P.D.V. Nico di Ângelo

  O quê que aquela garota tem na cabeça? Eu não fiz nada pra ela. Ta bom, eu cai em cima dela, mas isso não é motivo para dar uma joelhada no meio das minhas pernas. Pense o que quiser, ela tem uma força na perna que eu acho que não posso mais ter filhos.

   -Nico, senta ai que eu vou pegar gelo pra você – Sophie falou, apontando para a bancada.

   -Então, onde aprendeu a dançar daquele jeito? – perguntei me sentando.

   -Não sei, sempre fui apaixonada pela dança, acho que é uma coisa que nasceu comigo, assim como a musica – ela me entregou um saco de gelo.

   -Então é por isso que você escolheu o Percy?
   -Como assim escolhi?
   -Ah, você sabe, marido, namorado, ficante, peguete ou seja lá o que vocês sejam.

  Ela riu.

   -Percy é meu melhor amigo, não tem nada disso no meio. Acho que a musica é um dos motivos para nos darmos tão bem, mas pode ser por que sou a deusa dos amores impossíveis e ele e Annabeth são o exemplo perfeito disso.

   -Sei que é rude perguntar isso, mas vocês têm filhos? Digo você e o Percy, mas não juntos, com mortais.

   -Não, o Percy nunca se envolveu com ninguém por causa da Annabeth, ele não seria capaz de ficar com outra pessoa que não seja ela. E eu, bem...

   -Você? – insisti.

   -Desculpa Nico, essa parte é pessoal.

   -Ah, então tudo bem, não precisa me contar.

   -Não é que eu não confie em você, é que é realmente uma coisa minha, ninguém sabe, só o Percy.

   -Você confia em mim?

   -Confio – ela respondeu sorrindo um pouco.

   -Mas você acabou de me conhecer.

   -É que com você eu sinto a mesma segurança que sinto com o Pers. E espera ai, você não estava bêbado?

   -É preciso mais do que aquilo para me deixar realmente bêbado. Eu não estou conseguindo andar em linha reta, mas isso não quer dizer que eu não consiga usar a cabeça.

   -O.K.. Vem, eu vou te levar de volta pra festa.

   -Não, me leva pro meu chalé.

   -Ta, vamos nessa criança – nós rimos e ela passou o braço na minha cintura e o meu sobre seus ombros.

  Fomos conversando sobre qualquer coisa até chegarmos ao chalé.

   -Pronto agora você se vira – ela falou.

   -Vai voltar pra festa?

   -Não tenho certeza. É a minha festa, não é?

   -É, tem razão.

   -Não se preocupe Nico, eu vou te ajudar com ela.

   -Ajudar com o que? – perguntei. Ela revirou os olhos.

   -Boa noite Nico – ela não deu tempo de responder e saiu andando.

   -Mas ajudar com o que? Não preciso desse tipo de ajuda!

  E foi com esse pensamento que adormeci.

P.D.V. Perseus Jackson

  Depois que deixei Annabeth em seu chalé, fui sorrindo bobamente para a praia.

  Foi pensando nela que avistei uma garota ruiva andando, descalça, a beira-mar. Resolvi acompanha’lá na caminhada, e me aproximei da figura conhecida.

   -E o que uma garota indefesa faz aqui há essa hora? – perguntei.

   -Percy, você sabe que de indefesa eu não tenho nada – disse Gabriela se virando para mim. (N/A: quem ai achou que era a Rachel?).

   -Nenhuma das caçadoras tem, principalmente a Ashley, com aquele chute ela vai a qualquer lugar.

  Rimos da minha piada sem graça.

   -Então, eu vi você e a Annabeth saindo da festa juntos.

   -Você viu? – perguntei nervoso.

   -É eu vi. Vocês formam um belo casal – ela disse sorrindo.

   -Ein?

   -Percy, Annabeth é minha amiga, e eu quero que ela seja feliz. E é mais do que óbvio que ela só é verdadeiramente feliz quando você esta por perto.

   -É?

   -Com certeza. Tem que prestar mais atenção, os olhos dela chegam a brilhar. Não sei se você reparou, mas ela não parou de sorrir um segundo depôs da dança de vocês.

   -Verdade?

   -Só vocês não perceberam.

   -Isso é bom, eu acho. Mas mudando de assunto, o que deu em você para estar aqui a essas horas?

   -Sei lá, só estou feliz, e gosto da beira-mar.

   -Do you want go to the seaside? I’m not trying say that everybody wants to go – cantei.

   -But I fell in love on the seaside – ela me acompanhou.

   -On the seaside.

   -In the seaside – nós começamos a rir – eu adoro essa musica.

   -Gosta de The Kooks?

   -Minha banda preferida.

   -É, você tem bom gosto – falei – e por acaso eu posso saber o que é o motivo de sua felicidade? – sorri.

   -Não, é segredo – ela falou malandra.

   -Hum, quem é o sortudo?

   -O que? Não tem sortudo – ela disse, corando.

   -Gabriela – chamei.

   -Oi?

   -Está escrito na sua testa que tem alguém.

   -Não enche Perseus, já falei que é segredo – ela disse me empurrando de brincadeira.

   -O.K. Eu paro de te encher. Já vou dormir, está ficando tarde.

   -Ainda bem, não te agüentava mais.

  Apenas ri e disse.

   -Boa noite Gabriela.

   -Boa noite.

  Depois eu fui caminhando para o chalé de Poseidon, quando estava quase saindo da praia, ouvi Gabriela gritar.

