Karin fazia algumas embaixadinhas no seu quarto quando ouviu um barulho, logo correu para sala onde o irmão estava. Ichigo fazia a lição de casa quando fora cutucado por ela.

-Ichi-nii, ouvi alguma coisa lá fora... E o poder espiritual é bem grande...

-Ai ai, Karin. Não se assuste com tudo. Aliás, não senti nenhum poder espiri_ - Arregalou os olhos ao sentir o tamanho daquela força, era anormal. Karin cai no chão e Ichigo a ajuda a levantar, tira do seu bolso o amuleto que o Capitão Ukitake o dera. – Karin, toque isso no Kon e coloque a pílula na minha boca. – Tocou o objeto no seu peito fazendo seu corpo cair nos braços da sua irmã, entregou-lhe o amuleto e saiu pela janela.

Corria pelas ruas sentindo o poder aumentar. O que poderia ser aquilo? De todo o jeito, todos os seus amigos iriam ao encontro daquela coisa. Parou diante de uma cratera ainda com fumaça e poeira, impedindo que visse o que tinha dentro.

-Hey, Ichigo! – Sado corria ao lado de Orihime.

-Kurosaki-kun, você está bem? O que foi isso?

-Chado! Inoue! Acabei de chegar, não sei o que é.

-Kurosaki! – Ishida chegou depois com o arco na mão – M-mas o que está acontecendo?

-Olhem! – Sado apontou para o buraco no chão, lá, uma sombra estava. Um sorriso fino estava em seu rosto, os braços cruzados em cima do peito, o cabelo jogado para o lado. Usava uma calça jeans, uma blusa branca e tênis. Era um... adolescente?

-Hey? Quem é você, garoto? – gritou. Seus olhos perderam de vista o menino, a única coisa que viu foi um punho no seu nariz.

-Eu te achei rapidinho, Kurosaki Ichigo! – falou a figura com um sotaque estranho. Com uma mão sobre o rosto, Ichigo encarava pasmado o jovem à sua frente. Sua reatsu aumentou fazendo todos os outros caírem. – Ah, me desculpem. Bem... Vou me apresentar antes que você me ataque. Oi, me chamo Anthony. – O menino pálido com cabelos curtos e pretos estendeu a mão para Ichigo, que parecia que havia morrido. – Ichigo, você poderia gentilmente me levar para Urahara? – falou sarcástico. – Não to muito afim de explicar nada, ele que fale. – Ichigo esticou sua zanpakutou para frente e pôs sua outra mão sobre o braço que a segurava.

-Você me parece uma ameaça... BANKAI! – Um círculo ao redor dele se formou levantando areia. Anthony, novamente, cruzou os braços, grunhiu revirando os olhos. – Tensa Zangets_

-Zangetsu. Ta ta, eu sei. Deixa de ser estressadinho e me escuta? – Vendo que ele não ia obedecer, levou um dos braços ao lado do corpo e abriu a mão, algo se formava ali. Ichigo com sua bankai o atacou, mas sentiu sua espada bater em alguma coisa de ferro. Arregalou os olhos ao ver uma Zangetsu com ele, nem havia se mexido.

- C-como? – falou baixinho. O menino chutou sua barriga fazendo-o cair longe. Ele transformou a sua zanpakutou em um arco e atirou destruindo a flecha que Ishida lançara.

-O que? Um arco de Quincy e a espada do Kurosaki? Quem é você? – gritou formando uma flecha mais poderosa. Uma mão tocou seu ombro.

-Já chega, Ishida-kun. É assim que se trata um convidado? – Kisuke sorria vendo o estrago que fizeram. – Ora, ora. Você melhorou, einh Thony-san?

-Pois é, Urahara. Ainda bem que você chegou... Se não eu mataria esses idiotas! – Esmagou o arco com a própria mão.

-Seria muito possível. – riu – Vamos para loja, Yoruichi-san ficará feliz quando te ver. E, Ichigo-san... Se acalme e vá pegar seu corpo, depois passe lá na loja.

- T-ta. – respondeu. Anthony andou devagar ao lado de Urahara.

-Kurosaki-kun! – Orihime se ajoelhou ao seu lado – O que será que ele é?

-Não sei, Inoue. Quando o ataquei... ele estava segurando uma Zangetsu igual a minha...

-E a transformou em um arco igual ao meu. – Ishida se aproximou junto com Sado.

-Com o poder que ele acabou de mostrar, acho que é mais de uma coisa. Quincy e shinigami talvez...

-É uma boa possibilidade, Chado. Ele também não me parece ser do Japão... – Balançou a cabeça como se estivesse saindo de um transe. – Bem, vamos logo. Deixei o meu corpo com o Kon, não to com um bom pressentimento disso... E meu nariz ta doendo. Putz, aquele baixinho é forte!

--x--

Chegaram juntos a loja de Urahara. Deixaram os sapatos na entrada e abriram a porta-corrida.

-Uffa! Chegou o idiota e os amiguinhos dele, demoraram. Aposto que foi aquele Kon, hehe, bichinho ridículo.

-Err... Oi para você também, Anthony – Ichigo sentou na almofada a frente de Urahara. Ao lado do mais velho, Yoruichi conversava com o convidado. O resto sentou atrás do ruivo.

-Olá, Kurosaki Ichigo. Sei que vocês não param de perguntar quem é o garoto, não é? Pois vou contar quem é ele. Ele se chama_

-Fala logo O QUE ele é! – Ichigo é acertado por um copo na cabeça

-NÃO FALE COMO SE EU FOSSE UMA COISA, SEU...

- Acalme-se, Thony-san. Não quero que você destrua tudo aqui.

-Perdoe, Urahara. Mas esse garoto não sabe tratar convidados

- Se esses convidados fossem educados... – Ishida sussurrou ajeitando os óculos que caiam do nariz. Levou uma almofadada na cara.

-Cale... a... boca... – O menino falou o encarando.

-Continuando... – Urahara bebeu um gole do saquê. – Thony-san tem um “poder especial”. Eu não sei bem o que é. O que eu sei, é que é bem poderoso. Ele pode copiar QUAL QUER poder. Não importa a raça, qual quer um ele copia.

- Q-qual quer um? Tipo... Shinigami, quincy, hollow, arrankar... – Ichigo o olhou impressionado.

-Isso mesmo. Sou foda, né? – ele riu vendo a cara de espanto de todos. – Até o de Sado e o da Inoue... – os dois ficaram surpresos. – Então, vim aqui para treinar mais vocês. Pedido do Urahara não pode ser negado! – Bateu no ombro do velho que ajeitou o chapéu.

-Tenho uma pergunta... – Ishida levantou a mão guardando os óculos quebrados.

-A mim? Affe, vocês são mesmo burros... Vai, pergunta.

-Você tem um sotaque muito estranho, é do Japão?

-Claro que não, achei que você sendo o mais inteligente não perguntaria isso. Mas vou responder. Como eu copio habilidades, peguei essa de um Bount velho... Eu sou de Los Angeles, escuto vocês falando inglês e vocês me escutam falando japonês. Simples. Então, só isso?

-Não... Existe mais algum como você? – Ishida estreitou os olhos enxergando mal. Anthony fez um silêncio, seu sorriso desapareceu. Baixou a cabeça fechando os olhos.

-Não... Sou muito mais velho que vocês, eu que fiz isso comigo. – Olhou as próprias mãos lembrando do passado. Sacudiu a cabeça colocando novamente o sorriso nos lábios. – Mas vamos deixar de papo furado e treinar, seus molengas? – Uma gargalhada tomou conta do lugar.