P.D.V. Annabeth Chase

  Dormi perfeitamente bem nos braços de Percy, ouvindo sua doce voz cantando You’re Beautiful de James Blunt e acordei poucas horas depois ouvindo seu chamado.

   -Annie, acorde.

   -Já chegamos? – perguntei, ainda sonolenta.

   -Não, mas estamos quase. Imaginei que você não iria querer que nos vissem assim.

   -É, tem razão, ia ser um problema pra mim.

   -Já até imaginava a Ashley batendo em mim – nós rimos.

   -Tudo bem, ahn, me ajude a voltar ali atrás.

   -Não se incomode, é só eu me afastar um pouco... – se afastou – e pronto, não vão poder reclamar agora – sorriu, um sorriso feliz e sincero que poderia trazer alegria a qualquer um.

   -Em quanto tempo chegaremos? – perguntei depois de alguns instantes.

  Ele olhou para baixo e respondeu.

   -Em cerca de 5 segundos – então Féres começou a descer e pousou no topo da Colina Meio-Sangue.

  Percy desceu primeiro e ofereceu a mão para me ajudar. Peguei sua mão e o encarei por alguns instantes ainda sentindo aqueles choques que sentia sempre que nos tocavamos. Ele percebeu e soltamos as mãos rapidamente.

   -Er... Vamos até a Casa Grande, falar com Quíron e ver se elas já chegaram.

   -É, vamos – respondi, tão desconfortável quanto ele.

  Caminhamos em silencio até a Casa Grande, e teriamos passado despercebidos se não fosse o grande dragão vermelho nos seguindo.

  Chegamos a Casa Grande e encontramos Grover, nosso velho amigo sátiro que nos ajudou na primeira missão e também me trouxe ao Acampamento, conversando com Quíron, o velho treinador de herois centauro e considerado um pai por mim.

   -Quíron – chamei.

  Ele olhou para nós e sorriu assim como Grover. Corri para ele e o abracei.

   -Annabeth, a quanto tempo.

   -É mesmo Quíron, gostaria de vir mais ao Acampamento.

   -Olá Quíron – disse Percy, sorrindo, logo antes de também dar um abraço nele – eai menino-bode, a quanto tempo.

   -Percy, nossa cara, que saudade – ele falou, pulando em cima de Percy, que retribuiu o abraço – Annabeth, ta sumida garota.

   -Eu tô sumida? E você? Todas as vezes que vim você estava fora – disse o abraçando também – falando nisso, como vai sua missão?

   -Ah, vai bem. Estamos conseguindo espalhar a mensagem de Pan e também estamos tentando consientizar os mortais, mas, você sabe, é complicado.

  Quíron alternou seu olhar entre mim e Percy e me perguntou.

   -Annabeth, pensei que você estava na caçada.

   -E eu estou, não sei se Lady Ártemis te avisou, mas logo as garotas estarão aqui.

   -Ah sim, ela me disse. Mas porque Perseus está aqui com você? – perguntou olhando para o filho de Poseidon, que agora conversava animadamente com Grover.

   -Er... Ele está acompanhando a mim e algumas caçadoras na nossa missão – disse, corando enquanto me lembrava de  quanto estar em seus musculosos braços era aconchegante.

   -Uhn... E Lady Ártemis sabe?

   -Bem, é possível que...

   -Annabeth!

   -Não, ela não sabe.

   -Tudo bem, acho que seria bom que você a avisasse logo, não acho que ela gostaria dessa surpresa.

   -Tenho certeza que não.

   -Você deve ter percebido que há varios campistas novos, não é?

   -É, parece que os deuses estão cumprindo sua promessa.

   -Estão. Olha, eu estava pensando se não haveria problema se você e Percy dessem uma aula de esgrima para eles.

   -Por mim tudo bem, mas espere um pouco, vou perguntar para Percy – me virei para ele e disse – Hey Percy, o que acha de darmos umas aulas de esgrima aos novatos?

  Ele pareceu pensar por alguns segundos e decidiu.

