Ele não estava se sentindo bem. A gola de sua camisa parecia apertada demais, o seu terno parecia quente demais, as suas mãos suavam frio e tremiam...

“Tom.” Ele ouviu a voz baixa de sua mãe o chamar e, quando a olhou, percebeu que ela o observava com uma expressão preocupada em seu rosto. “Você está bem?”

O homem concordou com a cabeça, antes de desviar o olhar da mãe e pegar, pelo canto dos olhos, a expressão séria com a qual seu pai o olhava. Tentando ignorar os pais, Tom voltou a olhar para o casal parado no altar da igreja de Great Hangleton. O noivo, um homem alto de cabelos loiros e olhos esverdeados sorria alegremente para a noiva, que, no ponto de vista do jovem Riddle, era a mulher mais linda que ele já vira em sua vida.

Tom agradeceu a Deus pelo fato de que a cerimônia já estava no fim. Os noivos já haviam se beijado – cena que o homem decidiu que seria melhor não ver caso não quisesse ficar ainda pior do que estava – e agora ambos estavam andando pelo corredor entre os convidados, dirigindo-se para a saída da igreja. Riddle sentiu a mão delicada da mãe bater de leve em seu braço, arrancando-o de seus pensamentos e indicando que ele deveria fazer com todos os outros convidados e se levantar.

A medida que os noivos se aproximavam, Tom sentia cada vez mais vontade de sair correndo daquele lugar... Aquilo era humilhante, era triste, era... doloroso. Ver a mulher que ele amava saindo da igreja com outro homem era a última coisa que o jovem queria ver. Observar Cecília passar pela sua frente, usando o vestido de noiva do qual tanto falara antes de suas vidas serem viradas de ponta cabeça e sorrindo de maneira doce para o seu noivo lhe causava um desespero quase pior do que ter que acordar ao lado de Merope Gaunt.

Quando a noiva virou o rosto para observar os convidados, seus olhos prenderam-se nos dele quase que instantaneamente e o seu sorriso fraquejou sutilmente, mas fora apenas uma questão de segundos até que ela voltasse a curvar os cantos dos lábios em um sorriso bonito.

E Tom sorriu em resposta... Sorriu porque se esconder não era uma opção. Sorriu porque as palavras – palavras sobre os quais ele normalmente tinha tanto controle – sumiram de seu alcance. Sorriu porque sorrir era a única coisa que poderia fazer no momento... Mas, acima de tudo, sorriu porque sabia que era a única coisa que poderia fazer para agradar Cecília no momento, nem que fosse apenar para fazer com que um pequeno sorrisinho aparecesse nos lábios dela.