, ainda não sabemos exatamente como capturá-los, quer dizer, eles são rápidos e tão pequenos, mal conseguiremos vê-los.

- Um feitiço paralisante, obviamente. Assim que os vermos, lançamos o feitiço e os trazemos até a gaiola.

– Pode ser que isso funcione – Helena falou baixo, odiando-se por não ter tido aquela idéia primeiro.

Os dois seguiram andando, Helena presa na jaqueta do rapaz como se soltar fosse custar sua vida. Encontraram um grupo numeroso de Gira-giras, e é claro que Teddy era descuidado o suficiente para ser picado, fazendo com que Helena risse abertamente enquanto ele levitava do chão, o olhar vago e distante, realmente sentindo-se tonto. Passado o efeito – que para o gosto de Helena foi rápido demais – os dois guardaram os insetos na pequena gaiola, decidindo que haviam ido muito longe e que deveriam voltar.

– Sabe Helena, achei que fosse mais corajosa – Teddy riu, tentando puxar as mãos de Helena de suas costas – Mas na verdade você é bem medrosa.

– Isso não é medo, chame de conservação de coragem, por favor. E Teddy, sabe quantos tipos de monstros há por aqui? Essa floresta é proibida por um motivo e agora nos fazem cumprir detenções aqui. Isso não parece certo.

– Bom, acho que nesse aspecto concordo com você. Também acho que não deveríamos estar aqui, mas já que estamos, podemos transformar isso em algo divertido.

Ele tomou as mãos da garota, girando-a no lugar varias vezes.

– Pára Teddy, isso não tem graça. Você...

Mas ele não estava mais ali, havia desaparecido.

– Teddy? Teddy? Onde você está? Ah, por favor, não me deixe aqui sozinha!

A garota olhava para todos os lados e até onde a luz da sua varinha podia alcançar, não havia nada.

– TEDDY! – Gritou, só obtendo silêncio em resposta.

Não deu nenhum passo, pois qualquer vestígio de coragem que poderia ter fugiu. Na mesma hora prometeu nunca mais perturbar Zac Lockhart por sua aparente falta de coragem. Como se outro alguém – ou outra coisa – houvesse ouvido seu chamado, o ar de súbito adquiriu certo peso, como se quisesse interromper sua respiração. Helena ainda podia jurar que ouvia passos amassando as folhas e gravetos no chão. O frio que não a havia perturbado a noite toda, agora parecia querer varrê-la da face da terra.

– Teddy? – Sussurrou, sentindo um medo jamais sentido. A sua frente, viu um vulto correr entre as árvores.

Quando duas mãos a puxaram para trás e a derrubaram no chão, pensou que fosse morrer. Seu grito ecoou pela floresta. Só se acalmou quando ouviu a risada de Teddy, que estava deitado no chão, ao lado dela.

– Conservação de coragem, hein? – Ele gargalhava – Deveria ter visto sua cara! Foi hilário, Helena.

A garota levantou, o medo havia cedido lugar para a irritação.

– Foi realmente hilário Teddy – Proferiu fria – Realmente hilário. Havia alguém ali.

Apontou para o lugar de onde viu alguém, Teddy deixou de rir por um instante.

– Não, era só coisa de sua cabeça. Eu estava atrás daquela árvore – Apontou na direção contraria – Esquece Helena, não havia ninguém ali.

Teddy colocou-se em pé, afagando os ombros de Helena, que ainda olhava para o lugar onde supostamente alguém havia estado.

– Me desculpe, não achei que fosse assustá-la tanto – Deu um beijo em seu rosto, mas nem assim Helena se virou.

– Teddy, eu vi.

– H, você mesma falou que há muitas coisas nessa floresta. Podia ser qualquer animal.

– Não, era uma pessoa, eu sei. Você não sentiu nada? Era alguém ruim.

Dito isso, Helena andou na direção de onde viu o vulto. Certa de que era uma pessoa.

– Helena, espera – Teddy pegou a gaiola de gira-giras, acendeu a varinha e a seguiu, não vendou alternativa.

A garota embrenhou-se na mata, seguindo o que quer que fosse.

– Helena, vamos voltar. Não há nada aqui.

– Quem está com medo agora? – A garota olhou para trás, lançando um sorriso travesso para Teddy.

Teddy soltou a gaiola e segurou Helena pelos ombros, prendendo-a contra uma árvore.

– O que exatamente você está tentando fazer?

Oh, maldição. Aquela proximidade era tão insuportavelmente provocante. Na mente de Helena um filme de seus antigos sonhos com Teddy passava. Aquela boca avermelhada parecia tão convidativa de repente. E estavam tão perto um do outro. Sua mão se moveu de forma quase inconsciente para o rosto do garoto. E o leve beijo que se seguiu foi completamente impulsivo.

Oh, maldição. As luzes das varinhas se apagaram, libertando-os do momento. O clima pesado tomou o ar outra vez, a respiração de ambos se tornou ofegante, o que quer que fosse estava se aproximando. E desta vez havia um cheiro, almiscarado, suave, bom de sentir. Eu o conheço, pensou Helena, porém não se lembrava de onde.