   -É, pode ser legal. Vamos?

   -Claro – respondi.

  Nos despedimos deles e fomos em direção a arena. Chegando lá, varios campistas nos encararam confusos, mas alguns nos olharam felizes, esses ultimos eram os veteranos, que lutaram na guerra junto com a gente. Percy logo tratou de chamar a atenção de todos eles.

   -Hey galera, silencio ai. Ta, bem pimeiramente as apresentações. Ahn, pra quem não me conhece, sou Perseus, deus dos dragões, do fogo, da musica e dos semideuses, filho de Poseidon e um dos heróis da guerra.

   -Exibido – sussurrei para ele, que apenas riu e voltou a falar.

   -E essa aqui é Annabeth, uma das caçadoras de Ártemis, também heroína e a pessoa mais brilhante que ja conheci, filha de Atena.

   -Oi. Então, nós passamos no Acampamento e Quíron achou que era uma boa idéia nós ensinarmos esgrima para os novatos.

   -Estão de acordo?

  A maioria deu de ombros, mas alguns sorriram debochados até que um garoto gritou do meio da multidão.

   -Ata, como se uma garota pudesse ser melhor do que eu na esgrima, muito menos ter a capacidade de me ensinar – e riu com alguns caras. Como é que é garoto retardado com um péssimo senso de perigo?

   -Quem disse isso? – perguntei e um cara grandalhão com um sorriso metido no rosto deu um passo a frente – filho de Ares?

   -Claro que sim gatinha – revirei os olhos.

   -Tudo bem pegue sua espada – disse ja pegando minha adaga, a mesma que Luke havia me dado anos atrás.

   -Que isso, não vou lutar com você, é covardia.

   -Pegue. Sua. Espada. Agora – falei pausadamente, usando meu olhar mortal.

   -Tudo bem, ok, mas não reclame se você quebrar a unha Barbie.

   -Boa Sorte! - ouvi Percy dizer.

   -Nem com sorte ela me vence.

   -Não era com ela que eu estava falando - Percy falou com um sorriso.

  Avancei para cima dele com tanta ferocidade que em cerca de 2 minutos ele estava no chão, com um nariz quebrado e com um corte horrivel  no braço esquerdo, e sua espada a vários metros de distancia. Me agachei ao lado de sua cabeça e falei.

   -O que você dizia? – me levantei e olhei para Clarisse, que me olhava com um sorriso – Clarisse, você tem que treinar melhor os seus irmãos, parece que estão ficando frouxos.

   -Que isso Annabeth, não fui eu quem o treinou. Ele nunca foi habilidoso com a espada, ainda duvido que seja meu irmão, é muito fracote, mais ainda do que o Mané quando chegou aqui.

   -Hey – reclamou o filho de Poseidon.

   -Ah, vê se cala boca – disse Clarisse.

   -Vamos começar logo – disse antes que eles começassem a brigar.

   -Tudo bem – respondeu-me Percy.

  Ele puxou sua espada, que apareceu do nada, das costas e me encarou como quem impõe um desafio, que, logicamente, eu aceitei.

  Nos encaramos por não sei quanto tempo, numa guerra silenciosa, até que eu dei um pequeno sorriso e avancei. Admito que estava difícil, ele havia melhorado esses anos, mas não o deixaria ganhar, é uma questão de orgulho. Não sei quanto tempo ficamos lutando, cerca de meia hora, penso eu. Era difícil pois ambos conheciamos todos os movimentos do outro.

  Não faço ideia de como, mas em um segundo estavamos caidos no chão, ele em cima va de mim, e nossos rostos muito, muito próximos.

  Nos olhamos por alguns segundos e ele começou a abaixar seu rosto em direção ao meu e quando nossos labios se encostaram, ouvimos um grito.

   -ANNABETH?! – essa voz parecia a da Thalia.

   -PERSEUS?! DE NOVO?! MAS VOCÊ NÃO TOMA JEITO GAROTO? OLHA O RESPEITO SEU IDIOTA.

