Caminhos para o Inferno escrita por Nynna Days


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Desculpas pela demora, estava sem criavidade.



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Capítulo 9

“Me liguei assim que você quiser que eu te busque, moleque.”, eu disse novamente para Koren.

“Tudo bem, estranha.”, ele disse fechando a porta do carro.

Nós estávamos na porta dos Princ. Teddy e Cris estavam na porta encarando Koren e eu enquanto trocávamos amorosas despedidas. Cris, literalmente estava dividida entre dar um pulo e agarrar Koren, o arrastando para dentro ou fazer sua melhor expressão de luto e continuava dando os pêsames. Para mim, nem um e nem outro estavam funcionando.

Teddy havia posto o braço envolta dos ombros de Cris distraidamente, mas Cris se afastou rapidamente antes que Koren pensasse algo errado sobre eles. Crianças. Ás vezes se apaixonam e ficam tão retardados. Ou ás vezes ficam igual a mim.

“Então , isso é tudo, mamãe?”, Koren me perguntou querendo se juntar a Turma do Barulho. Se ele pensava que eu iria dar uma de Esqueceram de Mim, estava muito enganado. E isso de mamãe?

“Suas piadas estão cada vez piores, mas sim. Apenas vá na fé e não se meta com a polícia, caso contrário, espero que não tenha medo de dormir com companheiros de quartos. Em uma cela.”.

Koren fingiu rir e foi em direção ao Teddy e Cris. Como eu havia dito antes, Cris havia, literalmente, puxado Koren para dentro junto com ela, enquanto Teddy ficou desolado e para trás com seu rosto quase inexpressivo. Mas eu conhecia aquela expressão, mesmo não a usando muitas vezes. Tudo bem, nunca a havia usado. Mas já havia visto muito com os meus amigos. Era denominada como : “Amor perdido.”, no caso de Korinna. Ou “Coração machucado” no caso de Miguelito. Ou “Amor não correspondido” no caso de Tina.

Amor pode ser confuso, mas pode fazer muitas pessoas cresceram. Olhem para mim como exemplo. Tudo bem que eu nunca amei, mas já vi pessoas amarem antes. Meus amigos, o meu ex padrasto morto, até minha mãe demonstrou seu amor pelo meu pai nos seus últimos estantes de vida. E com toda essa aprendizagem, eu tinha certeza de uma coisa:

O amor vem junto com muita dor de cabeça.

Assim que cheguei em casa, ignorei o chamado de minha avó e subi de novo para o meu quarto. Quando cheguei na porta adivinha o que encontrei? Ele todo remexido, da cabeça aos pés. Meus livros jogados no chão, minha cama completamente desforrada, meus armário e cômoda totalmente em estado de caos. Só faltava ter jogado meu computador no chão e terem feito uma fogueira com ele.

Tudo por causa do diário. Pena que eu já havia previsto que isso iria acontecer eventualmente e o levei comigo. Se eu não tivesse com esse ótimo senso de humor, gritaria com o filho da mãe que havia desarrumado meu quarto, mesmo que esse filho da mãe fosse a minha avó. Mas como estava de bom humor hoje, arrumei meu quarto dobrando peça por peça de roupa e guardando cada livro em seu respectivo lugar. Ainda me dei o direito de cantar uma das minhas músicas favoritas do Paramore.

Essa arrumação levou um bom tempo da minha vida, mas terminou. Me joguei na cama recém-arrumada e peguei meu livro “O Mistério da Avenida 16.”. Cara, eu tinha que descobrir o que a Melinda fez com o Tom depois que descobriu que ele o traia com a sua melhor amiga.

Então em um movimento só, abri a porta e encontrei os dois. Tom e Felícia juntos. Se agarrando na mesa da minha cozinha. Desgraçados. Filhos da mãe. Havia confiado a minha vida nesses dois e eles haviam me traído desse jeito descarado.

“Saiam da minha casa, agora.”, gritei batendo o máximo possível na cara da vadia. Tom estava me segurando pela cintura enquanto “tentava explicar”. Eu daria uma coisa para ele explicar.

