Lágrimas e Lágrimas. escrita por Pudding


Capítulo 6
O primeiro encontro, ou melhor, o reencontro


Notas iniciais do capítulo

Phantom, o novo personagem misterioso (lê-se Fantom ok?). Esse é só o começo, o reencontro. Ele é um dos personagens principais e mudará tudo entre ela e Matt. O passado não foi esquecido. Leiam e descubram do que estou falando!



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Quem será que mandou esta carta? Eu não compreendo.

- Olá – era uma voz sombria que vinha por trás de mim.

Meu namorado não se moveu, e eu comecei a procurar de onde vinha a voz, a principio não vi ninguém.

- O que foi meu amor? – ele perguntou, pois eu havia assustado.

- Não ouviu? – respondi com uma voz tremula.

 Ele me olhou confuso e depois me abraçou forte, mas começou a sentir dor, então me soltou. Ele se sentia muito mal, como se nem me proteger pudesse. Via que seu olhar era desapontado, e com um pouco de medo do que poderia ser aquela voz que apenas eu ouvia. Olhei para meus cabelos, estavam roxos. A voz continuou:

- Está me vendo?

- Não – respondi sem nem pensar e continuei – quem é você?

- Sou seu amigo. Você nunca me viu, não pelo menos depois de transformado, mas sei que vamos ser bons amigos de novo.

Ele era aparentemente um jovem, sua voz era profunda, mas tinha um tom confortador e diferente. Era como se já tivesse ouvido essa voz, me é familiar. Ele sorriu e percebi que seus dentes brilhavam. Seu sorriso tinha uma beleza incomparável e muito familiar para mim. Tenho de buscar em minhas memórias. De onde eu o conheço?

- Do que está falando? – disse a ele, eu não entendia nada, muito menos meu namorado.

Vi uma sombra se aproximando, mas não tive medo, era como se pudesse reconhecer aquela silhueta, como se nos conhecêssemos a muito tempo. De repente vislumbrei um pouco de seu rosto, na verdade não vi exatamente, ele usava uma touca e suas roupas eram pretas, percebi que ele carregava uma pedra, assim como a que encontrei na areia da praia, parecíamos imitar um ao outro, os colares de pedra e os movimentos sincronizados. Chegamos um pouco mais perto um do outro, sempre como um espelho, imitando os movimentos lentos e os olhares familiares.

- O que está fazendo? – ele perguntou.

- Nada - respondi parando de imitar seus movimentos, e então perguntei:

- Qual seu nome?

- Phantom, sou seu novo amigo. Ou velho amigo.

Ele soltou uma risada e vi seus dentes brilharem mais intensamente. Seus olhos eram verdes como... não sei explicar. Era um verde tão bonito e tinha um tom ao que não se podia comparar a nada. Por debaixo da touca, pude ver que as pontas de seus fios de cabelo eram pretas, era algo muito familiar. Meu medo sumiu repentinamente depois que começamos a conversar.

Meu namorado simplesmente olhava e parecia nada entender.

- O que foi meu amor? – perguntei para ele.

- Com quem você está falando? – ele me olhou curioso e confuso.

- Com o Phantom, não está o vendo?

- Não! – ele exclamou.

Por um tempo parei e fiquei confusa. Estou alucinada? Mas Phantom está bem aqui na minha frente! E agora? Falando assim parece que o conheço há muito tempo. Eu deveria parar com tudo aquilo? Seria um sonho, ou um pesadelo? Simplesmente eu não sabia o que era, o que estava acontecendo e nem sabia ao menos o que deveria fazer.

- “Meu amor?”– Phantom perguntou.

- Ele é meu namorado. Amor, esse é o Ph...

- Ele não me vê, por isso está com essa cara retardada. Nem adianta tentar explicar sobre mim, esse retardado não vai entender.

- Ele não é retardado! Está confuso, pra ele estou falando sozinha! – disse brava.

Phantom se aproximou e disse:

- Você o ama?

- Sim, muito – respondi a ele.

Não sei o que houve, mas ele pareceu ter ficado triste. Meu namorado não entendia nada. Eu também não entendia muito bem o que Phantom queria dizer, não sei quem ele era e nem por que estávamos ali conversando como se nos conhecêssemos a anos e anos. Comecei a ficar confusa, eu o conheço de algum lugar a muito tempo, mas não consigo me lembrar. Sua voz é conhecida, mas não me lembro de nada!

