Lágrimas e Lágrimas. escrita por Pudding


Capítulo 4
Em busca de respostas




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Buscar as respostas. Essa é a hora. Temos que começar a tentar entender tudo isso.

- Eu vou estar junto com você, nem que tenha de morrer. – ele disse se aproximando.

- Não – completei. – você não vai morrer por minha causa, você tem que se livrar de mim. Acredite, é melhor você não se envolver na maldição, eu só vou trazer problemas pra você.

- Nunca. É com você que quero viver o resto de minha vida. Eu te amo. E além do mais, mesmo que eu quisesse me livrar de tudo isso, eu não poderia. Por que eu estou envolvido desde o começo. Você não acha?

- Mas não se pode amar uma pessoa como eu. – disse tentando contornar esse assunto.

- Eu amo.

- Mas não é possível, você me ama mas não pode me beijar, nem ao menos me tocar.

- Então, vou te ajudar a solucionar o problema. Pegue a carta, use seus poderes!

- Que poderes?

- A carta diz que a você foram concedidos poderes que ninguém na face da terra tem. Tudo é uma questão de descobri-los! Vou te ajudar, no que for preciso. Vamos começar analisando a carta, é a única coisa que temos por enquanto.

Peguei a carta. Ficamos horas olhando para o papel, mas nem sabíamos o que fazer. Ele não parecia não pensar em nada. Seus olhos estavam escuros como nunca, ele estava quase adormecendo. Olhei-o intensamente e ele se levantou num pulo.

- O que foi amor?

- Seus... seus olhos estão.... estão... er... o que está havendo?

- O que amor?

Peguei o espelho que tinha em minha bolsa e me olhei. Meus olhos estavam vermelhos como sangue, os cabelos também. A pedra em meu pescoço, por mais estranho que pareça, ela estava transparente, neutra.

Voltei correndo para perto dele, ele me olhava assustado e disse:

- O que houve? No que estava pensando? E a pedra???

- Bom, não pensava em nada, absolutamente nada.

Ele ficou em silêncio. Eu me aproximei dele, mais uma vez não pensei em nada, esvaziei minha mente. Então o beijei. Ele na teve nenhuma reação, nem expressões de dor, nada do tipo. Ele correspondeu o beijo, e tudo parecia acontecer como fazíamos antigamente. Seu beijo era intenso, mas não por causa das dores, afinal naquele momento ele não as sentia. Ele beijava-me intensamente, mas era uma intensidade de paixão, e também de saudades dos velhos tempos normais. Ele segurava firme em minha cintura, suas mãos pareciam procurar todo meu corpo, matar as saudades de algo que ele não conseguia fazer a muito tempo, não pelo menos sem sentir dor. Ouvi um barulho estrondoso, pensei no que poderia ser. De repente ele parou de me beijar e fez uma expressão dolorosa, seus olhos se encheram de lagrimas e ele deitou no chão. Ele chorava e se retorcia, quase soltando um grito de dor. Passava suas mãos no peito, parava um pouco e depois repetia o gesto. Eu não sabia o que fazer.

- Amor você está bem?

Ele demorou um pouco a responder e disse:

- S-Sim – meio engasgado.

- Amor, o que houve?

- Não sei, estava tudo bem, de repente uma dor imensa me invadiu, foi terrivelmente horrível. Pior do que todas às vezes, foi como uma pancada repentina.

Ele ainda passava as mãos no peito e então perguntei:

- O que você sente?

- Parece queimar dentro de mim, as facadas...  é horrível.

A pior coisa é que não posso consolá-lo, se fizer isso ele sentira mais dor ainda. Eu sofro muito com isso.

- Seus cabelos estão pretos, seus olhos e a pedra também. O que está sentindo?

- Estou com raiva de mim mesma, por tudo que fiz, e estou com pena de você.

- Você está sofrendo então.

- Aonde quer chegar com todas essas perguntas e afirmações?

Ele parou e pensou, seu semblante de dor ainda era visível, mas parecia estar amenizando. Depois disse:

- Quando seus cabelos e olhos estavam vermelhos, você não pensava em nada, a pedra estava neutra e eu não senti dor. Depois você deve ter pensado em algo, seus cabelos, olhos e a pedra escureceram e a dor foi imensa. Você não pode pensar!

- Como assim? – disse observando meus cabelos, apenas percebi a mudança depois dele ter dito.

- Bom... – disse ele se aproximando, o semblante de dor já havia sumido quase totalmente – você disse que estava com a mente vazia, então eu consegui te tocar naquele momento.

- Mas na verdade eu não estava com a mente vazia – disse interrompendo-o.

- Em que você pensava?

- Pensava em você Matt. E nada mais.

Houve um breve silêncio entre nós. Ele ameaçou dizer algo mas se repreendeu. Depois de um silencio um pouco longo, ele disse:

- Quando você pensa em mim e quando não pensa em nada, não me provoca dores. Quando sua mente se ocupar com outras coisas, você causará dores em mim. Acho que é isso, faz sentido. O que você acha?

Apenas balancei a cabeça, em resposta como um sim. Continuei sem entender muito bem, mas... e o estrondo?


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários, gostaria de saber o que estão achando da fanfic! ;)