Acertei meu pé entre as suas coxas e voei pra cima de Felícia. Nunca havia sido uma boa lutadora, mas uns bons puxões naquele cabelo loiro falsificado e uns bons tapas na cara pálida dela, eu dei. Tom se recuperou do golpe e me agarrou pela cintura novamente, dando um tempo para a vadia terminar de colocar o resto da roupa.

“Me solta, seu filho da mãe.”, eu gritei enquanto me debatia. Vi o rosto de Felícia assustado enquanto terminava de se vestir. Ela nunca havia me visto assim antes. Nem Tom. Nem eu mesma havia me visto assim antes.

“Calma, Mel.”, Tom sussurrava no meu ouvido tentando me acalmar. Antes aquela voz me deixava toda derretida por ele, agora me dava mais vontade de quebrar o seu nariz.

Antes que eu desistisse e deixasse que eles fossem embora com parte das caras sem danos, alguém irrompeu a porta da cozinha entrando. Era Will , meu vizinho. Uma formigação engraçada começou nos meus dedos dos pés e borboletas zumbiam em meu estômago quando via seu perfeito cabelo castanho e seus lindos olhos escuros me encarando.

Ele foi para cima de Tom e me soltou dele. Sem perder tempo deu-lhe um soco no nariz, fazendo-o voar para toda a louça que estava em cima da pia. Voei novamente para Felícia, mas com uma tática diferente. Em vez que rasgar seu lindo rosto, rasguei sua bela roupa, a obrigando a ir embora sem ela.

“Sua louca.”, ela gritou vendo o que eu estava fazendo.

Parei de rasgar e a encarei. Não sei o que havia de certo no meu olhar, mas a fez dar um passo para trás. “Ou é a sua roupa , ou sua cara.”, eu disse. Depois disso ela ficou em silêncio.

Will fez Tom sair voando , literalmente pela janela e antes que eu pudesse fazer a mesma coisa, Felícia já havia saído correndo ao lado de Tom.

“Mandarei o divórcio, desgraçado.”, gritei enquanto encarava os dois correndo.

Assim que os dois saíram da minha vista, me virei para Will. Tinha algo nele, algo que era misterioso, que me atraía, mas eu não sabia o que era. Ele desaparecia de repente, sempre pulava assuntos que diziam respeito a sua família e coisas do tipo.

“Mel. Eu tenho que te contar uma coisa.”, a voz de Tom perto da de Will parecia rude. Era tão aveludada, perfeita. Mas perfeição sempre vem com um preço.

Eu conseguia sentir a tensão entre nós dois. Era engraçado como podemos nos mover no mesmo jeito, era para ser impossível. Minha garganta estava seca, então apenas assenti.

“Aquelas coisas que os vizinhos vem te contando sobre fantasmas morarem aqui e coisa e tal. Bem,”, ele começou mas eu interrompi.

“Will, não precisa se preocupar. Eu não acredito nesses negócios de fantasmas. É impossível de existirem.”

Isso pegou como uma fecha em Will. Em um momento tínhamos um clima e no outro, não mais. Ele ficou tenso e de repente me agarrou pelos braços para que eu não pudesse desviar-lhe o olhar.

“Eles existem, Mel. Eu sou um fantasma.”

Assim que acabava o capítulo. Como eu havia dito antes, amor sempre vem com muita dor de cabeça. Por isso eu o evitava ao máximo. Para que amar se iria ficar igual aos meus amigos?

Olhando para o nada, esperando que alguma coisa caia do céu e Bum , eles sejam correspondidos. A vida é mais difícil, o buraco é mais embaixo.

Coloquei meu livro no criado mudo em cima do diário e peguei meu telefone. Tinha que ligar para Korinna. Já fazia um bom tempo que eu não tinha notícias dela. Bem, se não fosse pelo meu pequeno show no enterro da minha mãe, nós teríamos conversado.