- Amor está tudo bem? – Matt perguntou olhando para mim com um semblante confuso e com um pouco de medo, de me ver falando sozinha. Bom, pelo menos era isso que ele pensava.

- Sim. Phantom disse que você não vai conseguir vê-lo.

- Eu disse que esse retardado não vai conseguir me ver. Você esqueceu a parte do retardado – disse Phantom me olhando e sorrindo maldosamente e um pouco malicioso.

- Pare Phantom – disse um pouco brava. Eu sentia que aquele tipo de piada também me era estranhamente familiar.

Phantom ficou quieto e um silêncio incômodo pairou pelo quarto pouco iluminado. Havia anoitecido, e a luz era um pouco fraca. Um cenário bem sombrio, uma criatura desconhecida, familiar e aparentemente bonita. O que eu estou falando? Eu não quis dizer, bonita. Bem, ele é familiar, e é bonito também. Pare com isso.

- Então... Phantom, quem é você? Eu tenho a sensação de que o conheço de algum lugar, mas não consigo lembrar. Eu também não consigo vê-lo direito, essa touca atrapalha.

Ele estava sentado em minha cama e me olhava de um modo estranho. Ele apenas ouviu o que eu disse e não teve nenhuma atitude.

- Phantom? – disse esperando alguma reação.

Ele apenas abaixou a cabeça. Ouve um grande silêncio, entristecedor. Matt olhava sem entender, de pé encostado na parede do quarto. Phantom, sentado e triste. Eu não sabia o que fazer e nem o que dizer, e aquele silêncio era ensurdecedor, estava me matando. De repente, vi uma lágrima cair dos olhos de Phantom, ela escorreu por seu rosto levemente, e eu ainda não podia defini-lo direito. Ele levantou a cabeça, vi seus olhos verdes, agora tomados pelas lagrimas, tristes e cheios de um sentimento de ternura. Ele me olhava com um jeito delicado, e ao mesmo tempo como se tivesse algo a dizer. Então ele deu um leve sorriso, mas sem alegria alguma. O brilho ofuscado de seu sorriso iluminava um pouco, mas muito pouco, aquele cenário sombrio. Ele começou a dizer lentamente e delicadamente, como se fosse algo muito especial:

- “O que você quer de mim? Seu amor. Fique tranqüila, você já tem isso. Então nós nos beijávamos pela primeira vez. Naquela tarde sombria e gelada, naquele parque vazio onde apenas se ouviam alguns ruídos do ambiente e alguns carros ao distante. Eu podia ouvir a nossa música favorita, tocando lentamente ao envolver daquele beijo. Eu te amo, pra sempre. Eu também te amo.”

Ele estava repetindo uma provável conversa de um casal. Não, não pode ser. Essas palavras. Esse momento. É tudo muito parecido com a realidade. Mas eu não consigo lembrar...

Ele se levantou, lentamente, como se estivesse tomando uma decisão importante. Ele veio até mim de cabeça baixa, chegou bem próximo a mim e depois levantou lentamente seu rosto. Ele retirou a touca e pude ver agora, um pouco melhor seu rosto. Os olhos verdes, perfeitos. A pele alva, os cabelos negros. Ele se aproximou mais ainda, segurou minha cintura, via apenas seus dentes brilhando, e seus olhos ainda estavam envolvidos em lágrimas. Eu não conseguia impedir.

- O que está fazendo? Eu tenho namorado! – disse na tentativa de ele parar, já que eu não conseguia evitá-lo.

Então ele se aproximou, quase me beijava, fui me inclinando para trás para que ele não conseguisse me beijar, mas não consegui empurrá-lo ou nem ao mesmo dizer algo.

e vi que seus olhos eram verdes. Eu conheço esses olhos verdes!

Depois de um pequeno silêncio, me lembrei.

- Pierre? – exclamei surpresa e confusa.

- QUEM? – meu namorado gritou.

Eu não o respondi, estava muito confusa com tudo aquilo, não sabia o que fazer.

- Sim, sou eu.

Eu sei quem ele é.

Ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

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