– Lumus – Proferiu Teddy, acendendo a ponta de sua varinha outra vez.

Tudo o que conseguiram ver foi o a capa farfalhando atrás de quem quer que fosse. Pés batiam fortes e nervosos contra o chão. Aquela pessoa estava irritada, e arrastava alguma coisa, como um tecido pesado. Assim que o ser desapareceu na floresta, Teddy liberou Helena do abraço que a prendia na árvore.

– Acredita em mim agora? – Perguntou ela, arfando.

– Quem diabos era aquele garoto? – Teddy a olhou assustado.

– O herdeiro, talvez? Bem, seja lá quem for, é extremamente poderoso.

– Certamente é. Venha, vamos voltar.

Teddy tomou uma das mãos de Helena, e começou a guiá-la pelas árvores.

– Ted, onde exatamente nós estamos?

O garoto olhou para os lados, aparentemente perdido. Os dois pararam, Helena grudando as mãos em sua jaqueta de novo.

– Periculum – Disse a garota, lançando faíscas vermelhas com a varinha.

Levou cerca de trinta e cinco minutos para que Dorian e James chegassem até eles. Dorian trazia uma expressão preocupada no rosto e James parecia extremamente cansado.

– Porque vieram até aqui? Estamos esperando vocês há quase uma hora! – Dorian falou, quase aos gritos.

– Nos perdemos – Falou Teddy, justamente quando Helena ia falar sobre o garoto que encontraram. Ela entendeu o recado: não falar sobre aquilo.

Os quatro seguiram, andando em silêncio até estar fora da floresta.

– Já não era sem tempo! – Gritou Avery – Achei que havíamos perdido os dois!

– Eles estavam perto de você-sabe-o-quê – Anunciou Dorian, como se aquilo fosse algo extremamente ruim.

– Como foram parar lá? – Avery ficou branco.

– Disseram que se perderam.

– Ah, vocês tem uma sorte tremenda – Avery sorriu – E encontraram os gira-giras.

Helena passou a gaiola para Dorian e seguiu com James, Luke e Teddy para o castelo.

– O que aconteceu? – Perguntou James, enquanto subiam as escadarias.

– Vimos um cara na floresta. Nunca vi uma pessoa irradiam tanto poder – admitiu Helena, ainda preocupada com o que viu.

– Dorian me disse que um especialista do ministério está vindo fazer uma rigorosa revista em Hogwarts, para passar a limpo está história de Herdeiro de sonserina. Se não descobrir nada, as coisas vão ficar serias para os autores da brincadeira. Ele disse que todos os professores suspeitam de seus amigos Helena, Peter Dolohov e companhia. Dias atrás a professora Úrsula o pegou, junto Phoebe Bulstrode, Elliot Rosier e Amanda Crabbe em uma sala vazia no terceiro andar, junto com eles havia um pergaminho com o nome de todos os nascidos trouxas da escola. Ouvi-a contar isso ao professor Longbottom.

– A resistência – Helena falou, desanimada – Logo imaginei que seria algo assim.

– Como disse? – Lukwart a olhava curioso.

– Josh Yaxley, Greg Rookwood, Owen Carrow e Peter criaram um grupo. Chamam de A resistência. O resto vocês já podem imaginar.

– Um grupo para torturar nascidos trouxas? Porque foi isso que me veio à mente, se quer saber – Teddy falou, visivelmente irritado.

– Deve ser isso.

– Deve ser? Peter não lhe convidou para entrar?

– Ele preferiu “Me deixar de fora da jogada”, como ele mesmo disse. E olhe, eu não entraria mesmo, se quer saber.

– Sei – Teddy a olhou, desconfiado.

– Teddy, mas é claro que não. O que você está pensando?

– Estou pensando que você não hesitou na hora de machucar Lawliet aquela vez, e caso não se lembre, ela nasceu trouxa.

– Isso não tem nada a ver, foi coisa de momento e...

– Ah, é claro que não, você não estava agindo com um grupo, estava apenas fazendo uma demonstração de como matar alguém junto com seu adorável clube de duelistas com seu querido professor Crawl.

– Ted, isso não é justo. Você sabe que...

– O que eu sei? Você mudou muito, sabe disso.

– Não me venha com essa de “você mudou muito” outra vez, porque caso não tenha percebido...

– Olha, eu não quero...

– Ei! Chega, vocês dois – James se colocou entre Helena e Teddy – Helena não está no grupo Ted, e nem sei pra você, mas para mim isso basta.

Os dois se calaram, limitando-se a encaram um ao outro.

– Tudo que sabemos agora é que independente de ser Peter ou ser o herdeiro de sonserina, ou Peter ser o próprio herdeiro, alguém nesse castelo – ele apontou para dentro – está querendo acabar com os nascidos trouxas, e isso não é bom.

– Peter me garantiu que isso não foi coisa dele. Até disse que estava torcendo para que a história fosse verdadeira e para que meu namorado fosse o primeiro a morrer.

– Namorado? – Teddy perguntou, ainda irritado.

–Thomas Ross. Ele é mestiço.

– Ah, claro – Teddy levou as mãos à cabeça. Helena acreditava que ele estava pensando o mesmo que ela: O beijo na floresta.


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