Depois do terceiro toque que uma voz masculina atendeu na casa dos Stand. Com certeza não era a Korinna e duvidava muito que ela estivesse com um namoradinho novo.

“Alô?”, disse a voz.

“Hey, a Korinna está?”, eu disse me sentando na minha cama meio desconfortável.

“Claro, baby. Não está me reconhecendo?”, a voz parecia irritada por não ser reconhecida. Mas depois do baby , eu já sabia quem era.

“Matt.”.

Matt Stand era o irmão mais novo da Korinna. Ela iria matá-lo por estar no quarto dela. Ele meio que tinha uma quedinha por mim, mas ele só tinha 13 anos. Pelo amor de Deus. Posso ter ido para a delegacia por invasão de propriedade privada, mas nunca por abusar de menores. Mesmo porque, eu também era menor.

“Senti a sua falta, baby. Por que você não vem aqui e nós podemos sair para jantar , ou algo do tipo?”, ele estava tentando me convidar para sair pela centésima vez, mas a resposta sempre era a mesma.

“Não. Só quero falar com a Korinna.”, eu disse com minha mão coçando para desligar o telefone.

“Ela saiu com a minha mãe. Por que você não dá chance para o amor, Emi?”, ele perguntou quase implorando.

“Porque o amor é idiota e deixa as pessoas mais idiotas ainda.”, essa sempre era a minha reposta para essa e semelhantes perguntas.

“Meu amor não é idiota.”, ele rebateu.

Mas você é. , era a resposta que estava na ponta da minha língua , mas antes que eu tivesse a ousadia de soltá-la , o relógio me chamou fazendo tic-tac.

Já eram dez horas. Tinha que buscar o Koren.

“Seu amor não é idiota, tudo bem. Mas no momento , estou namorando, então não posso recebê-lo. Mas quando meu coração estiver aberto para o amor, você será o primeiro a saber.”, disse como uma despedida.

“Nosso jantar está de pé?”, senti uma ponta de esperança, mesmo pelo telefone.

Tinha que acabar com ela. Era um instinto natural feminino.

“Não.”, desliguei.

Voei escada a baixo e entrei no meu carro, dirigindo de volta para a casa dos Princ. Assim que cheguei em frente a casa, não tive oportunidade de bater, porque ali, encostado na porta, estava Kris.

Ele não estava com o sorriso brincalhão de quando eu o conheci pela primeira vez. Estava sério. Saí do carro , mas não aproximei. Apenas me encostei no carro esperando ou uma explicação por ele estar me seguindo ou que ele fosse embora.

Ainda não confiava nesse cara. Não sabia se ele seguia ou não as regras. Eu era muito jovem para morrer assim.

“Eles o levaram.”, Kris disse.

“Levaram quem? O que levou?”, eu disse. Percebi que toda vez que encontrava Kris nunca tinha resposta, apenas mais e mais dúvidas.

“Seu irmão. Eles o levaram, pequena Twist.”

Eu dei um pulo do carro e até mesmo esqueci sobre a bobagem de regras dos vampiros. Só sabia que estava a poucos centímetros de Kris e que minhas mãos estavam em seu casaco de couro.

“Quem levou?”, minha voz estava tremendo e rosnando.

Estava com medo? Óbvio, mas Koren era o meu irmão mais novo e eu tinha prometido a minha mãe que iria protegê-lo.

“Vá na Katerine. Lá poderei matar dois coelhos com uma cajadada só. E além disso.”, suas mãos foram para cima das minhas e as tiraram do meu casaco. “você está amassando o meu casaco novo.”

Antes de fazer o que Kris havia mandado, bati na porta de Teddy para saber se era verdade o que o vampiro estava me dizendo. Esse negócio de matar dois coelhos com uma cajadada só não havia pego muito bem para cima de mim.

Teddy só havia dito que Koren e Cris haviam saído para dar uma volta e não haviam voltado até agora. Merda! Ponto para o vampiro. Pulei de volta no meu carro e dirigi até a casa da Barbie.

