Lágrimas e Lágrimas. escrita por Pudding


Capítulo 8
Phantom, pare. nós não podemos, não devemos..


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por ficar tanto tempo sem postar, vou tentar atualizar a historia frequentemente.



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– Não podemos ficar juntos se não nos amarmos! - ele disse indgnado.

– Eu vou tentar amar você novamente!

Ele se calou. Eu não quero fazer isso, é injusto comigo e com o Matt. Mas vou fazer para nos livrarmos da maldição. Falando assim, pareço uma pessoa cruel. Eu sei.

– Depois que nos livrarmos da maldição, ainda precisamos ficar juntos?

– Eu... er.. não.

Ele dizia como se quisesse que ficássemos juntos. Isso era obvio em seu olhar. Mas ficou no passado, isso está fora de questão hoje. Ele decidiu não continuar naquele assunto, então se calou. Para quebrar aquele silencio matador, disse:

– Por que guardião? Ele são do mal!

– Eles nos guardam do mal da terra. Se qualquer um tentar nos matar, ele nos guardará. Eles são guardiões apenas para nós, para o resto da humanidade são... deuses da morte.

– Espere... eles nos guardam da morte, e matam as outras pessoas?

Ele sorriu com um pouco de ironia e fez um sinal positivo com a cabeça.

Um silêncio pairou por aquele quarto escuro, onde via nitidamente seu tosto iluminado pelos feixes de luz que escapavam pela janela, com a iluminação da grande lua cheia. Não era um silencio ruim, trocávamos olhares, com um pouco de desconforto, mas era algo que fazíamos no passado e aquilo, naquele momento, era como recordar o passado. De repente comecei a pensar em Matt, em como ele estaria, e meus pensamentos ruins voltaram, as cores começaram a variar e eu entrava novamente no estado do sofrimento, a combinação preta, olhos, cabelos e a pedra escurecendo aos poucos.

– Somos imortais? – perguntei para tentar esquecer tudo aquilo por um momento.

– Bom... posso dizer que sim. Enquanto estivermos amaldiçoados, sim. Depois que nos livramos da maldição, voltaremos a ser apenas simples humanos mortais – explicou Phantom.

– Hum... entendi.

Eu sorri e percebi que seu semblante também estava prestes a soltar um sorriso. Ficamos rindo juntos, até que ele disse.

– Você não mudou.

– Como assim Phantom?

– Você continua perfeitamente linda, como na época que namorávamos.

– Você também continua como antes.

– Bonito? – ele disse interrogativo.

– Er.. sim. Phantom, não faça isso comigo!

Ele sorriu e seus dentes brilhavam, ele estava transformado, e confesso que estava mais bonito agora. Seus cabelos estavam pretos e os olhos verdes. Quando ele era humano, as cores eram essas mesmas. Só não entendi por que minhas cores naturais mudaram, e as dele não! Então perguntei a ele:

– E as variações de cor?

– Bom, essas são meio confusas. Cada sentimento e sensação tem uma cor. Mas a única cor que não consigo entender é quando as pedras se neutralizam. No meu caso, as cores continuam as mesmas de quando eu era humano, cabelos pretos e olhos verdes – ele sorriu ironicamente e fez uma careta fofa. Depois, continuou:

– Agora quando não estou neutralizado, são muitas cores diferentes. Azul, vermelho..

– A minha cor natural agora é o vermelho – disse interrompendo-o.

– Você parece não ter gostado né? – disse ele tocando os fios avermelhados e olhando com um sorrisinho bobo e um semblante carinhoso. – Saiba que acho que agora você está até mais linda do que antes.

Não consegui e soltei um sorriso. Ele sorriu também e continuava a acariciar meus cabelos. Depois parei de disse:

– Nossa, tudo isso é meio confuso.

– Com o tempo você se acostuma.

– Somente estamos neutralizados quando não pensamos em nada e quando pensamos apenas numa pessoa e esta pessoa pensa apenas em você. Você entendeu isso?

– Hum...sim.

Ali ficamos conversando por horas, matando as saudades dos velhos tempos e eu fui entendo um pouco mais sobre o que era ser uma criatura.

– Há quanto tempo você é... isso?

– Há quase um mês, e você?

– Nem me lembro, acho que há menos de uma semana. Quando vou ver o guardião?

– Isso não posso te responder. A única coisa que posso te dizer é que nós temos o mesmo guardião, já que somos um par de pedras. Ele é meio cruel, mas você se acostuma com o tempo.

– Mas você não disse que eles não podem sair do mundo deles? – disse confusa.

– Somente podem sair para visitar as criaturas de seu par de pedras. O nosso guardião sai raramente, me visitou apenas uma vez. Ele é o dono dessas pedras que carregamos.

– Você causa dor em uma pessoa se não andar com a pedra sempre com você? – disse mudando de assunto, já que sobre o guardião ele não sabia o que dizer.

– Não! – ele disse surpreso – por quê?

– Bom... eu causo dores no Matt se não andar com meu colar. Se o tirar, posso matá-lo de dor.

– Nossa. Eu causo dores nas pessoas apenas quando encosto nelas. Você tem uma ligação muito forte com esse Matt, e é algo que temos de descobrir!

– Mas o que seria?

– O guardião sabe responder a todas nossas perguntas, mas temos que falar com jeito, pois ele pode se irritar e ir embora.

Ficamos conversando durante muito tempo, mas ainda era um pouco estranho conversar com ele. Certa hora, ele me disse:

– Você me amava?

– Sim.... eu amava – respondi hesitando um pouco.

– E ainda restou algo disso?

Não respondi. Eu ainda sinto algo por ele, mas não sei se o amo. Eu amo o Matt. Ele me deu vida novamente quando perdi o Pierre... ou Phantom. Mas ele ainda consegue me deixar confusa.

– Tudo bem, o tempo dirá se você – ele parou.

– O tempo dirá o que devo fazer, e o que eu quero fazer – completei.

Ele sorriu sem animação, como se eu tivesse tirado as palavras de sua boca. Um longo silencio pairou pelo meu quarto novamente, desta vez foi incomodo. Ele me olhava e via que seus olhos se enchiam de lagrimas. Seus olhos começaram a escurecer e os cabelos que já eram pretos, pareciam ter ficado mais intensos ainda. O brilho de seu sorriso pareceu sumir e os feixes da luz do luar que escapavam pela janela já não eram, mais capazes de iluminar ele.

– Não sofra – disse me aproximando um pouco e acariciando seu rosto.

– “O que você quer de mim? Seu amor. Fique tranqüila, você já tem isso. Então nós nos beijávamos pela primeira vez...”

Ele começou a repetir as palavras que trocamos no nosso ultimo encontro, antes de nos separarmos. Ele continuou.

– “Eu te amo, para sempre...”

Essa parte ele disse com a voz trêmula e as lagrimas escorriam lentamente pelo semblante triste e sombrio. Mas que ainda era muito bonito. Ele havia me dito isso. E eu tinha respondido que também o amava. Finalmente, depois de se recuperar um pouco, ele disse:

– Você não me ama mais.

Eu não tinha o que dizer. Apenas ficamos em silencio e ele se aproximou. E eu ainda não consigo controlar isso. Aah Phantom, como você consegue fazer isso comigo... eu não sei.



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