  Percy se levantou rapidamente e me ajudou também, depois ele tentou se explicar com Ashley.

   -Calma Ashley, não estava acontecendo na...

   -E VOCE CALA A SUA BOCA, NÃO TEM O DIREITO DE FALAR NADA – dito isso ela se aproximou dele e deu um chute bem no meio de suas pernas, e acho que foi forte pois ele caiu no chão de joelhos chorando de dor, e me puxou da arena.

P.O.V. Perseus Jackson

  Estou vendo estrelas!! Essa menina pode ser pequena, mas tem um chute que derrubaria qualquer um. Acho que nunca vou ter filhos.

  Depois que Ashley saiu puxando Annabeth da arena, Thalia dava gargalhadas enquanto Gabriela tentava segurar o riso, sem sucesso.

   -Pois é Nemo... – interropi Thalia.

   -Não fala nada Para-Raio.

  De repente o silencio foi geral, senti alguém se agachar ao meu lado e dizer.

   -O peixinho se machucou, foi? – olhei para o lado e encarei os olhos azuis da filha de Afrodite.

   -Até você Sophie?
             -Fazer o que Surfista? – ela usou o apelido que me deu quando nos conhecemos, há 5 anos – Não tem como não rir disso.

   -Não é engraçado, não pra mim.

   -Ta, ta. Tudo bem. Então, que colocar gelo ai?

   -Seria muito bom.

   -Ok. Vamos, eu levo você até a enfermaria.

  Ela me ajudou a levantar e fomos para a enfermaria, onde eu me sentei em uma cama e ela me estendeu um saco com gelo.

   -O que faz aqui Libanesa? (N/A: Um beijo pra quem entendeu)

   -Visitar o Acampamento de que tanto falas, por que? Não posso? – disse com um sorriso malandro.

   -Até parece que eu não te conheço. Vamos, quero a verdade. O que é? Está me vigiando?

   -Nossa, é essa a impressão que você tem de mim? Magoei agora – disse com os olhos brilhando em tristeza.

   -Sophie!!

   -Ta, eu estava te vigiando, queria ver como era sua preciosa Annabeth – falou, revirando os olhos e mudando sua expressão de tristeza para irritação.

   -Do que você ta... Espera, você ta com ciumes?

   -Ahn, o que? Mas é claro que não, porque eu teria ciumes?

   -Não sei, pode ser por medo de que eu me afaste de você por causa dela.

   -Não, isso é ridiculo. Eu não ficaria com medo, não me sinto ameaçada. E não estou com ciumes.

   -Está, está sim. Viu, viu. Ta ficando vermelha – disse quando a vi corar.

   -Ah, cale a boca Nemo – ela disse aparentando ficar irritada.

   -Alguém está ficando irritadinha.

   -Deixa de ser retardado.

   -Que isso Libanesa, acho que você precisa rir um pouco – me aproximei dela, com um sorriso sacana.

   -Jackson, o que você está fazendo? – ela perguntou, se afastando cautelosa.

   -Nada de mais, só tratando da sua diversão aqui no Acampamento.

   -Não, se mantenha longe.

   -Por que você iria me querer longe? – me aproximei ainda mais.

   -Porque... – não deixei que terminasse, a ataquei com uma sessão de cossegas. O que resultou em sua risada histerica – para... Haha... Para, eu não... Haha... Eu não aguento... Haha...

  Repentinamente, ela pegou um copo descartavel num criado mudo e jogou toda a água que havia nele e o amaçou na minha cabeça. Parei de rir imediatamente e Sophie saiu correndo e eu, como um embestado, atrás dela.

   -Volta aqui McCullen – gritava com falsa raiva.

   -Tente me pegar Jackson – ela debochava de mim.

   -Quando te pegar vou te mandar pro Tártaro – ameacei enquanto passavamos em frente ao chalé de Ártemis.

  Ela subiu em uma árvore perto do chalé e a usou para subir no telhado.

   -Se você conseguir me alcançar – e ela continuava rindo de mim.