Bati tão forte na porta que eu pensei que iria derrubá-la sem querer. Tocava a campainha freneticamente, mas ninguém estava atendendo. Só faltava a Barbie e sua mãe terem saído para jantar ou coisa assim.

“Calma, pequena Twist”, Kris colocou a sua mão em cima na minha tentando me acalmar.

Dei um pulo de dez metros no ar com a sua voz. Como esse cara se movia tão rápido? Eu nem havia dado uma carona para ele e no segundo seguinte ele já estava aqui do meu lado.

“Acho que eles saíram.”, eu disse respirando fundo, tanto para acalmar meu coração por causa do susto, quanto para me acalmar. Puxei o máximo de fôlego que pude. “Barbie.”, gritei.

Não me importava que os outros vizinhos ouvissem. Todos sabiam da minha rixa com a Barbie , então pensariam que era apenas “ mais uma briga de adolescentes.”

A porta se abriu e nesse momento, Barbie e eu pulamos e soltamos gritos abafados. Eu porque ela estava horrível. Seu cabelo estava em uma confusão, sua roupa estava toda amarrotada e molhada e sua maquiagem completamente borrada, como se ela tivesse corrido, chorado e se descabelado ao mesmo tempo.

Seu dedo tremulo se levantou e apontou para trás de mim, soltando outro grito. Era o Kris. Ela estava com medo dele. Droga de hora para o dom da Barbie funcionar.

“Quem é ele?”, ela perguntou com a voz mais trêmula do que a sua mão.

“É um vampiro. Kristian Caust.”, eu disse indo direto ao assunto.

“Mas pode me chamar de Kris.”, ele fez uma pequena reverência para a Barbie.

Antes que eu tivesse a chance de abrir a minha boca, Barbie se jogou em minha direção, me abraçando. Eu achava que era mais fácil eu conversar com uma barata do que abraçar a Barbie. Mas ela estava assustada e não era pelo fato de ter um vampiro na sua frente. Era algo bem pior. Algo que tinha a ver com o sumiço ( ou sequestro ) do meu irmão.

Segurei Barbie pelo ombro a afastando. Ela era tão baixa quanto eu, então nenhuma das duas poderia mostrar superioridade. Ela estava chorando. O que tive acontecido abalou muito ela. E se eu não fosse tão boa poderia até filmar isso e colocar na internet. Seria acessado milhões de vezes por dia.

Ganharia ate´um prêmio. Mas como havia dito antes, eu era uma boa menina. Então tudo que fiz foi colocá-la sentada dentro do meu carro e esperar que ela se acalmasse totalmente.

Kris foi dentro de sua casa e pegou um copo d'água. Ela bebeu em um só gole e depois respirou fundo algumas vezes. Enquanto isso, tinha algumas perguntas para um certo vampiro.

“O que aconteceu?”, eu perguntei cruzando meus braços. Estava mesmo mostrando que era teimosa. Porque eu era mesmo.

“Deixe que Katerine se acalme e pergunte a ela. Diferente de você, pequena Twist, ela assistiu tudo de perto. Por isso está assim.”, ele terminou apontando para Katy ainda respirando com dificuldade e ofegante. Voltei minha atenção ao vampiro.

“Quem levou meu irmão?”, perguntei voltando a pergunta que ele havia pulado antes.

“Estou proibido de respondê-la , pequena Twist. Mas posso ajudá-la a descobrir.”, ele olhou para os pés envergonhado. Eu estava pouco ligando se o papa havia proibido ele de contar. Eu tinha que saber quem foi o safado para dar um belo chute na bunda dele.

“Quem te proibiu?”, pelo menos minhas perguntas estavam tendo respostas, mesmo não sendo exatamente as respostas que eu queria.

Ele hesitou um pouco. Nossa! Até vampiros tinham o rabo preso. Eram paus-mandados. Quem quer que fosse que estava mandando nele estava me atrapalhando a achar meu irmão.

Kris me encarou um momento antes de responder. Seu rosto lindo ainda sério. “Os pais de vocês duas.”


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