Até os Anjos Choram escrita por _Luuh_


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Poxa gente, minha primeira fic aqui no Nyah! Espero que gostem, eu amo RxR *-*
Eu tive a idéia dessa fic quando ouvi um carinha, que eu não sei o nome, cantar uma música, que eu não sei qual é (to bem informada né?), e a letra era mó fofa falando de anjos e tals e aí eu olhei pro pôster do Reita atrás da porta e... foi a fic mais rápida que eu já fiz! xD



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                Lembro ainda da primeira vez que o vi, ele andava tranqüilamente pela rua totalmente alheio de que estava sendo observado.

                Engraçado, sabe quando de repente você vê algo que lhe chama a atenção e você não para mais de olhar? Foi assim que aconteceu. Olhei para o outro lado da rua e ele poderia ter passado despercebido se não fosse a cor vermelha de seus cabelos. Por um momento achei que era isso que havia me chamado a atenção, mas não; afinal, se seus cabelos vermelhos superavam sua baixa estatura, a sua beleza superava muitos rostos bonitos que eu já havia visto. E havia sua boca... ah sua boca, ele usava um batom preto que deixava seus lábios, e não havia outra palavra que se encaixasse melhor aqui, indecentes.

                Ri de mim mesmo ao perceber o quanto eu havia reparado naquele desconhecido em menos de um minuto. Fechei os olhos e pude visualizar sua face perfeitamente desenhada em minha memória, e isso não era normal.

                E agora, seis meses depois da primeira vez que o vi, eu estava sentado na mesa de um pequeno Café o observando enquanto ele falava, chorava e soluçava sentado em minha frente. Eu falava algumas palavras de consolo e frases clichês, mas ele não se acalmava. Tudo o que eu queria era abraçá-lo, poder senti-lo ao menos uma vez, fazer com que a dor de seu coração sumisse de alguma forma.

                Era isso o que eu mais odiava em mim mesmo. Se eu nunca o tivesse seguido aquela vez que o vi; se eu nunca tivesse provocado aqueles encontros supostamente casuais todos os dias até que ele reparasse em mim; seu eu não tivesse me encantado com seu sorriso; se eu nunca o tivesse visto então eu não estaria aqui o vendo chorar na minha frente, mais uma vez.

                Sempre o admirei por ser tão, como posso dizer? Desligado talvez. É verdade que ele demorou pelo menos um mês para reparar minha presença diária no pequeno mercado onde ele trabalhava, sempre no horário de seu expediente, sempre em seu caixa e sempre comprando uma barra de chocolate. Mas o que mais me chamava à atenção era que ele não se importava se nossas conversas eram sobre ele, eu o adorava e adorava ouvir as histórias de sua infância e de sua família. E como se houvesse um acordo mudo entre nós ele nunca perguntava sobre mim. Eu já sabia de praticamente tudo sobre ele, sua família, seus amigos e sua vida amorosa.

                Eu achava graça quando ele contava sobre seus antigos casos, e como ele tinha história pra contar! Cheguei a achar que podiam ser invenções para se mostrar e contar vantagem, mas ele não tinha motivos para isso. Ele tinha um encanto que, eu sabia, derrubava muitos corações. No entanto suas histórias começaram a perder graça quando elas contavam sobre seu atual namorado e ele mais chorava do que propriamente contava algo.

                Fazia dois meses que a cada traição de seu namorado mais choros aconteciam e mais meu coração se quebrava. Perdi a conta de quantas vezes eu lhe perguntei por que ele não o largava e ele respondia em meio aos soluços que o amava demais e que um dia ele perceberia e retribuiria esse amor.

                Eu realmente queria conhecer o mundo em que aquele baixinho vivia, pois minhas esperanças já estavam no fim, logo eu que deveria ter mais esperanças que ele. Eu não agüentava mais vê-lo sofrer, era torturante para meu coração, eu precisava me afastar antes que algo ruim acontecesse a mim ou a ele.

                Ele terminou de falar com um suspiro e o choro um pouco mais controlado.

                - O que vou fazer Reita-kun?

                - Ruki... Você... Acredita em anjos?

                Seus olhos inchados e vermelhos me miraram curiosos como os de uma criança inocente.

                - Anjos?

                - Sim.

                - Eu... Acho que sim, por que a pergunta agora?

                Ele soava tão inocente e frágil que me fez tremer levemente, olhei bem para seu rosto manchado pelas lágrimas sentindo uma vontade enorme de tirar a vida daquele que lhe fazia sofrer, ele não tinha coração e não dava valor ao ser humano mais incrível que já conheci, ele não merecia a vida.

                - Reita, tudo bem? Vo-você está chorando?

                Sua voz me trouxe a percepção de algo úmido em meu rosto. Eu nunca havia sentido algo como aquilo, não sei bem o que era aquela dor no peito, uma angústia que parecia não ter fim.

                - Ruki, se você acredita em anjos então você estará bem, você estará seguro e nunca sozinho, promete pra mim que você sempre vai acreditar neles?

                - Reita, por que está fazendo isso?

                - Promete Ruki.

                - Eu... Eu prometo. Se você quer que eu acredite então sempre acreditarei.

                Fechei meus olhos e agradeci com um aceno da cabeça.

                - Você vai embora não é?

                - Eu não posso mais suportar, eu preciso ir.

                Sua boca se abriu como se ele fosse falar algo mas fechou-se novamente, lágrimas silenciosas voltaram a escorrer em seu rosto e fiquei assim o admirando por alguns minutos.

                - Eu não queria que você fosse.

                - Eu não queria ir.

                - Voltarei a vê-lo?

                - Se você acreditar em anjos eu vou te visitar em todos seus sonhos.

                - Você promete?

                - Eu prometo.

                Levantei-me e segui para a porta passando ao seu lado, ele se ergueu e me chamou antes que minha mão alcançasse a maçaneta. Virei-me olhando para seus olhos que tinham um brilho diferente, eles estavam suplicantes.

                - Me abraça? Uma única vez, por favor. Eu queria sentir você ao menos uma vez.

                Eu me perdi naqueles olhos pequenos e brilhantes encontrando a reciprocidade que tanto queria e tudo que consegui fazer foi caminhar os poucos passos que nos separavam e o envolver em meus braços pela primeira vez. Senti seu calor e seu perfume me inebriando, o apertei com força para prolongar aquela sensação.

                - Obrigado por tudo meu anjo.

                Suas palavras soaram delicadas em meu ouvido e eu não queria me afastar dele.

                Quando abri meus olhos eu não estava mais lá, caminhei pelo campo deserto onde me encontrava e sentei numa árvore próxima. Fechei os olhos me recordando daquela sensação de tê-lo em meus braços, de sentir seu calor em mim. Sorri quando senti novamente uma umidade que escorria de meus olhos para minha face.

                Se houvesse algo errado que parecesse tão certo no mundo era o amor, algo que todos dizem ser o melhor dos sentimentos, mas que de alguma forma sempre nos leva as lágrimas. Claro que tê-lo em meus braços fora a sensação mais incrível que eu já havia sentido, era algo maior que qualquer sentimento. Mas por que então lembrar dele fazia com que eu chorasse ainda mais?


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Notas finais do capítulo

Um agradecimento especial a Manu por betar e ser obrigada a ler todas minhas fics mal acabadas xD

Espero que gostem mas mesmo se não gostarem mandem reviews ;)
=*