   -Hey Percy.

  Virei-me.

   -O que? – gritei.

   -Sonhe com ela – revirei os olhos e voltei a caminhar para o chalé.

   -Percy, acorda garoto – acordei com Sophie gritando e me batendo com um travesseiro.

   -Ai! O que você quer? – perguntei revidando o ataque.

   -Levanta logo. Quíron convocou o conselho de guerra. E você está atrasado.

  Levantei num pulo e entrei correndo no banheiro gritando um “me dá 5 minutos”.

  Tomei um banho rápido, vesti uma bermuda, escovei os dentes e sai do banheiro. Aos tropeços vesti uma camiseta branca e fui correndo para a Casa Grande.

   -Desculpe o atraso Quíron, dormi demais.

   -Lady Sophie já nos informou – disse Quíron.

   -Já estamos todos aqui, vamos começar logo – disse Clarisse.

  Revirei os olhos. Impaciente como o pai!

   -Bom, como já expliquei para vocês, recentemente, alguns objetos dos deuses vem sumindo, um desses objetos é o arco de Lady Ártemis. Ela enviou suas caçadoras em grupos de busca para encontrá-lo, porém, a busca foi interrompida pois um desses grupos encontrou um misterioso inimigo com uma arma poderosa. Thalia, Annabeth, Gabriela e Ashley, o grupo que o encontrou, juntamente com Perseus, como era essa arma exatamente?

   -Bem, ela é exatamente igual a um sabre de luz, o de Star Wars, sabe? – começou Thalia.

   -Percy, você testou o sabre? – perguntou Annabeth.

   -Eu testei com varias espadas, e ele quebrou todas elas, até o bronze celestial que, apesar de resistir um pouco mais, também se partiu.

   -E os escudos, como reagiram? – Ashley perguntou.

   -Foram perfurados ou cortados ao meio – respondi.

   -Todos?

   -Sim, não tive dificuldade alguma em destruí-los.

   -Isso é um problema (N/A: AVÁ) – disse Quíron – precisamos descobrir do que o sabre é feito, e fazer algumas réplicas, assim, poderemos também criar escudos que funcionem contra essas armas.

   -Quíron, pelo pouco que pude descobrir, não é tão complicado. Basicamente, é um conjunto de espelhos que reflete a luz em um cristal, que transforma a luz em energia, o que o torna praticamente indestrutível e capaz de atravessar qualquer coisa.

   -E que cristal é esse? – Thalia perguntou.

   -Esse é o problema, eu não sei.

   -Eu sei – disse Sophie – bem, eu analisei o sabre junto com Percy, primeiramente não consegui descobrir qual era, mas eu perguntei a alguns deuses se eles o conheciam. Apolo me disse que é o cristal de Éos. Pesquisei mais sobre ela na biblioteca de Atena, mas a mesma me disse que não há registros sobre ele. É um cristal extremamente raro, pelo que consegui descobrir, só Éos pode achá-lo.

   -Só uma coisa – Travis disse.

   -Quem é Éos? – Connor completou. (N/A: é eles voltaram para o Acampamento).

   -É a deusa do amanhecer, tem poucos filhos e poucos a conhecem – Annabeth respondeu.

   -E o filho dela é o dono do sabre – disse Sophie.

   -Então já era, a não ser que mais alguém aqui saiba onde está o cristal – Clarisse falou.

   -Nós não vamos desistir, nossa missão é achar o arco de Lady Ártemis, e nós nunca falhamos em uma missão – Ashley falou com convicção.

   -Acorda, nem os deuses acharam, por que vocês achariam? – Clarisse.

   -Se nem os deuses acharam, nós seremos as primeiras – falou Annabeth, com uma expressão séria.

   -Nós, nós seremos os primeiros, lembra? – falei.

   -Aquilo valia apenas para aquela missão, essa é diferente – Ashley.

   -Não, a missão de vocês é recuperar o arco de Ártemis, e essa missão tem o mesmo objetivo.

   -Não tem, não. O objetivo dessa missão é encontrar o cristal.

   -Para?

   -Criar armas que possam ser utilizadas para nos defender e destruir o inimigo – discutiu Ashley.

   -Que?

  Gabriela suspirou e respondeu pela amiga.

   -Que roubou o arco.

   -Eu odeio admitir, mas ele está certo – disse Annabeth.

  Sorri e encarei Thalia.

   -E então? – perguntei.

   -Tudo bem, você vai. Não seria o mesmo sem aquele carro – ela sorriu.

   -Ou Féres, adorei aquele dragão – Annabeth falou.

P.D.V. Annabeth Chase

   -Gostou só por que voou agarradinha com Percy, né? – Gabriela sussurrou no meu ouvido.

  Senti ter ficado vermelha, mas não disse nada.

Rachel, que só percebi a presença agora, ficou com os olhos verdes e soltou aquela fumaça verde pela boca, que envolveu eu, Thalia, Gabriela, Ashley, Percy, Nico e Sophie, e disse a profecia.

Ao Norte seis devem ir

Para o cristal encontrar

O Amor deverá assumir

E a Morte irá chamar

Pelas mãos do escolhido

O traidor perecerá

O que a Sabedoria já havia decidido

Finalmente revelará

   -Foi muito ruim? – ela perguntou.

   -Não, na verdade, foi boa – Percy disse.

   -Isso é estranho, muito – falei.

   -Tem razão, não é normal uma profecia ser tão simples assim – falou Thalia.