Lágrimas e Lágrimas. escrita por Pudding


Capítulo 7
Pierre... ou Phantom.


Notas iniciais do capítulo

Agora muitos segredos e histórias do passado estão acontecendo e vindo à tona. É um pouco confuso, mas tudo irá se explicar conforme o desenrolar da história. Guardião* é um nome dado as criaturas do outro mundo. Como a história é inspirada em Death Note, posso simplificar: os guardiões são como os Shinigamis, com algumas pequenas diferenças.



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Meu namorado se levantou e me puxou com toda força, caímos no chão.

- Você estava o beijando! – ele disse num tom alterado. Eu me levantei, mas ele continuou deitado no chão, ele se retorcia pelas dores que sentia.

- Pierre? – disse mais uma vez.

- Querida, quanto tempo... – ele me olhava com seus olhos verdes, ele havia mudado muito da ultima vez que nos vimos. Mas afinal, quem é Pierre... ou Phantom?

Meu namorado chorava de dor, fui ajudá-lo e ele virou a cara pra mim.

- O que foi amor?

- Não me chame de amor – ele respondeu chorando.

- De que são essas lágrimas? – perguntei quase chorando também.

- De dor – ele disse. Fez uma pausa e completou – e de decepção.

- Me desculpe, ele me beijou, eu não gosto dele, eu te amo! – cheguei mais perto porem ele se afastou.

- Não – ele disse.

Via a decepção, presente no seu olhar. Eu não podia tentar segurá-lo pois iria causar aquelas dores malditas. E nada do que eu falasse iria convencê-lo a ficar ali. Eu queria me explicar, mas não pude. Ele foi embora. Comecei a chorar desesperadamente, por que Matt? Eu te amo muito, não faça isso comigo! Ali estava eu, desesperada, confusa, sem reações.

- Você está sofrendo. – Phantom disse chegando mais próximo a mim.

- Como pode saber?

- Simplesmente pelo fato de que seus cabelos estão pretos como a escuridão da noite.

Ele dizia com uma voz intensa. Seus olhos verdes me olhavam daquele jeito familiar. Ele lançava aquele olhar de alguns anos atrás. Mas afinal, quem é Phantom, ou melhor, quem foi pra mim? Ele era muito especial. Especial até demais. Porém algo nos separou, achei que aquela separação era para sempre.

Mas, algo de outro mundo resolveu nos unir novamente.

Creio que deve estar um pouco confuso tudo isso. Bom, esse Phantom, era meu namorado. Só que ele se chamava Pierre. Algo aconteceu com ele, deixou de ser o Pierre que eu conhecia e adotou este novo nome, Phantom. Mas primeiro, irei explicar quem ele era e o que houve. Nem eu mesma estou entendendo direito toda essa história.

“Eu o conheço desde minha infância. Ele era muito especial para mim. Era como um irmão mais velho. Eu não tinha amigos na escola, nem em lugar nenhum, sempre fui uma garota mais reservada. Ou melhor, uma garota excluída. As pessoas me achavam estranha, pelo meu estilo, um pouco rebelde e etc. Era uma adolescente comum, um pouco rejeitada, com poucos amigos. Mas nunca me importei com isso, pois sabia que os poucos amigos que tinha, eram verdadeiros. Mas ele era diferente. Não gostava de conversar com muitas pessoas, mas o Pierre era especial. Ele me fazia rir, me divertia e o melhor de tudo: ele me amava. Esse amor começou na infância, quando chegamos à adolescência, as coisas mudaram. Ele era como o namorado perfeito, sempre junto comigo, me amando e me completando. Eu também o amava incondicionalmente, éramos felizes. Porem, como Pierre era e é um garoto muito bonito, as garotas da escola me odiavam por namorar ele. Então, certa vez armaram para cima de nós: era dia dos namorados, e havíamos marcado de sair e ir passear, combinamos de ir à praça central e tomar um lanche, alem de passar a tarde toda falando bobagens, coisa que fazíamos com frequência. Mas eu o surpreendi beijando uma garota do colégio, fiquei muito mal por isso. Nós terminamos, mas ele sempre tentava se explicar que o que havia acontecido era tudo um plano das garotas. E era verdade, ela o agarrou, mas eu não quis acreditar e não dei uma segunda chance a ele. Enfim, ficamos separados, certo dia recebi a noticia de que ele havia sido seqüestrado, fiquei muito aflita, eu ainda o amava. Mas nunca o encontraram. A família dele ficou muito abatida, conversei algumas poucas vezes com seus irmãos e sua mãe, eles sempre me acolheram e me deram carinho. Quando Pierre desapareceu, eu fiquei muito triste, mesmo tendo terminado com ele. Depois de alguns meses que ele havia desaparecido, eu conheci o Matt. Ele me reviveu, praticamente. Mas acho que já estou contando outra história... Enfim, Pierre sempre foi e sempre será alguém especial, foi meu primeiro namorado, meu primeiro amor verdadeiro. E agora aqui estamos, frente a frente, novamente”.

