Lágrimas e Lágrimas. escrita por Pudding


Capítulo 3
Matt!


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, aparecerá um novo personagem: Matt. Ele é o namorado perfeito. E que também está envolvido nessa terrível maldição. E agora? O que devemos fazer?



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Não como, não durmo, não me machuco, tenho muita força, meus olhos e cabelos variam de cor, não sinto frio nem calor, não vivo. A única coisa que tenho certeza de que ainda tenho, são os sentimentos. Sou como uma morta, sem sangue, sem coração, mas os sentimentos estão aqui. E eu o amo, não quero que pague pelo que eu fiz. Mas afinal. O que fiz? Encostei naquela pedra? Por isso estou sofrendo tudo isso? Ah! Depois disso tenho de carregar a pedra junto comigo, se não ele sente aquela dor imensa. É, isso também faz parte e descobri um dia que estávamos em minha casa. Ele estava comigo, não nos tocávamos por causa das dores, mas estávamos juntos, conversando e tentando viver a vida normalmente, como antes. A campainha tocou e eu fui atender, saí no portão de casa porém não havia ninguém. Deveriam ter sido aquelas crianças que brincam de apertar campainha ¬¬. Quando voltei, ele chorava desesperadamente e perguntei por quê. Ele disse que quando saí dali, para atender a campainha, as dores intensas voltaram fortemente. A pedra havia ficado no quarto, que era o cômodo em que estávamos. Enquanto eu estava por perto da pedra, tudo bem. Depois que me distanciei, um tanto razoável, acabei provocando dores nele. Então desde que estou amaldiçoada, tenho de levar a pedra comigo, em qualquer hora e lugar. Enfim, é mais um sinal de que não posso me livrar disso. Posso acabar matando-o de dor, e eu não quero fazer isso. Levo-a em um colar em meu pescoço, ela também varia de cor junto com meus cabelos e olhos. Eu consigo controlar, muito pouco ainda, estou aprendendo. Acho que as cores variam de acordo com meu estado emocional. Seja feliz, triste, com raiva, estressada, com saudade, cada sentimento e sensação influenciam sobre as cores.

- Amor!- ele veio correndo em minha direção.

- Oi- respondi.

Ele chegou perto de mim, encostou levemente seus dedos em meu rosto, vi que sua expressão era de dor, mas ele continuava, peguei em sua mão e ele não conseguia disfarçar, por trás de seu sorriso via o semblante de dor. O afastei, mas ele insistiu e me beijou. Ele beijava intensamente e segurava firme em meu rosto. Depois do beijo, ele sentou no chão e podia ver as lagrimas escorrendo. Era muito triste ver isso, ele sofria por não poder mais tornar as coisas fáceis. Me abaixei e toquei seus cabelos, ele não pareceu ter nenhuma reação, apenas um arrepio. Ele ergueu o rosto, os olhos estavam cheios de lagrimas, acho que aquele beijo tinha sido um dos mais dolorosos.

- Você está bem?

- Sim. Me desculpe, mas não consigo te tocar mais.

- Eu entendo, o que você sente exatamente?

Estávamos sentados na praça, estava muito frio e suas bochechas pareciam rosadas do frio, mas eu não sentia o gelo daquele vento, nem o frio do ar gelado. Ele se aproximou um pouco, ficou a alguns centímetros e perguntou:

- Antes de responder sua pergunta, quero saber algumas coisas. Você ainda sente quando toco em você?

- Sim- respondi.

- Você está sentindo minha respiração? Agora que estou perto de você?

- Sim, sinto seu hálito, a única coisa que não sinto é a temperatura, não sei dizer se é quente ou gelado.

- Hum...entendi. Então você perdeu as sensações, frio, quente. Mas o toque você sente normalmente. Estranho.

- Agora responda minha pergunta - disse a ele.

- Bom - disse se aproximando mais um pouco.

Ele estava a centímetros de meu rosto, e sua feição estava normal.

-Quando fico bem pertinho de você, sinto apenas um arrepio gelado.

Ele encostou a ponta de seus dedos em meus lábios, e seu rosto mudou.

- Quando encosto em você, sinto uma dor em todo meu corpo, vem de dentro de mim, e ainda tenho uma sensção de como se fogo me queimasse por dentro.

Ele me beijou, com muita intensidade. Depois, abaixou a cabeça e vi que seus olhos se enchiam de lagrimas, então segurei levemente seu rosto, e ele disse chorando:

- Quando te abraço ou te beijo, é uma dor imensa, insuportável. Como o fogo que queima e como se facas perfurassem todo meu corpo, é como se alguém estivesse arrancando meu interior.

Soltei imediatamente de seu rosto, isso também causava aquela dor insuportável nele.

As lagrimas rolavam por seu rosto, pareciam ser de dor, então perguntei:

- De que são suas lagrimas?

- Depois que te beijo, a dor é insuportável. Choro de dor, mas também choro por dois outros motivos: fico feliz pois cada vez que te beijo, é a maior alegria da minha vida, você é a razão de eu viver. E o segundo motivo, são lágrimas de decepção, porque não sou capaz de te amar, não pelo menos como te amava antes.

Encostei seu corpo ao meu, ele suava por causa da dor, então o soltei. Ele me puxou para perto, fechava os olhos e abaixava a cabeça para disfarçar.

- Você não precisa ficar sofrendo! Pare de passar por isso!

Ele se juntou mais a mim e disse com uma voz trêmula:

- Eu não consigo ficar longe de você. Eu te amo.

Eu o empurrei, não foi difícil agora que tenho essa força imensa, mas depois que fiz isso as lagrimas escorreram dolorosamente por seu rosto, de decepção e ao mesmo tempo de dor.

- Não quero que sinta essa dor imensa. Não quero que sofra por minha causa. Você está pagando por algo que eu fiz!!! Não pode ser assim.

- Eu te amo! Vou passar por isso, nem que tenha de sentir isso toda vez que te beijar, eu vou sentir! Eu preciso de você!

Me calei. Ele me ama, como diz a carta. Mas vou acabar matando ele, se continuar o beijando e o amando. Mas a carta diz para mim ama-lo! Então, vamos cumprir a missão e se livrar disso. Agora é a hora de...


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Notas finais do capítulo

Por enquanto apenas dois personagens principais... em breve, outros entraram na história. Até mais!