- O que houve Phantom? – perguntei para saber o desfecho da historia, como ele havia escapado e etc.

- Bom, espero que não se assuste com o que vou dizer.

Ele suspirou, como se fosse dizer algo muito importante. E era sim, algo que mudaria tudo entre nós, continuaríamos juntos, mas de outra maneira e por outros motivos.

- Você está preparada para ouvir a verdade?

- Sim – respondi sem exitar.

- Eu... eu... eu não sou humano. Não mais.

Ele parou. Eu não entendi muito bem, mas de repente tudo pareceu se encaixar, com um momento rápido tudo fez sentido. Ele foi sequestrado e misteriosamente virou uma criatura não humana. Eu me pareço muito com ele. Usamos colares iguais, temos variações de cores de cabelo e olhos, e somos idênticos no modo de agir e pensar. É tudo muito parecido. Somos iguais?

- O que você é?

- Eu não sei ao certo, tudo aconteceu por causa dessa pedra idiota – disse ele segurando no seu colar.

- Você causa dor nas pessoas?

- Sim! Eu preciso dizer uma coisa querida, isso é o mais importante e é o que temos de fazer segundo o guardião.

- Que guardião? – disse confusa.

- Ele ainda não te visitou? – ele disse mais confuso que eu.

- O que é guardião?

Ele me olhou muito confuso. Ele me explicou

- Guardião é o nosso mestre. Ele mora em outro mundo, cujo os guardiões estão presos e jamais podem sair de lá. Eles saem apenas em caso de humanos encontrarem as pedras, que nós dois encontramos. Sempre que um garoto encontra uma pedra, uma garota encontra também, e vice-versa. São pares de pedras, e depois disso...

Ele fez uma pausa e me lançou um olhar preocupado, e seus olhos agora se enchiam de lagrimas.

- Você o ama?

Ele me perguntava sobre o Matt. O que eu diria? Eu tenho que dizer a verdade.

- Sim, eu o amo. Mas por quê?

-Quando dois humanos encontram um par de pedras, eles são amaldiçoados pelos guardiões. E a maldição só pode ser desfeita se esses dois humanos ficarem juntos. Cada guardião escolhe a maldição que quiser e lança sobre os humanos. Eles se divertem com isso – ele fez uma pausa, soltou um leve suspiro e continuou - mas geralmente há obstáculos no caminho. Eles escolhem as vitimas com a intenção de causar problemas, mudar a vida delas e fazê-las sofrer. Eles são terrivelmente cruéis.

Ele parou e chorou. Eu percebi que seu choro era de tristeza, pois sabendo que eu amo o Matt, não iríamos ficar juntos e a maldição iria continuar sem ser quebrada.

- Eu... eu entendo Phantom. Ou Pierre, como devo te chamar?

- Me chame de Phantom, Pierre morreu.

- Como assim?

- Quando toquei na pedra, perdi muitas coisas. Eu não durmo mais, nem como, nem respiro, não sinto frio nem calor e tenho essas variações coloridas estranhas. Eu não sou humano, tenho a aparência humana, mas sou uma criatura de outro mundo. Você também é. É como se Pierre tivesse morrido. Só restou dele a aparência, o restante, como a alma, por exemplo, agora estão na mão dos guardiões. Se um dia, quebrarmos a maldição, teremos tudo de volta e nossas vidas serão normais de novo.

- É, eu também sou assim. Perdi todas essas coisas, a única coisa que foi preservada são os sentimentos. Mas então...

- Deixe me explicar - ele disse – os sentimentos foram preservados porque nós ainda temos de nos parecer com humanos, e como teríamos que ficar juntos para a maldição ser quebrada, teríamos que nos amar.

- Espere... temos que nos amar para a maldição ser quebrada?

- Sim. Se o amor não for verdadeiro, a maldição jamais será quebrada. Então eu conclui que seremos assim para sempre, já que você o ama e não me ama mais. Droga!

- Espere – eu disse – então, eu também morri?

- Sim. Você precisa de outro nome, você não é mais humana.

- Phantom... vamos... vamos ficar juntos.

Eu não entendo. Como isso tudo foi acontecer?


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Notas finais do capítulo

Se tiverem dúvidas, sugestões e comentários, por favor, escrevam!